O Homem do Castelo Alto: diferenças entre revisões
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A Alemanha nazista desenvolveu um programas de [[Míssil|mísseis]], de modo que em, [[1962]], tinham um sistema funcional de [[foguete]]s comerciais utilizados para viagens intercontinentais e desenvolveram também a [[exploração espacial]], através do envio de foguetes para a [[Lua]], [[Marte (planeta)|Marte]] e [[Vénus (planeta)|Vénus]] (tal como referido no início do livro, os alemães foram capazes de enviar homens para Marte no final dos [[Década de 1950|anos 50]]). Mais tarde, o sistema espacial nazista semelhante à [[NASA]], "monta fábricas robotizadas em todo o [[sistema solar]]". O romance retrata a [[televisão]] como uma nova tecnologia na Alemanha. O Império japonês é retratado como atrás do Terceiro Reich em desenvolvimento tecnológico. No entanto, o romance menciona que há grave escassez de oferta na Alemanha, devido a investimentos em exploração espacial, e que a [[economia]] está à beira do colapso. Durante o livro, Martin Bormann morre e outros nazistas, tais como [[Joseph Goebbels]] e [[Reinhard Heydrich]], lutam para se tornar o novo [[Reichskanzler|chanceler do Reich]]. |
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Nesse cenário um livro proibido pelos nazistas — escrito pelo "Homem do Castelo Alto" — toma conta da imaginação das pessoas por descrever um mundo em que a guerra não foi perdida pelos norte-americanos. E é nesse contexto que as vidas de várias pessoas se ligam através do ''[[I Ching]]'', o [[oráculo]] chinês. |
Nesse cenário um livro proibido pelos nazistas — escrito pelo "Homem do Castelo Alto" — toma conta da imaginação das pessoas por descrever um mundo em que a guerra não foi perdida pelos norte-americanos. E é nesse contexto que as vidas de várias pessoas se ligam através do ''[[I Ching]]'', o [[oráculo]] chinês. |
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Ao invés de apresentar uma história linear, o romance segue cada um de seus [[Personagem fictícia|personagens]] em suas vidas. Há ligações entre eles, alguns diretamente, outros indiretamente, e alguns quase imperceptivelmente. Três dos principais personagens usam o ''I Ching'' para orientar as suas vidas: |
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O ''I Ching'' é caracterizado em todo o ''The Man in the High Castle''. No livro, ele teria sido disseminado através do [[Pacífico]] após os japoneses começarem a sua atividade profissional. Vários personagens, tanto japoneses quanto americanos, consultam-no para as decisões importantes. Dick, em uma entrevista, disse que consultou várias vezes o I Ching para escrever o desenvolvimento do enredo do livro. Também [[Hawthorne Abendsen]] usou o ''I Ching'' ao escrever ''The Grasshopper Lies Heavy'', fazendo perguntas sobre os temas e tópicos do livro. |
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==Inspiração== |
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Revisão das 19h37min de 29 de agosto de 2017
The Man in the High Castle | |
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O Homem do Castelo Alto | |
Autor(es) | Philip K. Dick |
Idioma | Inglês |
País | Estados Unidos |
Editora | Putnam |
Lançamento | 1 de Janeiro de 1962 |
Páginas | 239 |
Edição portuguesa | |
Tradução | António Porto |
Editora | Livros do Brasil |
Lançamento | 1993 |
O Homem do Castelo Alto (no original em inglês The Man in the High Castle) é um livro de distopia, romance e ficção científica de 1962 escrito pelo norte-americano Philip K. Dick. O romance se passa em um Estados Unidos em 1962, quinze anos após as Potências do Eixo derrotarem os Aliados na Segunda Guerra Mundial, onde os Estados Unidos foram entregues à Alemanha nazista e ao Império do Japão.[1]
Embora não seja a primeira peça de distopia, o livro ajudou a definir as obras literárias do gênero. Ele ganhou o Prêmio Hugo e tornou Dick conhecido em meios de ficção científica. É também uma das obras de Dick mais bem-estruturadas e com personagens bem centrados no romance.
Sinopse
O Homem do Castelo Alto tem um ponto de divergência com o mundo real, onde o presidente Franklin D. Roosevelt foi assassinado em 1933 por Giuseppe Zangara. Ele foi sucedido pelo Vice-Presidente John Nance Garner, que foi posteriormente substituído por John W. Bricker. Nenhum deles foi capaz de superar a Grande Depressão, e ambos instalaram uma política isolacionista ao se aproximar a guerra. Isto significava que os Estados Unidos não tinham capacidade militar suficiente para ajudar o Reino Unido e a União Soviética contra a Alemanha nazista, quando ele próprio ou o império japonês entraram na guerra, em 1941, neste mundo.
