Eduardo Siqueira Campos

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Eduardo Siqueira Campos
Eduardo Siqueira Campos
Eduardo Siqueira Campos
Deputado estadual do Tocantins
Período 1º de fevereiro de 2015
a 1° de fevereiro de 2023
(2 mandatos consecutivos)
Senador pelo Tocantins
Período 1º de fevereiro de 1999
a 1º de fevereiro de 2007
Deputado federal pelo Tocantins
Período 3 de janeiro de 1989
a 1º de janeiro de 1993
(2 mandatos consecutivos)[a]
2.º Prefeito de Palmas
Período 1º de janeiro de 1993
a 1º de janeiro de 1997
Antecessor(a) Fenelon Barbosa
Sucessor(a) Odir Rocha
Dados pessoais
Nome completo José Eduardo Siqueira Campos
Nascimento 4 de março de 1959 (65 anos)
Campinas, SP
Progenitores Mãe: Aureni Siqueira Campos
Pai: José Wilson Siqueira Campos
Alma mater Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB)
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Esposa Polyanna Marques Siqueira Campos
Partido DEM (2018–2022)
UNIÃO (2022)
PL (2022–2023)
PODE (2023–Presente)
Profissão empresário, pedagogo, político

José Eduardo Siqueira Campos GOMM (Campinas, 4 de março de 1959) é um empresário, pedagogo e político brasileiro filiado ao Podemos (PODE). Representou o Tocantins como senador e deputado federal. Atualmente, é deputado estadual do mesmo estado por dois mandatos.[2][3] Também foi prefeito de Palmas, capital do respectivo estado.[4][5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Filho de Aureni Siqueira Campos e José Wilson Siqueira Campos. Formado em Pedagogia pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília em 1985, acompanhou as articulações de seu pai em favor da criação do Tocantins pela nova Constituição.[6] Mediante o êxito da proposta, seu pai elegeu-se governador e Eduardo Siqueira Campos elegeu-se deputado federal pelo novo estado via PDC em 1988 sendo reeleito em 1990.[2][7][4][nota 1] No curso do mandato votou a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992,[8] mesmo ano onde foi eleito prefeito de Palmas.[nota 2] Durante o mandato migrou para legendas como PPR e PPB antes de acompanhar seu pai na filiação ao PFL.[nota 3]

Em 1998 seu pai renunciou ao mandato de governador para disputar a reeleição, embora pudesse fazê-lo no exercício do cargo.[9] Tal manobra foi executada para permitir a candidatura de Eduardo Siqueira Campos a senador, algo proibido pela Constituição caso seu genitor estivesse à frente do Palácio Araguaia e como o Executivo estadual foi entregue a Raimundo Boi, Siqueira Campos pôde ser reconduzido ao poder e seu filho assegurou um mandato de senador.[3][4] Candidato a reeleição via PSDB em 2006, foi derrotado pela candidata do PFL, Kátia Abreu.

Após deixar o Senado Federal tornou-se presidente das afiliadas da Rede Record no Tocantins (TV Jovem Palmas, TV Jovem Araguaína e TV Jovem Gurupi), afastando-se das atividades partidárias e político-eleitorais durante algum tempo. Como empresário liderou a reformulação empresarial do grupo de comunicação que consolidou a liderança da emissora da rádio Jovem Palmas FM e levou a vice-liderança as outras emissoras de televisão sob sua gestão nas três maiores cidades do estado.

Em 2005, ainda como senador, foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial.[1]

Durante o quarto mandato de seu pai como governador do Tocantins foi secretário de Planejamento e depois secretário de Relações Institucionais,[10] cargos aos quais renunciou para eleger-se deputado estadual via PTB em 2014 e reeleger-se pelo DEM em 2018.[4]

Se filiou ao Podemos em 2023.[11]

Na prefeitura de Palmas[editar | editar código-fonte]

Com quadro político adverso, sendo oposição nos níveis estadual e federal, Eduardo Siqueira Campos liderou a campanha vitoriosa que terminou o pleito com 67% dos votos válidos, tornando-se o primeiro prefeito eleito da capital do Tocantins. Durante o mandato, marcou a cidade com a implantação do traçado urbanístico monumental, ousado e moderno que ainda caracterizam Palmas. Investiu nas primeiras obras de saneamento básico da capital, levando esgoto e água tratada a maior parte do plano diretor.

