Saltar para o conteúdo

Dasyprocta prymnolopha: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
79a (discussão | contribs)
m 79a moveu Cutia-do-dorso-preto para seu redirecionamento Dasyprocta prymnolopha suprimindo o primeiro: Movimentação não consensual
Acrescentei informações sobre o animal, com fontes seguras e sem plágio.
Linha 13: Linha 13:
| binomial = ''Dasyprocta prymnolopha''
| binomial = ''Dasyprocta prymnolopha''
| binomial_autoridade = [[Johann Georg Wagler|Wagler]], 1831
| binomial_autoridade = [[Johann Georg Wagler|Wagler]], 1831
| mapa = Área_de_ocupação_do_Dasyprocta_prymnolopha.jpg
| mapa_legenda = Mapa de distribuição
}}
}}
'''''Dasyprocta prymnolopha''''' é uma espécie de [[cutia]] da família [[Dasyproctidae]]. É um [[Mamíferos|mamífero]] [[Roedores|roedor]] [[endêmico]] do [[Região Nordeste do Brasil|nordeste do brasileiro]].<ref>{{Citar web|titulo=The IUCN Red List of Threatened Species|url=https://www.iucnredlist.org/en|obra=IUCN Red List of Threatened Species|acessodata=2019-08-10}}</ref>. Por se tratar de uma espécie [[Herbívoro|herbívora]], alimenta-se de [[vegetais]], [[Cereal|cereais]], [[Tubérculo|tubérculos]] e [[frutas]], e apresentam importante papel na dispersão de sementes, uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento.<ref>{{Citar web|titulo=A Cutia|url=https://www.afe.com.br/animais-silvestres-e-exoticos/artigos/a-cutia|obra=Aprenda Fácil Editora|acessodata=2019-08-10|lingua=pt-br}}</ref>
'''''Dasyprocta prymnolopha''''' é um [[Roedores|roedor]] de médio porte, popularmente conhecido como [[cutia]]-de-dorso-preto <ref>{{Citar web|ultimo=Porcher|primeiro=Vincent|url=https://www.inaturalist.org/observations/34496137|titulo=Cutia-de-Dorso-Preto (Dasyprocta prymnolopha)|data=2019-10-17|acessodata=2021-11-29|website=iNaturalist|lingua=pt}}</ref> no [[Brasil]]. É uma [[espécie]] de [[cutia]] da família [[Dasyproctidae]], esta família é constituída por roedores da subordem [[Hystricognathi]], divididos em dois gêneros: [[Dasyprocta]] (as cutias) e [[Myoprocta]] (as cotiaras). Além de também ser um [[Mamíferos|mamífero]] roedor [[endêmico]] do [[Região Nordeste do Brasil|nordeste do brasileiro]].<ref name=":0">{{Citar web|titulo=The IUCN Red List of Threatened Species|url=https://www.iucnredlist.org/en|obra=IUCN Red List of Threatened Species|acessodata=2021-11-8}}</ref>, por se tratar de uma espécie [[Herbívoro|herbívora]], alimenta-se de [[vegetais]], [[Cereal|cereais]], [[Tubérculo|tubérculos]] e [[frutas]], e apresentam importante papel na dispersão de [[sementes]], uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento.<ref>{{Citar web|titulo=A Cutia|url=https://www.afe.com.br/animais-silvestres-e-exoticos/artigos/a-cutia|obra=Aprenda Fácil Editora|acessodata=2019-08-10|lingua=pt-br}}</ref>


