História da filosofia no Brasil: diferenças entre revisões

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'''História da Filosofia no Brasil''' refere-se à história do pensamento filosófico no Brasil desde o século XVI até a atualidade. Compreende-se por pensamento filosófico no Brasil um duplo projeto, a construção de linhas de interpretação do pensamento filosófico à luz das circunstâncias da realidade brasileira e a construção de linhas de pensamento filosófico oriundas da brasilidade ou pertinentes à brasilidade ou correspondentes à nacionalidade brasileira dos autores. É correlata a noção de história de filosofia no Brasil às de história de filosofias nacionais ou circunscritas a tradições culturais geograficamente determinadas. <ref> Ver, p.ex., verbete filosofia no Brasil in MARCONDES, D. e JAPIASSÚ, H. Pequeno dicionário de filosofia. RJ: Zahar, 1996. pp.100-102.</ref>
'''História da Filosofia no Brasil''' refere-se à [[história do pensamento]] filosófico no [[Brasil]] desde o [[século XVI]] até a atualidade. Compreende-se por [[pensamento]] filosófico no Brasil um duplo projeto, a construção de linhas de interpretação do pensamento filosófico à luz das circunstâncias da realidade brasileira e a construção de linhas de pensamento filosófico oriundas da brasilidade ou pertinentes à brasilidade ou correspondentes à [[nacionalidade brasileira]] dos [[autor]]es. É correlata a noção de história de filosofia no Brasil às de história de filosofias nacionais ou circunscritas a tradições culturais geograficamente determinadas. <ref> Ver, p.ex., verbete filosofia no Brasil in MARCONDES, D. e JAPIASSÚ, H. Pequeno dicionário de filosofia. RJ: Zahar, 1996. pp.100-102.</ref>


Cruz Costa já anunciara que a investigação filosófica do "tema nacional" era algo nebuloso. Por um lado, a produção de conhecimento filosófico se dá em diálogo com o produção do conhecimento científico e a vida econômica, política, social e cultural de cada sociedade, em seu espaço e tempo determinados. Por outro lado, Cruz Costa aponta que o enfrentamento cultural que foi a chegada dos europeus às Américas implicou em um elemento novo no processo de modernização pelo qual passava a Europa, e gerou, simultaneamente uma relação mimética com a cultura europeia. <ref> Ver "A filosofia e a evolução histórica nacional" publicado em COSTA, J.C. A filosofia no Brasil - ensaios. Porto Alegre: Globo, 1945.</ref>
[[João Cruz Costa]] já anunciara que a investigação filosófica do "tema nacional" era algo nebuloso. Por um lado, a produção de conhecimento filosófico se dá em [[diálogo]] com a produção do [[conhecimento científico]] e a vida [[econômica]], [[política]], [[social]] e [[cultural]] de cada [[sociedade]], em seu espaço e tempo determinados. Por outro lado, Cruz Costa aponta que o enfrentamento cultural que foi a chegada dos europeus às [[Américas]] implicou em um elemento novo no processo de [[modernização]] pelo qual passava a [[Europa]], e gerou, simultaneamente uma relação [[Mimetismo|mimética]] com a [[cultura europeia]]. <ref> Ver "A filosofia e a evolução histórica nacional" publicado em COSTA, J.C. A filosofia no Brasil - ensaios. Porto Alegre: Globo, 1945.</ref>
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==A legitimidade de uma filosofia no Brasil==
A expressão "filosofia no Brasil" foi utilizada por Silvio Romero, em sua obra historiográfica, A filosofia no Brasil (1878).


== A legitimidade de uma filosofia no Brasil ==
A primeira metodologia de estudo de filosofia no Brasil foi o método da [[Ratio Studiorum]] introduzido pelos jesuítas no século XVI. Um segundo método comum no país foi o ensaio livre, com uma filosofia sem referência à tradição. O modo moderno de se estudar filosofia teve início na década de 40 com a missão francesa na USP, é o método historiográfico. Foi introduzido por Guéroult e Goldschmidt. O estudo da história da filosofia baseado apenas em comentários ocasionou a pouca produtividade filosófica no país. Uma tentativa menos divulgada é a temática.


