Grande Prêmio da África do Sul de 1993: diferenças entre revisões
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Demitido pela [[Scuderia Ferrari|Ferrari]] após o [[Grande Prêmio do Japão de 1991]] por críticas acerbas à equipe,<ref name=nyt>{{citar jornal| url = http://www.nytimes.com/1991/10/30/sports/sports-people-auto-racing-prost-is-dropped-from-ferrari-team.html |acessodata= 2015-04-02 |data= 1991-10-30 |título= Sports People: Auto Racing; Prost is dropped from Ferrari team |obra=[[The New York Times]] |publicado= [[The New York Times Company]]}}</ref> [[Alain Prost]] permaneceu fora das pistas e como reflexo do domínio imposto pela [[Williams Grand Prix Engineering|Williams]], o nome do francês surgiu como candidato a uma vaga no time de Grove a partir do fim de semana do [[Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1992]] numa torrente de boatos envolvendo os nomes de [[Nigel Mansell]] e [[Ayrton Senna]],<ref>{{citar web || url=http://www.folha.uol.com.br/ || titulo= Três escuderias disputam três pilotos. Disponível na Folha de S.Paulo, 11/07/1992||acessodata=2 de abril de 2015}}</ref> mas graças ao poderio da [[Renault]] e da [[Elf Aquitaine|Elf]], Alain Prost foi contratado por dois anos como substituto de Nigel Mansell que assinou contrato para correr na [[Champ Car|Fórmula Indy]] onde foi [[Temporada da CART World Series de 1993|campeão]] pela [[Newman/Haas/Lanigan Racing|Newman-Haas]]. |
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* Com a transferência de [[Nigel Mansell]] para a [[Champ Car|Fórmula Indy]], a [[Temporada de Fórmula 1 de 1993|temporada de 1993]] foi a primeira desde [[Temporada de Fórmula 1 de 1971|1971]] onde o atual campeão mundial não defendeu seu título. Assim a [[Williams Grand Prix Engineering|Williams]] usou o número #2 para designar [[Alain Prost]] e o #0 para [[Damon Hill]], nesse último caso uma medida inédita desde [[Temporada de Fórmula 1 de 1973|1973]]. |
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* Apenas cinco pilotos cruzaram a linha de chegada: [[Gerhard Berger]] e [[Derek Warwick]] foram classificados em sexto e sétimo por cumprirem mais de três quartos da corrida. |
* Apenas cinco pilotos cruzaram a linha de chegada: [[Gerhard Berger]] e [[Derek Warwick]] foram classificados em sexto e sétimo por cumprirem mais de três quartos da corrida. |
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* Última corrida disputada na [[África do Sul]]. |
* Última corrida disputada na [[África do Sul]]. |
Revisão das 14h11min de 24 de julho de 2019
Grande Prêmio da África do Sul de Fórmula 1 de 1993 | |||
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21º GP da África do Sul realizado em Kyalami | |||
Detalhes da corrida | |||
Data | 14 de março de 1993 | ||
Nome oficial | Panasonic South African Grand Prix[1] | ||
Local | Kyalami, Midrand, Província de Gautengue, África do Sul | ||
Total | 72 voltas / 306.792 (191.386 mi) km | ||
Condições do tempo | Muito quente e úmido | ||
Pole | |||
Piloto |
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Tempo | 1:15.696 | ||
Volta mais rápida | |||
Piloto |
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Tempo | 1:19.492 (na volta 40) | ||
Pódio | |||
Primeiro |
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Segundo |
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Terceiro |
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Resultados do Grande Prêmio da África do Sul de Fórmula 1 realizado em Kyalami à 14 de março de 1993. Foi a etapa de abertura da temporada e teve como vencedor o francês Alain Prost em sua reestreia na categoria como piloto da Williams.[2]
Resumo da prova
Bastidores sul-africanos
Esta foi a primeira vez desde 1971 que a primeira corrida de uma temporada não contou com a presença do campeão dos pilotos do ano anterior (Jochen Rindt faleceu nos treinos para o Grande Prêmio da Itália de 1970 e foi campeão póstumo graças à vitória de Emerson Fittipaldi nos EUA). Nigel Mansell, campeão de 1992, transferiu-se para a Fórmula Indy, onde conquistou o título em seu ano de estreia. Assim a Williams ficou impossibilitada de ostentar o número #1, e atribuiu o número #2 para designar Alain Prost e o #0 para Damon Hill, nesse último caso uma medida inédita desde o Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1973 quando Jody Scheckter defendia a McLaren.