==Referências==
== Descrição ==
A cutia (''Dasyprocta prymnolopha'') é caracterizada por ser um [[roedor]] de médio porte, chegando a uma média de peso de aproximadamente 4 kg e mede de 50 a 60 cm, <ref>{{Citar periódico |url=http://www.pubvet.com.br/artigo/6549/caracteriacutesticas-reprodutivas-de-cutias-fecircmeas-dasyprocta-prymnolopha-wagler-1831-criadas-em-cativeiro-no-nordeste-do-brasil |titulo=Características reprodutivas de cutias fêmeas (Dasyprocta prymnolopha wagler, 1831) criadas em cativeiro no nordeste do Brasil |data=2019-10-28 |acessodata=2021-12-07 |jornal=PUBVET |ultimo=Diniz |primeiro=João Augusto Rodrigues Alves |ultimo2=Azerêdo |primeiro2=Lilianne Marinho dos Santos |paginas=162 |lingua=pt-BR |ultimo3=Rocha |primeiro3=Ediane Freitas |ultimo4=Carreiro |primeiro4=Artur da Nóbrega |ultimo5=Falcão |primeiro5=Brunna Muniz Rodrigues |ultimo6=Souza |primeiro6=Joyce Galvão de |ultimo7=Carvalho |primeiro7=Maria Acelina Martins de |ultimo8=Menezes |primeiro8=Danilo José Ayres de}}</ref> de patas alongadas e finas, com uma [[cauda]] simples e rudimentar, que é comum ficar escondida no pelo. A cabeça é estreitada, com o [[focinho]] encurtado, as [[Orelha|orelhas]] largas e médias e os [[Olho|olhos]] grandes. <ref>{{Citar web|ultimo=admin|url=https://www.portalsaofrancisco.com.br/animais/cutia|titulo=Cutia|data=2016-05-30|acessodata=2021-12-07|website=Portal São Francisco|lingua=pt-BR}}</ref> Dispõe de uma coloração alaranjada com um [[Dorsal|dorso]] mais marrom e preto do que as outras espécies da familia [[Dasyproctidae]], com membros pélvicos longos e membros torácicos curtos, que auxiliam a leva o alimento a boca na hora da alimentação, e com unhas bastante fortes, devido a seu hábito de [[Escavação|escavar]]. Seus pares de dentes [[Incisivo|incisivos]] são longos estendendo-se para fora da [[boca]], característica essa que facilita a sua alimentação na hora de abrir alimentos mais sólidos. <ref name=":1" />  Os membros posteriores longos (com três dedos desenvolvidos, com unhas cortantes, correspondentes a pequenos cascos) resultam na característica da cutia de ser muito boa saltadora, capazes de saltar na vertical a 2 metros de uma posição ereta, ou seja, em pé. <ref name=":2">{{Citar web|ultimo=admin|url=https://www.portalsaofrancisco.com.br/animais/cutia|titulo=Cutia|data=2016-05-30|acessodata=2021-12-07|website=Portal São Francisco|lingua=pt-BR}}</ref>
* WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. ''Infraorder Hystricognathi''. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). '''Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference'''. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p.&nbsp;1538-1600.
* CATZEFLIS, F.; PATTON, J.; PERCEQUILLO, A.; BONVICINO, C.; WEKSLER, M. 2008. [http://apiv3.iucnredlist.org/api/v3/website/Dasyprocta%20prymnolopha ''Dasyprocta prymnolopha'']. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 15 de novembro de 2008.


== Distribuição geográfica e habitat ==
{{Dasyproctidae}}
As cutias distribuem-se geograficamente desde a [[América do Sul]] até [[América Central]], tem como [[habitat]] as [[Floresta|florestas]] pluviais ([[floresta amazônica]] e [[mata atlântica]]), [[Floresta semidecidual|florestas semidecíduas]], [[Cerrado|cerrados]] e [[Caatinga|caatingas]], geralmente com a distribuição associada a cursos de água.<ref name=":1" /> No [[Brasil]] se distribuem desde os estados do [[Pará]] a leste do [[rio Tocantins]], [[Maranhão]], [[Rio Grande do Norte]], [[Pernambuco]], [[Alagoas]], [[Goiás]], [[Bahia]], até o [[nordeste]] de [[Minas Gerais]] em [[Cota altimétrica|cotas altimétricas]] de até 900m.<ref>{{citar web|ultimo=Alves|primeiro=A. I.|url=http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/2009/resumos_ixceb/515.pdf|titulo=REGISTRO DE DASYPROCTA PRYMNOLOPHA EM FRAGMENTO DE MATA
URBANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS E DADOS BASICOS DE DIETA|data=17 de Setembro de 2009|acessodata=8 de novembro de 2021|website=Seb Ecologia|arquivourl=http://www.seb-ecologia.org.br/|urlmorta=Não}}</ref>


