Cícero Dantas

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 Nota: Para o proprietário e político brasileiro, veja Cícero Dantas Martins.
Cícero Dantas
  Município do Brasil  
Ficheiro:Praça cicero dantas.jpg
Símbolos
Bandeira de Cícero Dantas
Bandeira
Brasão de armas de Cícero Dantas
Brasão de armas
Hino
Gentílico cicerodantense
Localização
Localização de Cícero Dantas na Bahia
Localização de Cícero Dantas na Bahia
Localização de Cícero Dantas na Bahia
Cícero Dantas está localizado em: Brasil
Cícero Dantas
Localização de Cícero Dantas no Brasil
Mapa
Mapa de Cícero Dantas
Coordenadas 10° 36' S 38° 22' 58" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Ribeira do Pombal, Banzaê, Heliópolis, Fátima, Sítio do Quinto, Euclides da Cunha e Antas
Distância até a capital 300 km
História
Fundação 09 de junho de 1875
Administração
Prefeito(a) José Weldon de C. Santana (PR, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total [1] 658,940 km²
População total (IBGE/2010[2]) 32 304 hab.
Densidade 49 hab./km²
Clima subúmido e semi-árido
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [3]) 0,574 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 103 924,239 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 3 270,73

Cícero Dantas (antiga Bom Conselho) é um município brasileiro do estado da Bahia, localizado na região semi-árida, próximo de Canudos e de Paulo Afonso.

No início do século passado, seu nome foi alterado para Cícero Dantas, em homenagem ao Barão de Jeremoabo que assim se chamava. No entanto, parte da população mais idosa ainda a trata por Bom Conselho.

A região onde está localizada a cidade de Cícero Dantas tem uma história que se perde no tempo. Antes da chegada dos colonizadores, era habitada por povos indígenas cujos registros históricos não chegaram até nossa época. É possível, entretanto, inferir suas presenças pelos achados arqueológicos (urnas funerárias foram encontradas durante a construção do estádio municipal) e pela existência em lugares não muito distantes de diversas aldeias e aldeamentos indígenas, como os de Maçacará, Saco dos Morcegos (atual Mirandela), Jeremoabo, Canabrava (atual Ribeira do Pombal) e Natuba (atual Nova Soure).

Parece-nos impossível fixar uma data precisa para o início da ocupação não-indígena no território de Cícero Dantas. Contudo, alguns dados históricos sobre os aldeamentos vizinhos nos permitem estimar que essa ocupação se iniciou em meados do século XVII. Foi somente no início do século XIX que Bom Conselho tornou-se freguesia sob o nome de Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão, por meio do Alvará Régio de 27 de setembro de 1817. Antes, porém, em 1812 o Frei Apolonio de Todi construiu a Igreja Matriz e a capela da Santa Cruz, esta ao lado de um antigo cemitério conhecido por Cacunéia.

A primeira comunidade de civilização branca, onde hoje se ergue Cícero Dantas, foi obra das entradas que se embrenhavam no sertão da Bahia, à procura de metais preciosos e de novas terras para o desenvolvimento agrícola e pecuário.

Município criado com território desmembrado de Jeremoabo, e denominação de Bom Conselho, por Resolução Provincial, de 9 de Junho de 1875.

Em 1905, recebia o nome de Cícero Dantas. Foi extinto em 1931 e anexado a Paripiranga. Restaurado, com território desmembrado de Paripiranga por Decreto Estadual de 27 de Maio de 1933.

A sede, criada com a denominação de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão, por Resolução Régia de 27 de setembro de 1817, foi elevada à categoria de cidade em 30 de Março de 1938.

Geografia

Município baiano membro da micro-região de Microrregião de Ribeira do Pombal (Nordeste do estado brasileiro da Bahia), limitando-se a leste com o Município de Fátima, a sul com Héliópolis, Ribeira do Pombal e Banzaê, a oeste com Euclides da Cunha e a norte com Novo Triunfo e Antas. Cortado pela rodovia BR 110, a aproximadamente 70KM da fronteira com o estado de Sergipe.

O acesso, a partir de Salvador, é efetuado pelas rodovias pavimentadas BR-324, BR-116, BR- 410 e BR-110 num percurso total de 302 km.

Sua população estimada em 2010 era de 32.300 habitantes.

