Usuário:Music01/Testes/If I Were a Boy

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"If I Were a Boy"
Single de Beyoncé
do álbum I Am... Sasha Fierce
Lado B "Single Ladies (Put a Ring on It)"
Lançamento 8 de outubro de 2008 (2008-10-08)
Formato(s) CD single, download digital
Gravação 2008;
Roc the Mic Studios
(Nova Iorque)
Strawberrybee Productions
(Nova Iorque)
GAD Studios
(Ibiza)
Gênero(s) Pop
Duração 4:09
Gravadora(s) Columbia
Composição BC Jean, Toby Gad
Produção Toby Gad, Beyoncé
Cronologia de singles de Beyoncé
"Love in This Club Part II"
(2008)
"Single Ladies (Put a Ring on It)"
(2008)
Lista de faixas de I Am... Sasha Fierce
"Halo"
(2)

"If I Were a Boy" é uma canção da artista musical estadunidense Beyoncé, contida em seu terceiro álbum de estúdio I Am... Sasha Fierce (2008). Foi composta por BC Jean e Toby Gad e produzida por Gad e Knowles. A sua gravação ocorreu em 2008 nos Roc the Mic Studios e Strawberrybee Productions em Nova Iorque e nos GAD Studios em Ibiza. Inspirada pelo difícil rompimento de um relacionamento romântico, a canção foi inicialmente gravada por Jean, cuja gravadora rejeitou-a. Em seguida, Beyoncé gravou a sua própria versão. Jean ficou chateada quando soube que a intérprete iria lançá-la comercialmente, mas elas chegaram a um acordo.

O tema estreou em 8 de outubro de 2008 no programa Elvis Duran and the Morning Show, da rádio Z100, enquanto "Single Ladies (Put a Ring on It)", foi lançado na rádio Power 105.1, servindo como single inicial do projeto. Este lançamento simultâneo foi feito para reforçar o conceito de personalidades diferentes da artista empregado em I Am... Sasha Fierce, que agrupa baladas e canções aceleradas em discos separados. A faixa foi posteriormente enviada para rádios mainstream, rhythmic e urban estadunidenses, sendo posteriormente comercializada em formato físico e digital e promovida em dois extended plays (EP) contendo diversos remixes. Além disso, uma versão em espanhol, intitulada "Si Yo Fuera un Chico", foi lançada digitalmente em países de língua castelhana, como Espanha e México.

Em termos musicais, "If I Were A Boy" é classificada como uma balada pop com elementos do folk rock e do soft rock. A sua sonoridade é composta através dos vocais, que juntam instrumentação com acordes de piano e o uso de violão e bateria. Liricamente, a canção lamenta os mal-entendidos entre os sexos masculino e feminino e trata o lado masculino de relacionamentos. A obra recebeu aclamação universal da mídia especializada, a qual prezou os vocais de Knowles e a sua composição, classificando-a como a sua melhor canção até então. O single obteve êxito comercial, liderando tabelas de países como Brasil, Dinamarca e Reino Unido, e listando-se entre as dez melhores posições na Austrália, na Áustria, na Bélgica, no Canadá e de outros onze países. Nos Estados Unidos, atingiu a terceira posição como melhor na Billboard Hot 100.

O vídeo musical correspondente foi dirigido por Jake Nava e estreou em 13 de outubro de 2008 através do extinto programa televisivo Total Request Live. Filmado em preto-e-branco, o trabalho apresenta papéis invertidos — um conceito similar ao filme Freaky Friday (1976) — entre Beyoncé e seu marido, interpretado pelo jogador de basquete Eddie Goines. A produção recebeu críticas positivas e conquistou uma certificação de ouro pela Music Canada devido aos 5 mil downloads digitais do vídeo em território canadense. Beyoncé apresentou a canção em diversos programas televisivos e incluiu-a no repertório em suas turnês mundiais I Am... World Tour (2009-10) e The Mrs. Carter Show World Tour (2013-14), bem como nos concertos de residência I Am... Yours (2009) e Revel Presents: Beyoncé Live (2012). "If I Were a Boy" também foi regravada por vários artistas, incluindo Tisha Campbell-Martin, Alex Newell e Reba McEntire, cuja versão acabou sendo lançada como single e atingiu as colocações de número 23 e 13 nas tabelas Bubbling Under Hot 100 Singles e Country Songs, respectivamente.