[[File:Cutia (Dasyprocta prymnolopha).jpg|thumb|Cutia (Dasyprocta prymnolopha)|esquerda|236x236px]]
{{esboço-roedor}}
== Alimentação ==
Por se tratar de uma espécie [[Herbívoro|herbívora]], considerados [[mamíferos]] exclusivamente [[Fitofagia|fitófagos]], alimentam-se geralmente de [[frutos]], [[raízes]] e vegetais suculentos, além de [[sementes]] de diversas árvores que encontra na natureza, caracterizando a importância destes animais nos processos de [[dispersão de sementes]],<ref name=":1" /> uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento dentro do seu [[território]]. Na época de [[carência]] de alimentos, ela vai aos locares que enterrou seus alimentos como estoque e os desenterra. O sistema de [[comunicação|comunicativo]] entre as cutias é principalmente feito pela [[audição]] e pelo [[olfato]], a comunicação olfativa é realizada através de [[Odor|odores]] deixados pela [[urina]] e pela secreção de uma [[glândula]] do [[reto]], tais [[Odor|odores]] funcionam na identificação de integrantes do mesmo grupo e para delimitarem o [[território]] e localizarem o alimento que esconderam anteriormente. <ref name=":2" />


== Ameaças ==
Apesar da [[IUCN]] considerar a espécie como “[[Espécie pouco preocupante|pouco preocupante]]" <ref name=":0" />, a cutia tem se destacado, entre as espécies mais [[Predação|predadas]], por ter sofrido significativa redução de suas [[populações]], tanto pela destruição de seu [[habitat]] natural, por conta do [[desmatamento]], como pela [[caça predatória]] sendo um dos [[mamíferos]] mais perseguidos pelos caçadores. Atualmente a criação desses animais em [[cativeiro]] é usada como alternativa de [[preservação]] da espécie, já que mantem a espécie selvagem salva da [[predação]].<ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://www.pubvet.com.br/artigo/6103/descriccedilatildeo-das-categorias-de-comportamentos-do-dasyprocta-prymnolopha-em-condiccedilotildees-de-cativeiro |titulo=Descrição das categorias de comportamentos do Dasyprocta prymnolopha em condições de cativeiro |data=2019-06-12 |acessodata=2021-11-29 |jornal=PUBVET |ultimo=Rêgo |primeiro=Jalison Figuerêdo do |ultimo2=Carvalho |primeiro2=Maria Acelina Martins de |paginas=158 |lingua=pt-BR |ultimo3=Salles |primeiro3=Ana Yasha Ferreira de La |ultimo4=Menezes |primeiro4=Danilo José Ayres de}}</ref>