A URSS ruiu em 1941 e foi ocupada pelos nazistas, enquanto a maioria dos povos eslavos foram exterminados. Os eslavos sobreviventes da guerra foram confinados a "reservas em regiões fechadas". Os japoneses, por outro lado, destruíram totalmente as tropas dos Estados Unidos no ataque a Pearl Harbor. Devido ao fato de o Japão expandir as capacidades militares, ele foi capaz de invadir e ocupar o Havaí, Austrália, Nova Zelândia e o Sudoeste do Pacífico, no início dos anos 1940. Posteriormente, os Estados Unidos caíram no controle do Eixo, com muitas e importantes cidades que sofreram grandes prejuízos nesta época.
Em 1948, as forças Aliadas haviam sido entregues ao controle do Eixo. A Costa Leste dos Estados Unidos ficou sob controle alemão, enquanto a Califórnia, Washington, Oregon, Nevada e outras partes foram cedidas aos japoneses. A região de Mountain States, o Centro-Oeste e grande parte do Sudoeste permaneceram em tensão pelo controle entre as potências do Eixo. O Sul foi ressuscitado como um quase-estado fantoche nazista, parecido com a França de Vichy. O Reich Alemão e o Império japonês tornaram-se superpotências, e entraram em Guerra Fria como resultado disso.
Depois que Adolf Hitler foi incapacitado por sífilis, a chefia da Chancelaria do Partido Nazista coube a Martin Bormann, que assumiu a liderança da Alemanha. Os nazistas criaram um império colonial e continuaram seu massacre de raças que consideravam inferiores, assassinando judeus no estado fantoche dos Estados Unidos e em outras áreas controladas, e também realizando um maciço genocídio na África.
A Alemanha nazista desenvolveu um programas de mísseis, de modo que em, 1962, tinham um sistema funcional de foguetes comerciais utilizados para viagens intercontinentais e desenvolveram também a exploração espacial, através do envio de foguetes para a Lua, Marte e Vénus (tal como referido no início do livro, os alemães foram capazes de enviar homens para Marte no final dos anos 50). Mais tarde, o sistema espacial nazista semelhante à NASA, "monta fábricas robotizadas em todo o sistema solar". O romance retrata a televisão como uma nova tecnologia na Alemanha. O Império japonês é retratado como atrás do Terceiro Reich em desenvolvimento tecnológico. No entanto, o romance menciona que há grave escassez de oferta na Alemanha, devido a investimentos em exploração espacial, e que a economia está à beira do colapso. Durante o livro, Martin Bormann morre e outros nazistas, tais como Joseph Goebbels e Reinhard Heydrich, lutam para se tornar o novo chanceler do Reich.
Nesse cenário um livro proibido pelos nazistas — escrito pelo "Homem do Castelo Alto" — toma conta da imaginação das pessoas por descrever um mundo em que a guerra não foi perdida pelos norte-americanos. E é nesse contexto que as vidas de várias pessoas se ligam através do I Ching, o oráculo chinês.
Personagens
Ao invés de apresentar uma história linear, o romance segue cada um de seus personagens em suas vidas. Há ligações entre eles, alguns diretamente, outros indiretamente, e alguns quase imperceptivelmente. Três dos principais personagens usam o I Ching para orientar as suas vidas:
- Nobusuke Tagomi é um representante do Comércio japonês em São Francisco.
- Frank Frink (nascido Fink) inicialmente trabalha no Wyndham-Matson Corporation, uma empresa especializada na reprodução americana da época em que os Estados Unidos eram uma nação independente (apesar de distorcer os fatos) e é demitido após uma explosão no local de trabalho. Ele é judeu, mas esconde sua etnia para evitar a prisão e morte.
- Juliana Frink, ex-mulher de Frank, é uma professora de judô.
