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João I de Portugal: diferenças entre revisões

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Em [[1387]], D. João I casa com [[D. Filipa de Lencastre]], filha de [[João de Gaunt|João de Gaunt, Duque de Lencastre]], fortalecendo por laços familiares os acordos do [[Aliança Luso-Britânica|Tratado de Aliança Luso-Britânica]], que perdura até hoje. Depois da morte em [[1390]] de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a [[conquista de Ceuta]], no Norte de África, em [[1415]], uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a [[21 de Agosto]]. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha [[D. Filipa de Lencastre]].
Em [[1387]], D. João I casa com [[D. Filipa de Lencastre]], filha de [[João de Gaunt|João de Gaunt, Duque de Lencastre]], fortalecendo por laços familiares os acordos do [[Aliança Luso-Britânica|Tratado de Aliança Luso-Britânica]], que perdura até hoje. Depois da morte em [[1390]] de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a [[conquista de Ceuta]], no Norte de África, em [[1415]], uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a [[21 de Agosto]]. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha [[D. Filipa de Lencastre]].
Ele era um anormal que só queria tudo para ele.


== Legado ==
== Legado ==

Revisão das 12h01min de 13 de março de 2010

Predefinição:Info/Rei de Portugal D. João I de Portugal, décimo Rei de Portugal, nasceu em Lisboa a 11 de Abril de 1358 e morreu na mesma cidade a 14 de Agosto de 1433.

D. João era filho ilegítimo do rei D. Pedro I e de Teresa Lourenço (talvez uma jovem filha do mercador lisboeta Lourenço Martins; no entanto Fernão Lopes afirma que ela era de origem galega, e que apenas lhe chamavam Teresa). Em 1364 foi consagrado Grão Mestre da Ordem de Avis.

Crise de 1383-85

À data da morte do rei D. Fernando I, Portugal parecia em risco de perder a independência. A rainha D. Leonor Teles de Menezes era impopular e olhada com desconfiança. O facto de se ter tornado pública a sua ligação amorosa com o nobre galego João Fernandes Andeiro, personagem influente no paço, atraiu todas as críticas contra a sua pessoa e a do seu amante. Para além do mais, a sucessão do trono recaía sobre a princesa D. Beatriz, única filha de Fernando I e de Leonor Teles de Menezes, casada aos onze anos de idade com o rei João I de Castela.

No entanto, a burguesia e parte da nobreza juntaram-se à voz popular que clamava contra a perda da independência, tão duramente mantida por D. Fernando I. Dois pretendentes apareceram para competir com João I de Castela e D. Beatriz pela coroa portuguesa:

Morte do Conde Andeiro (Museu Nacional Soares dos Reis, Porto)

Acicatado por um grupo de burgueses e nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, e tomando em linha de conta o descontentamento geral, o Mestre de Avis assassina o conde de Andeiro no paço a 6 de Dezembro de 1383. Com a posterior fuga de Leonor Teles de Lisboa para Alenquer inicia-se a sucessão de acontecimentos que lhe entregará a regência, a qual de início planeia exercer em nome de seu meio-irmão, o Infante D. João. Mas como este último já fora aprisionado por D. João I de Castela, abria-se então a possibilidade política de o Mestre de Aviz vir a ser rei.

O assassinato do conde Andeiro explica-se, bem mais do que pela vontade de vingar a honra do falecido rei Fernando I, ainda que este tenha sido um dos motivos, pela razão de que João I de Castela havia começado a violar o pacto antenupcial de Salvaterra de Magos logo no primeiro dia em que se fez aclamar, em Toledo, "Rei de Castela e Portugal". Aquele tratado antenupcial apenas conferia a si e à sua mulher Beatriz, sendo esta herdeira de Fernando I, o título nominal de reis e senhores de Portugal, mas sem deterem poderes de efectiva governação. Além disso, os reinos de Castela e Portugal deviam manter-se separados. Para além de logo ter mesclado as armas dos dois reinos, João I de Castela, continuando a desrespeitar o tratado, entra em Portugal pela Guarda nos finais de Dezembro de 1383. Queria ser soberano pleno, e não de dois reinos separados mas dum único, considerando que não tinha que atender em nada ao tratado de Salvaterra porque a sua mulher Beatriz era a herdeira do trono português. Quem o diz de forma mais clara não é Fernão Lopes, mas sim o cronista castelhano Pero Lopez Ayala, contemporâneo dos acontecimentos, na sua Crónica do Rei Dom João o primeiro de Castela e Leão. Consultem-se, para o constatar, os capítulos IX e XI do ano quinto e os capítulos I e II do ano décimo segundo desta Crónica. Seguiu-se a Crise de 1383-1385, ou Interregno, um período de anarquia e instabilidade política onde as diferentes cidades e vilas de Portugal se declaravam umas por D. Leonor Teles (a maioria destas até ela abdicar da regência em benefício de João I de Castela e da filha), outras por D. Beatriz e o seu marido, outras ainda pelo Mestre de Aviz, além das que se mantiveram neutras, na expectativa do desenlace.

