Lista do Patrimônio Mundial na Namíbia
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) propôs um plano de proteção aos bens culturais do mundo, através do Comité sobre a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural, aprovado em 1972.[1] Esta é uma lista do Patrimônio Mundial existente na Namíbia, especificamente classificada pela UNESCO e elaborada de acordo com dez principais critérios cujos pontos são julgados por especialistas na área. A Namíbia ratificou a convenção em 6 de abril de 2000, tornando seus locais históricos elegíveis para inclusão na lista.[2]
O sítio Twyfelfontein ou /Ui-//aes foi o primeiro local da Namíbia incluído na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO por ocasião da 31ª Sessão do Comitè do Património Mundial, realizada em Christchurch (Nova Zelândia) em 2007.[3] Desde a mais recente adesão à lista, a Namíbia totaliza 2 sítios classificados como Patrimônio da Humanidade, sendo um deles de classificação Cultural e um de classificação Natural.
Bens culturais e naturais
[editar | editar código-fonte]A Namíbia conta atualmente com os seguintes lugares declarados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO:
Twyfelfontein ou /Ui-//aes | |
Bem cultural inscrito em 2007. | |
Localização: Kunene | |
Em Twyfelfontein encontra-se uma das maiores concentrações de petróglifos de todo o continente africano. A maioria está em bom estado de conservação e representa rinocerontes, elefantes, avestruzes e girafas, além de pegadas de homens e animais. O local também possui seis abrigos rochosos adornados com pinturas ocres vermelhas representando figuras humanas. Os vestígios encontrados nas duas áreas do sítio datam do final da Idade da Pedra. O sítio forma um conjunto coerente de grande abrangência e qualidade, atestando as práticas rituais das populações caçadoras-coletoras nesta região da África Austral há pelo menos vinte séculos. Além disso, é um testemunho eloquente dos vínculos entre as práticas rituais e as atividades econômicas dessas populações. (UNESCO/BPI)[4]
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Mar de Areia do Deserto do Namibe | |
Bem natural inscrito em 2013. | |
Localização: Kunene / Erongo / Hardap / Karas | |
O Mar de Areia do Namibe é o único deserto costeiro do mundo que inclui extensos campos de dunas influenciados pelo nevoeiro. Abrangendo uma área de mais de três milhões de hectares e uma zona tampão de 899.500 hectares, o local é composto por dois sistemas dunares, um antigo sistema semi-consolidado sobreposto por um mais jovem ativo. As dunas do deserto são formadas pelo transporte de materiais a milhares de quilômetros do interior, que são trazidos por rios, correntes oceânicas e ventos. Possui planícies de cascalho, planícies costeiras, colinas rochosas, inselbergs dentro do mar de areia, uma lagoa costeira e rios efêmeros, resultando em uma paisagem de excepcional beleza. A neblina é a principal fonte de água no local, representando um ambiente único no qual invertebrados endêmicos, répteis e mamíferos se adaptam a uma variedade em constante mudança de microhabitats e nichos ecológicos. (UNESCO/BPI)[5]
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Lista Indicativa
[editar | editar código-fonte]Em adição aos sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, os Estados-membros podem manter uma lista de sítios que pretendam nomear para a Lista de Patrimônio Mundial, sendo somente aceitas as candidaturas de locais que já constarem desta lista.[6] Desde 2016, a Namíbia possui 8 locais na sua Lista Indicativa.[7]
Sítio | Imagem | Localização | Ano | Dados UNESCO | Descrição |
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Área do Monumento Nacional de Brandberg | Erongo | 2002 | Misto | Situado a aproximadamente 30 quilômetros a noroeste da pequena cidade de Uis, está a montanha mais alta da Namíbia, o Brandberg, que se destaca como uma característica imponente nas planícies de cascalho planas do deserto central do Namibe. Este grande inselberg quase circular é visível do espaço e eleva-se a mais de 1,800 metros acima das planícies circundantes. A área possui um património paleo-arqueológico rico com uma elevada concentração de arte rupestre (mais de 43,000 pinturas distribuídas em 900 locais isolados).[8] | |