Economia

Agricultura ( produção expressiva de feijão e de milho ). Produz, ainda, mel e leite de vaca. Conforme registros na JUCEB, possui 38 indústrias, 103º lugar na posição geral do estado da Bahia, 573 estabelecimentos comerciais, 87ª posição dentre os municípios baianos. Seu parque hoteleiro registra 48 leitos. Registro de consumo elétrico residencial ( kwh/hab ): 107,57 - 121º no ranking dos municípios baianos. Dados 2001; A partir de 2009, o comércio passou a ter grande influencia na economia da cidade, que praticamente dobrou em 3 anos, contando hoje com uma vasta variedade de lojas de diversos segmentos atendendo visitantes de várias cidades da região.

História

Ao que tudo indica, o lugar onde hoje está a cidade foi, nos séculos XVII e XVIII, pouso para o vaqueiros das fazendas dos senhores da Casa da Torre. A história do aglomerado urbano, no entanto, teve início somente em 1812, quando o capuchinho Frei Apolonio de Todi resolveu erguer ali uma igreja em devoção a Nossa Senhora.

Já em 1817, pelo Alvará Régio de 27 de setembro, criou-se a Freguesia de Nossa Senhora do Bonconselho dos Montes e Boqueirões. Em 9 de junho de 1875 foi a freguesia elevada a cidade por resolução provincial como nome de Bom Conselho.

O nome "Cícero Dantas" somente foi introduzido em 1935 quando o governo da Bahia resolveu homenagear o Barão de Jeremoabo, Cícero Dantas Martins.

Festas Tradicionais

Festa Tradicionais

   Juninas

Evento religioso e popular louvando São João e São Pedro, constando de missas, concurso de quadrilhas, casamento caipira e bastante forró. Período - 20 a 29 junho Local - Todo o município Organização - Comunidade e Prefeitura de Cícero Dantas

   Agosto

Festa de Nossa Senhora do Bom Conselho. Evento louvando a padroeira local, com novena, missa solene, além de festa de largo, caracterizada por apresentações musicais e teatrais, desfile de vaqueiros e folguedos folclórico. Período - 06 a 15/08. Local - Praça da Matriz e Praça de Eventos. Organização - Prefeitura de Cícero Dantas

SIGNIFICADO DOS NOMES

Os nomes próprios dos lugares nos dizem muito acerca da história de uma cidade. Tentaremos, à medida do possível, resgatar a origem e o significado dos nomes das ruas, distritos, povoados e fazendas da região.

Topônimo Origem/Significado

Abrigo (Rua do): Ainda hoje para os cicerodantenses é o nome da avenida Getúlio Vargas, em referência ao antigo abrigo (bar usado como parada de ônibus) que existiu ali.

Alto dos Vieiras: É o nome popular para um bairro da parte alta da cidade onde predomina as casas de membros dessa família.

Betânia: Nome de distrito. De origem religiosa, o nome foi escolhido pelo Pe. Renato Galvão que considerava o nome anterior, Xibia, desonroso.

Boqueirão: Nome de serra próxima à Bom Conselho da qual se fala ter sido o local inicial de povoação da cidade. O termo significa a garganta de uma serra por onde passa um rio ou que sugere a passagem de um. A Serra do Boqueirão é um dos pontos turísticos mais visitados de Cícero Dantas.

Buracos: Antigo nome da Vila de São João da Fortaleza. Faz referência à região onde se encontra a vila, cercada por serras talhadas pela erosão.

Campina de Castro: Povoado onde se concentra grande número de famílias negras, provavelmente remanescentes de antigo quilombo, destaca-se na produção de caju.

Cascalheira: Bairro recente da cidade. Deve seu nome ao tipo de terreno, com abundância de pequenas pedras

Cavunza: Nome de fazenda. (Por favor, quem souber o significado dessa palavra envie para publicarmos aqui.)

Ilha: Pequeno e antigo povoado a meio caminho para Fátima, na BA-220.

Navio: Antigo tanque que abastecia a cidade de água potável. Com o crescimento da cidade foi poluído e posteriormente aterrado para a construção de novas ruas.

Ó A Fonte do Ó: é um dos lugares mais típicos de Cícero Dantas. Diz-se que quem bebe de sua água se apaixona pela cidade.

Saco: Fazenda localizada entre Cícero Dantas e o povoado Ilha; segundo o dicionário Aurélio Saco é um brasileirismo usado em PE e BA para referir um grande corte, em forma circular ou de meia-lua, nos rebordos encarpados das serras.