Outros personagens que têm diferentes sistemas de crença:
- Robert Childan é o proprietário do "Artesanato Artístico Americano", uma loja que vende antiguidades americanas para colecionadores, principalmente japoneses. Childan obtém suas peças a partir da Wyndham-Matson Inc., mas não acredita que esses itens sejam verdadeiros. Porque ele lida com pessoas japonesas, Childan adotou as boas maneiras japonesas, versões do japonês em modos de expressão e de pensamento. Tagomi é um dos melhores clientes de Childan. Ele olha com desprezo os japoneses que se dão com ele, acreditando que as pessoas brancas sejam superiores às de outras raças, incluindo os chineses e africanos. Ele é muito consciente de sua imagem e, muitas vezes, delibera sobre a forma como suas ações podem aparecer para outros.
- "Mr. Baynes", na verdade Capitão Rudolf Wegener, da Contra-Inteligência Naval do Reich, está disfarçado como um rico industrial sueco que está viajando para ver o Sr. Tagomi. Ele é surpreendido quando Tagomi o cumprimenta e lhe dá um "verdadeiro Mickey Mouse", comprado a partir de Childan.
Uso do I Ching
O I Ching é caracterizado em todo o The Man in the High Castle. No livro, ele teria sido disseminado através do Pacífico após os japoneses começarem a sua atividade profissional. Vários personagens, tanto japoneses quanto americanos, consultam-no para as decisões importantes. Dick, em uma entrevista, disse que consultou várias vezes o I Ching para escrever o desenvolvimento do enredo do livro. Também Hawthorne Abendsen usou o I Ching ao escrever The Grasshopper Lies Heavy, fazendo perguntas sobre os temas e tópicos do livro.
Inspiração
Dick mais tarde explicou que ele teve a ideia deste livro a partir da leitura de Bring the Jubilee por Ward Moore (1953), uma história alternativa que retrata os Estados Unidos após os Estados Confederados da América vencerem a Guerra Civil Americana, em 1860. Na sua seção de "Agradecimento", Dick cita várias outras influências. Em particular, ele reconhece o trabalho do historiador da Segunda Guerra Mundial William L. Shirer, e seu Ascensão e Queda do Terceiro Reich de 1960. Também ao longo do livro há referências a autores nipônicos.
Adaptações
Audiolivro
Um audiolivro não-oficial do romance, lido por George Guidall por (aproximadamente) 9 horas e meia em 7 fitas cassetes, foi gravado em 1977.[2] Outro audiolivro não-oficial foi lançado em 2008 pela Blackstone Audio, esta versão contou com a leitura de Tom Weiner que decorreu em aproximadamente 8 horas e meia no total de 7 CDs.[3][4] Um terceiro audiolivro foi gravado e lançado em 2014 pela Brilliance Audio, ela foi lida por Jeff Cummings em 9 horas e 58 minutos.[5]
Televisão
Após uma série de tentativas para conseguir adaptar o livro para a televisão, em outubro de 2014 a unidade de produção de filmes da Amazon começou as filmagens do episódio piloto de The Man in the High Castle em Roslyn, Washington, para uma série de televisão dramática que foi ao ar pelo Amazon Prime,[6] o serviço de web streaming da Amazon. O primeiro episódio da série foi lançado pela Amazon Studios em 15 de janeiro de 2015,[7] e foi "o piloto mais assistido de todos" segundo Roy Price, o próprio vice-presidente do estúdio.[8] No dia 18 de fevereiro de 2015, a Amazon deu sinal verde para a série.[9] Em novembro do mesmo ano, o show tornou-se disponível via streaming.[10]
Referências
- ↑ Pringle 1990, p. 193.
- ↑ «Review of The Man In The High Castle by Philip K. Dick : SFFaudio». www.sffaudio.com. Consultado em 18 de outubro de 2016
- ↑ «The Man in the High Castle by Philip K. Dick, read by Tom Weiner. Presented by Blackstone Audio, Inc.». 9 de agosto de 2010. Consultado em 18 de outubro de 2016
- ↑ «THE MAN IN THE HIGH CASTLE by Philip K Dick Read by Tom Weiner | Audiobook Review | AudioFile Magazine». AudioFile Magazine
- ↑ «The Man in the High Castle Audiobook | Audible.com». Consultado em 17 de outubro de 2016
- ↑ Andreeva, Nellie (24 de julho de 2014). «Amazon Studios Adds Drama 'The Man In The High Castle', Comedy 'Just Add Magic' To Pilot Slate». Deadline (em inglês)
- ↑ Citação vazia (ajuda)
- ↑ «Amazon Orders 5 New Series Including 'Man in the High Castle'». The Hollywood Reporter
- ↑ «Amazon green-lights The Man in the High Castle TV series». The Verge. 18 de fevereiro de 2015. Consultado em 18 de outubro de 2016
- ↑ Moylan, Brian (18 de novembro de 2015). «Does The Man in the High Castle prove that the best TV is now streamed?». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077
Bibliografia
- Brown, William Lansing 2006. "Alternate Histories: Power, Politics, and Paranoia in Philip Roth's The Plot against America and Philip K. Dick's The Man in the High Castle", The Image of Power in Literature, Media, and Society: Selected Papers, 2006 Conference, Society for the Interdisciplinary Study of Social Imagery. Wright, Will (ed.); Kaplan, Steven (ed.); Pueblo, CO: Society for the Interdisciplinary Study of Social Imagery, Colorado State University-Pueblo; pp. 107–11.
