Afonso Motta

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Afonso Motta
Afonso Motta
Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul
Período 1º de janeiro de 2015
até atualidade[1]
Legislaturas 54ª (2011 - 2015)
55ª (2015 - 2019)
56ª (2019 - 2023)
56ª (2023 - 2027)
Secretário de Estado do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas do Governo do Rio Grande do Sul
Período 5 de janeiro de 2011
até dezembro de 2013
Governador Tarso Genro (PT)
Sucessor(a) Jorge Branco (PT)
Dados pessoais
Nome completo Afonso Antunes da Motta
Nascimento 8 de janeiro de 1950 (74 anos)
Porto Alegre, RS
Nacionalidade Brasileira
Alma mater Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Partido PDT (1984-presente)
Profissão Advogado e produtor rural

Afonso Antunes da Motta (Porto Alegre, 8 de janeiro de 1950) é um advogado, produtor rural e político brasileiro filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Atualmente exerce seu segundo mandato de deputado federal titular pelo Rio Grande do Sul.[1] Até junho de 2021, Afonso divergiu do governo Bolsonaro 61% das vezes nas votações da câmara.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Afonso Motta é filho de Cassiano Pahim da Motta (ex-vereador de Porto Alegre) e Livia Antunes da Motta, sobrinho de Leocádio Antunes (ex-deputado estadual e presidente do BNDES durante o governo João Goulart) e neto de Afonso Antunes (ex-presidente do PTB em Alegrete).[3] Formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1972. Filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) em março de 1984.[4] Foi membro do Instituto dos Advogados do estado (IARGS) em 1998, conselheiro da Fundação Médica do Rio Grande do Sul em 2001 e conselheiro da Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT-RS) em 2003.[1]

Deputado federal[editar | editar código-fonte]

Na eleição estadual de 2010, apoiando a candidatura não eleita de José Fogaça (PMDB) ao governo do estado, Afonso candidatou-se a deputado federal, obtendo a primeira suplência.[5] Em janeiro de 2011 tornou-se, por indicação do seu partido, Secretário do Gabinete de Prefeitos do governador Tarso Genro (PT).[6] Em dezembro de 2013 o PDT decidiu sair do governo, sendo que Afonso estava entre os dirigentes que defendiam a permanência no mesmo.[7] Na eleição de 2014, apoiando a candidatura não eleita de Vieira da Cunha (PDT) ao governo do estado, Afonso conseguiu se eleger deputado federal com 19 mil votos a mais que na outra eleição.[5] Como Vieira da Cunha se licenciou do cargo de deputado federal para gerir a Secretaria de Educação do governador eleito José Ivo Sartori (PMDB), Afonso assumiu o mandato em 1º de janeiro de 2015, no final da 54ª legislatura da câmara.[8] Apesar de Afonso não ter de fato atuado como deputado (pois a câmara estava em recesso naquele momento), ele não quis abrir mão de receber salário, 13º proporcional e outros auxílios.[8]

Em seu primeiro mandato de fato, Afonso cronologicamente votou a favor do PL 4330 da Terceirização;[9] contra às Medidas Provisórias 664 e 665 (de ajuste fiscal propostas por Dilma Rousseff) relativas à pensão por morte e ao seguro desemprego respectivamente;[10][11] contra o Impeachment de Dilma (PT);[11] a favor da cassação de Eduardo Cunha (PMDB);[11] contra a PEC do Teto de Gastos;[11] contra a Reforma Trabalhista;[11] a favor de assegurar a prática da vaquejada como manifestação cultural;[11] contra a rejeição das denúncias contra Michel Temer (PMDB)[11] e contra a MP da reforma do FIES.[11] Afonso esteve ausente nas votações sobre desobrigar a Petrobras de participar de todos os blocos de exploração do pré-sal;[11] a reforma do ensino médio[11] e a intervenção federal na segurança do RJ.[11]

