Linguagem: diferenças entre revisões

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O ser humano fala aproximadamente entre 3000 e 6000 línguas. Não existem dados precisos. As [[línguas naturais]] são os exemplos mais marcantes que temos de linguagem. No entanto, ela também pode se basear na observação visual e auditiva, ao invés de [[Estímulo (fisiologia)|estímulos]]. Como exemplos de outros tipos de linguagem, temos as [[Língua de sinais|línguas de sinais]] e a [[Escrita|linguagem escrita]]. Os [[código fonte|códigos]] e os outros tipos de [[língua artificial|sistemas de comunicação construído artificialmente]], tais como aqueles usados ​​para [[programação]] de computadores, também podem ser chamadas de linguagens. A linguagem, nesse sentido, é um sistema de sinais para codificação e decodificação de [[informações]]. A palavra portuguesa deriva do [[francês antigo]] ''langage''<ref>De acordo com o ''Dicionário de Comunicação'': Linguagem (s.f.) é uma forma de expressãodo pensamento entre os homens que opera através de signos vocais (a fala) e eventualmente gráficos (a escrita), que formam uma língua". Ciro Marcondes Filho (org.). Linguagem. In: ''Dicionário de Comunicação''. São Paulo: Paulus, 2009;</ref>. Quando usado como um conceito geral, a palavra "linguagem" refere-se a uma faculdade cognitiva que permite aos seres humanos aprender e usar sistemas de comunicação complexos.
O ser humano fala aproximadamente entre 3000 e 6000 línguas. Não existem dados precisos. As [[línguas naturais]] são os exemplos mais marcantes que temos de linguagem. No entanto, ela também pode se basear na observação visual e auditiva, ao invés de [[Estímulo (fisiologia)|estímulos]]. Como exemplos de outros tipos de linguagem, temos as [[Língua de sinais|línguas de sinais]] e a [[Escrita|linguagem escrita]]. Os [[código fonte|códigos]] e os outros tipos de [[língua artificial|sistemas de comunicação construído artificialmente]], tais como aqueles usados ​​para [[programação]] de computadores, também podem ser chamadas de linguagens. A linguagem, nesse sentido, é um sistema de sinais para codificação e decodificação de [[informações]]. A palavra portuguesa deriva do [[francês antigo]] ''langage''<ref>De acordo com o ''Dicionário de Comunicação'': Linguagem (s.f.) é uma forma de expressãodo pensamento entre os homens que opera através de signos vocais (a fala) e eventualmente gráficos (a escrita), que formam uma língua". Ciro Marcondes Filho (org.). Linguagem. In: ''Dicionário de Comunicação''. São Paulo: Paulus, 2009;</ref>. Quando usado como um conceito geral, a palavra "linguagem" refere-se a uma faculdade cognitiva que permite aos seres humanos aprender e usar sistemas de comunicação complexos.


