Donald Rumsfeld: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:The Pentagon is functioning.jpg|miniaturadaimagem|Rumsfeld em uma entrevista coletiva no [[O Pentágono|Pentágono]], em setembro de 2001.]] |
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'''Donald Henry Rumsfeld''' ([[Evanston (Illinois)|Evanston]], [[9 de Julho]] de [[1932]]) é um empresário e político norte-americano. Ele serviu como o [[Lista de Secretários de Defesa dos Estados Unidos|13]]º [[Secretário de Defesa dos Estados Unidos]] de 1975 a 1977 durante a presidência de [[Gerald Ford]], e também como o 21º Secretário entre 2001 e 2006 sob o presidente [[George W. Bush]]. Além disso, Rumsfeld serviu quatro mandatos na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]] pelo estado de [[Illinois]] de 1963 até 1969, foi diretor do Escritório de Oportunidades Econômicas entre 1969 e 1970, representante norte-americano na [[OTAN]] de 1973 a 1974 e [[Chefe de Gabinete da Casa Branca]] de 1974 a 1975. |
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[[Ficheiro:190911-A-AP390-2074 (48718782863).jpg|miniaturadaimagem|Donald Rumsfeld se encontrando com o ex presidente George Bush, em setembro de 2019.]] |
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'''Donald Henry Rumsfeld''' ([[Evanston (Illinois)|Evanston]], [[9 de Julho]] de [[1932]]) é um político aposentado [[Estados Unidos|americano]]. Rumsfeld serviu como [[Secretário de Defesa dos Estados Unidos]] de 1975 a 1977, no governo do presidente [[Gerald Ford]], e novamente de janeiro de 2001 até dezembro de 2006 no governo de [[George W. Bush]].<ref>{{cite web |url=https://history.defense.gov/Multimedia/Biographies/Article-View/Article/571288/donald-h-rumsfeld/ |title=Donald H. Rumsfeld – Gerald Ford Administration |publisher=Office of the Secretary of Defense – Historical Office|access-date=25 de fevereiro de 2021}}</ref> Ele foi o homem mais jovem e o segundo mais velho a servir como chefe do [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos]]. Além disso, Rumsfeld havia também servido três mandatos na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]] por [[Illinois]] (1963–69), diretor do [[Escritório de Oportunidade Econômica]] (1969–70), Conselheiro para o Presidente (1969–73, na [[Presidência de Richard Nixon|administração Nixon]]), representante do governo americano para a [[OTAN]] (1973–74) e [[Chefe de Gabinete da Casa Branca]] (1974–75). Entre estes cargos no serviço público, ele também trabalhou em várias companhias privadas, sempre em posições de chefia.<ref>{{citar web|url=https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/government/rumsfeld-bio.html|título=Donald H. Rumsfeld — Former Secretary of Defense|publicado=Defense.gov|acessodata=25 de fevereiro de 2021}}</ref> |
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Rumsfeld estudou na [[Universidade de Princeton]], se formando em 1954 em [[ciência política]]. |
Rumsfeld nasceu em Illinois e mais tarde estudou na [[Universidade de Princeton]], se formando em 1954 com um diploma em [[ciência política]]. Após servir brevemente na [[Marinha dos Estados Unidos|Marinha]] por três anos, ele foi eleito pelo 13º Distrito para o Congresso em 1962 aos 30 anos. Na Câmara, entre as principais legislações que apoiou estava a ''Freedom of Information Act'', que aumentava a transparência no governo federal. Em 1969, Rumsfeld relutantemente aceitou a indicação de [[Richard Nixon]] para liderar o Escritório de Oportunidades Econômicas e também foi apontado como