A guerra civil arrastou-se por mais de um ano. D. Nuno Álvares Pereira, posteriormente Condestável de Portugal, revelou-se um general de grande valor, ao contrário, ao início, do próprio pretendente ao trono. Fernão Lopes é um crítico feroz das acções militares do Mestre durante o primeiro ano de guerra, dado que tinha tendência a preferir os cercos e a assistência dos grandes fidalgos, sem outros resultados que não fossem traições, ao contrário da luta militarmente inovadora e terrivelmente eficaz de Nuno Álvares, que arrancou muitas vitórias no Alentejo e deu boa ajuda a Lisboa, onde o Mestre ficou sitiado sem se ter podido abastecer das provisões necessárias para aguentar durante muito tempo o cerco. No entanto, depois das Cortes de Coimbra, o rei D. João I mostrou-se um bom seguidor das tácticas militares de D. Nuno Álvares, e do conselho de guerra deste constituído por escudeiros.

Reinado

Finalmente a 6 de Abril de 1385, as Cortes portuguesas reunidas em Coimbra elevam o Grão-Mestre de Aviz, como D. João I, a rei de Portugal. Esta tomada de posição significava na prática que a guerra com Castela prosseguiria sem quartel, visto que declarava nulo o estatuto de D. Beatriz de Portugal, rainha consorte de Castela, como herdeira de D. Fernando, e isto devido em especial à violação do tratado de Salvaterra tanto pelo seu marido como por ela (com 11 anos de idade tivera de jurar o tratado em Badajoz, aquando do casamento). «Venhamos a outra maior contradição», disse João das Regras, ao começar a falar da «quebra dos trautos» no seu discurso perante as Cortes de Coimbra (Crónica de el-rei D. João I, cap. CLXXXV). E como os quebrara, não podia suceder ao pai, o «postumeiro (último) possuidor» destes reinos. É por isso que na História de Portugal Beatriz não figura como Rainha, pois foram as próprias Cortes de 1385 a proclamar que ao rei D. Fernando I, postumeiro possuidor do reino de Portugal, quem sucedeu foi o rei D. João I.

Pouco depois, João I de Castela invade Portugal com o objectivo de tomar Lisboa e ver-se livre do «Mestre D'avis que se chamava rei» (era o modo como os castelhanos o designavam). Com os castelhanos vinha então um grande contingente de cavalaria francesa. A França era aliada de Castela enquanto os ingleses haviam tomado o partido de D. João I (Guerra dos Cem Anos). Como resposta D. João I prepara-se com Nuno Álvares para a batalha decisiva. O Condestável de Portugal, que o rei nomeara aquando das Cortes de Coimbra, e o seu conselho de escudeiros montaram então uma tremenda armadilha ao exército castelhano.

O génio militar de Nuno Álvares Pereira foi decisivo na Batalha de Aljubarrota

A invasão castelhana transformou-se em debandada durante o Verão, depois da decisiva batalha de Aljubarrota travada a 14 de Agosto, perto de Alcobaça, onde o exército castelhano foi quase totalmente aniquilado. Castela teve de retirar-se do combate e a estabilidade da coroa de D. João I ficou solidamente garantida. Muitos anos depois um tratado de paz será definitivamente confirmado, reconhecendo Castela sem quaisquer reservas D. João I como rei de Portugal.

Casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre.

Em 1387, D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perdura até hoje. Depois da morte em 1390 de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre. Ele era um anormal que só queria tudo para ele.

Legado

Bandeira pessoal de D. João I com a sua divisa: «Pour bien»

Cronistas contemporâneos descrevem D. João I como um homem arguto, cioso em conservar o poder junto de si, mas ao mesmo tempo benevolente e de personalidade agradável. Na juventude, a educação que recebeu como Grão Mestre da Ordem de Aviz transformou-o num rei invulgarmente culto para a época.

O seu amor ao conhecimento passou também para os filhos, designados por Luís Vaz de Camões, nos Lusíadas, por "Ínclita geração": o rei D. Duarte de Portugal foi poeta e escritor, D. Pedro, Duque de Coimbra o "Príncipe das Sete Partidas", foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo e muito viajado, e o Henrique, Duque de Viseu, "o navegador", investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia, dando início à epopeia dos Descobrimentos.

A sua única filha, D. Isabel de Portugal, casou com o Duque da Borgonha e entreteve uma corte refinada e erudita nas suas terras.

No reinado de D. João I são descobertas as ilhas de Porto Santo (1418), da Ilha da Madeira (1419) e dos Açores (1427), além de se fazerem expedições às Canárias. Tem início, igualmente, a colonização dos Açores e da Madeira.

D. João morreu a 14 de Agosto de 1433. Jaz na Capela do Fundador, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

Foi cognominado O de Boa Memória, pela lembrança positiva do seu reinado na memória dos portugueses; alternativamente, é também chamado de O Bom ou O Grande.

Descendência

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência

Do seu casamento com Filipa de Lencastre (1359-1415) nasceram nove filhos. Destes, os seis que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração:

D. João teve ainda dois filhos naturais de Inês Pires:

Ver também

Ligações externas

Commons
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A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com D. João O Primeiro

Precedido por
Leonor Teles de Menezes

Regente de Portugal

1384 - 1385
Sucedido por
Leonor de Aragão
Precedido por
Fernando I

Rei de Portugal e do Algarve

1385 - 1433
Sucedido por
Duarte I
Precedido por
---
Senhor de Ceuta
1415 - 1433
Sucedido por
Duarte I