Lista de espécies perigosas em Portugal

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Ainda que Portugal seja dos países com menor número de espécies perigosas, existem na fauna e flora presentes no território nacional espécies que oferecem perigo para o ser humano.

Em geral os animais existentes em Portugal não são agressivos e as suas mordeduras e picadas são meramente defensivas. As consequências destes ataques são geralmente benignas, podendo, contudo, ser de maior gravidade no caso de hipersensibilidade (alergia) ou especial vulnerabilidade (crianças, idosos ou doentes crónicos).

Perigosidade[editar | editar código-fonte]

Estas listas incluem qualquer espécie animal, vegetal ou fungo existente em Portugal que possa causar perigo para a vida ou saúde dos seres humanos. São ainda incluídas, em secção própria, as espécies vectoras, que embora maioritariamente não sejam perigosas por si mesmas, são potenciais transmissoras de doenças perigosas para os seres humanos.

No final são listadas algumas espécies inofensivas ou não vectoras que erroneamente muitas vezes são tidas como perigosas.

Atenção: O facto de uma determinada espécie não estar incluída nestas listas não significa que, em determinados casos ou em certas condições, não ofereça perigo para o Homem. Todos os espécimes devem ser manuseados com o devido respeito e precaução.

Espécies potencialmente letais[editar | editar código-fonte]

Espécies Venenosas[editar | editar código-fonte]

Ofídios
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Víbora-cornuda
Vipera latastei
Ofídio (cobra) da família das víboras (viperidae), existente em todo o Portugal Continental. Necessita de locais com boa insolação, habitando em zonas abertas nos limites dos bosques e matos ou em bosques relativamente abertos como os montados ou os pinhais. No Sul habita também dunas costeiras e areais. Cabeça triangular destacada, pupilas verticais, ausência de placas cefálicas, linha dorsal escura em ziguezague ou ondulada, comprimento até 50 cm, corpo robusto (grosso), cauda curta e, específico desta espécie, focinho proeminente (que faz lembrar um corno).[1] Mordedura Geralmente não fatal em adultos saudáveis, a mordedura das víboras é muito perigosa em crianças, idosos ou doentes crónicos ou caso a região mordida seja na cabeça, pescoço ou tórax. A gravidade do envenenamento é variável. Sintomas inicais: dor local, edema, taquicardia, sudorese; depois possíveis: edema progressivo, equimose, hipotensão, hemorragia; mais tarde possíveis: linfangite, síndrome compartimental e raramente morte (por infecção secundária ou discrasia hemorrágica com falência multiorgânica). Tratamento: repouso, lavagem da ferida, gelo, analgesia e soro antiveneno (antivíbora europeia). Não existe antídoto específico para estas espécies.
Víbora-de-seoane
Vipera seoanei
Ofídio (cobra) da família das víboras (viperidae), existe em Portugal somente na região de Peneda-Gerês e Paredes de Coura, geralmente em serranias. Cabeça triangular destacada, pupilas verticais, ausência de placas cefálicas, linha dorsal escura em ziguezague ou ondulada, comprimento até 70 cm, corpo robusto (grosso) e cauda curta.[1] Mordedura
Fungos
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Chapéu-da-morte
(ou Cicuta-verde)
Amanita phalloides
Fungo existente em todo o território nacional, geralmente em bosques e florestas. Ingestão A intoxicação apresenta 3 fases. 1ª Fase (6 a 24 horas após a ingestão): náuseas, vómitos, diarreia severa, febre, taquicardia, hipoglicemia, hipotensão e desequilíbrio dos electrólitos, com distúrbio ácido-base. 2ª Fase (24 a 48 horas): surgem sintomas gastrintestinais e deterioração das funções hepática e renal. 3ª Fase (3 a 5 dias): ocorre dano hepatocelular e falha renal, que pode evoluir para falha hepática severa; cardiomiopatias e coagulopatias. Os danos no fígado são irreversíveis sendo, nos casos mais graves, necessário recorrer ao transplante hepático. Nos casos fatais a morte resulta de falência hepática e/ou renal. Tratamento: lavagem gástrica, hidroterapia, antibioterapia e, nos casos mais graves, transplante hepático.
Anjo-destruidor-europeu
Amanita virosa
Fungo existente em todo o território nacional, geralmente em bosques e florestas. Ingestão
Anjo-da-morte
Amanita verna
Fungo existente em todo o território nacional, geralmente em bosques e florestas. Ingestão
Plantas
Imagem Nome Identificação Características Perigo Consequências
Cicuta
Conium maculatum
Planta existente em todo o território nacional.[2] Erva aromática, anual ou bienal, de 30–200 cm de altura, com caules cilíndricos, ocos e geralmente manchados de cor púpura. Folhas triangulares e sem pêlos. Umbelas terminais com flores brancas. Ingestão Todas as partes da planta são muito venenosas devido a conterem alcalóides (cicutina). Sintomas: ardor na boca e garganta, náuseas, vómitos, diarreia, paralisia progressiva dos músculos, esfriamento das extremidades, convulsões e, por fim, a morte por paragem cárdio-respiratória.
Dedaleira
Digitalis purpurea
Planta existente em todo o território nacional, abundante na Serra da Estrela.[3] Erva bienal alta, com até 150 cm de altura, e flores púrpuras. Ingestão A planta é venenosa, especialmente através de infusão (chá) das folhas, mas também pelo consumo das folhas ou flores. Sintomas: ardor na boca e garganta, náuseas, vómitos, diarreias; podem ocorrer convulsões e morte por paragem cárdio-respiratória.
Embude
Oenanthe crocata
Planta existente em todo o território nacional.[4] Erva com folhas semelhantes à salsa (Petroselinum crispum) e flores brancas. Ingestão A planta é venenosa. Sintomas: ardor na boca e garganta, náuseas, vómitos, diarreia; podem ocorrer convulsões e morte por paragem cárdio-respiratória.
Erva-moura
Solanum nigrum
Planta existente em todo o território nacional.[5] Erva com folhas largas, flores brancas e frutos negros. Ingestão A planta é tóxica devido à presença de solanina (alcalóide). Sintomas: ardor na boca e garganta, náuseas, vómitos, diarreia e, também, convulsões e morte por paragem cárdio-respiratória.
Estramónio
Datura stramonium
Planta invasora existente em Portugal Continental e na Madeira.[6] Planta herbácea anual, com até 2 m de altura. Folhas ovaladas com pecíolo com pêlos. Grandes flores brancas ou violetas. Frutos em cápsulas ovóides cobertas de acúleos (espinhos). Ingestão A planta é tóxica devido à presença de atropina (alcalóide). Sintomas: delírio, que se manifesta em excitação, angústia, desorientação, alucinações e insónia; podem ocorrer convulsões e morte por paragem cárdio-respiratória.