Eduardo Siqueira Campos também deu início e consolidou vários bairros de Palmas, como os setores Jardim Aureny e as antigas ARNOS, região norte da cidade cuja ocupação ocorreu majoritariamente por meio de invasão. Nas ARNOS, setor também conhecido como Vila União, Eduardo promoveu forte intervenção urbanística, construindo milhares de casas, em substituição aos barracos de lona e palha, e pavimentando diversas quadras, após o grande incêndio sofrido em 1993.

Governou a cidade de 1º de janeiro de 1993 a 1º de janeiro de 1997 com ampla aprovação popular. Eduardo Siqueira Campos construiu nesse período as obras que ainda hoje compõem o grupo dos maiores equipamentos socioculturais de Palmas e que marcam pela grandeza e utilidade para a população do estado, como o Espação Cultural de Palmas e o Ginásio Ayrton Senna. Em 18 de abril de 1993 lançou a pedra fundamental da Escola Técnica Federal de Palmas, hoje IFTO, campus Palmas.

Família[editar | editar código-fonte]

Eduardo Siqueira Campos é casado com Polyanna Marques Siqueira Campos e é pai de sete filhos. Em 2011, perdeu o seu filho, Gabriel Marques Siqueira Campos, de apenas onze anos num trágico acidente aéreo.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Foi um dos alvos da 12ª fase da Operação Acrônimo, levado a depor coercitivamente em novembro de 2016, depois de ter sido mencionado na delação premiada de Benedito Oliveira.[12] Benedito disse ter pago propina para o político em 2012, quando o pai dele, José Wilson Siqueira Campos, era governador do Tocantins.[12]

Em fevereiro de 2017 foi deflagrada a 3º fase da Operação Ápia, após a descoberta de um novo núcleo criminoso, que segundo as investigações do Ministério Público Federal e a Polícia Federal era ligado ao deputado Siqueira Campos.[13] O deputado era o suposto beneficiado de um esquema de corrupção na Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans).[13]

É investigado pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal no âmbito das operações Ápia[13] e Acrônimo.[12]

Notas

  1. Siqueira Campos, o pai, elegeu-se deputado federal por Goiás em 1970, 1974, foi suplente sendo efetivado após 1978 e conquistou novos mandatos em 1982 e 1986.
  2. Para assumir a prefeitura de Palmas renunciou ao mandato de deputado federal em prol de Darci Coelho.
  3. O Partido Progressista Reformador (PPR) é resultado da fusão entre o Partido Democrático Social (PDS) e o Partido Democrata Cristão (PDC) em 1993 enquanto o Partido Progressista Brasileiro (PPB) surgiu em 1995 após a fusão entre o PPR e a primeira versão do Partido Progressista.
  1. Devido às eleições em 1988 ocorrerem em paralelo à 48.ª legislatura (1987–1991), os deputados tocantinenses assumiram mandato apenas em janeiro de 1989. Reeleito nas eleições em 1990, realizadas para coincidir com o início da 49.ª legislatura (1991–1995), renuncia em 1º de janeiro de 1993 para assumir a prefeitura de Palmas.

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 22 de março de 2005.
  2. a b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Eduardo Siqueira Campos». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  3. a b «Senado Federal do Brasil: senador Eduardo Siqueira Campos». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  4. a b c d «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  5. «Biografia de Eduardo Siqueira Campos no CPDOC/FGV». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  6. «BRASIL. Presidência da República: Constituição de 1988». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  7. «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  8. «Governistas tentaram evitar implosão (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 30/09/1992. Brasil, p. 1-8.». Consultado em 21 de dezembro de 2019 
  9. Governador de Tocantins renuncia ao cargo (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 06/04/1998. Brasil, p. 1-7. Página visitada em 23 de dezembro de 2019.
  10. «TOCANTINS. Secretaria de Comunicação: Eduardo Siqueira Campos deixa cargo de secretário de Estado das Relações Institucionais». Consultado em 23 de dezembro de 2019 
  11. Tocantins, Atitude (28 de setembro de 2023). «Tiago Dimas usa Rede social X, ex-Twitter para anunciar filiação de Eduardo Siqueira no Podemos». Atitude Tocantins. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  12. a b c «PF apura irregularidades no Detran de TO em nova fase da Acrônimo». G1 DF. globo.com. 30 de novembro de 2016. Consultado em 25 de fevereiro de 2017 
  13. a b c «Núcleo criminoso preso nesta terça pela Operação Ápia, é ligado a Eduardo Siqueira». Folha do Bico. 7 de fevereiro de 2017. Consultado em 25 de fevereiro de 2017