Desfiladeiro do rio Fish | Karas | 2002 | Natural: (vii)(viii)(ix) | O desfiladeiro do rio Fish, no sul da Namíbia, é o segundo maior cânion do mundo depois do Grand Canyon dos Estados Unidos. Consiste em um cânion superior ao norte e um inferior ao sul que alcança 56 quilômetros de extensão, medidos ao longo do curso do rio.[9] | |
Planícies de Welwitschia | Erongo / Karas | 2002 | Natural: (x) | As planícies de Welwitschia estão situadas a aproximadamente 30 a 50 quilômetros de Swakopmund, aproximadamente entre os rios Swakopmund e Khan. A região integra as planícies de cascalho hiper-áridas do Deserto do Namibe. A maior parte da precipitação é na forma de neblina, ventando do litoral para o oeste. A característica mais notável desta área é a presença da maior concentração de plantas Welwitschia mirahilis na Namíbia.[10] | |
Sistema Marinho da Corrente de Benguela | Erongo / Karas | 2016 | Misto: (iv)(ix)(x) | Os Sítios do Ecossistema Marinho da Corrente de Benguela representam um grande ecossistema marinho litorâneo da costa sudoeste da África, se estendendo desde o litoral da África do Sul em direção ao Equador na fronteira geopolítica Namíbia-Angola. O ecossistema é caracterizado pela alta produtividade e definido pela ressurgência de Benguela associada à corrente de limite leste (Corrente de Benguela) do giro subtropical do Atlântico Sul.[11] | |
Salar de Etosha | Kunene / Oshikoto | 2016 | Natural: (vii)(viii)(x) | OSalar de Etosha é uma enorme salina ovalada intocada situada no norte da Namíbia com mais de 4.730 km² de área. É a parte característica central do Parque Nacional Etosha, sendo a costa limite do sistema de drenagem do Cuvelai na parte mais baixa da Bacia do Ovambo a uma altitude entre 1,071 a 1,086 metros acima do nível do mar.[12] | |
Paisagem Cultural Viva dos Sān | Otjozondjupa | 2016 | Cultural: (v)(vi) | Os Sān são considerados os primeiros habitantes da África Austral, compreendendo os territórios atuais de Angola, Botswana, Lesoto, Namíbia, África do Sul, Suazilândia e Zimbábue. A população pré-histórica Sān era composta exclusivamente por caçadores-coletores antes da imigração de muitos povos bantos diferentes há vários milhares de anos, que introduziram animais e plantas domesticados, metalurgia, cerâmica e normas da sociedade organizada.[13] | |
Áreas Protegidas de Carru suculento | Karas | 2016 | Natural: (ix)(x) | O bioma Carru suculento é um epicentro de biodiversidade reconhecido internacionalmente e é o único epicentro árido do mundo. Um bioma de 116,000 km² que se estende na faixa sudoeste até as áreas noroeste da África do Sul e no sul da Namíbia, abrigando 6.356 espécies vegetais, algumas endêmicas e ameaças de extinção.[14] | |
Delta do Cubango | Kavango Oriental / Kavango Ocidental | 2016 | Natural: (vii)(ix)(x) | Este sistema de delta no deserto de Kalahari compreende pântanos permanentes e planícies inundadas sazonais. É um dos poucos grandes sistemas de deltas interiores que não fluem para o mar ou oceano, com um sistema de zonas úmidas quase intacto. Uma das características únicas da propriedade indicada é a inundação anual progressiva do rio Cubango que avança até o Botswana durante a estação seca.[15] |
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página oficial da UNESCO»
- «Critérios oficiais da UNESCO» (em inglês)
- «Patrimônio Mundial da UNESCO na Namíbia»
Referências
- ↑ «Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural» (PDF). UNESCO. 21 de novembro de 1972
- ↑ «Namíbia». UNESCO
- ↑ «31st session of the World Heritage Committee». UNESCO. Consultado em 21 de setembro de 2021
- ↑ «Twyfelfontein». UNESCO
- ↑ «Mar de Areia do Deserto do Namibe». UNESCO
- ↑ «World Heritage List Nominations». UNESCO
- ↑ «Tentative Lists - Namibia». UNESCO
- ↑ «Brandberg National Monument Area». UNESCO
- ↑ «Fishriver Canyon». UNESCO
- ↑ «Welwitschia Plains». UNESCO
- ↑ «Benguela Current Marine Ecosystem Sites». UNESCO
- ↑ «Etosha Pan». UNESCO
- ↑ «Sān Living Cultural Landscape». UNESCO
- ↑ «Succulent Karoo Protected Areas». UNESCO
- ↑ «Okavango Delta». UNESCO