A expressão "filosofia no Brasil" foi utilizada por [[Sílvio Romero]], em sua obra [[Historiografia|historiográfica]], ''A filosofia no Brasil'' ([[1878]]).
Um dos primeiros compiladores contemporâneos da Filosofia no Brasil foi João Cruz Costa (1904-1978), autor de Contribuição à História das Idéias no Brasil (1949), que é citado por Leopoldo Zea (1912-2004) em seu Pensamiento Latinoamericano (1965, segunda edição de Dos etapas del pensamiento en hispanoamérica, de 1949), utiliza o método historiográfico citado acima, o qual se baseia na perspectiva do papel das ideias na condução da história política e econômica, em disputa com uma perspectiva dialética que identifica a conjuntura socioeconômica como o berço no qual são acalentadas as ideias, críticas ou ideológicas. Em muitos casos a história da filosofia no Brasil tem sido um registro ou coleção de temas e conteúdos elaborados por pensadores que atuaram neste espaço geográfico. Há uma certa hegemonia do primeiro grupo, nos estudos do pensamento brasileiro, o que pode ser notado por meio de visita ao Blog Textos de Filosofia Brasileira, alimentado pelo Prof. Dr. Luiz Alberto Cerqueira (IFCS/UFRJ). Diferentemente, a concepção de Cruz Costa é de o Brasil ser um país de contrastes, que precisa ser compreendido em meio a esses dilemas, assim, também, a produção de ideias, até mesmo as ideias filosóficas.<ref>COSTA, João Cruz. . Contribuição à História das idéias no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1956.</ref>


A primeira [[metodologia]] de estudo de filosofia no Brasil foi o método da ''[[Ratio Studiorum]]'' introduzido pelos [[jesuíta]]s no século XVI. Um segundo método comum no país foi o ensaio livre, com uma filosofia sem referência à [[tradição]]. O modo moderno de se estudar filosofia teve início na [[década de 1940]] com a missão francesa na [[USP]], é o método historiográfico. Foi introduzido por [[Martial Gueroult]] e [[Victor Goldschmidt]]. O estudo da história da filosofia baseado apenas em comentários ocasionou a pouca produtividade filosófica no país. Uma tentativa menos divulgada é a [[temática]].
==A história da filosofia no Brasil==
Antônio Paim um dos principais pesquisadores do pensamento brasileiro classifica nossos pensadores segundo a estrutura apresentada a seguir: <ref>PAIM, Antônio. O estudo do pensamento filosófico brasileiro. 1a. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.</ref> período colonial, período imperial e período republicano. Como se nota, essa periodização respeita à clássica divisão historiográfica da história nacional, procura-se, por meio dela, agrupar pensadores por meio dos períodos históricos, sem necessariamente relacioná-los à conjuntura social, econômica, política e cultural nas quais produzem suas obras. Por exemplo, não há, na obra de Paim, discussões sobre o papel do aristotelismo no pensamento colonial e suas conexões, ou inexistência delas, com a economia escravagista. Parece, por conseguinte, necessário avançar por uma perspectiva historiográfica que faça tais conexões.


Um dos primeiros compiladores contemporâneos da Filosofia no Brasil foi [[João Cruz Costa]] ([[1904]]-[[1978]]), [[autor]] de ''Contribuição à História das Idéias no Brasil'' ([[1949]]), que é citado por [[Leopoldo Zea Aguilar]] ([[1912]]-[[2004]]) em seu ''Pensamiento Latinoamericano'' ([[1965]], segunda edição de ''Dos etapas del pensamiento en hispanoamérica'', de [[1949]]), utiliza o método historiográfico citado acima, o qual se baseia na perspectiva do papel das ideias na condução da história política e econômica, em disputa com uma perspectiva [[dialética]] que identifica a conjuntura socioeconômica como o berço no qual são acalentadas as ideias, [[crítica]]s ou [[ideologia]]s. Em muitos casos a história da filosofia no Brasil tem sido um registro ou coleção de temas e conteúdos elaborados por [[pensador]]es que atuaram neste espaço geográfico. Há uma certa hegemonia do primeiro grupo, nos estudos do pensamento brasileiro, o que pode ser notado por meio de visita ao Blog Textos de Filosofia Brasileira, alimentado pelo Prof. Dr. Luiz Alberto Cerqueira (IFCS/UFRJ). Diferentemente, a concepção de Cruz Costa é de o Brasil ser um país de contrastes, que precisa ser compreendido em meio a esses [[dilema]]s, assim, também, a produção de ideias, até mesmo as ideias filosóficas.<ref>COSTA, João Cruz. . Contribuição à História das idéias no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1956.</ref>
==Período Colonial==


== A história da filosofia no Brasil ==
'''SÉCULO XVI'''

Antônio Paim um dos principais pesquisadores do pensamento brasileiro classifica nossos pensadores segundo a estrutura apresentada a seguir: <ref>PAIM, Antônio. O estudo do pensamento filosófico brasileiro. 1a. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.</ref> período colonial, [[Império do Brasil|período imperial]] e [[Brasil República|período republicano]]. Como se nota, essa periodização respeita à clássica divisão historiográfica da [[História do Brasil|história nacional]], procura-se, por meio dela, agrupar [[pensador]]es por meio dos períodos históricos, sem necessariamente relacioná-los à conjuntura social, econômica, política e cultural nas quais produzem suas obras. Por exemplo, não há, na obra de Paim, discussões sobre o papel do [[aristotelismo]] no pensamento colonial e suas conexões, ou inexistência delas, com a [[Modo de produção escravista|economia escravagista]]. Parece, por conseguinte, necessário avançar por uma perspectiva historiográfica que faça tais conexões.