== Reprodução ==
Quanto aos [[Reprodução|aspectos reprodutivos]], as fêmeas parem de um a dois filhotes por parto; o período de [[gestação]] médio é de 117 dias <ref>{{Citar periódico |url=https://www.rbz.org.br/pt-br/article/desempenho-de-cutias-dasyprocta-prymnolopha-criadas-em-cativeiro-do-nascimento-ate-o-desmame-em-teresina-piaui/ |titulo=Desempenho de cutias (Dasyprocta prymnolopha) criadas em cativeiro do nascimento até o desmame em Teresina, Piauí |data=2004-12-01 |acessodata=2021-12-07 |jornal=R. Bras. Zootec. |número=6 suppl.3 |ultimo=Lopes |primeiro=João Batista |ultimo2=Cavalcante |primeiro2=Rildênio Renato |paginas=2318–2322 |lingua=pt-br |doi=10.1590/S1516-35982004000900018 |issn=1516-3598 |ultimo3=Almeida |primeiro3=Mônica Marcos de |ultimo4=Carvalho |primeiro4=Maria Acelina Martins de |ultimo5=Moura |primeiro5=Sandovaldo Gonçalves de |ultimo6=Filho |primeiro6=Laí Alves Dantas |ultimo7=Conceição |primeiro7=Washington Luis Ferreira}}</ref> e a duração média do [[ciclo estral]] é de 34 dias.<ref>{{Citar web|url=http://www.animal-reproduction.org/article/doi/10.21451/1984-3143-AR2018-0058|titulo=Reproduction in agouti (Dasyprocta spp.): A review of reproductive physiology for developing assisted reproductive techniques|acessodata=2021-12-07|website=Periodikos|doi=10.21451/1984-3143-ar2018-0058|pmc=PMC8203115|pmid=34221130}}</ref>
[[File:Planckendael zoo Black-rumped agouti 02.jpg|thumb|Planckendael zoo Black-rumped agouti 02]]
== Esqueleto axial e apendicular de cutias ==
Considerando-se as características [[Anatomia|anatômicas]] do [[esqueleto axial]]- que corresponde ao [[crânio]], [[coluna vertebral]], [[costelas]] e [[esterno]] - dessa espécie do gênero [[Dasyprocta]] e do [[esqueleto apendicular]] - que corresponde ao [[púbis]], [[ísquio]], [[ílio]], [[fêmur]], [[patela]], [[tíbia]], [[fíbula]], [[Tarso (pé)|tarso]], [[metatarso]], [[falange proximal]], [[falange média]], [[falange distal]], [[escápula]], [[clavícula]], [[úmero]], [[Rádio (osso)|rádio]], [[ulna]], [[carpo]], [[metacarpo]] - as informações são [[Escassez|escassas]] na literatura referente a esta espécie, mas há pesquisas sobre [[esqueleto axial]] da cutia no geral que pode-se colocar em comparação com a espécie referida.

No [[esqueleto axial]] tem-se que o [[crânio]] da cutia é triangular e alongado, com as [[Órbita (anatomia)|órbitas]] incompletas e localizadas lateralmente no terço médio entre os ossos [[Osso occipital|occipital]] e [[Osso nasal|nasal]]. Observa-se também uma [[Cauda|projeção caudal]], curvada [[Dorsal|dorsalmente]] e pontiaguda no ângulo entre o ramo e o corpo da [[mandíbula]].

As [[Vértebra cervical|vértebras cervicais]] maiores são o [[áxis]] e o [[Atlas (anatomia)|atlas]] e as cinco outras [[Vértebra|vértebras]] são mais largas e curtas. O [[Atlas (anatomia)|atlas]] apresenta um acentuado [[processo espinhoso]] e a asa do [[áxis]] é bem desenvolvida. Há 13 [[Vértebra torácica|vértebras torácicas]] e quanto mais caudal, ou seja, quanto mais perto da [[cauda]] da cutia, maior é o corpo vertebral. O [[processo espinhoso]] da primeira [[vértebra]] é pouco desenvolvido e praticamente [[Perpendicularidade|perpendicular]], assim também como o da décima segunda e décima terceira vértebras; os demais [[Processo espinhoso|processos espinhos]] são bem salientes e se tornam mais inclinados caudalmente e menos proeminentes a partir da segunda vértebra torácica.

Há sete [[Vértebra lombar|vértebras lombares]] e, quanto mais caudal, os [[Processo transverso|processos transversos]] tornam-se maiores, sendo bem destacados a partir da terceira vértebra lombar. A terceira, quarta, quinta e sexta [[Vértebra lombar|vértebras lombares]] se destacam das demais por apresentam os maiores corpos vertebrais, enquanto a primeira e a sétima possuem os menores.

