Óleo de coco
A neutralidade deste artigo foi questionada. |
O óleo de coco, azeite de coco ou manteiga de coco é um óleo vegetal que contém cerca de 90% de ácidos graxos extraídos mediante prensagem da polpa ou cerne dos cocos (Cocos nucifera).
Ele é muito empregado na indústria dos cosméticos (para elaboração de sabões e cremes).
Emprego[editar | editar código-fonte]
Saúde[editar | editar código-fonte]
A Associação Americana de Cardiologia fez um relatório sobre as gorduras dietéticas e o risco cardiovascular, onde refere o seguinte (traduzido com informação adicionada):
Um questionário recente afirma que 72% dos americanos considera o óleo de coco como um alimento saudável, comparando com 37% dos nutricionistas (ou seja, quase dois terços dos nutricionistas não consideram o óleo de coco saudável). Esta diferença poderá estar relacionada com o marketing que tem sido realizado ao óleo de coco pelos meios de comunicação social. O perfil lipídico do óleo de coco consiste em 82% de gorduras saturadas, metade das quais ácido láurico e o resto mirístico, palmítico, esteriático e ácidos gordos de cadeia curta. Contém mais gorduras saturadas que qualquer outro óleo não hidrogenado.
O ácido laúrico aumenta o colesterol HDL. E é nesse achado que os proponentes do óleo de coco se baseiam para dizer que é benéfico em termos cardiovasculares. No entanto, o aumento do colesterol HDL, seja através da alimentação ou com recurso a fármacos já não é considerado como tendo impacto na diminuição do risco cardiovascular. Neste momento, apenas o colesterol LDL é tido em consideração relativamente ao risco cardiovascular.
Uma comparação dos efeitos do óleo de coco, manteiga e óleo de girassol, constatou que tanto a manteiga como o óleo de coco aumentam o colesterol LDL em comparação com o óleo de girassol. No entanto, a manteiga parece ser pior que o óleo de coco. Outro estudo demonstrou que o óleo de coco aumenta o colesterol LDL de forma significativa em comparação com o azeite.
Uma revisão sistemática recente que incluiu sete RCTs, comparou o óleo de coco com ingestão de óleo ricos em gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas. Em todos os estudos, o óleo de coco aumentou mais o colesterol LDL em comparação com os outros óleos. Em seis dos sete estudos esse aumento foi significativo.
Um estudo recente validou esses resultados.
Há, ainda, um estudo indiano que compara o consumo de óleo de coco com óleo de girassol em doentes com doença coronária estável. Ao fim de dois anos não havia diferenças em termos antropométricos, bioquímicos e, mais importante, em termos de eventos cardiovasculares. Um estudo muito antigo compara doenças vasculares (e outros marcadores) entre duas populações, uma da ilha Pukapuka e outra da ilha Tokelau. Os indígenas da ilha Tokelau têm uma dieta mais rica em coco, mas em ambas as tribos as doenças vasculares são raras, não tendo sido verificada a existência de diferenças.
Industrial[editar | editar código-fonte]
O óleo de coco é um gerador de espuma e por esta razão se emprega na indústria de elaboração de sabão, além da industria alimentícia, na elaboração de coberturas de chocolate para sorvetes. Na produção de resinas para a indústria química, nos produtos de confeitaria e na elaboração de "snacks" junto com o óleo de palma (ou dendê).[carece de fontes]
É matéria-prima para a produção de dietanolamidas de ácido graxo de coco, derivados do álcool láurico como os lauril sulfato de sódio, inibidores de corrosão, óleo sulfonados e diversos outros produtos na indústria de matérias primas para cosméticos, produtos de limpeza e aditivos de diversos fins e como biodiesel.[carece de fontes]
Produção Mundial[editar | editar código-fonte]
1. | ![]() |
1.341.000 |
2. | ![]() |
880.000 |
3. | ![]() |
320.400 |
4. | ![]() |
167.101 |
5. | ![]() |
131.000 |
6. | ![]() |
62.699 |
7. | ![]() |
55.200 |
8. | ![]() |
39.700 |
9. | ![]() |
30.200 |
10. | ![]() |
28.700 |
11. | ![]() |
26.700 |
12. | ![]() |
18.000 |
13. | ![]() |
14.719 |
14. | ![]() |
13.256 |
15. | ![]() |
13.200 |
16. | ![]() |
11.886 |
Fonte: Oil,Coconut (copra) production by FAO.