=== Período Colonial ===

==== Século XVI ====
A filosofia foi introduzida no Brasil pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda. Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo [[tomismo]].
A filosofia foi introduzida no [[Brasil Colônia]] pelos [[colégio]]s [[jesuíta]]s. Em [[1572]], começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em [[1580]], no Colégio de Olinda. Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo [[tomismo]].


'''SÉCULO XVII'''
==== Século XVII ====


Em 1638, a filosofia passou a ser ensinada em nível superior no Colégio do Rio. O pensamento predominante nesses educandários era o tomismo. Os temas debatidos eram os da Escolástica portuguesa: Dogmatismo, ortodoxia. As decisões do Concílio de Trento tinham influência sobre esse ensino. Essas correntes filosóficas europeias tiveram suas correspondências no país. Os representantes foram Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, [[Nuno Marques Pereira]] e Souza Nunes. Esta filosofia é conhecida como “saber de salvação”. Sobressai-se também o padre Vieira com a sua moral da ação.
Em [[1638]], a filosofia passou a ser ensinada em nível superior no Colégio do Rio. O pensamento predominante nesses educandários era o tomismo. Os temas debatidos eram os da [[Escolástica]] portuguesa: [[Dogmatismo]], [[ortodoxia]]. As decisões do [[Concílio de Trento]] tinham influência sobre esse ensino. Essas correntes filosóficas europeias tiveram suas correspondências no país. Os representantes foram [[Manoel da Nóbrega]], [[Diogo Gomes Carneiro]], [[Nuno Marques Pereira]] e Souza Nunes. Esta filosofia é conhecida como "saber de salvação." Sobressai-se também o [[padre Vieira]] com a sua [[moral]] da [[ação]].


'''SÉCULO XVIII'''
==== Século XVIII ====


Até a segunda metade do século XVIII, o tomismo foi predominante. Com as reformas do [[Marquês de Pombal]] surgiu o empirismo mitigado que era caracterizado por uma visão cientificista. [[Silvestre Pinheiro Ferreira]] introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo.
Até a segunda metade do [[século XVIII]], o [[tomismo]] foi predominante. Com as reformas do [[Marquês de Pombal]] surgiu o [[empirismo]] mitigado que era caracterizado por uma visão [[Cientificismo|cientificista]]. [[Silvestre Pinheiro Ferreira]] introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando [[Aristóteles]] com base no empirismo.


==Período Imperial==
=== Período Imperial ===


==== Século XIX ====
'''SÉCULO XIX'''


O ecletismo foi representado por Eduardo Ferreira França e [[Gonçalves de Magalhães]]. Surgiu como uma aproximação do espiritualismo do empirismo.
O [[ecletismo]] foi representado por Eduardo Ferreira França e [[Gonçalves de Magalhães]]. Surgiu como uma aproximação do [[espiritualismo]] ao [[empirismo]].
A partir desta corrente veio um período chamado por Sílvio Romero de “surto de novas ideias”. A elite brasileira se rendeu às ideias positivistas.
A partir desta corrente veio um período chamado por Sílvio Romero de "surto de novas ideias". A elite brasileira se rendeu às ideias positivistas.
O positivismo teve forte influência na cultura brasileira. Os seus representantes foram Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Lins, Júlio de Castilhos e Benjamin Constant Botelho de Magalhães.
O [[positivismo]] teve forte influência na [[cultura brasileira]]. Os seus representantes foram [[Miguel Lemos]], [[Raimundo Teixeira Mendes]], [[Luís Pereira Barreto]], Alberto Sales, [[Pedro Lessa]], Paulo Egydio, [[Ivan Monteiro de Barros Lins]], [[Júlio de Castilhos]] e [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães]].
A Escola de Recife entrou em contraposição aos positivistas. Os destaques desses grupos são [[Tobias Barreto]], [[Sílvio Romero]], Arthur Orlando. Corrente herdeira do kantismo. Barreto põe em evidência o problema da cultura.
A Escola de Recife entrou em contraposição aos positivistas. Os destaques desses grupos são [[Tobias Barreto]], [[Sílvio Romero]], Arthur Orlando. Corrente herdeira do [[Immanuel Kant|kantismo]]. Barreto põe em evidência o problema da cultura.