O [[sacro]] é composto por quatro vértebras fundidas, é alongado e estreito no sentido crânio-caudalmente e de comprimento uniforme. Há oito ou nove pequenas vértebras caudais. As [[Costela|costelas]] são estreitas e formadas por longo eixo, um [[Tubérculo (anatomia)|tubérculo]], o qual se articula com os [[Processo transverso|processos transversos]] das [[Vértebra torácica|vértebras torácicas]], e uma cabeça, a qual se articula com os corpos das vértebras. O [[esterno]] é alongado e consiste de uma grande [[cartilagem]] do [[manúbrio]] em forma [[lanceolada]], cinco esternébras (esterno + vértebras) e uma [[Processo xifoide|cartilagem xifóide]]. <ref>Oliveira, Fabrício & Martins, Leandro & Pauloni, A. & Machado, Marcia R F & Toniollo, G. & Canola, J.. (2009). DESCRIÇÃO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICA DO ESQUELETO AXIAL DA CUTIA (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823). 25. [https://www.researchgate.net/publication/277866868_DESCRICAO_ANATOMO-RADIOGRAFICA_DO_ESQUELETO_AXIAL_DA_CUTIA_Dasyprocta_azarae_LICHTENSTEIN_1823] </ref>

No [[esqueleto apendicular]] tem-se que a [[cintura escapular]] da cutia consiste de duas [[Escápula|escápulas]], com [[Acrômio|acrômios]] bem acentuados, e duas [[Clavícula|clavículas]] longas. O [[úmero]] possui o [[Tubérculo (anatomia)|tubérculo]] maior saliente, [[Úmero|fossa radial]] e do [[Úmero|olécrano]] comunicantes e [[Úmero|tuberosidade deltóide]] pouco desenvolvida. As tuberosidades do [[Rádio (osso)|rádio]] são pouco evidentes e este [[osso]] não se apresenta fundido à [[ulna]], a qual acompanha o [[Rádio (osso)|rádio]] em comprimento. A fileira [[proximal]] de [[Carpo|carpos]] é formada pelos [[Carpo|carpos]] intemediorradial, ulnar, acessório e falciforme. A fileira [[distal]] é composta pelos [[Carpo|carpos]] I, II, III, e IV. Há cinco [[Metacarpo|metacarpos]] e cinco dígitos no membro torácico, e cada um com [[falange proximal]], [[Falange média|média]] e [[Falange distal|distal]], exceto o primeiro, o qual contém [[falange proximal]] e [[Falange distal|distal]]. A [[pelve]] é alongada, estreita e o [[Acetábulo (anatomia)|acetábulo]], profundo e arredondado; o [[fêmur]] apresenta eixo longitudinal longo e [[Trocanter|trocânter]] maior bem desenvolvido . A [[tíbia]] e a [[fíbula]] não são fundidas, sendo a [[fíbula]] bem delgada e equivalente ao tamanho da [[tíbia]]. No [[Tarso (pé)|tarso]], a fileira [[proximal]] é composta pelo talo, [[calcâneo]], osso társico tibial medial e central; na fileira [[distal]] há o tarsometatarso I, e o II, III e IV ossos do [[Tarso (pé)|tarso]]. No membro pélvico há três dígitos e os metatársicos II, III e IV, com três falanges em cada, e um pequeno osso metatársico V. <ref>{{Citar periódico |url=http://arsveterinaria.org.br/ars/article/view/185 |titulo=ANATOMORADIOGRAPHIC DESCRIPTION OF THE APENDICULAR SKELETON OF THE AGOUTI (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823) |data=2009-09-25 |acessodata=2021-12-07 |jornal=Ars Veterinaria |número=1 |ultimo=Oliveira |primeiro=F. S. |ultimo2=Martins |primeiro2=L. L. |paginas=028–031 |lingua=pt |doi=10.15361/2175-0106.2009v25n1p028-031 |issn=2175-0106 |ultimo3=Pauloni |primeiro3=A. P. |ultimo4=Toniollo |primeiro4=G. H. |ultimo5=Canola |primeiro5=J. C. |ultimo6=Machado |primeiro6=M. R. F.}}</ref>

