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Usina Hidrelétrica de Belo Monte: diferenças entre revisões

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# Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
# Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
# Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.
# Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.
# Provavelmente, irá matar muitas formigas.

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Revisão das 19h58min de 28 de abril de 2010

Usina pode ser construída no Rio Xingu.

Belo Monte é uma usina hidrelétrica projetada a ser construída no Rio Xingu, no estado brasileiro do Pará. Sua potência instalada será de 11,233 GW, o que fará com que seja a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira,[1] visto que a Usina Hidrelétrica de Itaipu está localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai.

De acordo com o site governamental Agência Brasil, Belo Monte será a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.[2] O lago da usina terá uma área de 516 km², mostradas no mapa de localização para o Google Earth. A usina terá três casas de força.

A previsão é que, se concluída, a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas de a chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu,[3] com 11,2 mil MW de potência instalada.[4] Seu custo é estimado hoje em R$ 19 bilhões.[5] A energia assegurada pela usina terá a capacidade de abastecimento de uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado como a Região Metropolitana de São Paulo.[6]

O projeto

O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada 40 km abaixo da cidade de Altamira, no Sítio Pimentel, o Reservatório do Xingu. A partir deste reservatório, a água será desviada por canais que formarão o reservatório dos canais, que será localizado a 50 km de Altamira[7].

O trecho do Rio Xingu entre o Reservatório do Xingu e a casa de força principal, correspondente a um comprimento de 100 km, terá a vazão reduzida devido ao desvio dos canais. Este trecho foi denominado pelo Relatório de Impacto Ambiental como Trecho de Vazão Reduzida. Prevê-se que este trecho deverá ser mantido com um nível mínimo de água, variável ao longo do ano. Este nível mínimo será controlado pelo Hidrograma Ecológico do Trecho de Vazão Reduzida, e tem como finalidade de assegurar a navegabilidade do rio e condições para a vida aquática[7].

Serão construídas duas casas de força, a principal e a complementar. A primeira será construída no Sítio Belo Monte e terá uma potência instalda de 11 mil MW. A complementar será construída junto ao Reservatório do Xingu, com potência instalada de 233,1 MW[7].

A área inundada pertence a terras dos municípios de Vitória do Xingu (248 km2), Brasil Novo (0,5 km2) e Altamira (267 km2)[7].

Cronologia

1975

Iniciado os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu[8]

1980

A Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade técnica e econômica do chamado Complexo Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô[8]

1989

Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em fevereiro em Altamira (PA), a índia Tuíra, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a lâmina de seu facão no rosto do presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz, que fala sobre a construção da usina Kararaô (atual Belo Monte). A cena é reproduzida em jornais e torna-se histórica. O encontro teve a presença do cantor Sting. O nome Kararaô foi alterado para Belo Monte em sinal de respeito aos índios[8]

1994

O projeto é remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores estrangeiros. Uma das mudanças preserva a Área Indígena Paquiçamba de inundação[8]

2001

Divulgado um plano de emergência de US$ 30 bilhões para aumentar a oferta de energia no país, o que inclui a construção de 15 usinas hidrelétricas, entre elas Belo Monte. A Justiça Federal determina a suspensão dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina[8]

2002

Contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte. O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposição à construção de usinas hidrelétricas atrapalha o País. O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva lança um documento intitulado "O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil", que cita Belo Monte e especifica que "a matriz energética brasileira, que se apoia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica".

2006

O processo de análise do empreendimento é suspenso e impede que os estudos sobre os impactos ambientais da hidrelétrica prossigam até que os índios afetados pela obra fossem ouvidos pelo Congresso Nacional[8]

2007

Durante o Encontro Xingu para Sempre, índios entram em confronto com o responsável pelos estudos ambientais da hidrelétrica, Paulo Fernando Rezende, que fica ferido, com um corte no braço. Após o evento, o movimento elabora e divulga a "Carta Xingu Vivo para Sempre", que especifica as ameaças ao Rio Xingu e apresenta um projeto de desenvolvimento para a região e exige sua implementação das autoridades públicas. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, autoriza a participação das empreiteiras Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto ambiental da usina[8]