==Período Republicano==
=== Período Republicano ===


==== Século XX ====
'''SÉCULO XX'''


O culturalismo é uma das mais importantes correntes filosóficas do século. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Seus principais filósofos foram Washington Vita, Miguel Reale, Farias Brito. Esta corrente quebra o cientificismo vigente no país.
O [[culturalismo]] é uma das mais importantes correntes filosóficas do século. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Seus principais filósofos foram Washington Vita, [[Miguel Reale]], [[Raimundo de Farias Brito]]. Esta corrente quebra o [[cientificismo]] vigente no país.
O castilhismo teve algumas representações como Borges de Medeiros. Uma tendência política que via o Estado como regenerador e modernizador da sociedade.
O [[castilhismo]] teve algumas representações como [[Borges de Medeiros]]. Uma tendência política que via o Estado como regenerador e modernizador da [[sociedade]].
Destacam-se também os espiritualistas como Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima e Leonardo Van Acker, cujos pensamentos caracterizam-se como um humanismo cristão. Urbano Zilles é o herdeiro desta tendência. O neo-tomismo possibilitou novas posturas dentro do pensamento católico.
Destacam-se também os espiritualistas como [[Leonel Franca]], [[Alceu Amoroso Lima]] e [[Leonardo Van Acker]], cujos pensamentos caracterizam-se como um [[humanismo cristão]]. [[Urbano Zilles]] é o herdeiro desta tendência. O [[neotomismo]] possibilitou novas posturas dentro do pensamento católico.
Os pensadores do projeto hegelo-existencialista da libertação são [[Henrique Cláudio de Lima Vaz]], [[Leonardo Boff]] e [[Paulo Freire]]. A característica desses pensadores é partir das causas sociais geradoras da miséria e propor a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e teológica.
Os pensadores do projeto hegelo-existencialista da libertação são [[Henrique Cláudio de Lima Vaz]], [[Leonardo Boff]] e [[Paulo Freire]] (''ver: [[teologia da libertação]]''). A característica desses pensadores é partir das causas sociais geradoras da [[miséria]] e propor a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e [[teologia|teológica]].
Outro grupo que destaca-se é o marxista, dentre seus pensadores houve intelectuais como Leoncio Basbaum e Caio Prado Júnior.
Outro grupo que destaca-se é o [[marxista]], dentre seus pensadores houve intelectuais como [[Leôncio Basbaum]] e [[Caio Prado Júnior]].
As correntes de filosofia no Brasil seguiram (seguem)os modelos do Norte. Pouco houve esforço por construir uma hermenêutica ou uma proposta filosófica propriamente brasileira. O mais próximo a isso foi a latino-americanidade da filosofia da libertação, que ainda deixa alguns rastos no caminho.
As correntes de filosofia no Brasil seguiram (seguem) os modelos do Norte. Pouco houve esforço por construir uma [[hermenêutica]] ou uma proposta filosófica propriamente brasileira. O mais próximo a isso foi a latino-americanidade da filosofia da libertação, que ainda deixa alguns rastos no caminho.
Temos nas universidades e cursos de pós-graduação a preponderância da filosofia analítica, em especial de estilo anglo saxão, com alguns recortes da mesma corrente filosófica de origem alemã. Há, ainda, a forte presença de três outras correntes, a teoria crítica, alemã, o estruturalismo e o desconstrucionismo, ambos franceses.
Temos nas universidades e cursos de pós-graduação a preponderância da [[filosofia analítica]], em especial de estilo [[anglo-saxão]], com alguns recortes da mesma corrente filosófica de origem alemã. Há, ainda, a forte presença de três outras correntes, a [[teoria crítica]], alemã, o [[estruturalismo]] e o [[desconstrucionismo]], ambos franceses.
Entre os pensadores brasileiros que seguiram a corrente marxista, em suas refundações, deve-se destacar a presença de Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder.


Entre os pensadores brasileiros que seguiram a corrente marxista, em suas refundações, deve-se destacar a presença de [[Carlos Nelson Coutinho]] e [[Leandro Konder]]. Na contramão desta corrente, posicionam-se [[José Osvaldo de Meira Penna]], [[Olavo de Carvalho]] e [[Luiz Felipe Pondé]] (entre outros), representantes do [[conservadorismo]] na filosofia nacional.
==Ensino de filosofia no Brasil==


== Ensino de filosofia no Brasil ==
A retomada do Ensino da Filosofia nos Ensino Fundamental e Médio


