Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro
Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro | |
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Atividade | Transporte ferroviário |
Fundação | 1 de Abril de 1924 |
Destino | Extinta e integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses |
Encerramento | 1946 |
Área(s) servida(s) | Portugal |
Locais | Espinho, Sernada do Vouga, Aveiro, Viseu |
Antecessora(s) | Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger |
Sucessora(s) | Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses |
A Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, mais conhecida como Companhia para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro ou Companhia do Vouga, foi uma empresa portuguesa, formada a partir da Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger, para gerir a Linha do Vouga e o Ramal de Aveiro, em Portugal.[1]
História
Antecedentes
Dois alvarás, publicados em 11 de Julho de 1889 e 23 de Maio de 1901, autorizaram o empresário Frederico Pereira Palha a construir e explorar, ou a formar uma empresa com esse fim, por um período de 99 anos, uma ligação ferroviária entre a estação de Torre de Eita, na Linha de Santa Comba Dão a Viseu e a Estação de Espinho, na Linha do Norte, com um ramal entre Sever do Vouga e Aveiro.[1] O projecto, que tinha sido apresentado ao governo em 1897, foi aprovado em 30 de Outubro de 1903, tendo o contrato provisório sido assinado no dia 25 de Abril de 1904.[1] Frederico Pereira Palha transferiu, após ter sido autorizado por um decreto de 17 de Março de 1906, a sua concessão para a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger, uma nova companhia cujos estatutos foram publicados em 29 de Janeiro do ano seguinte[1]; o contrato definitivo com o Estado foi elaborado em 5 de Fevereiro, mas foi modificado pela lei n.º 789, datada de 25 de Agosto de 1917.[2]
A construção da Linha do Vouga e do respectivo Ramal de Aveiro avançou por fases, tendo estas ligações sido concluídas em 5 de Fevereiro de 1914.[1]
Formação
Na assembleia geral de 7 de Julho de 1923, a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger decidiu tornar-se uma empresa portuguesa, tendo sido publicados, em 24 de Outubro, os estatutos modificados para proceder a esta transformação, e, em 1 de Abril de 1924, apresentaram-se os novos estatutos, criando a Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, como uma nova entidade; uma divisão da empresa francesa, que estava responsável por explorar as linhas, denominada de Sociedade de Exploração, também foi modificada, passando a denominar-se Sociedade Portuguesa, cujos estatutos foram aprovados por uma portaria de 8 de Maio de 1926, e o projecto de contrato com a empresa principal foi aprovado por um decreto de 24 de Fevereiro de 1928.[1] De forma a consolidar a sua nacionalização, a empresa foi autorizada, pelo decreto 15509, de 26 de Maio de 1928, a emitir dois tipos de títulos, sendo um destes tipos para substituir os antigos títulos da companhia francesa.[3]; este documento foi modificado pelo decreto n.º 17982, datado de 18 de Fevereiro de 1930[4]
Um decreto de 15 de Novembro de 1926 concedeu à Companhia a continuação do Ramal de Aveiro até São Roque, e até Cantanhede, passando por Mira, Ílhavo e Vagos.[1]
Extinção
A lei n.º 2008, de 7 de Setembro de 1945, ordenou que o governo iniciasse o planeamento para a união de todas as concessões ferroviárias em Portugal, de bitolas estreita e larga, numa só, de forma a facilitar a sua gestão e eficiência[5]; a escritura de transferência desta empresa para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses foi assinada em 1946, e, no dia 1 de Janeiro de 1947, esta Companhia iniciou a exploração na Linha do Vouga e no Ramal de Aveiro.[6]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d e f g TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 135, 136
- ↑ PORTUGAL. Lei n.º 789, de 25 de Agosto de 1917. Ministério do Trabalho e Previdência Social - Repartição de Caminhos de Ferro. Paços do Governo da República
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 15:509, de 26 de Maio de 1928.Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos. Paços do Governo da República.
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 17:982, de 18 de Fevereiro de 1930.Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente. Paços do Governo da República.
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 2:008, de 7 de Setembro de 1945.Presidência da República - Secretaria. Publicado no Diário da República n.º 200, Série I, de 7 de Setembro de 1945. Paços do Governo da República.
- ↑ Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, 2006:62, 63
Bibliografia
- Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: Público-Comunicação Social S. A. e CP-Comboios de Portugal. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X