Antecedentes e desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Em 2006, Beyoncé lançou seu segundo álbum de estúdio B'Day.[1] O trabalho recebeu análises geralmente positivas e debutou na primeira colocação da Billboard 200 com cerca de 541 mil unidades comercializadas, e foi posteriormente indiciado a cinco categorias durante os Grammy Awards de 2006, vencendo a de Best Contemporary R&B Album.[2][3][4] Um ano depois, como forma de divulgação do material, a cantora iniciou a sua segunda turnê mundial The Beyoncé Experience e lançou o extended play (EP) Irreemplazable — gravado principalmente em spanglish — e o álbum de vídeo B'Day Anthology Video Album; a digressão, por sua vez, foi registrada no álbum ao vivo The Beyoncé Experience Live, lançado no mesmo ano.[5][6][7][8] O single mais bem sucedido de B'Day foi "Irreplaceable", que liderou a Billboard Hot 100 durante dez semanas consecutivas.[9] Em 2008, a intérprete divulgou uma carta aberta a seus fãs, afirmando que iria assumir riscos em seu novo trabalho:

"If I Were a Boy" foi composta por BC Jean e Toby Gad; é a balada de abertura do disco I Am..., do álbum duplo I Am... Sasha Fierce (2008). Foi a única canção de ambos os discos que não foi co-composta por Beyoncé. Grande parte das letras foram escritas por Jean, que inspirou-se pelo término de uma relação romântica. Certo dia, Jean e Gad visitaram uma pizzaria na Times Square, em Nova Iorque. Embora tenha tentado, Jean não quis comer pizza pois estava de dieta. Ela então pensou que se fosse um rapaz, ela poderia comer sem arrependimento. Depois de refletir sobre essa ideia, ela concluiu que seria um homem melhor do que seu parceiro antigo. Gad gravou as ideias de Jean em um gravador de bolso, e foi para o estúdio no mesmo dia. Lá, Jean escreveu as letras e a melodia em cerca de 15 minutos. Ela então gravou a canção em menos de meia hora, com Gad tocando a guitarra.

Depois de completar sua versão de "If I Were a Boy", Jean apresentou-a para sua gravadora, que a rejeitou. Gad e Jean tinham composto cerca de 12 canções, incluindo "If I Were a Boy", para o álbum de estreia da cantora. Uma vez que o contrato de Jean com sua gravadora havia terminado, Gad decidiu enviar a canção para artistas estabilizados. Beyoncé gostou da faixa e gravou sua própria versão para I Am... Sasha Fierce. Ela e Gad produziram e gravaram a faixa em 2008 nos Roc the Mic Studio e Strawberry Productions em Nova Iorque, e nos GAD Studios em Ibiza. Gad também ficou a cargo dos arranjos musicais, da assistência de gravação, e tocou os instrumentos musicais juntamente com seus irmãos Jens Gad e Reggie Syience Perry. Jim Caruana gravou os vocais da cantora nos Rock the Mic Studios. Mark "Spike" Stent mixou a canção com a assistência de Mattt Green nos estúdios The Record Plant, em Los Angeles, Califórnia. "If I Were a Boy" foi incluída em I Am..., devido ao ser uma balada que apresenta as inseguranças de Beyoncé sobre o amor e a pessoa que ela é "por baixo de toda a maquiagem, por baixo das luzes e por baixo de todo o excitante drama de estrela".