=== A retomada do Ensino da Filosofia nos Ensino Fundamental e Médio ===
O Ensino da Filosofia havia como parte obrigatória do ensino médio até o início da Ditadura Militar de 1964. A Lei 5692/71 extirpou essa obrigatoriedade, pela compreensão que à sociedade interessava uma formação tecnocrática. Os resultados foram funestos. A retomada do ensino da filosofia no ensino médio, a partir da década de 1990, com a criação dos parâmetros curriculares, em resposta à Lei 9394/96, a LDB, oferece uma visão do que seria imprescindível de ser ensinado. Neste sentido, vale recordar que durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a obrigatoriedade do ensino da Filosofia não havia. Foi durante o governo de Luís Ignácio Lula da Silva que seu ensino tornou-se obrigatório. Isso abriu um campo de trabalho que estava represado para os licenciados em Filosofia (que antes deviam se restringir a serem professores de História, Sociologia ou Geografia).


O Ensino da Filosofia havia como parte obrigatória do ensino médio até o início da [[Regime militar no Brasil|Ditadura Militar de 1964]]. A Lei 5692/71 extirpou essa obrigatoriedade, pela compreensão que à sociedade interessava uma formação [[Tecnocracia|tecnocrática]]. Os resultados foram funestos. A retomada do ensino da filosofia no [[ensino médio]], a partir da [[década de 1990]], com a criação dos parâmetros curriculares, em resposta à Lei 9394/96, a LDB, oferece uma visão do que seria imprescindível de ser ensinado. Neste sentido, vale recordar que durante o governo [[Fernando Henrique Cardoso]], a obrigatoriedade do ensino da Filosofia não havia. Foi durante o governo de [[Luiz Inácio Lula da Silva]] que seu ensino tornou-se obrigatório. Isso abriu um campo de trabalho que estava represado para os [[Licenciatura|licenciados]] em Filosofia (que antes deviam se restringir a serem [[professor]]es de [[História]], [[Sociologia]] ou [[Geografia]]).
O Ensino de Filosofia no Brasil tem que ser avaliado a partir de alguns parâmetros fundamentais. Primeiramente, deve ser identificado o processo de formação de docentes para o ensino de filosofia, em segundo lugar o material didático utilizado, em terceiro lugar os efeitos desse ensino para a sociedade - e sobre este aspecto as avaliações nunca estão a ser elaboradas. O processo de formação de docentes se dá por meio dos cursos de graduação em Filosofia. Por meio desses cursos, a licenciatura atende a uma formação que permite aos discentes se apropriarem dos campos teórico, prática e metafilosófico da disciplina, além de receberem os insumos pedagógicos básicos para o desempenho da função docente.

O Ensino de Filosofia no Brasil tem que ser avaliado a partir de alguns parâmetros fundamentais. Primeiramente, deve ser identificado o processo de formação de [[docente]]s para o ensino de filosofia, em segundo lugar o material didático utilizado, em terceiro lugar os efeitos desse ensino para a sociedade - e sobre este aspecto as avaliações nunca estão a ser elaboradas. O processo de formação de docentes se dá por meio dos cursos de [[graduação]] em Filosofia. Por meio desses cursos, a licenciatura atende a uma formação que permite aos [[discente]]s se apropriarem dos campos teórico, prática e [[Metafilosofia|metafilosófico]] da disciplina, além de receberem os insumos pedagógicos básicos para o desempenho da função docente.


Teríamos que nos perguntar: qual papel cumprem esses novos professores? Em função dessa questão, os encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof) têm procurado criar espaços para avaliar como essa função docente tem ocorrido. Isso também tem sido objeto de discussão em grupos da Associação Nacional de Pós-Graduação em Pedagogia (Anped).
Teríamos que nos perguntar: qual papel cumprem esses novos professores? Em função dessa questão, os encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof) têm procurado criar espaços para avaliar como essa função docente tem ocorrido. Isso também tem sido objeto de discussão em grupos da Associação Nacional de Pós-Graduação em Pedagogia (Anped).


Em relação aos livros didáticos de Filosofia para o Ensino Médio, temos que observar que há uma ampla variedade. Todos produzidos por professores doutores em Filosofia. Durante algum tempo foi praticamente um best-seller o livro da Profa. Marilena Chauí (Chauí, M. Convite à Filosofia, SP: Àtica, 2000). Vários outros livros têm se apresentado e, atualmente, vários professores do ensino médio utilizam blogues e outros meios de difusão de informações filosóficas.
Em relação aos livros didáticos de Filosofia para o Ensino Médio, temos que observar que há uma ampla variedade. Todos produzidos por professores doutores em Filosofia. Durante algum tempo foi praticamente um best-seller o livro da Profa. Marilena Chauí (Chauí, M. Convite à Filosofia, SP: Àtica, 2000). Vários outros livros têm se apresentado e, atualmente, vários professores do ensino médio utilizam [[blog]]ues e outros meios de difusão de informações filosóficas.