conselheiro do presidente, uma posição de gabinete na Casa Branca. Em 1970 ele ainda liderou o Programa de Estabilização Econômica antes de ser apontado como embaixador para a OTAN. De volta a Washington, em agosto de 1974, Rumsfeld foi apontado como Chefe de Gabinete do presidente [[Gerald Ford|Ford]]. Rumsfeld recrutou para a Casa Branca um dos seus jovens ajudantes, [[Dick Cheney]], para sucede-lo neste cargo quando Ford o nomeou para a posição de Secretário de Defesa, em 1975. Quando o presidente Ford perdeu a [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1976|eleição de 1976]], Rumsfeld retornou para o setor privado na área financeira e foi nomeado presidente da empresa [[Medicamento|farmaceutica]] [[G.D. Searle, LLC|G. D. Searle & Company]]. Ele ainda foi [[Diretor executivo|CEO]] da [[General Instrument]], de 1990 a 1993, e presidente da [[Gilead Sciences]] de 1997 a 2001.<ref>{{cite news|date=31 de outubro de 2005 |url=https://money.cnn.com/2005/10/31/news/newsmakers/fortune_rumsfeld/ |department=[[CNNMoney]] |title=Rumsfeld's growing stake in Tamiflu |first1=Nelson D. |last1=Schwartz |archive-url=https://web.archive.org/web/20100314083340/https://money.cnn.com/2005/10/31/news/newsmakers/fortune_rumsfeld/ |archive-date=14 de março de 2010 |access-date=1 de maio de 2010}}</ref> |
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Rumsfeld voltou a servir na [[Casa Branca]] em 2001 quando foi apontado, pela segunda vez na vida, para Secretário de Defesa dos Estados Unidos pelo presidente [[George W. Bush]]. Nove meses depois de assumir o cargo, ocorreram os [[atentados de 11 de setembro]]. Rumsfeld então assumiu um papel crucial na resposta do governo, ajudando o governo Bush a orquestrar a chamada [[Guerra ao Terror]]. Entre as ações mais contundentes, estavam a [[Guerra do Afeganistão (2001–presente)|invasão e ocupação do Afeganistão]] e [[Guerra do Iraque|do Iraque]]. Embora a guerra contra a [[al-Qaeda]] no Afeganistão parecia ser taticamente a mais importante, meses depois, no começo de 2002, Rumsfeld e o governo americano mudaram o foco da nação para o [[Iraque Baathista]], governado por [[Saddam Hussein]], acusando seu regime de possuir [[Arma de destruição em massa|armas de destruição em massas]]. A [[invasão do Iraque]] começou em março e terminou em abril, com a vitória da Coalizão Ocidental. Contudo, com o território iraquiano sob ocupação das [[forças armadas dos Estados Unidos]], nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada e a [[Alegações de vínculos entre a al-Qaeda e Saddam Hussein|suposta ligação]] entre Saddam e a al-Qaeda nunca foi provada.<ref>{{Cite news |url=https://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/truth/why/said.html |title=Truth, War And Consequences: Why War? – In Their Own Words – Who Said What When |work=[[Frontline]]|publisher=[[PBS]] |access-date=28 de maio de 2019}}</ref><ref>{{Cite web|url=https://www.factcheck.org/2005/09/anti-war-ad-says-bush-cheney-rumsfeld/|title=Anti-war Ad Says Bush, Cheney, Rumsfeld & Rice "Lied" About Iraq|last=Jackson|first=Brooks|date=2 de setembro de 2005|website=[[FactCheck.org]] |language=en-US|access-date=28 de maio de 2019}}</ref> Ainda em 2003, mesmo com a invasão concluída, a ocupação se mostrou um desastre. O governo americano subestimou a [[insurgência iraquiana]] e decisões como a respeito da quantidade de tropas necessárias no país, ou a conduta das forças americanas, foram duramente questionadas. No começo do segundo mandato do governo Bush, a liderança de Rumsfeld no Departamento de Defesa passou a ser questionada pela imprensa, por políticos e até por militares da ativa.<ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/1530663/Rumsfeld-must-go-after-causing-disaster-in-Iraq-says-US-general.html|título=Rumsfeld must go after causing disaster in Iraq, says US general|data=5 de outubro de 2006|publicado=The Telegraph|acessodata=25 de fevereiro de 2021}}</ref> Um relatório do Pentágono afirmou que Rumsfeld e seu gabinete "desenvolveu, produziu e, em seguida, disseminou avaliações de inteligência alternativa sobre o relacionamento do Iraque com a Al-Qaeda, que incluíram algumas conclusões que eram inconsistentes com o consenso do da [[Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos|Comunidade de Inteligência]], repassando-as para legisladores".<ref name="McClatchy 2007-02-07">{{Cite news |date=8 de fevereiro de 2007 |url=https://www.mcclatchydc.com/news/special-reports/iraq-intelligence/article24461020.html |title=Pentagon office produced 'alternative' intelligence on Iraq |last=Landay |first=Jonathan S. |publisher=[[McClatchy]] |access-date=28 de maio de 2019}}</ref> O tempo de Rumsfeld foi marcada por diversas controversas além das guerras no Oriente Médio, como o apoio do governo americano para o [[Técnicas aprimoradas de interrogatório|uso de tortura]] e as denúncias de abuso de direitos humanos na [[prisão de Abu Ghraib]].<ref>{{Cite news |last1= Shanker |first1= Thom|url=https://www.nytimes.com/2005/02/04/politics/rumsfeld-says-he-offered-to-quit.html |title= Rumsfeld Says He Offered to Quit|newspaper=The New York Times|date= 4 de fevereiro de 2005 |access-date=28 de junho de 2017}}</ref> Eventualmente, Rumsfeld perdeu apoio político no Congresso, no governo e entre os militares, forçando-o a renunciar ao cargo de Secretário de Defesa em dezembro de 2006.<ref>{{cite news|first=Kristin |last=Roberts |title=Rumsfeld resigned before election, letter shows |date=15 de agosto de 2007 |work=[[Reuters]] |url=https://www.reuters.com/article/us-usa-rumsfeld-resignation/rumsfeld-resigned-before-election-letter-shows-idUSN1524505720070815 |publisher=[[Yahoo! News]] |access-date=8 de agosto de 2011 |archive-url=https://web.archive.org/web/20120726104051/https://www.reuters.com/article/2007/08/15/us-usa-rumsfeld-resignation-idUSN1524505720070815 |archive-date=26 de julho de 2012}}</ref> |
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Ford perdeu as eleições de 1976 e Rumsfeld voltou para a vida particular, sendo nomeado presidente da corporação farmacêutica G. D. Searle & Company, tempo em que conseguiu a legalização do [[aspartame]]. Posteriormente foi nomeado presidente da [[General Instrument]] de 1990 a 1993, e da [[Gilead Sciences]] entre 1997 e 2001. |
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Após deixar o Governo Bush, ele se aposentou da vida política e profissional. Rumsfeld passou então se dedicar a escrever suas memórias, como ''[[Known and Unknown: A Memoir]]'' (2011) e ''Rumsfeld's Rules: Leadership Lessons in Business, Politics, War, and Life'' (2013) e concedeu várias entrevistas, comentando sobre a situação política dos Estados Unidos na década de 2010 e defendendo seu legado, especialmente suas decisões tomadas no Iraque.<ref>{{cite news |url=https://www.nysun.com/national/publishers-abuzz-over-possible-rumsfeld-book/57376/ |first=Gary |last=Shapiro |title=Publishers Abuzz Over Possible Rumsfeld Book |date=27 de junho de 2007 |work=[[The New York Sun]] |access-date=29 de maio de 2019}}</ref> |