Produção[editar | editar código-fonte]
Óleo virgem[editar | editar código-fonte]
O óleo de coco pode ser extraído através de processamento "seco" ou "molhado". O processamento a seco requer que a massa seja extraída da casca e seca usando fogo, luz solar, ou forno para criar copra.[1] A copra é processada ou dissolvida com solventes, produzindo óleo de coco e uma polpa com alto teor proteico e de fibras. A polpa geralmente é utilizada para alimentar ruminantes, visto que ela não tem qualidade suficiente para os padrões industriais. Não há nenhum processo para extrair a proteína da polpa.
O processo "molhado" usa coco cru ao invés de copra, e as proteínas presentes no coco criam uma emulsão de água e óleo.[2] Quebra-se então a emulsão por fervura prolongada, centrifugação ou pré-tratamentos incluindo frio, calor, ácidos, sais, enzimas, eletrólise, ondas de choque, destilação a vapor, ou alguma combinação.
Óleo refinado[editar | editar código-fonte]
O óleo refinado geralmente é feito a partir de grãos de coco secos, que são pressionados em uma prensa hidráulica aquecida para extrair o óleo. Isto produz praticamente todo o óleo presente, representando mais de 60% do peso seco do coco. Este óleo de coco "bruto" não é apropriado para o consumo porque contém contaminantes e deve ser refinado com mais aquecimento e filtragem.[3]
Um outro método para a extração de óleo de coco envolve a ação enzimática da alfa-amilase, poligalacturonase e proteases em uma pasta de coco diluída.[4]
Hidrogenação[editar | editar código-fonte]
O óleo refinado pode ser processado ainda mais em óleo parcialmente hidrogenado ou óleo hidrogenado, para aumentar seu ponto de fusão. Como óleos virgem e refinado derretem a uma temperatura de 24°C, alimentos contendo óleos de coco tendem a derreter em climas quentes. Por isso, um maior ponto de fusão é desejável nesses climas. O ponto de fusão do óleo de coco hidrogenado varia entre 36 e 40 °C.[carece de fontes]
Composição de ácidos graxos[editar | editar código-fonte]
Óleo de coco | |
---|---|
Valor nutricional por porção | |
Porção | 100 g |
Energia | 3730 kJ (890 kcal) |
Gorduras | |
Gorduras totais | 99 g |
• saturada | 82.5 g |
• monoinsaturada | 6.3 g |
• poli-insaturada | 1.7 g |
Vitaminas | |
Vitamina E | 3 mg (20%) |
Vitamina K | 0.6 µg (1%) |
Minerais | |
Ferro | 0.05 mg (0%) |
fitoesteróis | 86 mg |
Full link to USDA National Nutrient Database Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. Fonte: USDA Nutrient Database |
- Ácido capróico C-6 = 0,0 – 0,8
- Ácido caprílico C-8 = 5,0 – 9,0
- Ácido cáprico C-10 = 6,0 – 10,0
- Ácido láurico C-12 = 44,0 – 52,0
- Ácido mirístico C-14 = 13,0 – 19,0
- Ácido palmítico C-16 = 8,0 – 11,0
- Ácido palmitoleico C-16:1 = 0,0 – 1,0
- Ácido esteárico C-18 = 1,0 – 3,0
- Ácido oleico C-18:1 = 5,0 – 8,0
- Ácido linoleico C-18:2 = Traços – 2,5
- Ácido araquídico C-20 = 0,0 – 0,4}}
O coco pode ser considerado um alimento funcional, pois é rico em proteínas, carboidratos, óleos e minerais e vários componentes benéficos à saúde, classificados como nutracêuticos, como os ácidos láurico, mirístico e palmítico.[5]
Referências
- ↑ Grimwood, BE; Ashman F; Dendy DAV; Jarman CG; Little ECS; Timmins WH (1975). Coconut Palm Products – Their processing in developing countries. Rome: FAO. pp. 49–56. ISBN 978-92-5-100853-9
- ↑ Hamid, M.A.; Sarmidi, M.R.; Mokhtar, T.H.; Sulaiman, W.R.W.; Aziz, R.A. (2011). «Innovative Integrated Wet Process for Virgin Coconut Oil Production» (PDF). Journal of Applied Sciences. 11 (13): 2467. doi:10.3923/jas.2011.2467.2469. Consultado em 12 de fevereiro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 23 de outubro de 2012