Em uma entrevista com a revista Essence, Beyoncé explicou que "If I Were a Boy" era "ampla" e diferente de seus lançamentos anteriores devido ao não ser uma canção R&B tradicional. Ela adicionou: "Eu tive que tentar, pois eu me lembro de Aretha Franklin dizer que uma grande cantora pode cantar qualquer coisa e fazer de seu próprio jeito". A musicista também motivou-se pelas grandes expectativas de seu público como uma cantora. Enquanto preparava seu terceiro disco, Beyoncé queria experimentar com grandes letras e gravar baladas como "If I Were Boy" porque "a música e a emoção na história são contadas [de um jeito] muito melhor. É uma conexão melhor porque você pode ouvi-la e não é todas aquelas outras distrações. Eu realmente queria que as pessoas ouvissem a minha voz e ouvissem o que eu queria dizer".

Controvérsia[editar | editar código-fonte]

Após sua versão de "If I Were a Boy" ter sido rejeitada por sua gravadora, Jean ficou chateada ao descobrir que Beyoncé havia gravado e lançado a balada. Roger Friedman, da Fox News, escreveu que um estranho havia informado a compositora que Beyoncé havia gravado a canção. O jornal The Daily Telegraph noticiou que Matthew Knowles, pai e então empresário da artista, comprou os direitos de publicação da faixa após perceber que ela tinha potencial para tornar-se um grande sucesso. Jean usou sua conta no MySpace para expressar sua frustação: "Estive lendo alguns desses comentários, e para deixar bem claro — 'If I Were a Boy' é a minha música; sim, eu escrevi essa canção; é a minha história; uma [história] dolorosa, e a canção é muito querida para mim. Você pode ouvir a versão original em minha página no MySpace". Friedman mais tarde informou que Beyoncé e Jean haviam chegado a um acordo. O acordo incluiu uma promessa de que Beyoncé gravaria um dueto com a compositora para seu álbum de estreia.

Em entrevista com Eric R. Danton, do Hartford Courant, Jean foi questionada sobre sua reação ao descobrir que Beyoncé havia gravado "If I Were a Boy". Ela disse ter ficado inicialmente surpresa quando as pessoas a reconheceram como uma compositora pois havia se planejado como alguém que "faria a coisa toda de artista". Jean adicionou: "É um elogio incrível, mas eu fiquei tipo, 'Isso é bom, mas estará no meu álbum!'. E pode também estar no meu álbum, eu apenas não percebi como isso deu certo... Na primeira vez, quando eu tive [a recepção], as pessoas não sabiam que eu era uma artista e ficaram tipo, 'Oh, essa compositora, BC'". "If I Were a Boy" foi a primeira canção gravada por Jean, e ela inicialmente não queria entregá-la para outra pessoa. A compositora disse que o fato de Beyoncé ter gravado a balada lhe ofereceu muitas oportunidades, e ela foi abordada por muitas pessoas que queriam comprar suas letras. Ela recusou essas ofertas, desejando usá-las em seu próprio disco. Entretanto, Jean disse que ainda pretende compor para outros artistas.

Lançamento[editar | editar código-fonte]

Beyoncé apresentando "If I Were a Boy" na turnê I Am... World Tour (2009), acompanhada de duas dançarinas.

"If I Were a Boy" e "Single Ladies (Put a Ring on It)" foram lançadas simultaneamente como os singles iniciais de I Am... Sasha Fierce. As canções foram tiradas de discos diferentes do álbum para demonstrar o conceito de que Beyoncé tem personalidades contraditórias — o tema central do projeto. A ideia foi colocada em prática ao agrupar as baladas e as faixas aceleradas do produto em discos diferentes. "If I Were a Boy" e "Single Ladies" foram inicialmente planejadas para serem lançadas em rádios estadunidenses em 7 de outubro de 2008, mas acabaram por estrear no dia seguinte. "If I Were a Boy" estreou no programa Elvis Duran and the Morning Show, da Z100, enquanto "Single Ladies" foi tocada pela primeira vez na rádio urban Power 105.1. Ambos os singles foram enviados para estações rhythmic em 13 de outubro de 2008. No mesmo dia, "If I Were a Boy" foi lançada para emissoras Hot AC e mainstream, e "Single Ladies" foi adicionada para rádios urban. "If I Were a Boy" veio a ser enviada para este formato em 24 de novembro. Dois extended plays (EPs) digitais, contendo sete remixes da canção, foram lançados em 10 de fevereiro de 2009 nos Estados Unidos.