==Referências==
[[Categoria:Dasyproctidae]]
[[Categoria:Dasyproctidae]]
[[Categoria:Mamíferos da Bahia]]
[[Categoria:Mamíferos da Bahia]]
[[Categoria:Mamíferos descritos em 1831]]
[[Categoria:Mamíferos descritos em 1831]]
[[Categoria:Fauna endêmica do Brasil]]
[[Categoria:Fauna endêmica do Brasil]]
<references />{{Dasyproctidae}}

{{Commonscat}}

{{esboço-roedor}}

Revisão das 02h22min de 8 de dezembro de 2021

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDasyprocta prymnolopha

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Dasyproctidae
Género: Dasyprocta
Espécie: D. prymnolopha
Nome binomial
Dasyprocta prymnolopha
Wagler, 1831
Distribuição geográfica
Mapa de distribuição
Mapa de distribuição

Dasyprocta prymnolopha é um roedor de médio porte, popularmente conhecido como cutia-de-dorso-preto [1] no Brasil. É uma espécie de cutia da família Dasyproctidae, esta família é constituída por roedores da subordem Hystricognathi, divididos em dois gêneros: Dasyprocta (as cutias) e Myoprocta (as cotiaras). Além de também ser um mamífero roedor endêmico do nordeste do brasileiro.[2], por se tratar de uma espécie herbívora, alimenta-se de vegetais, cereais, tubérculos e frutas, e apresentam importante papel na dispersão de sementes, uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento.[3]

Descrição

A cutia (Dasyprocta prymnolopha) é caracterizada por ser um roedor de médio porte, chegando a uma média de peso de aproximadamente 4 kg e mede de 50 a 60 cm, [4] de patas alongadas e finas, com uma cauda simples e rudimentar, que é comum ficar escondida no pelo. A cabeça é estreitada, com o focinho encurtado, as orelhas largas e médias e os olhos grandes. [5] Dispõe de uma coloração alaranjada com um dorso mais marrom e preto do que as outras espécies da familia Dasyproctidae, com membros pélvicos longos e membros torácicos curtos, que auxiliam a leva o alimento a boca na hora da alimentação, e com unhas bastante fortes, devido a seu hábito de escavar. Seus pares de dentes incisivos são longos estendendo-se para fora da boca, característica essa que facilita a sua alimentação na hora de abrir alimentos mais sólidos. [6]  Os membros posteriores longos (com três dedos desenvolvidos, com unhas cortantes, correspondentes a pequenos cascos) resultam na característica da cutia de ser muito boa saltadora, capazes de saltar na vertical a 2 metros de uma posição ereta, ou seja, em pé. [7]

Distribuição geográfica e habitat

As cutias distribuem-se geograficamente desde a América do Sul até América Central, tem como habitat as florestas pluviais (floresta amazônica e mata atlântica), florestas semidecíduas, cerrados e caatingas, geralmente com a distribuição associada a cursos de água.[6] No Brasil se distribuem desde os estados do Pará a leste do rio Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Goiás, Bahia, até o nordeste de Minas Gerais em cotas altimétricas de até 900m.[8]

Cutia (Dasyprocta prymnolopha)

Alimentação

Por se tratar de uma espécie herbívora, considerados mamíferos exclusivamente fitófagos, alimentam-se geralmente de frutos, raízes e vegetais suculentos, além de sementes de diversas árvores que encontra na natureza, caracterizando a importância destes animais nos processos de dispersão de sementes,[6] uma vez que eles apresentam o hábito de enterrar seu alimento dentro do seu território. Na época de carência de alimentos, ela vai aos locares que enterrou seus alimentos como estoque e os desenterra. O sistema de comunicativo entre as cutias é principalmente feito pela audição e pelo olfato, a comunicação olfativa é realizada através de odores deixados pela urina e pela secreção de uma glândula do reto, tais odores funcionam na identificação de integrantes do mesmo grupo e para delimitarem o território e localizarem o alimento que esconderam anteriormente. [7]

