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Victor Cousin: diferenças entre revisões

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== A recepção de Victor Cousin no Brasil ==
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No Brasil, o pensamento de Victor Cousin foi recepcionado por [[Antônio Pedro de Figueiredo]], pensador natural de [[Pernambuco]], nascido em um vilarejo próximo a [[Recife]], em 22 de maio de 1822 e falecido em agosto de 1859. Antônio Pedro de Figueiredo traduziu a obra de Victor Cousin para o português, dando o título de "Curso de Filosofia", distribuída em três volumes. Sua admiração pelo [[Ecletismo]] de Cousin decorria de uma visão dessa filosofia como expressão do progresso e da modernidade. Antônio Pedro de Figueiredo recebeu o apelido de "Cousin Fusco" devido à sua admiração pela obra do filósofo francês, "fusco" fazia referência ao seu tipo mestiço. Atuou como professor de geometria e de língua portuguesa no Ginásio Pernambucano. Figueiredo era um polemista, republicano e socialista, defendia suas ideias em jornais e revistas locais. [[Gilberto Freyre]] considerava Antônio Pedro de Figueiredo brilhante, um "gênio da raça", e saudou a sua postura crítica e revolucionária, no interior da sociedade patriarcal e escravista, como era a sociedade do Nordeste do século XIX. Antônio Pedro de Figueiredo entendia que era necessário produzir um jornalismo mais profundo, mais científico, voltado para as causas dos problemas, e menos voltado para ataques ácidos contra indivíduos e abordagens superficiais. O autor combina, em seu pensamento, elementos do racionalismo e elementos espiritualistas, como defende o ecletismo, selecionando elementos que considera válidos ou verdadeiros em cada doutrina. <ref>[http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_antonio_pedro_de_figueiredo%20.htm História do Brasil, Unicamp, Antonio Pedro de Figueiredo]</ref> <ref>[http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistaestudosfilosoficos/art17_rev7.pdf Revista de Estudos Filosóficos, UFSJ, A ética espiritualista de Antônio Pedro de Figueiredo, Tiago Adão Lara]</ref> <ref>[http://www.cinfil.com.br/arquivos/Amaro_Quintas_Cousin_Fusco.pdf Antônio Pedro de Figueiredo, o Cousin Fusco, Amaro Quintas, 1955] </ref>
No Brasil, o pensamento de Victor Cousin foi recepcionado por [[Antônio Pedro de Figueiredo]], pensador natural de [[Pernambuco]], nascido em um vilarejo próximo a [[Recife]], em 22 de maio de 1822 e falecido em agosto de 1859. Antônio Pedro de Figueiredo traduziu a obra de Victor Cousin para o português, dando o título de "Curso de Filosofia", distribuída em três volumes. Sua admiração pelo [[Ecletismo]] de Cousin decorria de uma visão dessa filosofia como expressão do progresso e da modernidade. Antônio Pedro de Figueiredo recebeu o apelido de "Cousin Fusco" devido à sua admiração pela obra do filósofo francês, "fusco" fazia referência ao seu tipo mestiço. Atuou como professor de geometria e de língua portuguesa no Ginásio Pernambucano. Figueiredo era um polemista, republicano e socialista, defendia suas ideias em jornais e revistas locais. [[Gilberto Freyre]] considerava Antônio Pedro de Figueiredo brilhante, um "gênio da raça", e saudou a sua postura crítica e revolucionária, no interior da sociedade patriarcal e escravista, como era a sociedade do Nordeste do século XIX. Antônio Pedro de Figueiredo entendia que era necessário produzir um jornalismo mais profundo, mais científico, voltado para as causas dos problemas, e menos voltado para ataques ácidos contra indivíduos e abordagens superficiais. O autor combina, em seu pensamento, elementos do racionalismo e elementos espiritualistas, como defende o ecletismo, selecionando elementos que considera válidos ou verdadeiros em cada doutrina. <ref>[http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_antonio_pedro_de_figueiredo%20.htm História do Brasil, Unicamp, Antonio Pedro de Figueiredo]</ref> <ref>[http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistaestudosfilosoficos/art17_rev7.pdf Revista de Estudos Filosóficos, UFSJ, A ética espiritualista de Antônio Pedro de Figueiredo, Tiago Adão Lara]</ref> <ref>[http://www.cinfil.com.br/arquivos/Amaro_Quintas_Cousin_Fusco.pdf Antônio Pedro de Figueiredo, o Cousin Fusco, Amaro Quintas, 1955] </ref>Outro adepto das idéias de Victor Cousin foi Antonio Herculano de Sousa Bandeira.


== Obras ==
== Obras ==

Revisão das 14h36min de 24 de janeiro de 2017

Victor Cousin, em retrato pintado oitocentista.

Victor Cousin (Paris, 28 de novembro de 1792 - Cannes, 14 de janeiro de 1867)

Biografia

Foi um filósofo, político, reformador educacional e historiador francês. Líder da Escola Eclética, foi membro da Academia Francesa de Letras.

