Marxismo e religião: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Raimundo57br (discussão | contribs)
Desfeita a edição 48782009 de 85.241.195.232
→‎Ver também: fiz duas ligações internas.
Linha 25: Linha 25:
== Ver também ==
== Ver também ==


* [[Socialismo cristão]]
* [[José Porfírio de Miranda de la Parra]]
* [[José Porfírio de Miranda de la Parra]]
* [[Perseguição aos Cristãos na União Soviética]]
* [[Perseguição aos Cristãos no Bloco do Leste]]
* [[Socialismo cristão]]


{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 12h15min de 8 de outubro de 2017

O fundador do marxismo, o pensador alemão Karl Marx, tinha uma atitude negativa para com a religião, vendo-a essencialmente como "o ópio do povo", que foi usado pelas classes dominantes para dar à classe trabalhadora uma falsa esperança por milênios, e, ao mesmo tempo, reconhecendo-a como uma forma de protesto das classes trabalhadoras contra suas más condições econômicas.[1] No fim, Marx rejeita a religião.[2]

Na interpretação marxista-leninista do marxismo, desenvolvida primeiramente pelo revolucionário russo Vladimir Lênin, a religião é vista como um atraso no desenvolvimento humano e, de fato, os estados socialistas que seguem uma linha de pensamento marxista-leninista são ateus, explicitamente antirreligiosos. Devido a isso, uma série de governos marxista-leninistas no século XX, tais como a União Soviética e a República Popular da China, implementou leis introduzindo o estado ateu. No entanto, vários grupos comunistas religiosos efetivamente existem e o comunismo cristão foi importante no desenvolvimento inicial do comunismo.

Marx e a religião

A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo. A abolição da religião, enquanto felicidade ilusória dos homens, é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola.

A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em tomo de si mesmo.[3]

Em estados socialistas

União Soviética

Ver artigo principal: Religião na União Soviética

A União Soviética era um estado ateu,[4][5][6] onde a religião foi amplamente desencorajada e, às vezes, brutalmente perseguida.[7] De acordo com várias fontes soviéticas e ocidentais, entretanto, mais de um terço dos habitantes do país professava uma crença religiosa. O cristianismo e o islamismo tinham o maior número de fiéis. Cristãos pertenciam a diferentes igrejas:

A Ortodoxa, que tinha o maior número de seguidores; Católica; Batista e outras denominações protestantes. A maioria dos islâmicos eram sunitas. O judaísmo também tinha muitos fiéis. As outras religiões, como o budismo e o xamanismo eram praticados por um pequeno número de fiéis.

Kampuchea Democrático

Pol Pot, líder do regime Khmer Rouge, reprimiu violentamente a religião budista no Camboja: monges foram mortos, templos e artefatos, incluindo estátuas de Buda, foram destruídas; e pessoas rezando ou expressando outros sentimentos religiosos eram muitas vezes mortas. As comunidades cristãs e muçulmanas foram as mais perseguidas. A catedral católica de Phnom Penh foi arrasada. O Khmer Vermelho forçou os muçulmanos a comer carne de porco, que eles consideravam como uma abominação e muitos dos que se recusaram foram mortos. Grande parte do clero cristão e imãs muçulmanos foram executados.[8][9]

Ver também

Referências

  1. Raines, John. 2002. "Introduction". Marx on Religion (Marx, Karl). Philadelphia: Temple University Press. Page 05-06.
  2. Raines, John. 2002. "Introduction". Marx on Religion (Marx, Karl). Philadelphia: Temple University Press. Page 8.
  3. Karl Marx (2005). Crítica da filosofia do direito de Hegel. [S.l.]: São Paulo: Boitempo Editorial. pp. 146/147. ISBN 85-7559-064-2 
  4. http://www.jstor.org/pss/128810
  5. Sabrina Petra Ramet, Ed., Religious Policy in the Soviet Union. Cambridge University Press (1993). P 4
  6. John Anderson, Religion, State and Politics in the Soviet Union and Successor States, Cambridge University Press, 1994, pp 3
  7. http://www.loc.gov/exhibits/archives/anti.html
  8. «Pol Pot - MSN Encarta». Arquivado do original em 31 de outubro de 2009 
  9. Cambodia - Society under the Angkar