A linguagem humana enquanto sistema de [[comunicação]] é fundamentalmente diferente e muito mais complexa do que as formas de comunicação das outras espécies, já que se baseia em um diversificado sistema de regras relativas à símbolos para os seus significados, resultando em um número indefinido de possíveis expressões inovadoras a partir de um finito número de elementos. De acordo com os especialistas, a linguagem pode ter se originado quando os primeiros [[hominídeos]] começaram cooperar, adaptando sistemas anteriores de comunicação baseado em sinais expressivos a fim de incluir a teoria da mente, compartilhando assim [[intencionalidade]]. Nessa linha, este desenvolvimento pode ter coincidido com o aumento do volume do [[cérebro]], e muitos linguistas vêem as estruturas da linguagem como tendo evoluído a fim de servir a funções comunicativas específicas. A linguagem é processada em vários locais diferentes do [[cérebro humano]], mas especialmente na [[área de Broca]] e na [[Área de Wernicke]]<ref name="SAGAN_EDEN">[[Carl Sagan]]. ''Os dragões do Éden''. Rio de Janeiro: F. Alves, 1997;</ref>. Os seres humanos [[Aquisição da linguagem|adquirem]] a linguagem através da interação social na primeira infância. As crianças geralmente já falam fluentemente quando estão em torno dos três anos de idade<ref>[[Veja]]. [http://veja.abril.com.br/especiais/bebes/p_036.html A explosão da linguagem]. Edição especial: Bebês. São Paulo: Abril, 1998;</ref>.
A linguagem humana enquanto sistema de [[comunicação]] é fundamentalmente diferente e muito mais complexa do que as formas de comunicação das outras espécies, já que se baseia em um diversificado sistema de regras relativas à símbolos para os seus significados, resultando em um número indefinido de possíveis expressões inovadoras a partir de um finito número de elementos. De acordo com os especialistas, a linguagem pode ter se originado quando os primeiros [[hominídeos]] começaram cooperar, adaptando sistemas anteriores de comunicação baseado em sinais expressivos a fim de incluir a teoria da mente, compartilhando assim [[intencionalidade]]. Nessa linha, este desenvolvimento pode ter coincidido com o aumento do volume do [[cérebro]], e muitos linguistas vêem as estruturas da linguagem como tendo evoluído a fim de servir a funções comunicativas específicas. A linguagem é processada em vários locais diferentes do [[cérebro humano]], mas especialmente na [[área de Broca]] e na [[Área de Wernicke]]<ref name="SAGAN_EDEN">[[Carl Sagan]]. [[The Dragons of Eden|Os Dragões do Edén]]. Rio de Janeiro: F. Alves, 1997;</ref>. Os seres humanos [[Aquisição da linguagem|adquirem]] a linguagem através da interação social na primeira infância. As crianças geralmente já falam fluentemente quando estão em torno dos três anos de idade<ref>[[Veja]]. [http://veja.abril.com.br/especiais/bebes/p_036.html A explosão da linguagem]. Edição especial: Bebês. São Paulo: Abril, 1998;</ref>.


O uso da linguagem tornou-se profundamente enraizado na [[cultura|cultura humana]], além de ser empregada para comunicar e compartilhar [[informação|informações]]. A linguagem também possui vários usos sociais e culturais, como a expressão da da [[identidade]], da [[estratificação social]], na [[Catação|manutenção da unidade em uma comunidade]]e para o [[entretenimento]]. A palavra "linguagem" também pode ser usado para descrever o conjunto de regras que torna isso possível, ou o conjunto de enunciados que podem ser produzir essas regras.
O uso da linguagem tornou-se profundamente enraizado na [[cultura|cultura humana]], além de ser empregada para comunicar e compartilhar [[informação|informações]]. A linguagem também possui vários usos sociais e culturais, como a expressão da da [[identidade]], da [[estratificação social]], na [[Catação|manutenção da unidade em uma comunidade]]e para o [[entretenimento]]. A palavra "linguagem" também pode ser usado para descrever o conjunto de regras que torna isso possível, ou o conjunto de enunciados que podem ser produzir essas regras.

Revisão das 02h41min de 5 de janeiro de 2012

 Nota: Para outros significados, veja Linguagem (desambiguação).
Arnold Lakhovsky, A conversação (1935).
A escrita cuneiforme é o primeiro documento escrito que se tem registro[1]. No entanto, acredita-se que a língua falada preceda a escrita em pelo menos dezenas de milhares de anos[2].

Linguagem pode se referir tanto à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação, quanto à uma instância específica de um sistema de comunicação complexo[3]. O estudo científico da linguagem, em qualquer um de seus sentidos, é chamado linguística[4].

O ser humano fala aproximadamente entre 3000 e 6000 línguas. Não existem dados precisos. As línguas naturais são os exemplos mais marcantes que temos de linguagem. No entanto, ela também pode se basear na observação visual e auditiva, ao invés de estímulos. Como exemplos de outros tipos de linguagem, temos as línguas de sinais e a linguagem escrita. Os códigos e os outros tipos de sistemas de comunicação construído artificialmente, tais como aqueles usados ​​para programação de computadores, também podem ser chamadas de linguagens. A linguagem, nesse sentido, é um sistema de sinais para codificação e decodificação de informações. A palavra portuguesa deriva do francês antigo langage[5]. Quando usado como um conceito geral, a palavra "linguagem" refere-se a uma faculdade cognitiva que permite aos seres humanos aprender e usar sistemas de comunicação complexos.

