Trólebus de Ribeirão Preto

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Trólebus de Ribeirão Preto

Um dos 22 trólebus do sistema de Ribeirão Preto
Informações
Proprietário Prefeitura de Ribeirão Preto
Local Ribeirão Preto, São Paulo
Tipo de transporte Trólebus
Número de linhas 7
Tráfego anual 2 214 000 (1999)
Funcionamento
Início de funcionamento 30 de abril de 1982
Fim de funcionamento 3 de julho de 1999
Operadora(s) Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp)
Número de veículos 22
Dados técnicos
Extensão do sistema 53,4 km

O Trólebus de Ribeirão Preto foi um meio de transporte existente na cidade homônima entre 1982 e 1999. Com uma frota composta por 22 veículos e 53,4 km de extensão, transportou mais de 65 milhões de passageiros até ser desativado pela prefeitura de Ribeirão Preto.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

Após a tentativa malsucedida da empresa "The Electric Tramways of Ribeirão Preto Brazil Limited" de implantar bondes elétricos em Ribeirão Preto em 1914, a cidade só retomou o projeto de transportes elétricos na década de 1970. Com o apoio da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), a prefeitura de Ribeirão Preto criou em 1978 a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp) com o intuito de implantar uma rede de trólebus na cidade. Através de convênio assinado com a EBTU em agosto de 1979, foi aprovado um projeto de 373 milhões de cruzeiros para a implantação de uma rede de 33 quilômetros de extensão com duas linhas (Centro-Ipiranga e Campos Elísios), 33 trólebus e previsão de transporte diário inicial de 24 mil passageiros.[1][2][3]

O projeto acabou estourando o orçamento inicial e alcançou 650 milhões, apenas para a primeira linha. O trólebus teve seu primeiro trecho inaugurado pela prefeitura de Ribeirão Preto e pelo ministro dos Transportes Cloraldino Soares Severo em 30 de abril de 1982. Até 1989, novos trechos foram acrescentados à rede, alcançando a extensão máxima de 53,4 quilômetros.[1][2][3]

Após dezessete anos de operação, o sistema de trólebus foi desativado em 3 julho de 1999 pela gestão de Luiz Roberto Jábali. A justificativa de Jábali era que o sistema encontrava-se obsoleto e sua desativação iria contribuir para a fluidez do trânsito. Os terminais do sistema Antonio Achê e Carlos Gomes foram demolidos e os 22 veículos foram leiloados.[4] No entanto, o trânsito de Ribeirão Preto sofreu uma piora, enquanto que o transporte público sofreu uma redução no número de passageiros transportados. Em 1995 foram transportados 65 milhões de passageiros e em 2019 53 milhões.[5] Ao mesmo tempo a frota de veículos particulares cresceu e Ribeirão Preto passou a ter a 19ª maior frota do país.[6][7]

Características do Sistema[editar | editar código-fonte]

Linhas[editar | editar código-fonte]

Linha[1] Extensão (km) Pontos de
embarque/
desembarque
Inauguração Desativação
Dutra 15,15 49 24 de julho de 1982 julho de 1999
Campos Elísios 6,5 17 1 de novembro de 1982 6 de agosto de 1983
Sumarezinho - Campos Elísios 13,15 40 20 de novembro de 1982 26 de abril de 1984
Independência 12 35 7 de agosto de 1983 14 de abril de 1984
Vila Virgínia - Independência 22,1 65 15 de abril de 1984 julho de 1999
Sumarezinho - Independência 17,80 58 27 de abril de 1984 julho de 1999

Frota[editar | editar código-fonte]

[3] Origem Ano Fabricante Desativação
1 a 22
Brasil 1981/1982 Villares (equipamentos elétricos)
Scania (chassi)
CAIO (carroceria)
1999

Passageiros transportados[editar | editar código-fonte]

Ano Passageiros Ano Passageiros
1982[1] 1 760 000 1994[1] 6 900 000
(estimado)
1983[1] 6 000 000 1996[8] 5 810 000
1984[1] 8 379 400 1997[8] 5 193 000
1989[1] 9 120 000 1998[8] 4 620 000
1991[1] 9 108 000
(estimado)
1999[8] 2 214 000
1993[1] 6 285 042 Total 65 389 442

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Enéas Rente Ferreira (fevereiro de 1995). «Trólebus, espaço e sociedade» (PDF). Escola de Engenharia de São Carlos-Universidade de São Paulo. Consultado em 24 de janeiro de 2020 
  2. a b c Waldemar Corrêa Stiel (1984). «Historia do Transporte Urbano no Brasil». Editora Pini/EBTU-Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro/republicado pelo Internet Archive. Consultado em 27 de junho de 2020 
  3. a b c d Jorge Françozo de Moraes (dezembro de 1996). «Trólebus:As fases de implantação do sistema no Brasil» (PDF). Revista ANTP dos Transportes Públicos, Ano 19, edição 73, páginas 63-82. Consultado em 24 de janeiro de 2020 
  4. Camila Turtelli (19 de junho de 2014). «Extintos, trólebus deixaram lacuna no transporte coletivo em Ribeirão Preto». Folha de S.Paulo. Consultado em 28 de junho de 2020 
  5. «Dados operacionais e econômicos da rede de ônibus de Ribeirão Preto de 2019» (PDF). Transerp. 2020. Consultado em 28 de junho de 2020 
  6. G1 (10 de julho de 2018). «Ribeirão Preto ocupa 19ª posição no país entre as cidades com maior número de carros nas ruas». Estradas. Consultado em 28 de junho de 2020 
  7. «Caminhos e descaminhos de um trânsito conturbado:O Município ainda procura caminhos que levem à mobilidade urbana». Revista Revide. 2015. Consultado em 28 de junho de 2020 
  8. a b c d Geipot (2001). «Capítulo 6 - Transporte Urbano-6.3:Transporte por Trólebus (1996-2000)». Anuário Estatístico dos Transportes do Brasil. Consultado em 24 de janeiro de 2020