- Campbell, Laura E. 1992. "Dickian Time in The Man in the High Castle", Extrapolation, 33: 3, pp. 190–201.
- Carter, Cassie 1995. "The Metacolonization of Dick's The Man in the High Castle: Mimicry, Parasitism and Americanism in the PSA", Science-Fiction Studies #67, 22:3, pp. 333–342.
- Clute, John; Nicholls, Peter (1995). The Encyclopedia of Science Fiction. New York: St. Martin's Press. 1386 páginas. ISBN 0-312134-86-X
- DiTommaso, Lorenzo, 1999. "Redemption in Philip K. Dick's The Man in the High Castle", Science-Fiction Studies # 77, 26: , pp. 91–119.
- Fofi, Goffredo 1997. "Postfazione", Philip K. Dick, La Svastica sul Sole, Roma, Fanucci, pp. 391–5.
- Hayles, N. Katherine 1983. "Metaphysics and Metafiction in The Man in the High Castle", Philip K. Dick eds. Olander and Greenberg New York, Taplinger, 1983, pp. 53–71.
- Jakubowski, Maxim; Edwards, Malcolm (1983). The Complete Book of Science Fiction and Fantasy Lists. St Albans, Herts, UK: Granada Publishing Ltd. 350 páginas. ISBN 0-586-05678-5
- Malmgren, Carl D. 1980. "Philip Dick's The Man in the High Castle and the Nature of Science Fictional Worlds", Bridges to Science Fiction, eds. George E. Slusser, George R. Guffey and Mark Rose, Carbondale and Edwardsville: Southern Illinois University Press, pp. 120–30.
- Nicholls, Peter (1979). The Encyclopedia of Science Fiction. St Albans, Herts, UK: Granada Publishing Ltd. 672 páginas. ISBN 0-586-05380-8
- Pagetti, Carlo, 2001a. "La svastica americana" [Introduction], Philip K. Dick, L'uomo nell'alto castello, Roma: Fanucci, pp. 7–26.
- Pringle, David (1990). The Ultimate Guide to Science Fiction. London: Grafton Books Ltd. 407 páginas. ISBN 0-246-13635-9
- Proietti, Salvatore, 1989. "The Man in The High Castle: politica e metaromanzo", Il sogno dei simulacri, eds. Carlo Pagetti and Gianfranco Viviani, Milano, Nord, 1989 pp. 34–41.
- Rieder, John 1988. "The Metafictive World of The Man in the High Castle: Hermeneutics, Ethics, and Political Ideology", Science-Fiction Studies # 45, 15.2: 214-25.
- Rossi, Umberto, 2000. "All Around the High Castle: Narrative Voices and Fictional Visions in Philip K. Dick's The Man in the High Castle", Telling the Stories of America - History, Literature and the Arts - Proceedings of the 14th AISNA Biennial conference (Pescara, 1997), eds. Clericuzio, A., Annalisa Goldoni and Andrea Mariani, Roma: Nuova Arnica, pp. 474–83.
- Simons, John L. 1985. "The Power of Small Things in Philip K. Dick's The Man in the High Castle". The Rocky Mountain Review of Language and Literature, 39:4, pp. 261–75.
- Tuck, Donald H. (1974). The Encyclopedia of Science Fiction and Fantasy. Chicago: Advent. 136 páginas. ISBN 0-911682-20-1
- Warrick, Patricia, 1992. "The Encounter of Taoism and Fascism in The Man in the High Castle", On Philip K. Dick, eds. Mullen et al., Terre Haute and Greencastle: SF-TH Inc. 1992, pp. 27–52.
Ligações externas
- (em português) Submarino - Primeiro Capítulo de O Homem do Castelo Alto