A linguagem humana enquanto sistema de comunicação é fundamentalmente diferente e muito mais complexa do que as formas de comunicação das outras espécies, já que se baseia em um diversificado sistema de regras relativas à símbolos para os seus significados, resultando em um número indefinido de possíveis expressões inovadoras a partir de um finito número de elementos. De acordo com os especialistas, a linguagem pode ter se originado quando os primeiros hominídeos começaram cooperar, adaptando sistemas anteriores de comunicação baseado em sinais expressivos a fim de incluir a teoria da mente, compartilhando assim intencionalidade. Nessa linha, este desenvolvimento pode ter coincidido com o aumento do volume do cérebro, e muitos linguistas vêem as estruturas da linguagem como tendo evoluído a fim de servir a funções comunicativas específicas. A linguagem é processada em vários locais diferentes do cérebro humano, mas especialmente na área de Broca e na Área de Wernicke[6]. Os seres humanos adquirem a linguagem através da interação social na primeira infância. As crianças geralmente já falam fluentemente quando estão em torno dos três anos de idade[7].

O uso da linguagem tornou-se profundamente enraizado na cultura humana, além de ser empregada para comunicar e compartilhar informações. A linguagem também possui vários usos sociais e culturais, como a expressão da da identidade, da estratificação social, na manutenção da unidade em uma comunidadee para o entretenimento. A palavra "linguagem" também pode ser usado para descrever o conjunto de regras que torna isso possível, ou o conjunto de enunciados que podem ser produzir essas regras.

Todas as línguas contam com o processo de semiose que relacionam um sinal com um determinado significado. Línguas faladas e línguas de sinais contém um sistema fonológico que regem a forma como os sons ou os símbolos visuais são articulados a fim de formar as sequencias conhecidas como palavras ou morfemas; além de um sistema sintático para reger a forma como as palavras e os morfemas são utilizados a fim de formar frases e enunciados. Línguas escritas usam símbolos visuais para representar os sons das línguas faladas, mas elas ainda necessitam de regras sintáticas que governam a produção de sentido a partir da sequências das palavras. As línguas evoluem e se diversificam ao longo do tempo. Por isso, sendo a língua uma realidade essencialmente variável, não há formas de falar intrinsecamente erradas. A noção de certo e errado tem origem na sociedade, não na estrutura da língua[8][9][10].

A história de sua evolução pode ser reconstruído a partir de comparações com as línguas modernas, determinando assim quais características as línguas ancestrais devem ter tido para as etapas posteriores terem ocorrido. Um grupo de idiomas que descendem de um ancestral comum é conhecido como família linguística. As línguas que são mais falada no mundo atualmente pertencem à família indo-européia, que inclui línguas como o Inglês, o espanhol, o português, o russo e o hindi; as línguas sino-tibetanas, que incluem o chinês, mandarim, cantonês e muitos outros; as línguas semíticas, que incluem o árabe, o amárico e o hebraico; e as línguas bantu, que incluem o suaíli, o Zulu, o Shona e centenas de outras línguas faladas em todo África.

Generalidades

Algumas áreas do cérebro envolvidas no processamento da linguagem:. Área de Broca (Azul), Área de Wernicke (Verde), Giro supramarginal (Amarelo), Giro angular (Laranja) ,Cortex auditivo primário (Rosa)

Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela (linguagem) diz respeito à capacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em ação ou exercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).

Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua.

Por extensão, chama-se linguagem de programação ao conjunto de códigos usados em computação.

O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado semiótica. A linguística é subordinada à semiótica porque seu objeto de estudo é a língua,[11] que é apenas um dos sinais estudados na semiótica.

Origens da linguagem humana

Ver artigo principal: Origens da linguagem humana

A respeito das origens da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de que a linguagem desenvolveu-se a partir da comunicação gestual com as mãos.[12] Posteriores alterações no aparelho fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas.

