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Alemanha Ocidental

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Bundesrepublik Deutschland

Alemanha Ocidental • República Federal da Alemanha

19491990 [♦] 
Bandeira
Bandeira
 
Escudo
Escudo
Bandeira Escudo
Lema nacional Einigkeit und Recht und Freiheit
"Unidade e Justiça e Liberdade"
Hino nacional Das Lied der Deutschen
"A Canção dos Alemães"
noicon
Continente Europa
Região Europa Central
Capital Bonn
País atual Alemanha

Língua oficial alemão
Moeda marco alemão

Forma de governo República federal parlamentarista
Presidente
• 1949–1959  Theodor Heuss
• 1959–1969  Heinrich Lübke
• 1969–1974  Gustav Heinemann
• 1974–1979  Walter Scheel
• 1979–1984  Karl Carstens
• 1984–1990  Richard von Weizsäcker
Chanceler
• 1949–1963  Konrad Adenauer
• 1963–1966  Ludwig Erhard
• 1966–1969  Kurt Georg Kiesinger
• 1969–1974  Willy Brandt
• 1974–1982  Helmut Schmidt
• 1982–1990  Helmut Kohl

Período histórico Guerra Fria
• 23 de maio de 1949  Formação
• 1 de janeiro de 1973  Incorporação do Protetorado de Sarre
• 3 de outubro de 1990 [♦]  Reunificação [♦]

Área
 • 1970   248 577 km²
 • 1990   248 577 km²

População
 • 1950   50 958 000  (est.)
 • 1970   61 001 000  (est.)
     dens. pop. 245,4 hab./km²
 • 1990   63 254 000  (est.)
     dens. pop. 254,5 hab./km²

[♦] ^ O país não deixou de existir em 1990, continuando a ser a mesma república federal, mas com o seu território alargado.
Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha

Alemanha Ocidental[1] é a designação comum do país que ocupava a parte ocidental da Alemanha, que foi partido em dois após a Segunda Guerra Mundial, no período entre sua formação em 23 de maio de 1949 e a reunificação alemã em 3 de outubro de 1990. Durante esse período da Guerra Fria, a República Federal da Alemanha (em alemão: Bundesrepublik Deutschland) fez parte do bloco ocidental. A República Federal foi criada durante a ocupação da Alemanha pelos Aliados após a Segunda Guerra Mundial, estabelecida a partir de onze estados formados nas três zonas aliadas de ocupação mantidas pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pela França. Sua capital (provisória) era a cidade de Bonn (ou Bona). A Alemanha Ocidental também é retrospectivamente designada como República de Bonn ou República de Bona.[2]

No início da Guerra Fria, a Europa estava dividida entre os blocos ocidental e oriental. A Alemanha foi de fato dividida em dois países e dois territórios especiais — o Sarre e Berlim, esta última dividida. Inicialmente, a República Federal da Alemanha reivindicou soberania exclusiva para toda a Alemanha, considerando-se a única continuação democraticamente reorganizada do Reich Alemão de 1871 a 1945. O país considerava que a Alemanha Oriental (nome oficial: República Democrática Alemã; sigla: RDA) era um estado-fantoche da União Soviética que foi constituído ilegalmente. Três estados do sudoeste da Alemanha Ocidental fundiram-se para formar Baden-Württemberg em 1952 e o Sarre juntou-se à República Federal da Alemanha em 1957. Além dos dez estados resultantes, Berlim Ocidental foi considerada de fato o décimo primeiro estado. Embora legalmente não fizesse parte da República Federal da Alemanha, visto que Berlim estava sob o controle do Conselho de Controle Aliado. Berlim Ocidental se alinhou politicamente com a Alemanha Ocidental e esteve direta ou indiretamente representada em suas instituições federais.