Ameaças

Apesar da IUCN considerar a espécie como “pouco preocupante" [2], a cutia tem se destacado, entre as espécies mais predadas, por ter sofrido significativa redução de suas populações, tanto pela destruição de seu habitat natural, por conta do desmatamento, como pela caça predatória sendo um dos mamíferos mais perseguidos pelos caçadores. Atualmente a criação desses animais em cativeiro é usada como alternativa de preservação da espécie, já que mantem a espécie selvagem salva da predação.[6]

Reprodução

Quanto aos aspectos reprodutivos, as fêmeas parem de um a dois filhotes por parto; o período de gestação médio é de 117 dias [9] e a duração média do ciclo estral é de 34 dias.[10]

Planckendael zoo Black-rumped agouti 02

Esqueleto axial e apendicular de cutias

Considerando-se as características anatômicas do esqueleto axial- que corresponde ao crânio, coluna vertebral, costelas e esterno - dessa espécie do gênero Dasyprocta e do esqueleto apendicular - que corresponde ao púbis, ísquio, ílio, fêmur, patela, tíbia, fíbula, tarso, metatarso, falange proximal, falange média, falange distal, escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo - as informações são escassas na literatura referente a esta espécie, mas há pesquisas sobre esqueleto axial da cutia no geral que pode-se colocar em comparação com a espécie referida.

No esqueleto axial tem-se que o crânio da cutia é triangular e alongado, com as órbitas incompletas e localizadas lateralmente no terço médio entre os ossos occipital e nasal. Observa-se também uma projeção caudal, curvada dorsalmente e pontiaguda no ângulo entre o ramo e o corpo da mandíbula.

As vértebras cervicais maiores são o áxis e o atlas e as cinco outras vértebras são mais largas e curtas. O atlas apresenta um acentuado processo espinhoso e a asa do áxis é bem desenvolvida. Há 13 vértebras torácicas e quanto mais caudal, ou seja, quanto mais perto da cauda da cutia, maior é o corpo vertebral. O processo espinhoso da primeira vértebra é pouco desenvolvido e praticamente perpendicular, assim também como o da décima segunda e décima terceira vértebras; os demais processos espinhos são bem salientes e se tornam mais inclinados caudalmente e menos proeminentes a partir da segunda vértebra torácica.

Há sete vértebras lombares e, quanto mais caudal, os processos transversos tornam-se maiores, sendo bem destacados a partir da terceira vértebra lombar. A terceira, quarta, quinta e sexta vértebras lombares se destacam das demais por apresentam os maiores corpos vertebrais, enquanto a primeira e a sétima possuem os menores.

O sacro é composto por quatro vértebras fundidas, é alongado e estreito no sentido crânio-caudalmente e de comprimento uniforme. Há oito ou nove pequenas vértebras caudais. As costelas são estreitas e formadas por longo eixo, um tubérculo, o qual se articula com os processos transversos das vértebras torácicas, e uma cabeça, a qual se articula com os corpos das vértebras. O esterno é alongado e consiste de uma grande cartilagem do manúbrio em forma lanceolada, cinco esternébras (esterno + vértebras) e uma cartilagem xifóide. [11]

No esqueleto apendicular tem-se que a cintura escapular da cutia consiste de duas escápulas, com acrômios bem acentuados, e duas clavículas longas. O úmero possui o tubérculo maior saliente, fossa radial e do olécrano comunicantes e tuberosidade deltóide pouco desenvolvida. As tuberosidades do rádio são pouco evidentes e este osso não se apresenta fundido à ulna, a qual acompanha o rádio em comprimento. A fileira proximal de carpos é formada pelos carpos intemediorradial, ulnar, acessório e falciforme. A fileira distal é composta pelos carpos I, II, III, e IV. Há cinco metacarpos e cinco dígitos no membro torácico, e cada um com falange proximal, média e distal, exceto o primeiro, o qual contém falange proximal e distal. A pelve é alongada, estreita e o acetábulo, profundo e arredondado; o fêmur apresenta eixo longitudinal longo e trocânter maior bem desenvolvido . A tíbia e a fíbula não são fundidas, sendo a fíbula bem delgada e equivalente ao tamanho da tíbia. No tarso, a fileira proximal é composta pelo talo, calcâneo, osso társico tibial medial e central; na fileira distal há o tarsometatarso I, e o II, III e IV ossos do tarso. No membro pélvico há três dígitos e os metatársicos II, III e IV, com três falanges em cada, e um pequeno osso metatársico V. [12]