De acordo com Kandel [13] apesar das dificuldades de se apontar com precisão quando ou como a linguagem evoluiu há certo consenso quanto a algumas estruturas cerebrais constituírem-se como pré-requisitos para a linguagem e que estas parecem ter surgido precocemente na evolução humana. Segundo esse autor essa conclusão foi atingida após exame dos moldes intracranianos de fósseis humanos. Na maioria dos indivíduos o hemisfério esquerdo é dominante para a linguagem; a área cortical da fala do lobo temporal (o plano temporal) é maior no hemisfério esquerdo que no direito. Visto que os giros e sulcos importantes deixam com freqüência impressões no crânio, o registro fóssil foi estudado buscando-se as assimetrias morfológicas associadas à fala nos humanos modernos. Essas assimetrias foram encontradas no homem de Neanderthal (datando de cerca de 30.000 a 50.000 anos) e no Homo erectus (datado de 300.000 a 500.000 anos), o predecessor de nossa própria espécie.

Funções da linguagem

Obs:Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação.

Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira "sistematizada" (alguém pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, etc).

Exemplo:

Elementos da comunicação
  • Emissor - emite, codifica a mensagem;
  • Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
  • Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
  • Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem;
  • Referente - contexto relacionado a emissor e receptor;
  • Canal - meio pelo qual circula a mensagem.

Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclusão que quando se trata da parole, entende-se que é um veículo democrático (observe a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo interativo):

  • locutor - quem fala (e responde);
  • locutário - quem ouve e responde;
  • interlocução - diálogo

nota: as respostas, dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.

Observação: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação

Funções da linguagem (Jacobson, 1969)
  • Emotiva (ou expressiva) - a mensagem centra-se no "eu" do emissor, é carregada de subjectividade. Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica.
  • Função apelativa (imperativa) - com este tipo de mensagem, o emissor actua sobre o receptor, a fim de que este assuma determinado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.
  • Função metalinguística - função usada quando a língua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintácticos e/ou semânticos).
  • Função informativa (ou referencial) - função usada quando o emissor informa objectivamente o receptor de uma realidade, ou acontecimento.
  • Função fática - pretende conseguir e manter a atenção dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
  • Função poética - embeleza, enriquecendo a mensagem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis, etc.

Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram para o que podemos reconhecer como 'interjeições". As primeiras ferramentas da fala humana.

Linguagem humana

Ver artigo principal: Língua natural

A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos outros animais.

Podemos considerar que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial

Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem - aprendendo pela observação de animais - desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para utilizar em situações especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem observar entre si.

Linguagem e línguas: Taxonomia das línguas

Ver artigo principal: Taxonomia das línguas

As línguas do mundo foram agrupadas em famílias de línguas que têm semelhanças. Os maiores grupos são as línguas indo-europeias, línguas afro-asiáticas e as línguas sino-tibetanas.

Línguas construídas

Uma das muitas línguas planejadas que existem, o esperanto, foi criada por L. L. Zamenhof. O Esperanto é uma compilação de vários elementos de diferentes línguas humanas cuja intenção é de ser uma língua de fácil aprendizagem, de forma a proporcionar a toda a população humana uma forma mais fácil e democrática de se comunicar. Hoje é possível encontrar recursos didáticos - gratuitos ou não - na rede mundial para aprendê-la; é uma língua viva em ascensão.

Outras línguas artificiais cada vez mais exploradas e conhecidas hoje em dia são as criadas por J. R. R. Tolkien, autor dos livros da série O Senhor dos Anéis. Segundo o próprio autor, ele criou todo um mundo de aventuras para ter um contexto e um lugar próprio onde inserir as línguas que tinha criado. Na lista de línguas que Tolkien criou podem encontra-se: Quenya, Sindarin, Adûnaic, Entish, Khuzdûl.

O número de línguas artificiais, geralmente chamadas conlangs (palavra que vem do inglês constructed language, "língua construída") tem vindo a aumentar a cada dia. Há vários sites na Internet que aprofundam o tema, contendo listas e breves introduções a centenas ou mesmo milhares de línguas artificiais. A maioria das pessoas que se dedica ao fenómeno, os chamados conlangers, fazem parte de uma lista de distribuição de emails: a CONLIST.

