Línguas de Moçambique

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As línguas de Moçambique são todas de origem bantu, com exceção do português, que é a língua oficial, desde que o país se tornou independente, em 25 de junho de 1975.[1] O Ethnologue lista para Moçambique 43 línguas, compiladas abaixo, das quais 41 são línguas bantu, chamadas “línguas nacionais” na Constituição, e as restantes são o português e a língua de sinais.[2] De acordo com o censo de 2007 50,4% dos moçambicanos falam português (contexto urbano: 80,8%; contexto rural: 36,3%); 12,8% falam maioritariamente o português em casa e 10,7% da população total do país considera o português a sua língua materna, sendo que esta percentagem em Maputo chega a 25%.[3]

De acordo com o censo populacional de 1997, as línguas mais faladas em Moçambique como primeira língua (língua materna) são o macua (emakhuwa), com 26,3%, seguida do changana (11,4%) e do elomwe (7,9%).[4]

Moçambique é um PALOP (um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Duas das suas cidades, Maputo, a capital, e a Ilha de Moçambique são igualmente membros da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas, também conhecida como “União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa”.

Relação de línguas faladas em Moçambique[editar | editar código-fonte]

O=Oficial C= Reconhecida pelo Centro de Estudos de Línguas Moçambicanas (NELIMO)[5] E=Listada no Ethnologue:[6]

Classificação pelo grupo de trabalho de línguas de Moçambique[editar | editar código-fonte]

Grupo I (Kimwani, Shimakonde, Ciyaawo)

Grupo II (Emakhuwa, Echuwabu)

Grupo III (Cinyanja, Cinyungwe, Cisena, Cibalke)

Grupo IV (Cimanyika, Cindau, Ciwute) - grupo linguístico shona

Grupo V (Guitonga, Cicopi)

Grupo VI (Xichangana, Citshwa, Xirhonga) [8]

*Dessas, apenas o cibalke não tinha sido identificada pelo Ethnologue, que desde esse trabalho passou a incluí-la, sob o nome de Barwe.[9]

Ortografia dos nomes de línguas nacionais[editar | editar código-fonte]

Em 1988 e 1998, o então Núcleo de Estudos de Línguas Moçambicanas (NELIMO) convocou seminários de padronização das línguas moçambicanas em termos de ortografia, divisão de palavras e representação de tonalidade. O terceiro seminário organizado pelo agora Centro de Estudos de Línguas Moçambicanas, teve lugar em 2008.[10]
Algumas regras gerais determinadas foram:

  • O nome da língua em contextos científicos e nas próprias línguas escreve-se sempre com o seu prefixo. Ex. "Emakhuwa" e não "macua"
  • A ortografia dá prioridade às regras de línguas bantas em vez de regras para português. Ex. "Cinyungwe" e não "nhúngue"[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Constituição da República Popular de Moçambique
  2. «Página do Ethnologue com as línguas de Moçambique» 🔗 (em inglês) 
  3. «Lusofonia em Moçambique» (PDF). Consultado em 22 de julho de 2015 
  4. Instituto Nacional de Estatística de Moçambique Línguas mais faladas em Moçambique, de acordo com o censo de 1997
  5. a b Bento Sitoe e Armando Ngunga (ed.). Relatório do II Seminário sobre a Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanasv realizado na Matola (Maputo), de 8 a 12 de março de 1999. (2000) Centro de Estudos das Línguas Moçambicanas, Maputo.
  6. «Mozambique». Ethnologue 
  7. «Padronização Ortográfica de Moçambique» (PDF) 
  8. «Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas» (PDF) 
  9. «Mozambique». Ethnologue 
  10. http://www.flcs.uem.mz/index.php?option=com_content&view=article&id=36&Itemid=48 Arquivado em 22 de julho de 2011, no Wayback Machine. Centro de Estudos de Línguas Moçambicanas