2009

A Justiça Federal suspende licenciamento e determina novas audiências para Belo Monte, conforme pedido do Ministério Público. O Ibama volta a analisar o projeto e o governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leilão de concessão do projeto da hidrelétrica, previsto para 21 de dezembro. O secretário do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, propõe que o leilão seja adiado para janeiro de 2010[8]

2010

A licença é publicada em 1º de fevereiro e o governo marca o leilão para 20 de abril[8]

O leilão

O leilão para definição do construtor da Usina de Belo Monte estava previsto para ocorrer em 21 de dezembro de 2009. Remarcado para o dia 20 de abril de 2010, houve a primeira suspensão, conforme liminar da Justiça Federal do Pará a partir de recomendação do Ministério Público Federal paraense que aponta irregularidades no empreendimento[9].O Ministério Público paraense também move outra ação pública, que pretende derrubar a licença ambiental concedida à obra[10]. O diretor de licenciamento do Ibama, Pedro Alberto Bignelli, entretanto, defende que a construção de Belo Monte não atinge diretamente as terras indígenas da região, o que contraria a decisão judicial que suspendeu a realização do leilão e determina que o Ibama conceda uma nova licença prévia ao empreendimento[11].

No dia 16 de abril de 2010, o Tribunal Regional Federal acatou recurso da Advocacia-Geral da União - que havia recorrido um dia antes[12] - e anulou a liminar que suspendia o leilão. Portanto, a data de 20 de abril estava mantida[13], e o leilão ainda corria risco[14].

No dia 19 de abril de 2010, houve uma nova suspensão, conforme decisão do juiz Antonio Carlos Almeida Campelo que concedeu a liminar a partir de pedido do Ministério Público Federal. O juiz também mandou cancelar a licença prévia da obra e ressalta que a falta de dados sobre o projeto fere o princípio jurídico da precaução[15].

No dia seguinte, o dia do leilão, a Justiça cassou a liminar da suspensão, mas o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, disse que os processos judiciais contra a construção da usina não devem terminar com o leilão[16].

O leilão foi realizado em 10 minutos, em plena indefinição de uma nova liminar suspensiva,[17] e foi vencido pelo Consórcio Norte Energia que ofereceu menor preço oferecido pela energia elétrica da futura usina[18].

O governo brasileiro ainda enfrentará pelo menos 15 questionamentos judiciais sobre a viabilidade econômica da obra e os impactos sociais e ambientais na região, sendo 13 deles impetrados pelo Ministério Público Federal paraense[19]. Ainda assim, garante que, se preciso, construirá a usina sozinho[20].

Belo Monte deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras seguirão até 2019[21].

Consórcios

Dois consórcios disputaram Belo Monte. O primeiro, chamado de Norte Energia, foi formado por nove empresas (Chesf, Queiroz Galvão, Gaia Energia e Participações, Galvão Engenharia, Mendes Energia, Serveng, J Malucelli Construtora, Contern Construções e Cetenco Engenharia)[22].

O segundo, chamado de Belo Monte Energia, contou com Furnas, Eletrosul, Andrade Gutierrez, VALE, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumínio[14]. Assim, a presença estatal mostra-se forte na montagem dos consórcios, com as subsidiárias da Eletrobrás em comando dos grupos com quase 50% de participação, enquanto a fatia das empresas privadas não supera 12,75%[22].

Antes do último adiamento do leilão, as empresas CSN, Gerdau e Alcoa haviam anunciado o interesse de fazer parte de consórcios estabelecidos a partir de parcerias estratégicas do empreendimento, já que, entre outros detalhes, irão usufruir da energia em unidades produtivas instaladas no Pará[23].

As empresas Odebrecht e Camargo Corrêa desistiram do leilão por temerem não lucrar com a empreitada[3].

Para garantir a realização do leilão, foi determinado que o BNDES deve financiar 80% da obra em 30 anos[6] e o custo da obra foi reavaliado em R$ 19 bilhões[14], mas empresas do setor privado estimam que a obra deve custar cerca de R$ 30 bilhões[24].