A base para a posição influente mantida pela Alemanha hoje foi lançada durante o Wirtschaftswunder (milagre econômico) da década de 1950, quando a Alemanha Ocidental se levantou da enorme destruição causada pela Segunda Guerra Mundial para se tornar a terceira maior economia do mundo. O primeiro chanceler Konrad Adenauer, que permaneceu no cargo até 1963, havia trabalhado para um completo alinhamento com a OTAN e pela não neutralidade. Não apenas garantiu a adesão à OTAN, como também foi um defensor dos acordos que se desenvolveram na atual União Europeia. Quando o G6 foi estabelecido em 1975, não havia dúvida se a Alemanha Ocidental se tornaria membro.

Após o colapso do comunismo na Europa Central e Oriental em 1989, simbolizado pela queda do Muro de Berlim, houve um rápido movimento em direção à reunificação alemã. A Alemanha Oriental votou para se dissolver e aderir à República Federal em 1990. Seus cinco estados do pós-guerra (Länder) foram reconstituídos junto com a Berlim reunificada, que encerrou seu estatuto especial e formou um território adicional. Eles ingressaram formalmente na República Federal em 3 de outubro de 1990, aumentando o número de estados de dez para dezesseis e encerrando a divisão da Alemanha. A reunificação não resultou em um novo país; em vez disso, o processo foi essencialmente um ato voluntário de adesão, pelo qual a Alemanha Ocidental foi ampliada para incluir os estados adicionais da Alemanha Oriental, que haviam deixado de existir. A República Federal expandida manteve a cultura política da Alemanha Ocidental e continuou sua participação em organizações internacionais, bem como seu alinhamento e afiliação à política externa ocidental a alianças ocidentais como ONU, OTAN, OCDE e União Europeia.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os líderes dos Estados Unidos, Reino Unido e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se encontraram na Conferência de Potsdam. Decidiram temporariamente dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação: francesa no sudoeste, britânica no noroeste, dos Estados Unidos no sul, e soviética no leste.[3] Em 1949 os três primeiros setores federalistas, foram agrupados formando a Alemanha Ocidental de governo capitalista, sendo que o último setor, referente à Alemanha Democrática, se transforma na Alemanha Oriental de governo comunista, alterando o curso da história já que a capital Berlim permaneceria, até 9 de novembro de 1989, integrada no setor democrático controlado pela União Soviética.

Com a união, a cidade de Bona, na Renânia, foi escolhida para representar a capital da Alemanha Ocidental sendo que o governo dos federados conseguiu manter uma posse de certa forma precária sobre parte de Berlim, igualmente dividida em zonas ocidental e oriental, que definitivamente situada em território da Alemanha Oriental, originou um corredor aéreo e uma rodovia internacional de ligação a essa parte ilhada.

Antes da década de 1970, a posição oficial da Alemanha Ocidental quanto à existência da Alemanha Oriental, de acordo com a Doutrina Hallstein, era de que o governo alemão-ocidental era o único democraticamente eleito e, por conta disso, representante legítimo do povo alemão, e qualquer país (com a exceção da URSS) que reconhecesse a existência da Alemanha Oriental teria relações diplomáticas cortadas com a Alemanha Ocidental.

No início dos anos 1970, a Ostpolitik de Willy Brandt levou ao reconhecimento mútuo entre as duas repúblicas. O Tratado de Moscovo (de agosto de 1970), o Tratado de Varsóvia (de dezembro de 1970), o Acordo dos Quatro Poderes de Berlim (de setembro de 1971), o Acordo de Trânsito (de maio de 1972), e o Tratado Básico (de dezembro de 1972) ajudaram a normalizar as relações entre os dois países fazendo com que ambos se juntassem à ONU.

A queda do Muro de Berlim[4] significou o marco da queda da Alemanha Oriental, que foi anexada à Alemanha Ocidental. A Alemanha de hoje é o mesmo Estado (mantém o nome de República Federal da Alemanha) agregando o território da antiga República Democrática Alemã. Os dois Estados adotaram a mesma moeda e alfândega em julho de 1990, a Alemanha Oriental foi dissolvida e anexada à República Federal da Alemanha finalizando a divisão oeste-leste, quando também foi perdido o sentido em referir-se a ela como "ocidental", bastando apenas o nome de Alemanha.