Pensamento

Filósofo espiritualista, editou obras de Descartes, traduziu Platão e Proclo. Suas obras mais notáveis foram Histoire de la philosophie au XVIIIe siècle (1829) e Du Vrai, du Beau et du Bien (1853). Reconheceu a inteligência feminina escrevendo uma série de monografias sobre mulheres célebres do século XVII: Jacqueline Pascal (1845); Madame de Longueville (1852); Mme. de Sablé (1854); Mme. de Chevreuse e Mme. de Hautefort (1856).

Na École normale supérieur, em 1811, Cousin foi influenciado por Laromiguière, Condillac, Locke e pelos filosófos da Escola Escocesa do Senso Comum - Thomas Reid, William Hamilton.

Cousin não desenvolveu um sistema filosófico próprio, original, mas construiu um sistema a partir de outros. Conseguiu, porém, mudar a ênfase da filosofia francesa do materialismo para o idealismo e tornou-se o mais conhecido pensador francês de sua época. Via um pouco de verdade em cada uma das filosofias, e reuniu-as em quatro categorias:

Foi criticado pelos ateus, por um lado, e, por outro, provocou também o desagrado da Igreja Católica, por buscar, nos acontecimentos históricos, evidências da mão de Deus e por negar a revelação divina.

A ele é atribuída a criação da expressão "arte pela arte" (Il faut de la religion pour la religion, de la morale pour la morale, de l'art pour l'art), depois difundida por Théophile Gautier e assumida como lema pelo parnasianismo.

A recepção de Victor Cousin no Brasil

No Brasil, o pensamento de Victor Cousin foi recepcionado por Antônio Pedro de Figueiredo, pensador natural de Pernambuco, nascido em um vilarejo próximo a Recife, em 22 de maio de 1822 e falecido em agosto de 1859. Antônio Pedro de Figueiredo traduziu a obra de Victor Cousin para o português, dando o título de "Curso de Filosofia", distribuída em três volumes. Sua admiração pelo Ecletismo de Cousin decorria de uma visão dessa filosofia como expressão do progresso e da modernidade. Antônio Pedro de Figueiredo recebeu o apelido de "Cousin Fusco" devido à sua admiração pela obra do filósofo francês, "fusco" fazia referência ao seu tipo mestiço. Atuou como professor de geometria e de língua portuguesa no Ginásio Pernambucano. Figueiredo era um polemista, republicano e socialista, defendia suas ideias em jornais e revistas locais. Gilberto Freyre considerava Antônio Pedro de Figueiredo brilhante, um "gênio da raça", e saudou a sua postura crítica e revolucionária, no interior da sociedade patriarcal e escravista, como era a sociedade do Nordeste do século XIX. Antônio Pedro de Figueiredo entendia que era necessário produzir um jornalismo mais profundo, mais científico, voltado para as causas dos problemas, e menos voltado para ataques ácidos contra indivíduos e abordagens superficiais. O autor combina, em seu pensamento, elementos do racionalismo e elementos espiritualistas, como defende o ecletismo, selecionando elementos que considera válidos ou verdadeiros em cada doutrina. [1] [2] [3]Outro adepto das idéias de Victor Cousin foi Antonio Herculano de Sousa Bandeira.

Obras

  • 1820 - 1827 : Procli philosophi Platonici opera, 6 vol.
  • 1826 : Fragments philosophiques
  • 1827 : Eunape, pour servir à l'histoire de la philosophie d'Alexandrie
  • 1828 : Nouveaux fragments philosophiques. Cours de l'histoire de la philosophie
  • 1829 : Histoire de la philosophie au XVIII siècle, 2 vol.
  • 1833 : De l'instruction publique en Allemagne, et notamment en Prusse, 2 vol.
  • 1835 : De la métaphysique d'Aristote
  • 1837 : De l'instruction publique en Hollande
  • 1840 : Cours de philosophie morale. Philosophie scolastique
  • 1841 : Cours d'histoire de la philosophie moderne.
Cours d'histoire de la philosophie morale au XVIIIe siècle, 5 vol.
  • 1842 : Leçons sur la philosophie de Kant. Des pensées de Pascal
  • 1843 : Introduction aux œuvres du père André. Fragments littéraires
  • 1844 : Du scepticisme de Pascal. Défense de l'université et de la philosophie
  • 1845 : Jacqueline Pascal
  • 1846 : Fragments de philosophie cartésienne
  • 1846 : Philosophie populaire
  • 1848 : Justice et charité
  • 1850 : De l'enseignement et de l'exercice de la médecine et de la pharmacie
  • 1852 : La jeunesse de Mme de Longueville
  • 1853 : Mme de Longueville pendant la Fronde
  • 1854 : Mme de Sablé
  • 1855 : Premiers essais de philosophie
  • 1856 : Marie de Rohan, Mme de Chevreuse. Mme de Hautefort
  • 1857 : Fragments et souvenirs littéraires
  • 1858 : Du vrai, du beau et du bien
  • 1859 : De la société française au XVIIIe siècle, d'après le grand Cyrus, 2 vol
  • 1861 : Philosophie de Locke
  • 1862 : Philosophie écossaise
  • 1863 : Philosophie sensualiste au XVIIIe siècle
  • 1865 : La jeunesse de Mazarin

Ver também

Referências

Ligações externas