- ↑ Foale, M. (2003). «The Coconut Odyssey: The Bounteous Possibilities of the Tree of Life» (PDF). Canberra: Australian Centre for International Agricultural Research. pp. 115–116. Consultado em 12 de fevereiro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 21 de julho de 2017
- ↑ McGlone OC, Canales A, Carter JV (1986). «Coconut oil extraction by a new enzymatic process». J Food Sci. 51 (3): 695–697. doi:10.1111/j.1365-2621.1986.tb13914.x
- ↑ SANTOSO, Umar et al. Nutrient composition of kopyor coconuts (Cocos nucifera L.). Food Chemistry, v. 57, n. 2, p. 299-304, 1996.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Hamid, M.A.; Sarmidi, M.R.; Mokhtar, T.H.; Sulaiman, W.R.W.; Aziz, R.A. (1 de dezembro de 2011). «Innovative Integrated Wet Process for Virgin Coconut Oil Production». Journal of Applied Sciences. 11 (13): 2467–2469. ISSN 1812-5654. doi:10.3923/jas.2011.2467.2469. Consultado em 5 de abril de 2017
- Gervajio, Gregorio C. (15 de julho de 2005). «Fatty Acids and Derivatives from Coconut Oil». In: Fereidoon Shahidi (ed.). Bailey's Industrial Oil and Fat Products. Hoboken, NJ, USA: John Wiley & Sons, Inc. ISBN 978-0-471-67849-6. Consultado em 5 de abril de 2017
- Katragadda, Harinageswara Rao; Fullana, Andrés; Sidhu, Sukh; Carbonell-Barrachina, Ángel A. (maio de 2010). «Emissions of volatile aldehydes from heated cooking oils». Food Chemistry. 120 (1): 59–65. ISSN 0308-8146. doi:10.1016/j.foodchem.2009.09.070. Consultado em 5 de abril de 2017
- Lockyer, S.; Stanner, S. (março de 2016). «Coconut oil - a nutty idea?». Nutrition Bulletin. 41 (1): 42–54. ISSN 1471-9827. doi:10.1111/nbu.12188. Consultado em 5 de abril de 2017
- Foster, R.; Williamson, C.S.; Lunn, J. (março de 2009). «BRIEFING PAPER: Culinary oils and their health effects». Nutrition Bulletin. 34 (1): 4–47. ISSN 14673010 14719827, 14673010 Verifique
|issn=
(ajuda). doi:10.1111/j.1467-3010.2008.01738.x. Consultado em 5 de abril de 2017 - «Around the Block Nutrition Facts at a Glance: More on Nutrients to Get Less Of». Food and Drug Administration. 5 de setembro de 2012. Consultado em 25 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 1 de fevereiro de 2014
- «Avoiding Heart Attacks and Strokes» (PDF). World Health Organization. Consultado em 6 de abril de 2011
- Singh RB, Mori H, Chen J, Mendis S, Moshiri M, Zhu S, Kim SH, Sy RG, Faruqui AM (dezembro de 1996). «Recommendations for the prevention of coronary artery disease in Asians: a scientific statement of the International College of Nutrition». J Cardiovasc Risk. 3 (6): 489–494. PMID 9100083. doi:10.1097/00043798-199612000-00002
- «Dietary Guidelines for Americans 2010» (PDF). Department of Health and Human Services. Consultado em 17 de março de 2011
- «American Dietetic Association and Dietitians of Canada Offer Up-to-Date Guidance on Dietary Fat». American Dietetic Association. Consultado em 16 de março de 2011. Cópia arquivada em 19 de março de 2012
- «Tropical Oils». American Heart Association. Consultado em 16 de março de 2011. Arquivado do original em 2 de junho de 2011
- «Lower your cholesterol». National Health Service. Consultado em 16 de março de 2011
- Foster R, Williamson CS, Lunn J (2009). «Culinary oils and their health effects» (PDF). British Nutrition Foundation, Nutrition Bulletin. 34: 4–47. Consultado em 5 de abril de 2017. Arquivado do original (PDF) em 24 de março de 2018
- «Heart Healthy Eating: Cholesterol». Dietitians of Canada. 1 de setembro de 2010. Consultado em 5 de julho de 2013. Arquivado do original em 21 de setembro de 2013