Governo e política

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Ver também : Política da Alemanha

A vida política na Alemanha Ocidental era notavelmente estável e ordenada. A era Adenauer (1949-1963) foi seguida por um breve período sob o governo de Ludwig Erhard (1963-1966) que, por sua vez, foi substituído por Kurt Georg Kiesinger (1966-1969). Todos os governos entre 1949 e 1966 foram formados pelos grupos unidos da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU), sozinhos ou em coalizão com o menor Partido Democrata Livre (FDP) ou outros partidos de direita.

Em 1951, várias leis foram aprovadas encerrando a desnazificação. Como resultado, muitas pessoas com um passado nazista acabaram novamente no aparato político da Alemanha Ocidental. O presidente da Alemanha Ocidental, Walter Scheel, e o chanceler, Kurt Georg Kiesinger, eram ex-membros do Partido Nazista. Em 1957, 77% dos altos funcionários do Ministério da Justiça da Alemanha Ocidental eram ex-membros do Partido Nazista.[5] O secretário de Estado de Konrad Adenauer, Hans Globke, havia desempenhado um papel importante na elaboração das leis de Nuremberg antissemitas na Alemanha nazista.[6]

Até à década de 1970, os homossexuais eram perseguidos pelas autoridades da Alemanha Ocidental. Cerca de 50 000 foram condenados por homossexualidade com base numa lei introduzida sob o regime nazi, mas retidos pela RFA.[7]

O fusca da Volkswagen, durante muitos anos o carro de maior sucesso do mundo, na linha de montagem da fábrica de Wolfsburg, 1973
Ver também : Economia da Alemanha

O Wirtschaftswunder ("milagre econômico", cunhado pelo The Times em 1950) da Alemanha Ocidental[8] ocorreu devido à ajuda econômica fornecida pelos Estados Unidos e pelo Plano Marshall. Essa melhoria foi sustentada pela reforma monetária de 1948, que substituiu o Reichsmark pelo marco alemão e interrompeu a inflação galopante. O desmantelamento aliado da indústria de carvão e aço da Alemanha Ocidental finalmente terminou em 1950.

À medida que a demanda por bens de consumo aumentou após a Segunda Guerra Mundial, a escassez resultante ajudou a superar a resistência persistente à compra de produtos alemães. Na época, a Alemanha possuía uma grande quantidade de mão de obra qualificada e barata, em parte como resultado da fuga e expulsão de alemães da Europa Central e Oriental, que afetaram até 16,5 milhões de alemães. Isto ajudou a Alemanha a mais que dobrar o valor de suas exportações durante a guerra. Além desses fatores, o trabalho árduo e as longas horas em plena capacidade da população e no final das décadas de 1950 e 1960, o trabalho extra fornecido por milhares de Gastarbeiter ("trabalhadores convidados") forneceu uma base vital para a recuperação econômica. Isso teria implicações mais tarde para os sucessivos governos alemães, que tentavam assimilar esse grupo de trabalhadores.[9]

Com a queda das reparações aliadas, a libertação da propriedade intelectual alemã e o impacto do estímulo do Plano Marshall, a Alemanha Ocidental desenvolveu uma das economias mais fortes do mundo, quase tão forte quanto antes da Segunda Guerra Mundial. A economia da Alemanha Oriental mostrou um certo crescimento, mas não tanto quanto na Alemanha Ocidental, em parte por causa de reparações contínuas à União Soviética.[10]

Em 1952, a Alemanha Ocidental tornou-se parte da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que mais tarde evoluiria para a União Europeia. Em 5 de maio de 1955, a Alemanha Ocidental foi declarada detentora da "autoridade de um Estado soberano".[11]