A faixa foi lançada digitalmente na Oceania e em vários países da Europa em 17 de outubro de 2008, com exceção da França e do Reino Unido, onde foi disponibilizada nove dias depois. Em 7 do mês seguinte, um CD single contendo "Single Ladies" como lado B foi comercializado no Canadá, na Oceania e na Europa. Em território canadense, dois EPs digitais diferentes foram lançados em datas diferentes: o primeiro em 3 de fevereiro de 2009, e o segundo sete dias depois. Em 24 de novembro de 2008, um remix da obra apresentando R. Kelly surgiu na Internet. Nesta vertente, o cantor masculino reponde aos comentários de Beyoncé, sendo configurada como se eles estivessem tendo uma conversa. Uma versão espanhola de "If I Were a Boy" foi traduzida por Rudy Pérez e mixada por Andrés Bermúdez no The Beach House em Miami. Intitulada "Si Yo Fuera um Chico", esta edição foi incluída apenas em cópias de I Am... Sasha Fierce vendidas no México e na iTunes Store da Espanha e da países da América Latina. O seu lançamento na loja virtual ocorreu em 3 de fevereiro de 2009.

Composição[editar | editar código-fonte]

"If I Were a Boy" é uma balada pop de andamento mediano com influências do folk rock e do soft rock. De acordo com a partitura publicada no Musicnotes.com pela Cherry Lane Music Co., Inc, a canção foi composta no tom de sol bemol maior e é definida na assinatura de tempo comum, possuindo um ritmo moderado de 90 batidas por minuto. Foi escrita na forma comum de verso-refrão, com as linhas sendo apoiadas por quatro acordes e seguindo uma progressão harmônica contendo as notas mi bemol menor7, si, sol bemol, ré bemol e . Ed Masle, do The Arizona Republic, notou que a progressão é reminiscente à de "Smells Like Teen Spirit", da banda Nirvana. A instrumentação da obra é fornecida por um piano, violão, bateria e cordas, com palmas sendo usadas ao longo da canção. Os vocais de Beyoncé abrangem-se entre as notas de fá sustenido3 e 5. Seu canto fica mais alto conforme ela emprega dinâmicas musicais melódicas. Críticos notaram que a intérprete entrega uma performance atormentada com sentimentos firmes.

O conteúdo lírico de "If I Were a Boy" trata de um experimento mental de troca de gênero, através do qual Beyoncé analisa as ideologias de uma relação tensa. Conforme canta sobre coisas que faria se fosse um homem, ela destaca a vulnerabilidade de uma mulher e pondera como coisas seriam diferentes se homens tivessem o senso de empatia de uma mulheres. Durante a primeira parte da balada, a musicista alterna entre o papel de seu parceiro falho e o de homem que ela seria. Na primeira estrofe, ela se imagina representando seu interesse amoroso insensível, cantando sobre beber cerveja com outros rapazes, paquerar as mulheres, e tratando sua parceria rudemente, antes de adicionar que nunca seria confrontada por isso. Beyoncé então canta o refrão, no qual dá sua visão da vida como um homem melhor: "Se eu fosse um homem / Acho que eu poderia entender / Como é amar uma garota / Eu juro que seria um homem melhor / Eu a escutaria / Porque eu sei como dói / Quando você perde aquele que você queria porque ele lhe tratou mal / E tudo que você tinha foi destruído".