Impacto da obra

Greenpeace fez protesto no dia da realização do leilão

A construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação[6][25].

O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental[26][27][28].

Outro argumento é a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu[26]. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu[29]) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas[26][30].

A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo ciclo ecológico da região afetada, que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região[26].

Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu[31].

O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a população duplicada com a hidrelétrica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e Tucuruí, que a princípio seriam considerados investimentos para as populações do entorno, não foram superados e servem de experiência para Belo Monte, já que os investimentos infraestruturais ou a exploração do ecoturismo - "no território mais indígena do Brasil" - poderiam acontecer sem a inserção e ampliação da hidrelétrica[32].

Em agosto de 2001, o coordenador do Movimento pela Transamazônica e do Xingu, Ademir Federicci, foi morto com um tiro na boca enquanto dormia ao lado da esposa e do filho caçula, após ter participado de um debate de resistência contra a Usina de Belo Monte. Ameaçada de morte desde 2004, a coordenadora do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Pará e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia de Melo, também é contrária à instalação da usina e não sai mais às ruas[33][34]. Ela acredita que a usina, que inicialmente seria chamada de Kararaô, é um projeto mentiroso e que afetará a população de maneira irreversível, "um crime contra a humanidade". Segundo ela, nove povos indígenas, ribeirinhos e trabalhadores da agricultura familiar, por exemplo, serão expulsos para outras regiões. A alternativa seria, segundo ela, um desenvolvimento sustentável, que não tivesse tantas implicações[35].

Em dezembro de 2009, o Ministério Público do Pará promoveu uma audiência pública com representantes do índios do Xingu, fato que marcaria seu posicionamento em relação à obra[10].

As mobilizações populares e de ambientalistas, que há décadas realizam ações de resistência contra a usina, conseguiram repercussão internacional com a proximidade do leilão. No dia 12 de abril de 2010, o diretor James Cameron e os atores Sigourney Weaver e Joel David Moore participaram de um ato público contra a obra[4][36].

No dia 20 de abril de 2010, o Greenpeace, em protesto, despejou um caminhão de esterco bovino na entrada da Aneel. Os manifestantes, com máscaras e acorrentados, empunharam bandeiras com frases como "O Brasil precisa de energia, não de Belo Monte". No mesmo dia, cerca de 500 manifestantes também manifestaram indignação com a obra[37] e também na Transamazônica[38] e Sítio Pimental, onde será construída a barragem de Belo Monte[39].

Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União defende que Belo Monte não será inserida em terras indígenas[12].

Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada - para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de de Altamira vem do diesel) e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região[32].

Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto[30], estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias[33]. Acredita-se também que o empreendimento atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos[30].

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao orçamento do Pará em 2010, será a salvação para a região e que as opiniões contrárias são preconceituosas, pois, segundo ele, a atual proposta envolve um terço da área original que seria alagada. O consumo de energia elétrica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, serão necessários[40].

No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de desenvolvimento, geração de empregos e atração de investimentos para a região confrontam com o já existente estilo de vida viável e sustentável dos habitantes da região, baseado em sistemas agroflorestais e na exploração de recursos naturais[41][42]. O deslocamento de uma comunidade de sua área de origem, cultura e meio de vida, como já observado em outros casos de deslocamento compulsório por hidrelétricas, não são indenizáveis por programas de apoio ou dinheiro [43].

Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes[44].

O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas[44]. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade capacidade mas, em tempo de seca, a geração pode ir abaixo de mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais[45] coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto[18].

Relatório do Ibama

O Relatório de Impacto Ambiental do Ibama listou os impactos da hidrelétrica, no qual o Ministério de Minas e Energia refuta, corrobora e aponta possíveis intervenções[7]:

  1. Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da região;
  2. Geração de expectativas na população indígena;
  3. Aumento da população e da ocupação desordenada do solo;
  4. Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;
  5. Aumento das necessidades por mercadorias e serviços, da oferta de trabalho e maior movimentação da economia;
  6. Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da população na área rural e perda de atividades produtivas;
  7. Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da População na área urbana e perda de atividades produtivas;
  8. Melhorias dos acessos;
  9. Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais;
  10. Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais;
  11. Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna, causado pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
  12. Mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do reservatório dos canais, com mudanças nos peixes;
  13. Alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental;
  14. Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;
  15. Danos ao patrimônio arqueológico;
  16. Interrupção temporária do escoamento da água no canal da margem esquerda do Xingu, no trecho entre a barragem principal e o núcleo de referência rural São Pedro durante 7 meses;
  17. Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilização de mão de obra;
  18. Retirada de vegetação, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas, causada pela formação dos reservatórios;
  19. Mudanças na paisagem e perda de praias e áreas de lazer, causada pela formação dos reservatórios;
  20. Inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios;
  21. Perda de jazidas de argila devido à formação do reservatório do Xingu;
  22. Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios;
  23. Alteração na qualidade das águas dos igarapés de Altamira e no reservatório dos canais, causada pela formação dos reservatórios;
  24. Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais;
  25. Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do Reservatório do Xingu;
  26. Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos reservatórios;
  27. Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional – SIN;
  28. Dinamização da economia regional;
  29. Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca;
  30. Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros animais no trecho de vazão reduzida;
  31. Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
  32. Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.
  33. Provavelmente, irá matar muitas formigas.