Santa Cruz: Nome da serra onde se encontra o cemitério. Ali desde a criação da cidade existe um cruzeiro para lembrar a reverência aos mortos do lugar. No interior da Capela da Santa Cruz encontra-se uma antiga cruz de madeira construída por Antonio Conselheiro.

Serra Grande: Distrito de Cícero Dantas localizado em um alto, daí o seu nome.

Tapúia: Nome de fazenda. Tapúio era o termo utilizado para fazer referência a povos indígenas não-tupis.

Tijuco: Pequeno povoado localizado na estrada que liga Cícero Dantas a Heliópolis; BA-393. Origina-se da palavra ti'yug, que na língua tupi significa líquido podre, lama.

Toca do Urubu: Pequena gruta localizada no Bairro do Alto da Bela Vista.

Zeza: Nome popular do entroncamento da BR-110 com a BA-393 para Heliópolis. Faz referência ao antigo morador do lugar.

Rua do Juá: O nome dessa rua deriva de um bar que possuía uma arvore da espécie Juá muito grande e muito conhecido na cidade. O bar e a planta foram extintos, mas o pseudônimo não.

Datas especiais:

03.02 - Tríduo de Nossa Senhora da Purificação (realizado desde 1902 em pagamento à promessa pelo fim da epidemia do cólera que assolava a cidade).

09.06 - Elevação de Freguesia a Município com a denominação de Bom Conselho.

24.06 - Festa de São João, padroeiro do distrito de São João da Fortaleza (Buracos)

29.06 - Festa de São Pedro, padroeiro do povoado Ilha.

15.08 - Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Bom Conselho.

27.09 - Criação da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão.

13.12 - Festa de Santa Luzia.

Clima

O município está inserido no "Polígono das Secas", apresentando um clima do tipo megatérmico seco a subúmido e semi-árido, com temperatura média anual de 23.4°C, precipitação pluviométrica média no ano de 889 mm e período chuvoso de maio a julho.

Relevo

O relevo, esculpido em rochas sedimentares da Bacia do Tucano, corresponde tabuleiros dissecados por drenagem relacionada à bacia hidrográfica do rio Vaza-Barris.

Geologia/Solo

O município está totalmente inserido na bacia sedimentar de Tucano (Mesozóico) e sua geologia engloba litótipos do grupo Massacará e formação Marizal.

Solos dos tipos alissolo, luvissolo, neossolo, planossolo salódico eutrófico e latossolo vermelho-amarelo distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por contato cerrado-caatinga-floresta estacional, contato caatinga-floresta estacional e contato cerrado-Caatinga. Parte da vegetação nativa foi substituída por pastos e culturas cíclicas.

Lendas da cidade

A lenda do Berrador: Conta-se que em Cícero Dantas vivia uma potestade assombrosa: um monstro com aparência de jumento, mas bípede e com garras afiadíssimas. Assombrava as imediações da Fazenda Baiacu, próximo a um enorme e antigo carvalho. De muito longe se ouvia seus aterrorizantes urros, pelo que ficou conhecido na região como o Berrador. Segundo a lenda, o Berrador atacava suas vítimas quando passavam pelo caminho que beirava o tal carvalho. Um simples arranhão de suas garras levaria qualquer pessoa a óbito em questão de minutos. Mas ele, frequentemente, não deixava pessoa escapar. Um certo dia, um jovem chamado Trajano, muito bem armado e com bastante coragem resolveu enfrentar a fera. Em uma luta ferrenha com o bicho, acabou por expulsá-lo daquela região, mas foi fatalmente ferido, e mal conseguiu chegar à sua casa, sendo recepcionado pelos seus ainda no caminho de volta, consegiu balbuçear essa história, e morreu.

A lenda do bode da faixa de ouro: Segundo essa lenda, em meados do mês de agosto, mês em que se comemora o aniversário da cidade, aparece, no monte Boqueirão, um bode com uma faixa encandescente de ouro puro. Ele pula de um lado para o outro, por sobre o vale, e quem conseguir tocar no bode, leva para si, sua faixa de ouro. Muitos tentaram, mas não conseguiram. Com o povoamento da cidade e o desmatamento, as aparições foram diminuindo e hoje quase não se ouve falar sobe essa lenda.

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
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