Na segunda estrofe, Beyoncé se resigna e continua cantando sobre crueldades que homens frequentemente cometem nas mulheres. Ainda se imaginando como o homem que a tratou mal, ela destaca: "Se eu fosse um homem / Eu desligaria o meu telefone / Diria a todos que estava quebrado / Para que achassem que eu estava dormindo sozinho". A cantora continua: "Eu me colocaria em primeiro lugar / E faria as regras ao longo do caminho / Porque eu sei que ela seria fiel / Esperando por mim para chegar em casa". A intérprete repete o refrão; a intensidade com a qual canta aumenta gradualmente até que ela atinge seu registro mais alto e parece estar chorando. Na ponte, Beyoncé para de cantar sobre os comportamentos masculinos que faria se fosse um homem e aborda seu amante insensível diretamente. Conforme enfatiza como é a sensação de ser traída, ela canta em uma oitava mais alta do que no resto da canção. A musicista diz: "E é tarde demais para você voltar / Você diz que é só um erro / Achando que eu vou perdoá-lo assim / Se você pensou que eu esperaria por você / Pensou errado". Na última estrofe, Beyoncé conclui: "Mas você é só um homem". Fraser McAlpine, da BBC Music, notou que ela "[empurra] a voz para um gemido fino e suplicante" neste ponto. Com um grito em sua voz, ela repete o refrão pela última vez conforme luta para permanecer forte, não permitindo que sua agonia a interrompa.

Recepção[editar | editar código-fonte]

Crítica profissional[editar | editar código-fonte]

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Digital Spy 4 de 5 estrelas.[11]

Chuck Taylor, da Billboard, escreveu que "If I Were a Boy" é a "oferta mais afetuosa" da cantora desde "Listen". Ele prezou os vocais, descrevendo-os como "de tirar o fôlego, primorosamente emotivos, tristes e maduros", e adicionou que a canção "exala o perfume de um Grammy Award". De acordo com Ann Powers, do Los Angeles Times, a faixa é o momento de Beyoncé como Barbara Streisand e "uma balada suave e bastante simples que [ela] usa para provar que é uma grande atriz vocal". Powers concluiu: "Essa não é apenas outra música de término de namoro; é uma elegia para a capacitação feminina, a admissão de Beyoncé de que nenhum dinheiro, fama ou especialidade pode resolver a injustiça básica entre o coração de um homem e o dela". Sal Cinquemani, da Slant Magazine, escreveu que o tema poderia ser comercialmente bem sucedido como "Irreplaceable" por causa de seu apelo radiofônico. James Montgomery, da MTV News, notou o seu "poder de fazer cair lágrimas" e notou que a obra revela "lados de Beyoncé que nunca sabíamos que existia".

O tom dela é gentil, aberto: Em vez da pressão de 'Single Ladies' e 'Irreplaceable', há verdadeira tristeza quando ela fecha essa porta. (...) No final, Beyoncé não consegue ficar sem mexer sua sobrancelha; ela é uma sobrevivente, e não vai deixar sua dor desfazê-la completamente. Mas esse é o ponto final e comovente dessa música excelente. Na visão do mundo de Beyoncé, uma mulher independente deve sacrificar a fantasia de princesa para a qual ela foi vendida quando criança, e manter esse limite férreo, mesmo quando o mundo dela está derretendo em volta. A compaixão que o vocal de Beyoncé transmite quando 'If I Were a Boy' termina é tanto para o homem que não consegue cumprir o sonho impossível do romance quanto para ela.

—Análise feita por Ann Powers, do Los Angeles Times.