Todas essas questões, entretanto, não permitem notar quão profusa e profundamente o ensino de filosofia tem interferência na construção das visões de mundo das cidadãs e cidadãos no Brasil.
Todas essas questões, entretanto, não permitem notar quão profusa e profundamente o ensino de filosofia tem interferência na construção das visões de mundo das cidadãs e cidadãos no Brasil.


Ensino universitário de Filosofia
=== Ensino universitário de Filosofia ===


Em 2004, o INEP registrava a existência de 56 cursos de graduação em Filosofia, e a comunidade filosófica 91. Esses dados não estão checados novamente, e faltam maiores informações. Sobre as condições de formação do professor de filosofia para o ensino médio ver Fávero, Altair et al. "O ensino da filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais" In Cadernos CEDES, Campinas, 24 (64), pp. 257-284, set/dez 2004.
Em [[2004]], o [[INEP]] registrava a existência de 56 cursos de graduação em Filosofia, e a comunidade filosófica 91. Esses dados não estão checados novamente, e faltam maiores informações. Sobre as condições de formação do professor de filosofia para o ensino médio ver Fávero, Altair et al. "O ensino da filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais" In Cadernos CEDES, Campinas, 24 (64), pp. 257-284, set/dez 2004.


== Ver também ==

* [[Anti-intelectualismo]]
* [[Artes liberais]]
* [[Filosofia moderna]]
* [[Guia Politicamente Incorreto da Filosofia]]
* [[História da filosofia]]
* [[História da filosofia ocidental]]
* [[Instituto Brasileiro de Filosofia]]
* [[Lógica]]
* [[Marxismo cultural]]

== Bibliografia ==

* O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras (em dois volumes). Olavo de Carvalho, [[Faculdade da Cidade]], [[1997]]. ISBN 9788588062320
* Diário de um Filósofo no Brasil. Júlio Cabrera, Editora [[Unijuí]], [[2010]]. ISBN 9788574298795
* Historia Da Filosofia No Brasil (volume 1 de 4). Jorge Jaime, [[Editora Vozes]], [[1997]]. ISBN 9788532618818


{{Referências}}
{{Referências}}

== Ligações externas ==

* [http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/QTMFB.pdf ECSBDefesa] - Quem tem medo da filosofia brasileira? [[Artigo (publicações)|Artigo]] de Ricardo Vélez Rodríguez. Acessado em 13/08/2013.
* [http://www.estudosibericos.com/ Estudos Ibéricos (Ibérica)] - Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos. Acessado em 13/08/2013.
* [http://www.institutodefilosofia.com.br/pdf/grandes_fb.pdf Instituto de Filosofia] - Grandes filósofos brasileiros. Acessado em 13/08/2013.

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Revisão das 16h13min de 13 de agosto de 2013

História da Filosofia no Brasil refere-se à história do pensamento filosófico no Brasil desde o século XVI até a atualidade. Compreende-se por pensamento filosófico no Brasil um duplo projeto, a construção de linhas de interpretação do pensamento filosófico à luz das circunstâncias da realidade brasileira e a construção de linhas de pensamento filosófico oriundas da brasilidade ou pertinentes à brasilidade ou correspondentes à nacionalidade brasileira dos autores. É correlata a noção de história de filosofia no Brasil às de história de filosofias nacionais ou circunscritas a tradições culturais geograficamente determinadas. [1]

João Cruz Costa já anunciara que a investigação filosófica do "tema nacional" era algo nebuloso. Por um lado, a produção de conhecimento filosófico se dá em diálogo com a produção do conhecimento científico e a vida econômica, política, social e cultural de cada sociedade, em seu espaço e tempo determinados. Por outro lado, Cruz Costa aponta que o enfrentamento cultural que foi a chegada dos europeus às Américas implicou em um elemento novo no processo de modernização pelo qual passava a Europa, e gerou, simultaneamente uma relação mimética com a cultura europeia. [2]

A legitimidade de uma filosofia no Brasil

A expressão "filosofia no Brasil" foi utilizada por Sílvio Romero, em sua obra historiográfica, A filosofia no Brasil (1878).

A primeira metodologia de estudo de filosofia no Brasil foi o método da Ratio Studiorum introduzido pelos jesuítas no século XVI. Um segundo método comum no país foi o ensaio livre, com uma filosofia sem referência à tradição. O modo moderno de se estudar filosofia teve início na década de 1940 com a missão francesa na USP, é o método historiográfico. Foi introduzido por Martial Gueroult e Victor Goldschmidt. O estudo da história da filosofia baseado apenas em comentários ocasionou a pouca produtividade filosófica no país. Uma tentativa menos divulgada é a temática.