Na eleição estadual de 2018, o PDT lançou Jairo Jorge ao governo do estado (sem êxito), enquanto Afonso se reelegeu deputado federal, mas com 25 mil votos a menos que na outra eleição.[5] Em maio de 2019, Afonso tornou-se réu por corrupção ativa, estelionato e ocultação de bens (supostamente para manipular julgamentos em benefício do grupo de comunicação RBS), após a Justiça Federal aceitar a denúncia oferecida pela Operação Zelotes.[12] Em março de 2021, Afonso passou a presidir a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, sendo atualmente o único deputado da bancada gaúcha a presidir uma comissão da câmara.[13] Em um levantamento do Paraná Pesquisas de maio de 2021, Afonso Motta aparecia com 1,4% das intenções de voto para eleição de senador em 2022.[14]

Nesse segundo mandato de fato, Afonso cronologicamente votou a favor da MP 867 (que segundo ambientalistas alteraria o Código Florestal anistiando desmatadores);[15] contra a PEC da Reforma da Previdência e a favor de excluir os professores nas regras da mesma;[16] a favor da MP da Liberdade Econômica;[16] a favor de aumento do Fundo Partidário;[17] contra cobrança de bagagem por companhias aéreas;[16] a favor do PL 3723 que regulamenta a prática de atiradores e caçadores;[16] a favor do "Pacote Anti-crime" de Sergio Moro;[16] contra o Novo Marco Legal do Saneamento;[16] a favor da redução do Fundo Eleitoral;[16] contra a suspensão do mandato do deputado Wilson Santiago (PTB/PB), acusado de corrupção;[16] a favor de ajuda financeira aos estados durante a pandemia de COVID-19;[16] contra o Contrato Verde e Amarelo;[16] contra a MP 910 (conhecida como MP da Grilagem);[18] contra a flexibilização de regras trabalhistas durante a pandemia;[16] contra o congelamento do salário dos servidores;[16] contra a anistia da dívida das igrejas;[19] a favor da convocação de uma Convenção Interamericana contra o Racismo;[16] duas vezes contra destinar verbas do novo FUNDEB para escolas ligadas às igrejas;[20][21] contra a autonomia do Banco Central;[16] contra a validação da PEC da Imunidade Parlamentar;[22] contra a PEC Emergencial (que trata do retorno do auxílio emergencial por mais três meses e com valor mais baixo);[16] contra permitir que empresas possam comprar vacinas da COVID-19 sem doar ao SUS;[16] contra classificar a educação como "serviço essencial" (possibilitando o retorno das aulas presenciais durante a pandemia);[23] a favor de acabar com o Licenciamento Ambiental para diversas atividades[16] e a favor da suspensão de despejos durante a pandemia.[16] Afonso esteve ausente nas votações sobre criminalizar responsáveis por rompimento de barragens;[16] alteração no Fundo Eleitoral;[16] manutenção da prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL/RJ)[16] e privatização da Eletrobras.[16]

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Cargo Partido Coligação Suplentes Votos Resultado[5]
2010 Estadual do Rio Grande do Sul Deputado federal PDT PDT / PTN 71.607
(1,25%)
Suplente
(34ª pessoa mais votada,
4ª da coligação)
2014 Estadual do Rio Grande do Sul PDT / PSC / PV / PEN / DEM Washington Cerqueira (PDT),
Flávio Zacher (PDT)
90.917
(1,65%)
Eleito
(31ª pessoa mais votada,
4ª da coligação)
2018 Estadual do Rio Grande do Sul PDT / PMB / PV Mano Changes (PV),
Alceu Barbosa Velho (PDT)
65.712
(1,20%)
Reeleito
(30ª pessoa mais votada,
3ª da coligação)
2022 Estadual do Rio Grande do Sul - Juliana Brizola (PDT) 70.307

(1,14%)

Reeleito
(33ª pessoa mais votada,
2ª do partido)