Referências

  1. «Alemanha: 22 anos após unificação, ajuda ao leste gera polêmica». Terra. 3 de outubro de 2012. Consultado em 10 de novembro de 2012 
  2. The Bonn Republic — West German democracy, 1945-1990, Anthony James Nicholls, Longman, 1997
  3. Michael Marek. «1948: "Seis potências" decidem futuro da Alemanha Ocidental». Deutsche Welle. Consultado em 10 de novembro de 2012 
  4. «A Reunificação da Alemanha». Portal BrasilEscola.com. Consultado em 10 de novembro de 2012 
  5. «Germany's post-war justice ministry was infested with Nazis protecting former comrades, study reveals». The Daily Telegraph. 10 de outubro de 2016. Consultado em 23 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2019 
  6. Tetens, T.H. The New Germany and the Old Nazis, New York: Random House, 1961 pages 37–40.
  7. «Germany anti-gay law: Plan to rehabilitate convicted men». BBC News (em inglês). 11 de maio de 2016 
  8. «Wirtschaftswunder, n.». Oxford English Dictionary Online. Setembro de 2009. Consultado em 16 de outubro de 2014 
  9. Childs, David H.; Johnson, Jeffrey (1981), West Germany: Politics And Society, ISBN 9780709907022 (em inglês), Croom Helm [falta página]
  10. Giersch, Herbert (1992). The fading miracle : four decades of market economy in Germany. Cambridge [England]: Cambridge University Press. ISBN 0-521-35351-3. OCLC 24065456 
  11. Detlef Junker (editor), Translated by Sally E. Robertson, The United States and Germany in the Era of the Cold War Arquivado em 2015-09-23 no Wayback Machine
  • Bark, Dennis L., and David R. Gress. A History of West Germany Vol 1: From Shadow to Substance, 1945–1963 (1992); ISBN 978-0-631-16787-7; vol 2: Democracy and Its Discontents 1963–1988 (1992) ISBN 978-0-631-16788-4
  • Berghahn, Volker Rolf. Modern Germany: society, economy, and politics in the twentieth century (1987) ACLS E-book online
  • Bark, Dennis L., and David R. Gress. "From Shadow to Substance 1945–1963, vol. 1 of A History of West Germany." (1989).
    • Bark, Dennis L., and David R. Gress. A history of West Germany: 1963-1988. Democracy and its discontents (1989).
  • Hanrieder, Wolfram F. Germany, America, Europe: Forty Years of German Foreign Policy (1989) ISBN 0-300-04022-9
  • Henderson, David R. "German Economic Miracle." The Concise Encyclopedia of Economics (2008).
  • Jarausch, Konrad H. After Hitler: Recivilizing Germans, 1945–1995 (2008)
  • Junker, Detlef, ed. The United States and Germany in the Era of the Cold War (2 vol 2004), 150 short essays by scholars covering 1945–1990
  • MacGregor, Douglas A The Soviet-East German Military Alliance New York, Cambridge University Press, 1989.
  • Main, Steven J. "The Soviet Occupation of Germany. Hunger, Mass Violence and the Struggle for Peace, 1945–1947." Europe-Asia Studies (2014) 66#8 pp. 1380–1382.
  • Maxwell, John Allen. "Social Democracy in a Divided Germany: Kurt Schumacher and the German Question, 1945-52." Ph.D dissertation, West Virginia University, 1969.
  • Merkl, Peter H. ed. The Federal Republic of Germany at Fifty (1999)
  • Mierzejewski, Alfred C. Ludwig Erhard: A Biography (2004) online
  • Pruys, Karl Hugo . Kohl: Genius of the Present : A Biography of Helmut Kohl (1996)
  • Schwarz, Hans-Peter. Konrad Adenauer: A German Politician and Statesman in a Period of War, Revolution and Reconstruction (2 vol 1995) excerpt and text search vol 2; also full text vol 1; and full text vol 2
  • Smith, Gordon, ed, Developments in German Politics (1992) ISBN 0-8223-1266-2, broad survey of reunified nation
  • Smith, Helmut Walser, ed. The Oxford Handbook of Modern German History (2011) pp. 593–753.
  • Weber, Jurgen. Germany, 1945–1990 (Central European University Press, 2004) online edition
  • Williams, Charles. Adenauer: The Father of the New Germany (2000) Online

Fontes primárias

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  • Beate Ruhm Von Oppen, ed. Documents on Germany under Occupation, 1945–1954 (Oxford University Press, 1955) online
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