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Rumsfeld foi recomendado no final de 2000 pelo vice-presidente [[Dick Cheney]] para a posição de Secretário de Defesa, sendo nomeado em janeiro pelo presidente George W. Bush. Durante seu mandato ele foi uma voz [[Neoconservadorismo|neoconservadora]],<ref>{{Citar web |url=http://www.prisonplanet.com/articles/may2008/051608_rumsfeld_tape.htm |titulo=Rumsfeld On Tape: Terror Attack Could Restore Neo-Con Agenda |acessodata=2015-08-09 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924081934/http://www.prisonplanet.com/articles/may2008/051608_rumsfeld_tape.htm |arquivodata=2015-09-24 |urlmorta=yes }}</ref> [[neoliberal]]<ref>[http://citation.allacademic.com/meta/p_mla_apa_research_citation/1/8/0/7/4/pages180745/p180745-8.php Workfare-Warfare: Neoliberalism, Active Welfare and the New American Way of War]</ref> e um dos principais responsáveis por reestruturar as forças armadas no século XXI. Rumsfeld foi crucial ao planejar a resposta dos Estados Unidos aos [[ataques de 11 de setembro de 2001]], incluindo duas guerras: a do [[Guerra do Afeganistão (2001–presente)|Afeganistão]] e a do [[Guerra do Iraque|Iraque]]. Além das estratégias de guerra, seu período no cargo tornou-se controverso pelos escândalos de tortura e abuso de prisioneiros na [[Prisão de Abu Ghraib]], Iraque. Rumsfeld foi gradualmente perdendo seu apoio político enquanto as guerras continuavam sem fim, com ele renunciando do cargo no final de 2006. |
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*[https://www.defense.gov/Our-Story/Biographies/Biography/Article/602800/ Donald Rumsfeld] {{en}} no [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos]] |
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Revisão das 00h28min de 26 de fevereiro de 2021
Donald Rumsfeld | |
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21º Secretário de Defesa dos Estados Unidos | |
Período | 20 de janeiro de 2001 a 18 de dezembro de 2006 |
Presidente | George W. Bush |
Antecessor(a) | William Cohen |
Sucessor(a) | Robert Gates |
13º Secretário de Defesa dos Estados Unidos | |
Período | 20 de novembro de 1975 a 20 de janeiro de 1977 |
Presidente | Gerald Ford |
Antecessor(a) | James R. Schlesinger |
Sucessor(a) | Harold Brown |
6º Chefe de Gabinete da Casa Branca | |
Período | 21 de setembro de 1974 a 20 de novembro de 1975 |
Presidente | Gerald Ford |
Antecessor(a) | Alexander Haig |
Sucessor(a) | Dick Cheney |
9º Representante Permanente dos Estados Unidos na OTAN | |
Período | 2 de fevereiro de 1973 a 21 de setembro de 1974 |
Nomeado por | Richard Nixon |
Antecessor(a) | David M. Kennedy |
Sucessor(a) | David K. E. Bruce |
3º Diretor do Escritório de Oportunidades Econômicas | |
Período | 27 de maio de 1969 a 11 de dezembro de 1970 |
Presidente | Richard Nixon |
Antecessor(a) | Bertrand Harding |
Sucessor(a) | Frank Carlucci |
Membro da Câmara dos Representantes pelo 13º Distrito de Illinois | |
Período | 3 de janeiro de 1963 a 20 de março de 1969 |
Antecessor(a) | Marguerite S. Church |
Sucessor(a) | Phil Crane |
Dados pessoais | |
Nome completo | Donald Henry Rumsfeld |
Nascimento | 9 de julho de 1932 (91 anos) Evanston, Illinois, Estados Unidos |
Progenitores | Mãe: Jeannette Husted Pai: George Donald Rumsfeld |
Alma mater | Universidade de Princeton Universidade de Georgetown |
Esposa | Joyce Pierson (c. 1954) |
Filhos(as) | 3 |
Partido | Republicano |
Profissão | Empresário |
Assinatura | |
Website | Rumsfeld.com |
Serviço militar | |
Lealdade | Estados Unidos |