Um dos primeiros compiladores contemporâneos da Filosofia no Brasil foi João Cruz Costa (1904-1978), autor de Contribuição à História das Idéias no Brasil (1949), que é citado por Leopoldo Zea Aguilar (1912-2004) em seu Pensamiento Latinoamericano (1965, segunda edição de Dos etapas del pensamiento en hispanoamérica, de 1949), utiliza o método historiográfico citado acima, o qual se baseia na perspectiva do papel das ideias na condução da história política e econômica, em disputa com uma perspectiva dialética que identifica a conjuntura socioeconômica como o berço no qual são acalentadas as ideias, críticas ou ideologias. Em muitos casos a história da filosofia no Brasil tem sido um registro ou coleção de temas e conteúdos elaborados por pensadores que atuaram neste espaço geográfico. Há uma certa hegemonia do primeiro grupo, nos estudos do pensamento brasileiro, o que pode ser notado por meio de visita ao Blog Textos de Filosofia Brasileira, alimentado pelo Prof. Dr. Luiz Alberto Cerqueira (IFCS/UFRJ). Diferentemente, a concepção de Cruz Costa é de o Brasil ser um país de contrastes, que precisa ser compreendido em meio a esses dilemas, assim, também, a produção de ideias, até mesmo as ideias filosóficas.[3]

A história da filosofia no Brasil

Antônio Paim um dos principais pesquisadores do pensamento brasileiro classifica nossos pensadores segundo a estrutura apresentada a seguir: [4] período colonial, período imperial e período republicano. Como se nota, essa periodização respeita à clássica divisão historiográfica da história nacional, procura-se, por meio dela, agrupar pensadores por meio dos períodos históricos, sem necessariamente relacioná-los à conjuntura social, econômica, política e cultural nas quais produzem suas obras. Por exemplo, não há, na obra de Paim, discussões sobre o papel do aristotelismo no pensamento colonial e suas conexões, ou inexistência delas, com a economia escravagista. Parece, por conseguinte, necessário avançar por uma perspectiva historiográfica que faça tais conexões.

Período Colonial

Século XVI

A filosofia foi introduzida no Brasil Colônia pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda. Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo tomismo.

Século XVII

Em 1638, a filosofia passou a ser ensinada em nível superior no Colégio do Rio. O pensamento predominante nesses educandários era o tomismo. Os temas debatidos eram os da Escolástica portuguesa: Dogmatismo, ortodoxia. As decisões do Concílio de Trento tinham influência sobre esse ensino. Essas correntes filosóficas europeias tiveram suas correspondências no país. Os representantes foram Manoel da Nóbrega, Diogo Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes. Esta filosofia é conhecida como "saber de salvação." Sobressai-se também o padre Vieira com a sua moral da ação.

Século XVIII

Até a segunda metade do século XVIII, o tomismo foi predominante. Com as reformas do Marquês de Pombal surgiu o empirismo mitigado que era caracterizado por uma visão cientificista. Silvestre Pinheiro Ferreira introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo.

Período Imperial

Século XIX

O ecletismo foi representado por Eduardo Ferreira França e Gonçalves de Magalhães. Surgiu como uma aproximação do espiritualismo ao empirismo. A partir desta corrente veio um período chamado por Sílvio Romero de "surto de novas ideias". A elite brasileira se rendeu às ideias positivistas. O positivismo teve forte influência na cultura brasileira. Os seus representantes foram Miguel Lemos, Raimundo Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Monteiro de Barros Lins, Júlio de Castilhos e Benjamin Constant Botelho de Magalhães. A Escola de Recife entrou em contraposição aos positivistas. Os destaques desses grupos são Tobias Barreto, Sílvio Romero, Arthur Orlando. Corrente herdeira do kantismo. Barreto põe em evidência o problema da cultura.

Período Republicano

Século XX

O culturalismo é uma das mais importantes correntes filosóficas do século. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Seus principais filósofos foram Washington Vita, Miguel Reale, Raimundo de Farias Brito. Esta corrente quebra o cientificismo vigente no país. O castilhismo teve algumas representações como Borges de Medeiros. Uma tendência política que via o Estado como regenerador e modernizador da sociedade. Destacam-se também os espiritualistas como Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima e Leonardo Van Acker, cujos pensamentos caracterizam-se como um humanismo cristão. Urbano Zilles é o herdeiro desta tendência. O neotomismo possibilitou novas posturas dentro do pensamento católico. Os pensadores do projeto hegelo-existencialista da libertação são Henrique Cláudio de Lima Vaz, Leonardo Boff e Paulo Freire (ver: teologia da libertação). A característica desses pensadores é partir das causas sociais geradoras da miséria e propor a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e teológica. Outro grupo que destaca-se é o marxista, dentre seus pensadores houve intelectuais como Leôncio Basbaum e Caio Prado Júnior. As correntes de filosofia no Brasil seguiram (seguem) os modelos do Norte. Pouco houve esforço por construir uma hermenêutica ou uma proposta filosófica propriamente brasileira. O mais próximo a isso foi a latino-americanidade da filosofia da libertação, que ainda deixa alguns rastos no caminho. Temos nas universidades e cursos de pós-graduação a preponderância da filosofia analítica, em especial de estilo anglo-saxão, com alguns recortes da mesma corrente filosófica de origem alemã. Há, ainda, a forte presença de três outras correntes, a teoria crítica, alemã, o estruturalismo e o desconstrucionismo, ambos franceses.