Matos Michealangelo, do The A.V. Club, notou que a composição tem "letras clichês" que seriam perfeitas em papéis maduros que a atriz inglesa Hayley Mills tocada na década de 1960". Uma análise de 2010 dos "hinos femininas bem intencionados mas equivocados" feita pelo portal notou que a canção possui uma "nova perspectiva e um senso de autoconsciência" mas é moldada como um "lamaçal sentimental demais na auto piedade chorosa e amplos estereótipos". Em crítica para o Digital Spy sobre I Am... Sasha Fierce, Nick Levine escreveu que a canção apresenta as "letras mais interessantes" de todo o disco. Em uma resenha separada, ele concedeu quatro estrelas de cinco totais para a música e considerou os vocais de Beyoncé "apaixonantes". Levine elogiou o conteúdo lírico por não ser excessivamente elaborado e elogiou o seu "impacto emocional" e a "melodia muito forte" que, segundo o crítico, poderia fazer as pessoas sentirem que sempre conheciam a canção. Ryan Dombal, da Pitchfork Media, chamou "If I Were a Boy" de uma "mudança de sexo eficaz e afetuosa".

Andy Kellman, do portal Allmusic, sentiu que embora a balada soe como "um pano de fundo aquoso para uma final de competição de canto", é a canção de destaque de todo o CD devido as suas letras e a performance atormentada de Beyoncé. Conlin McGuire, da PopMatters, considerou-a o destaque do primeiro disco. Jon Caramanica, do The New York Times, descreveu-a como uma das melhores canções pop dos últimos anos e disse que ela contém uma das performances vocais "mais complicadas" de Beyoncé. Escrevendo para o Houston Chronicle, Joey Guerra comentou que "If I Were a Boy" é uma "nova direção musical elegante" para a cantora e a prezou por ser diferente das outras músicas tocadas nas rádios pop. Por outro lado, Stacey Anderson, da revista Spin, ficou menos impressionada com o tema e considerou a balada "brilhante e entediante". Adam Mazmanian, periodista do The Washington Times, notou que a estrutura musical do número tem uma "qualidade esparsa [e] cinematográfica que [Beyoncé] preenche com uma voz abrangente", a qual às vezes perde força.

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

"If I Were a Boy" foi indicada para Best Foreing Song nos Porin Awards de 2009, na Croácia. Na lista anual de fim-de-ano Pazz & Jop, feita pelo The Village Voice, a canção foi posicionada nos números 37 e 546 em 2008 e 2009, respectivamente. Em matéria com os maiores sucessos da estadunidense para comemorar os seus 30 anos de idade, Erika Ramirez e Jason Lipshutz escreveram que a faixa "apresentou Beyoncé em seu [momento] mais honesto, atraindo homens e mulheres".

Vídeo musical[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento e lançamento[editar | editar código-fonte]

O vídeo musical de "If I Were a Boy" foi dirigido por Jake Nava e filmado em preto-e-branco em Nova Iorque, com o vídeo de "Single Ladies (Put a Ring on It)" sendo filmado logo se sequência; este, contudo, por ser "de alto brilho e perfil", recebeu mais atenção do que o último. O trabalho é um reflexo da postura de mulher independente que Beyoncé adotou ao longo de sua carreira. Em entrevista com a Billboard, ela revelou que o conceito do vídeo é semelhante ao do filme de comédia Freaky Friday, de 1976, possuindo um tema de reversão de papéis. A cantora disse que nele seriam retratadas coisas que os homens geralmente fazem para magoar suas parceiras, como não responder suas chamadas, antes de acrescentar que também trata de pequenas coisas que significam bastante em relacionamentos. Beyoncé explicou:

Beyoncé disse que, ao final do vídeo, os espectadores iriam perceber que o marido é um oficial de polícia e ela, como a personagem feminina, estava fazendo coisas que seu marido lhe fez. Analisando o conceito da gravação, Jennifer Vineyard, da MTV News, concluiu: "Quando o vimos pela primeira vez de uma perspectiva diferente, o comportamento de Beyoncé pareceu mais anormal. E quando é o cara fazendo tudo que ela fez nas cenas anteriores, tudo se torna bastante familiar — o que é o ponto de Beyoncé". A cantora lançou o vídeo, juntamente com o de "Single Ladies", no programa Total Request Live, da MTV, em 13 de outubro de 2008. O produto foi posteriormente incluído em Above and Beyoncé - Video Collection & Dance Mixes, álbum de vídeos e de remixes lançado em 2009. Uma gravação acompanhante para a edição espanhola de "If I Were a Boy", "Si yo fuera un chico", também foi lançada. Esta vertente foi editada da original, com a versão espanhola sendo ouvida em vez da inglesa.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O vídeo, com duração superior a cinco minutos, começa mostrando Beyoncé e seu marido na frente de uma parede branca dizendo algumas palavras alternadamente, como "intimidade", "honestidade" e "compromisso", falando logo em sequência as palavras "você", "eu", "nós" ao mesmo tempo. Quando a canção se inicia, a intérprete é vista trabalhando como uma chefe de polícia. Seu marido, interpretado pelo jogador da NFL Eddie Goines, é bastante cuidadoso. Ele prepara café para sua parceira, passa tempo em seu trabalho procurando um presente para ela e se recusa a socializar com colegas atraentes para que possa estar disponível quando sua esposa chegar em casa. Entretanto, Beyoncé não está pensando nele; em vez disso, ela passa seu tempo livre com outros oficiais, particularmente seu companheiro de trabalho, com o qual está aparentemente encantada. Seu marido a liga, mas ela ignora o telefone.

Mais tarde, quando seu marido lhe dá brincos de presente, Beyoncé os usa para dançar com seu parceiro em uma festa. Seu marido fica chateado quando os vê dançando juntos e, quando conversa com ela sobre isso, ela age como se ele estivesse fazendo drama por nada. Ele diz: "Quando você age assim, acho que você não percebe como isso me faz parecer ou sentir". Beyoncé então lhe pergunta em um tom condescendente: "Por que está com ciúmes? Não estou dormindo com o cara". Neste ponto, a história se reverte, e Beyoncé começa a chorar. A situação de seu marido é, na verdade, algo pela qual ela passa — ele é um policial que trata mal sua esposa cuidadosa.

Recepção[editar | editar código-fonte]

Jennifer Vineyard, da MTV News, descreveu o vídeo como "significativo" e completou que "ele vem com uma reviravolta que requer repetição". A editora notou que, se a gravação não existisse, ela não veria o lado levado de Beyoncé. Um escritor da Rap-Up comentou: "Beyoncé entrega um dos melhores vídeos do ano com a imagem em preto-e-branco". Jennifer Cady, do E! Online, elogiou o projeto e escreveu que ele apresenta "um enredo sério melodramático". Ela observou que "[o vídeo] era lento e todos agiam muito, mas tenha certeza de capturar o final onde uma grande reviravolta provavelmente vai mudar para sempre sua percepção das dinâmicas de uma relação entre um homem e uma mulher".

O vídeo foi eleito o 72.º melhor de 2008 no BET: Notarized Top 100 Videos of 2008 e o 52.º melhor do mesmo ano no Last Call 2008! Top 50 Countdown, elaborada pelo BET J. Foi indicado para Video of the Year nos BET Awards do ano seguinte, mas perdeu para o de "Single Ladies", da própria cantora. O trabalho também foi nomeado para Best Female Video nos MTV Video Music Awards Japan e Outstanding Music Video nos NAACP Image Awards, ambos no mesmo ano, mas não obteve nenhum troféu. Em julho de 2009, o vídeo foi certificado como ouro pela Music Canada por ter sido baixado mais de cinco mil vezes.

Desempenho nas tabelas musicais[editar | editar código-fonte]

Referências

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  2. «Beyoncé – B'Day – Metacritic» (em inglês). Metacritic. Consultado em 19 de agosto de 2014 
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  9. Katie Hasty (8 de fevereiro de 2007). «Beyonce Makes It Ten Weeks At No. 1 With 'Irreplaceable'». Billboard (em inglês). Prometheus Global Media. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
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