Serviço/ramo | Marinha dos Estados Unidos |
Anos de serviço | 1954–1957 |
Graduação | Capitão |
Donald Henry Rumsfeld (Evanston, 9 de Julho de 1932) é um político aposentado americano. Rumsfeld serviu como Secretário de Defesa dos Estados Unidos de 1975 a 1977, no governo do presidente Gerald Ford, e novamente de janeiro de 2001 até dezembro de 2006 no governo de George W. Bush.[1] Ele foi o homem mais jovem e o segundo mais velho a servir como chefe do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Além disso, Rumsfeld havia também servido três mandatos na Câmara dos Representantes por Illinois (1963–69), diretor do Escritório de Oportunidade Econômica (1969–70), Conselheiro para o Presidente (1969–73, na administração Nixon), representante do governo americano para a OTAN (1973–74) e Chefe de Gabinete da Casa Branca (1974–75). Entre estes cargos no serviço público, ele também trabalhou em várias companhias privadas, sempre em posições de chefia.[2]
Rumsfeld nasceu em Illinois e mais tarde estudou na Universidade de Princeton, se formando em 1954 com um diploma em ciência política. Após servir brevemente na Marinha por três anos, ele foi eleito pelo 13º Distrito para o Congresso em 1962 aos 30 anos. Na Câmara, entre as principais legislações que apoiou estava a Freedom of Information Act, que aumentava a transparência no governo federal. Em 1969, Rumsfeld relutantemente aceitou a indicação de Richard Nixon para liderar o Escritório de Oportunidades Econômicas e também foi apontado como conselheiro do presidente, uma posição de gabinete na Casa Branca. Em 1970 ele ainda liderou o Programa de Estabilização Econômica antes de ser apontado como embaixador para a OTAN. De volta a Washington, em agosto de 1974, Rumsfeld foi apontado como Chefe de Gabinete do presidente Ford. Rumsfeld recrutou para a Casa Branca um dos seus jovens ajudantes, Dick Cheney, para sucede-lo neste cargo quando Ford o nomeou para a posição de Secretário de Defesa, em 1975. Quando o presidente Ford perdeu a eleição de 1976, Rumsfeld retornou para o setor privado na área financeira e foi nomeado presidente da empresa farmaceutica G. D. Searle & Company. Ele ainda foi CEO da General Instrument, de 1990 a 1993, e presidente da Gilead Sciences de 1997 a 2001.[3]
Rumsfeld voltou a servir na Casa Branca em 2001 quando foi apontado, pela segunda vez na vida, para Secretário de Defesa dos Estados Unidos pelo presidente George W. Bush. Nove meses depois de assumir o cargo, ocorreram os atentados de 11 de setembro. Rumsfeld então assumiu um papel crucial na resposta do governo, ajudando o governo Bush a orquestrar a chamada Guerra ao Terror. Entre as ações mais contundentes, estavam a invasão e ocupação do Afeganistão e do Iraque. Embora a guerra contra a al-Qaeda no Afeganistão parecia ser taticamente a mais importante, meses depois, no começo de 2002, Rumsfeld e o governo americano mudaram o foco da nação para o Iraque Baathista, governado por Saddam Hussein, acusando seu regime de possuir armas de destruição em massas. A invasão do Iraque começou em março e terminou em abril, com a vitória da Coalizão Ocidental. Contudo, com o território iraquiano sob ocupação das forças armadas dos Estados Unidos, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada e a suposta ligação entre Saddam e a al-Qaeda nunca foi provada.