Entre os pensadores brasileiros que seguiram a corrente marxista, em suas refundações, deve-se destacar a presença de Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder. Na contramão desta corrente, posicionam-se José Osvaldo de Meira Penna, Olavo de Carvalho e Luiz Felipe Pondé (entre outros), representantes do conservadorismo na filosofia nacional.

Ensino de filosofia no Brasil

A retomada do Ensino da Filosofia nos Ensino Fundamental e Médio

O Ensino da Filosofia havia como parte obrigatória do ensino médio até o início da Ditadura Militar de 1964. A Lei 5692/71 extirpou essa obrigatoriedade, pela compreensão que à sociedade interessava uma formação tecnocrática. Os resultados foram funestos. A retomada do ensino da filosofia no ensino médio, a partir da década de 1990, com a criação dos parâmetros curriculares, em resposta à Lei 9394/96, a LDB, oferece uma visão do que seria imprescindível de ser ensinado. Neste sentido, vale recordar que durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a obrigatoriedade do ensino da Filosofia não havia. Foi durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva que seu ensino tornou-se obrigatório. Isso abriu um campo de trabalho que estava represado para os licenciados em Filosofia (que antes deviam se restringir a serem professores de História, Sociologia ou Geografia).

O Ensino de Filosofia no Brasil tem que ser avaliado a partir de alguns parâmetros fundamentais. Primeiramente, deve ser identificado o processo de formação de docentes para o ensino de filosofia, em segundo lugar o material didático utilizado, em terceiro lugar os efeitos desse ensino para a sociedade - e sobre este aspecto as avaliações nunca estão a ser elaboradas. O processo de formação de docentes se dá por meio dos cursos de graduação em Filosofia. Por meio desses cursos, a licenciatura atende a uma formação que permite aos discentes se apropriarem dos campos teórico, prática e metafilosófico da disciplina, além de receberem os insumos pedagógicos básicos para o desempenho da função docente.

Teríamos que nos perguntar: qual papel cumprem esses novos professores? Em função dessa questão, os encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof) têm procurado criar espaços para avaliar como essa função docente tem ocorrido. Isso também tem sido objeto de discussão em grupos da Associação Nacional de Pós-Graduação em Pedagogia (Anped).

Em relação aos livros didáticos de Filosofia para o Ensino Médio, temos que observar que há uma ampla variedade. Todos produzidos por professores doutores em Filosofia. Durante algum tempo foi praticamente um best-seller o livro da Profa. Marilena Chauí (Chauí, M. Convite à Filosofia, SP: Àtica, 2000). Vários outros livros têm se apresentado e, atualmente, vários professores do ensino médio utilizam blogues e outros meios de difusão de informações filosóficas.

Todas essas questões, entretanto, não permitem notar quão profusa e profundamente o ensino de filosofia tem interferência na construção das visões de mundo das cidadãs e cidadãos no Brasil.

Ensino universitário de Filosofia

Em 2004, o INEP registrava a existência de 56 cursos de graduação em Filosofia, e a comunidade filosófica 91. Esses dados não estão checados novamente, e faltam maiores informações. Sobre as condições de formação do professor de filosofia para o ensino médio ver Fávero, Altair et al. "O ensino da filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais" In Cadernos CEDES, Campinas, 24 (64), pp. 257-284, set/dez 2004.

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. Ver, p.ex., verbete filosofia no Brasil in MARCONDES, D. e JAPIASSÚ, H. Pequeno dicionário de filosofia. RJ: Zahar, 1996. pp.100-102.
  2. Ver "A filosofia e a evolução histórica nacional" publicado em COSTA, J.C. A filosofia no Brasil - ensaios. Porto Alegre: Globo, 1945.
  3. COSTA, João Cruz. . Contribuição à História das idéias no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1956.
  4. PAIM, Antônio. O estudo do pensamento filosófico brasileiro. 1a. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.

Ligações externas

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