Idiomas minoritários e línguas minoritárias

Idiomas minoritários, como pode facilmente ser deduzido, são línguas utilizadas por certos segmentos minoritários de uma civilização. Muito embora, em certos casos, uma língua pode até ser falada pela maioria dos habitantes de um país em seu cotidiano, mas mesmo assim ser a língua não oficial ou nacional e, para todos os efeitos, permanecendo na condição de idioma minoritário. Um exemplo a ser citado seria o idioma tetum prevalente na nova nação (Timor-Leste), onde o idioma oficial nacional escolhido foi a língua de Camões.

Línguas minoritárias podem existir restritas à condição oral, isto é, somente falada ou podem ser também escritas (ou semi-escritas). Normalmente idiomas minoritários podem ser divididos entre duas categorias: Idiomas autóctones e idiomas alóctones. Autóctone significa natural da terra, indígena. Alóctone significa basicamente língua transplantada ou língua de imigração.

Muitas línguas minoritárias autóctones, como as indígenas do continente americano, adotaram um sistema de escrita europeu com forma de autonomia ante a adaptação.

Outras línguas transplantadas, ao passar do tempo, tornaram-se basicamente línguas faladas mas muito pouco escritas. Um exemplo disso é o idioma alemão cultivado no sul do Brasil por quase duzentos anos (em 2005) que é utilizado em casa e nos círculos mais íntimos, sendo que o português é a língua pública e escrita.

Vejamos alguns exemplos pertinentes ao Brasil: Na primeira categoria se encaixam idiomas nativos como o mbyá-guaraní, o caingangue (kaingang), o terena, etc… já na segunda categoria se enquadram línguas regionais brasileiras que resultaram da incursão de povos de fora, como o idioma alemão (nas suas distintas variações como o pomerano ou Pommersch Platt e o Hunsrückisch, também conhecido por Riograndenser Hunsrückisch ou Hunsrückisch Platt), o italiano ou talian, o japonês, o romani (um falar cigano) e o yorubá ou Iorubá (sendo que esta língua de origem africana permanece viva mais nos rituais religiosos afro-brasileiros, como no candomblé de Salvador da Bahia).

Além disso existem línguas que resultam de contato com o estrangeiro, por exemplo, brasileiros que habitam regiões fronteiriças e que, consequentemente, aprendem a falar castelhano (ou ao menos o chamado portunhol ou portuñol). Nas fronteiras dos Estados Unidos, similarmente, surge o falar Chicano ou Spanglish.

Ainda dentro desta categoria podem ser classificadas aquelas línguas novas que resultam de tais contatos, tomando vida própria e passando a funcionar como língua comum ou franca entre dois ou mais grupos de falantes de idiomas diferentes. Por exemplo, a Língua Geral do Brasil colonial, mas que é, ainda hoje, falada em certas localidades do Amazonas. E, também, comparativamente, pode-se citar o Jargão Chinook (ou Chinook Jargon) que surgiu no noroeste da América do Norte, que foi utilizado por diferentes tribos da região, por europeus e até mesmo por imigrantes chineses. Em ambos os casos, tanto a Língua Geral como o Jargão Chinook (pronunciado xâ-núk) surgiram formas escritas, além da oral.

Também temos os exemplos de línguas de contato adotadas através da incursão de brasileiros nas academias e universidades estrangeiras, por exemplo o francês e o inglês. As línguas artificiais ou construídas também são línguas minoritárias, inclusive a língua de sinais, conforme já citado neste espaço.

Também vale notar os regionalismos que surgem praticamente em todas as culturas do mundo. No Brasil podemos citar variações distintas da língua nacional que se desenvolveram através dos anos, como por exemplo as falas do gaúcho, do carioca, do nordestino, do capixaba, do baiano, do mineiro, etc.

Existem mais duas categorias distintas de falares frequentemente ignorados quando se fala nas línguas do mundo:

A primeira destas classificações tratando-se das línguas inventadas por crianças e jovens para se comunicarem entre si em segredo na presença de adultos, geralmente de seus pais (play languages). Um exemplo disso é o chamado "pig latin" (Igpay Atinlay) que existe principalmente no mundo cultural anglo-saxão. No mundo cultural castelhano existe o jargão jeringonzo, também chamado de jeringonza e jeringôncio. No Brasil existe a chamada Língua do P.