[4][5] Ainda em 2003, mesmo com a invasão concluída, a ocupação se mostrou um desastre. O governo americano subestimou a insurgência iraquiana e decisões como a respeito da quantidade de tropas necessárias no país, ou a conduta das forças americanas, foram duramente questionadas. No começo do segundo mandato do governo Bush, a liderança de Rumsfeld no Departamento de Defesa passou a ser questionada pela imprensa, por políticos e até por militares da ativa.[6] Um relatório do Pentágono afirmou que Rumsfeld e seu gabinete "desenvolveu, produziu e, em seguida, disseminou avaliações de inteligência alternativa sobre o relacionamento do Iraque com a Al-Qaeda, que incluíram algumas conclusões que eram inconsistentes com o consenso do da Comunidade de Inteligência, repassando-as para legisladores".[7] O tempo de Rumsfeld foi marcada por diversas controversas além das guerras no Oriente Médio, como o apoio do governo americano para o uso de tortura e as denúncias de abuso de direitos humanos na prisão de Abu Ghraib.[8] Eventualmente, Rumsfeld perdeu apoio político no Congresso, no governo e entre os militares, forçando-o a renunciar ao cargo de Secretário de Defesa em dezembro de 2006.[9]
Após deixar o Governo Bush, ele se aposentou da vida política e profissional. Rumsfeld passou então se dedicar a escrever suas memórias, como Known and Unknown: A Memoir (2011) e Rumsfeld's Rules: Leadership Lessons in Business, Politics, War, and Life (2013) e concedeu várias entrevistas, comentando sobre a situação política dos Estados Unidos na década de 2010 e defendendo seu legado, especialmente suas decisões tomadas no Iraque.[10]
Referências
- ↑ «Donald H. Rumsfeld – Gerald Ford Administration». Office of the Secretary of Defense – Historical Office. Consultado em 25 de fevereiro de 2021
- ↑ «Donald H. Rumsfeld — Former Secretary of Defense». Defense.gov. Consultado em 25 de fevereiro de 2021
- ↑ Schwartz, Nelson D. (31 de outubro de 2005). «Rumsfeld's growing stake in Tamiflu». CNNMoney. Consultado em 1 de maio de 2010. Cópia arquivada em 14 de março de 2010
- ↑ «Truth, War And Consequences: Why War? – In Their Own Words – Who Said What When». Frontline. PBS. Consultado em 28 de maio de 2019
- ↑ Jackson, Brooks (2 de setembro de 2005). «Anti-war Ad Says Bush, Cheney, Rumsfeld & Rice "Lied" About Iraq». FactCheck.org (em inglês). Consultado em 28 de maio de 2019
- ↑ «Rumsfeld must go after causing disaster in Iraq, says US general». The Telegraph. 5 de outubro de 2006. Consultado em 25 de fevereiro de 2021
- ↑ Landay, Jonathan S. (8 de fevereiro de 2007). «Pentagon office produced 'alternative' intelligence on Iraq». McClatchy. Consultado em 28 de maio de 2019
- ↑ Shanker, Thom (4 de fevereiro de 2005). «Rumsfeld Says He Offered to Quit». The New York Times. Consultado em 28 de junho de 2017
- ↑ Roberts, Kristin (15 de agosto de 2007). «Rumsfeld resigned before election, letter shows». Reuters. Yahoo! News. Consultado em 8 de agosto de 2011. Cópia arquivada em 26 de julho de 2012
- ↑ Shapiro, Gary (27 de junho de 2007). «Publishers Abuzz Over Possible Rumsfeld Book». The New York Sun. Consultado em 29 de maio de 2019
Ligações externas
- Donald Rumsfeld (em inglês) no Departamento de Defesa dos Estados Unidos
- Nascidos em 1932
- Chefes de Gabinete da Casa Branca
- Políticos dos Estados Unidos
- Secretários de Defesa dos Estados Unidos
- Representantes Permanentes dos Estados Unidos na OTAN
- Membros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos
- Empresários dos Estados Unidos
- Oficiais da Marinha dos Estados Unidos
- Alunos da Universidade de Princeton
- Alunos da Universidade de Georgetown
- Naturais de Evanston (Illinois)
- Republicanos do Illinois
- Neoconservadores