Referências

  1. Porcher, Vincent (17 de outubro de 2019). «Cutia-de-Dorso-Preto (Dasyprocta prymnolopha)». iNaturalist. Consultado em 29 de novembro de 2021 
  2. a b «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 8 de novembro de 2021 
  3. «A Cutia». Aprenda Fácil Editora. Consultado em 10 de agosto de 2019 
  4. Diniz, João Augusto Rodrigues Alves; Azerêdo, Lilianne Marinho dos Santos; Rocha, Ediane Freitas; Carreiro, Artur da Nóbrega; Falcão, Brunna Muniz Rodrigues; Souza, Joyce Galvão de; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Menezes, Danilo José Ayres de (28 de outubro de 2019). «Características reprodutivas de cutias fêmeas (Dasyprocta prymnolopha wagler, 1831) criadas em cativeiro no nordeste do Brasil». PUBVET. 162 páginas. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  5. admin (30 de maio de 2016). «Cutia». Portal São Francisco. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  6. a b c d Rêgo, Jalison Figuerêdo do; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Salles, Ana Yasha Ferreira de La; Menezes, Danilo José Ayres de (12 de junho de 2019). «Descrição das categorias de comportamentos do Dasyprocta prymnolopha em condições de cativeiro». PUBVET. 158 páginas. Consultado em 29 de novembro de 2021 
  7. a b admin (30 de maio de 2016). «Cutia». Portal São Francisco. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  8. Alves, A. I. (17 de Setembro de 2009). «REGISTRO DE DASYPROCTA PRYMNOLOPHA EM FRAGMENTO DE MATA URBANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS E DADOS BASICOS DE DIETA» (PDF). Seb Ecologia. Consultado em 8 de novembro de 2021. Cópia arquivada em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗  line feed character character in |titulo= at position 56 (ajuda)
  9. Lopes, João Batista; Cavalcante, Rildênio Renato; Almeida, Mônica Marcos de; Carvalho, Maria Acelina Martins de; Moura, Sandovaldo Gonçalves de; Filho, Laí Alves Dantas; Conceição, Washington Luis Ferreira (1 de dezembro de 2004). «Desempenho de cutias (Dasyprocta prymnolopha) criadas em cativeiro do nascimento até o desmame em Teresina, Piauí». R. Bras. Zootec. (6 suppl.3): 2318–2322. ISSN 1516-3598. doi:10.1590/S1516-35982004000900018. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  10. «Reproduction in agouti (Dasyprocta spp.): A review of reproductive physiology for developing assisted reproductive techniques». Periodikos. PMC PMC8203115Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 34221130. doi:10.21451/1984-3143-ar2018-0058. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  11. Oliveira, Fabrício & Martins, Leandro & Pauloni, A. & Machado, Marcia R F & Toniollo, G. & Canola, J.. (2009). DESCRIÇÃO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICA DO ESQUELETO AXIAL DA CUTIA (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823). 25. [1]
  12. Oliveira, F. S.; Martins, L. L.; Pauloni, A. P.; Toniollo, G. H.; Canola, J. C.; Machado, M. R. F. (25 de setembro de 2009). «ANATOMORADIOGRAPHIC DESCRIPTION OF THE APENDICULAR SKELETON OF THE AGOUTI (Dasyprocta azarae, LICHTENSTEIN, 1823)». Ars Veterinaria (1): 028–031. ISSN 2175-0106. doi:10.15361/2175-0106.2009v25n1p028-031. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Dasyprocta prymnolopha
Ícone de esboço Este artigo sobre roedores, integrado ao WikiProjeto Mamíferos é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.