A segunda destas categorias são as linguagens próprias de profissões ou de certos meios que são, muitas vezes, considerados de má ou questionável reputação. No mundo teuto (alemão) existe o falar Rotwelsch ou Gaunersprache (o falar da malandragem), sendo que seus equivalentes na Grã-Bretanha, na França e na Argentina são, respectivamente, o cant, o argot e o lunfardo.

Um assunto controverso que tem emergido em certos meios já desde antes de virada do milênio é justamente a preservação e, até mesmo, o reavivamento de línguas minoritárias ou de línguas minoritárias em determinados contextos. O primeiro é o caso do irlandês na Irlanda ou do maori na Nova Zelândia - este último exemplo sendo considerado um dos grandes sucessos. O segundo caso, o do galego na Espanha, considerado por muitos uma variedade do português, ou o francês no Canadá pois são línguas internacionais mas com estatuto minoritário nesse contexto. Existe toda uma preocupação com o rápido desaparecimento de idiomas no mundo, especialmente com o advento da globalização.

A modo de exemplo, apesar de mais de duzentas línguas serem faladas na República do Brasil, a vasta maioria dos brasileiros acredita que se fala somente português.

Linguagens não-humanas

Ver artigo principal: Linguagem animal

Para muitos autores uma das principais distinções entre homem - animal ou Homo sapiens outros hominídeos se dá através da linguagem.

Estudos sobre os macacos chimpanzés (Pan) identificaram mais de cem sinais para comportamentos de jogo, agressão, alarme, organização do bando, sexo, etc. Esse número tem sido revisto com os experimentos de ensino da linguagem a primatas bem como com a análise da interação dos cães, especialmente pastores, com as atividades profissionais humanas.

Mas isso nem se compara à linguagem humana. Pesquisas sobre desenvolvimento da linguagem já identificaram entre estudantes de universidades um vocabulário de 80 mil palavras.

Linguagem formal

A língua não é esvaia em apenas códigos, ela está presente em todo o nosso dia a dia, sendo primordial em todas nossas escolhas.

Ver também

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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Referências

  1. Estadão (14 de julho de 2010). «Encontrado em Jerusalém o documento escrito mais velho da História». Consultado em 19 jul de 2010 
  2. Maíra Valle e Alessandra Pancetti. A transformação do mundo pela escrita. ComCiência: Revista Eletrônica de Jornalismo Científico (10/11/2009);
  3. Antônio Houaiss. O que é língua. São Paulo: Brasiliense: 1991;
  4. Evani Viotti. Introdução aos Estudos Linguísticos. Universidade Federal de Santa Catarina: Florianópolis, 2007;
  5. De acordo com o Dicionário de Comunicação: Linguagem (s.f.) é uma forma de expressãodo pensamento entre os homens que opera através de signos vocais (a fala) e eventualmente gráficos (a escrita), que formam uma língua". Ciro Marcondes Filho (org.). Linguagem. In: Dicionário de Comunicação. São Paulo: Paulus, 2009;
  6. Carl Sagan. Os Dragões do Edén. Rio de Janeiro: F. Alves, 1997;
  7. Veja. A explosão da linguagem. Edição especial: Bebês. São Paulo: Abril, 1998;
  8. Bruno Ribeiro. A noção de erro na língua. Observatório da Imprensa. Ano 16 - nº 675, edição 672 (13/12/2011);
  9. Marcos Bagno. Por que há erros mais errados do que outros?. Revista Caros Amigos – Nov/2009;
  10. Stella Bortoni. O Estatuto do erro na língua oral e na língua escrita. 30 Nov 1999;
  11. Saussure
  12. BBC Brasil - Folha SP Estudo de gestos de macacos revela origens da linguagem humana
  13. Kandel, Eric. A linguagem (Cap. 34) in: Kandel, Eric R.; Schwartz, James H.; Jessell, Thomas M. Fundamentos da neurociência do comportamento. RJ, Guanabara Koogan, 1997

Ligações externas