Treinos
Demitido pela Ferrari após o Grande Prêmio do Japão de 1991 por críticas acerbas à equipe,[3] Alain Prost permaneceu fora das pistas e como reflexo do domínio imposto pela Williams, o nome do francês surgiu como candidato a uma vaga no time de Grove a partir do fim de semana do Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1992 numa torrente de boatos envolvendo os nomes de Nigel Mansell e Ayrton Senna,[4] mas graças ao poderio da Renault e da Elf, Alain Prost foi contratado por dois anos como substituto de Nigel Mansell que assinou contrato para correr na Fórmula Indy onde foi campeão pela Newman-Haas.
De volta à categoria, Alain Prost fez a pole com apenas oitenta e oito milésimos de vantagem para Ayrton Senna. Desde o Grande Prêmio da França de 1989 o francês não conquistava a posição de honra e nessa corrida, aliás, ele e o brasileiro largaram na primeira fila pela McLaren. Um novo recorte histórico assinala que os dois não saíam na fila de honra desde o Grande Prêmio da Bélgica de 1991 e naquela ocasião Senna ficou à frente (pole).[5]
Corrida
Na largada, Senna pulou adiante e trouxe Hill consigo, mas como o inglês rodou logo nos primeiros metros, caiu várias posições e assim permitiu a perseguição de Schumacher e Prost ao brasileiro da McLaren. Após superar Schumacher na décima terceira volta, o francês inicia uma perseguição a Senna até superá-lo na vigésima quarta volta, quando o alemão Schumacher chegou ao segundo lugar. Como os dois vice-líderes foram aos boxes logo a seguir, Prost ficou na pista por mais uma volta e trocou seus pneus sem perder a liderança e quando retornou ao asfalto tinha Ayrton Senna em segundo lugar e Michael Schumacher em terceiro, graças ao bom pit stop realizado pela McLaren.[6]
Após retornarem dos boxes, a vantagem de Alain Prost sobre Ayrton Senna girava em torno de três segundos e essa margem subiu paulatinamente enquanto o brasileiro detinha cerca de meio segundo sobre Michael Schumacher na disputa pela segunda posição. O duelo entre Senna e o alemão terminou na altura da quadragésima volta quando o piloto da Benetton empreendeu uma tentativa de ultrapassagem cujo resultado foi um toque de rodas que o eliminou da prova, manobra cujo resultado prejudicou o germânico.[7] Pouco depois Riccardo Patrese rodou enquanto ocupava a terceira posição herdada de seu companheiro de equipe. A saída do italiano legou a Mark Blundell o terceiro lugar mas, tão logo isso ocorreu, o inglês da Ligier tomou uma volta de Alain Prost, líder da prova com mais de meio minuto sobre Ayrton Senna.
Sem ninguém a persegui-lo de perto, Alain Prost seguiu na liderança e administrou sua vantagem a ponto de cruzar a linha de chegada com quase um minuto e vinte segundos de diferença sobre Ayrton Senna, não obstante a chuva que caiu sobre Kyalami nas voltas finais. Foi a primeira dobradinha entre ambos desde os Estados Unidos em 1991 e a primeira vez que sobem juntos ao pódio desde a Itália naquele mesmo ano.[8] Além disso, Mark Blundell subiu pela primeira vez ao pódio enquanto Christian Fittipaldi foi o quarto colocado com uma menção honrosa a J. J. Lehto que pontuou na corrida de estreia da equipe Sauber na Fórmula 1. Mesmo parando a duas voltas do fim, Gerhard Berger ficou em sexto lugar com sua Ferrari.