Notas e referências

  1. Veja também: Anexo:Lista de usinas hidrelétricas do Brasil
  2. CRAIDE, Sabrina. (16 de julho de 2008). Usina de Belo Monte será a única hidrelétrica do Rio Xingu, determina conselho. Povos Indígenas no Brasil/Agência Brasil
  3. a b BRITO, Agnaldo. (18 de abril de 2010). Belo Monte testa projeto energético de Lula. Jornal Folha de S.Paulo
  4. a b FERNANDES, Sofia. (12 de abril de 2010). Em protesto contra Belo Monte, diretor de "Avatar" defende alternativa. Jornal Folha de S.Paulo
  5. MAGALHÃES, João Carlos. (15 de abril de 2010). Justiça federal suspende leilão de hidrelétrica. Jornal Folha de S.Paulo
  6. a b c MAGALHÃES, João Carlos. (17 de abril de 2010). BNDES financiará até 80% de Belo Monte . Jornal Folha de S.Paulo
  7. a b c d e Ministério de Minas e Energia. (maio de 2009). Relatório de Impactos Ambientais de Belo Monte, acesso em 25 de abril de 2010
  8. a b c d e f g h i LUNA, Denise. (19 de abril de 2010). Facões, artistas e contradições cercam Belo Monte. Reuters
  9. Liminar da Justiça Federal do Pará suspende leilão de Belo Monte. (14 de abril de 2010). G1
  10. a b FARIELLO, Danilo. (14 de abril de 2010). Força-tarefa combate liminares. Jornal Valor Econômico
  11. CRAIDE, Sabrina. (15 de abril de 2010). Ibama diz que Belo Monte não atinge diretamente terras indígenas. Agência Brasil
  12. a b BASILE, Juliano; FARIELLO, Danilo. (16 de abril de 2010). AGU recorre contra suspensão de leilão. Jornal Valor Econômico
  13. BONIN, Robson; PASSARINHO, Nathalia. (16 de abril de 2010). Aneel anuncia retomada de leilão de energia para usina de Belo Monte. G1
  14. a b c MARQUES, Gerusa. (17 de abril de 2010). Dois consórcios disputam Belo Monte. Jornal O Estado de S.Paulo
  15. MAGALHÃES, João Carlos. (19 de abril de 2010). Leilão de usina de Belo Monte volta a ser suspenso. Folha Online
  16. PASSARINHO, Nathalia; MARTELLO, Alexandre. (20 de abril de 2010). Justiça cassa liminar e libera novamente leilão de Belo Monte. G1
  17. G1. Justiça dá nova liminar contra leilão de Belo Monte
  18. a b MARTELLO, Alexandre. (20 de abril de 2010). Consórcio Norte Energia arremata usina de Belo Monte em leilão. G1
  19. OLIVEIRA, Mariana. (20 de abril de 2010). Após leilão polêmico, governo ainda enfrentará 15 ações contra Belo Monte. G1
  20. IGLESIAS, Simone. (23 de abril de 2010). Estado fará usina sozinho se precisar, diz Lula. Jornal Folha de S.Paulo
  21. CABRAL, Paulo. (20 de abril de 2010). Entenda a polêmica envolvendo a usina de Belo Monte. BBC Brasil/Folha Online
  22. a b ANDRADE, Renato; MARQUES , Gerusa. (20 de abril de 2010). Justiça suspende leilão de Belo Monte. O Estado de S.Paulo
  23. FARIELLO, Danilo. (14 de abril de 2010). Empresas ganham mais prazo de negociação para Belo Monte. Jornal Valor Econômico
  24. MARQUES, Gerusa; GALLUCCI, Mariângela. (17 de abril de 2010). Para TRF, usina não ameaça índios. Jornal O Estado de S.Paulo
  25. INSTITUTO HUMANITAS. Entidades internacionais pedem que Lula suspenda Belo Monte. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, acesso em 18 de abril de 2010
  26. a b c d INTERNATIONAL RIVERS. Painel de Especialistas (2009): Análise Crítica do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte
  27. PEREIRA, Renée; ROMERO; Hélvio. (18 de abril de 2010). Protesto pode reunir 5 mil índios no local da usina. Jornal O Estado de S.Paulo
  28. INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. A polêmica da usina de Belo Monte
  29. BRITO, Agnaldo. (19 de abril de 2010). Índios preparam invasão de área da usina de Belo Monte. Jornal Folha de S.Paulo
  30. a b c PEREIRA, Renée; ROMERO; Hélvio. (18 de abril de 2010). Usina de Belo Monte divide até tribo de índios no Pará. Jornal O Estado de S.Paulo
  31. PEREIRA, Renée; ROMERO; Hélvio. (18 de abril de 2010). Protesto pode reunir 5 mil índios no local da usina. Jornal O Estado de S.Paulo
  32. a b CHIARETTI, Daniela. (9 de abril de 2010). Altamira, cidade abandonada na Amazônia. Jornal Valor Econômico
  33. a b CHIARETTI, Daniela. (14 de abril de 2010). Onde o abacaxi é do tamanho da jaca. Jornal Valor Econômico
  34. PEREIRA, Renée; ROMERO; Hélvio. (18 de abril de 2010). Protesto pode reunir 5 mil índios no local da usina. Jornal O Estado de S.Paulo
  35. LEAL, Luciana Nunes; WERNECK; Felipe. (18 de abril de 2010). Usina é um crime contra a humanidade. Jornal O Estado de S.Paulo
  36. ANDRADE, Renato. (12 de abril de 2010). James Cameron participa de ato contra Belo Monte - Jornal O Estado de S.Paulo
  37. G1. Acorrentados, manifestantes protestam contra Belo Monte
  38. DOMINGOS, João. (23 de abril de 2010). Moradores protestam na Transamazônica - Jornal O Estado de S.Paulo
  39. BRITO, Agnaldo. (23 de abril de 2010). Índios suspendem ocupação de área - Jornal Folha de S.Paulo
  40. PAMPLONA, Nicola. (18 de abril de 2010). Projeto vai salvar moradores da região. Jornal O Estado de S.Paulo
  41. NEVES, Josélia Gomes. (23 de abril de 2010) Ribeirinhos, desenvolvimento e a sustentabilidade possível
  42. Oliveira, Tardario Kamel. (23 de abril de 2010) Sistemas agroflorestais: vantagens e desvantagens
  43. BAINES, Stephen Grant. A Usina Hidrelétrica de Balbina e o deslocamento compulsório dos waimiri-atroari, trabalho apresentado no Seminário A questão energética na Amazônia: svaliação e perspectiva sócio-ambientais, Belém, 12 a 15 de setembro de 1994
  44. a b FARIELLO, Danilo. (14 de abril de 2010). Pressões estimulam uso de energia suja, diz estudo do Senado. Jornal Valor Econômico
  45. OLIVEIRA, Mariana. (23 de abril de 2010). Belo Monte será hidrelétrica menos produtiva e mais cara, dizem técnicos. G1

Ver também

Ligações externas