Referências

  1. a b c Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado federal Afonso Motta». Consultado em 12 de junho de 2021 
  2. Congresso em Foco (4 de junho de 2021). «Radar do Congresso: perfil do deputado federal Afonso Motta». Consultado em 12 de junho de 2021 
  3. Antigo site de Afonso Motta. «Afonso Motta». Consultado em 12 de junho de 2021. Arquivado do original em 18 de novembro de 2015 
  4. TSE. «Filiação partidária». Consultado em 12 de junho de 2021 
  5. a b c d Poder360. «Candidaturas de Afonso Motta». Consultado em 12 de junho de 2021 
  6. Rachel Duarte (10 de janeiro de 2011). «Afonso Motta acredita que o PDT pode crescer e manter Fortunati na prefeitura da Capital». Sul21. Consultado em 12 de junho de 2021 
  7. Samir Oliveira (9 de dezembro de 2013). «PDT se reúne nesta terça com Tarso para definir saída do governo». Sul21. Consultado em 12 de junho de 2021 
  8. a b G1 (5 de janeiro de 2015). «Três suplentes do RS assumem para mandatos de um mês na Câmara». Consultado em 12 de junho de 2021 
  9. EBC (8 de abril de 2015). «Confira como votou cada deputado no projeto de lei da terceirização». Consultado em 12 de junho de 2021 
  10. G1 (13 de maio de 2015). «Saiba como cada deputado votou a segunda MP do ajuste fiscal». Consultado em 12 de junho de 2021 
  11. a b c d e f g h i j k G1. «O Voto dos Deputados - 55ª Legislatura (2015 - 2019)». Consultado em 12 de junho de 2021 
  12. Thayná Schuquel (14 de maio de 2019). «Deputado federal vai para o banco dos réus na Operação Zelotes». Metrópoles. Consultado em 12 de junho de 2021 
  13. Rosane de Oliveira (12 de março de 2021). «Afonso Motta é o único deputado gaúcho a presidir comissão na Câmara». GaúchaZH. Consultado em 12 de junho de 2021 
  14. Gazeta do Povo (20 de maio de 2021). «Mourão aparece em terceiro em pesquisa por vaga no Senado no RS nas eleições 2022». Consultado em 12 de junho de 2021 
  15. Rafael Neves (29 de maio de 2019). «Veja os deputados favoráveis à MP que muda Código Florestal». Congresso em Foco. Consultado em 12 de junho de 2021 
  16. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v G1. «O Voto dos Deputados - 56ª Legislatura (2019 - 2023)». Consultado em 12 de junho de 2021 
  17. Vem pra Rua (4 de setembro de 2019). «Lista dos deputados que votaram para aumentar o Fundão Eleitoral». Consultado em 12 de junho de 2021 
  18. Ana Carolina Amaral (12 de maio de 2020). «341 deputados votaram pela 'MP da grilagem'». Folha de S. Paulo. Consultado em 12 de junho de 2021 
  19. Flávia Said (9 de setembro de 2020). «Veja como cada deputado votou na emenda que perdoa dívidas de igrejas». Congresso em Foco. Consultado em 12 de junho de 2021 
  20. Guilherme Mendes e Larissa Calixto (10 de dezembro de 2020). «Deputados destinam dinheiro público a escolas ligadas a igrejas. Veja como cada um votou». Congresso em Foco. Consultado em 12 de junho de 2021 
  21. Marina Oliveira (17 de dezembro de 2020). «Veja como cada deputado votou na regulamentação do Fundeb». Congresso em Foco. Consultado em 12 de junho de 2021 
  22. Guilherme Amado (25 de fevereiro de 2021). «Saiba como cada deputado votou na validade da PEC da Imunidade». Época (Globo). Consultado em 12 de junho de 2021 
  23. Congresso em Foco (21 de abril de 2021). «Como votou cada deputado em PL que aprovou educação como serviço essencial». Consultado em 12 de junho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]