Ao final da corrida, Alain Prost tornou-se o primeiro a vencer em sua corrida de estreia pela Williams desde Nelson Piquet no Grande Prêmio do Brasil de 1986, enquanto Ayrton Senna conquistou seu primeiro pódio na África do Sul e Mark Blundell obteve o primeiro pódio da Ligier desde Grande Prêmio de Detroit de 1986. Quatro dias depois da prova, Alain Prost foi absolvido pelo conselho mundial da FISA ao se desculpar por críticas feitas à entidade[9] e pôde, enfim, comemorar uma vitória que não vinha desde a Espanha em 1990 quando defendia a Ferrari.
Treinos classificatórios
Grid de largada e classificação da prova
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Tabela do campeonato após a corrida
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- Nota: Somente as primeiras cinco posições estão listadas.
Notas
- Apenas cinco pilotos cruzaram a linha de chegada: Gerhard Berger e Derek Warwick foram classificados em sexto e sétimo por cumprirem mais de três quartos da corrida.
- Última corrida disputada na África do Sul.
- Estreia da equipe Sauber.
- Antes do primeiro treino livre, a equipe March, que teria como pilotos Jan Lammers e Jean-Marc Gounon, encerrou suas atividades na categoria.
- Última corrida de Ivan Capelli. O italiano encerrou a carreira após não se classificar para o Grande Prêmio do Brasil de 1993.
- A última vez que Prost dominou dois treinos classificatórios, volta mais rápida na prova e vitória foi no Grande Prêmio da França de 1988.
- Terceira pole e vitória consecutiva da Williams na África do Sul: 1985, 1992 e 1993.
- Primeira corrida de Luca Badoer, Michael Andretti e Rubens Barrichello.
- Primeiro pódio de Mark Blundell e o primeiro da Ligier desde o Grande Prêmio de Detroit de 1986 quando Jacques Laffite cruzou a linha de chegada em 2º lugar.
- Reestreias de Alain Prost e Derek Warwick.
Referências
- ↑ «Motor Racing Programme Covers: 1993». The Programme Covers Project. Consultado em 24 de julho de 2019
- ↑ «1993 South African Grand Prix - race result». Consultado em 14 de setembro de 2018
- ↑ «Sports People: Auto Racing; Prost is dropped from Ferrari team». The New York Times. The New York Times Company. 30 de outubro de 1991. Consultado em 2 de abril de 2015
- ↑ «Três escuderias disputam três pilotos. Disponível na Folha de S.Paulo, 11/07/1992». Consultado em 2 de abril de 2015
- ↑ «Prost larga na pole e Senna obtém 2º posto. Disponível na Folha de S.Paulo, 14/03/1993». Consultado em 10 de abril de 2015
- ↑ «Prost vence disputa de gigantes na África do Sul. Disponível na Folha de S.Paulo, 15/03/1993». Consultado em 2 de abril de 2015
- ↑ «Alemão sai da pista e dá queixa contra Senna. Disponível na Folha de S.Paulo, 15/03/1993». Consultado em 2 de abril de 2015
- ↑ «ChicaneF1.com: Results and Statistics». Consultado em 2 de abril de 2015
- ↑ «Fisa muda o discurso e absolve Alain Prost. Disponível na Folha de S. Paulo, 19/03/1993». Consultado em 2 de abril de 2015
Precedido por Grande Prêmio da Austrália de 1992 |
Campeonato mundial de Fórmula 1 da FIA Ano de 1993 |
Sucedido por Grande Prêmio do Brasil de 1993 |
Precedido por Grande Prêmio da África do Sul de 1992 |
Grande Prêmio da África do Sul 33ª edição |
Sucedido por Nenhum |