Espécies Traumatogénicas[editar | editar código-fonte]

Mamíferos
Imagem Nome Identificação Características Perigo Consequências
Touro
Bos tauros
Mamífero criado em todo o território nacional. Corpulento com hastes desenvolvidas. Investida e pisadura Os bovinos podem causar lesões traumatogénicas (perfurantes ou contundentes) graves ou fatais através de investida (mesmo embolados) ou de pisadura. A raça brava (touros ou vacas bravas) são mais susceptíveis de ataques deliberados.
Lobo-ibérico
Canis lupus signatus
Mamífero distribuído em Portugal Continental por duas populações, a Norte do Douro (maioria das alcateias) no Minho e em Trás-os-Montes, e a Sul do Douro na Beira Alta. Semelhante a outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos machos medem 130–180 cm de comprimento e pesam 30–40 kg, enquanto as fêmeas medem 130–160 cm e pesam 25–35 kg. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Mordedura A mordedura dos lobos pode causar lesões traumatogénicas graves ou fatais. Em Portugal os ataques fortuitos a humanos são raros, não havendo registo de ataques a humanos nos últimos 25 anos, somente a animais (principalmente cabras e ovelhas).[7]
Cão
Canis lupus familiaris
Mamífero criado em todo o território nacional. Existem diversas raças com tamanho e características distintas. Mordedura A mordedura dos cães pode causar lesões traumatogénicas graves ou fatais. Podem também transmitir patologias (ex. raiva). As raças consideradas perigosas por lei[8] em Portugal são: Cão de Fila Brasileiro, Dogue Argentino, Pit Bull Terrier, Rottweiler, Staffordshire Terrier Americano, Staffordshire Bull Terrier e Tosa Inu. Atenção: outras raças de médio ou grande porte também podem constituir perigo para o ser humano ou para animais.

Espécies potencialmente perigosas[editar | editar código-fonte]

Espécies Venenosas[editar | editar código-fonte]

Aracnídios
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Viúva-negra mediterrânica
Latrodectus tredecimguttatus
Aracnídeo da família das viúvas-negras (latrodectus), esta aranha é comum em Portugal Continental, com predominância no Alentejo e Algarve, mas geralmente em áreas rurais. Incomum em habitações.[9]
Muitas vezes confundida com aranhas como Steatoda grossa ou Steatoda nobilis (falsas viúvas-negras) comuns em habitações. É contudo inconfundível caso possua as distintas manchas laranja/vermelho pálido ou vivo.
Fêmea: corpo com 14–15 mm, carapaça (com depressão na zona torácica) e patas negras, abdómen volumoso negro com pêlos bífidos e 3 linhas brancas com 13 manchas laranja, vermelhas ou amarelas, mas há também a forma negra integral (lugubris) ou com as manchas bordeadas de branco ou amarelo. Macho: corpo 8–10 mm e abdómen mais pequeno. Picada A gravidade do envenenamento é variável. O veneno é neurotóxico. Sintomas de latrodectismo: dor intensa, edema, cãibras musculares, inluindo rigidez abdominal com dificuldade respiratória, rigidez facial (facies latrodectismica) e rigidez dos músculos penianos (priapismo), aceleração cardíaca, hipertensão, oligúria, suores profusos, hipersalivação e paralesias parciais temporárias; pode provocar necrose e, no caso de crianças com peso inferior a 15 kg, choque e morte. Tratamento: hidroterapia, antibioterapia e soro antilatrodéctico. Prognóstico: com assistência médica imediata na maioria dos casos a vítima começa a recuperar em 12-24 horas e cura-se sem sequelas em alguns dias.
Reclusa-mediterrânica
(ou Aranha-violino)
Loxosceles rufescens
Aracnídeo comum em Portugal Continental, com predominância no Alentejo e Algarve.[10] Apresenta-se tanto em áreas rurais (debaixo de troncos e pedras), como em áreas urbanas (é comum no interior de casas e armazéns). Podem ser confundidas com os espécimes maiores de Pholcus phalangioides (comuns em habitações mas inofensivas). Fêmea: corpo com 7–10 mm, carapaça de cor castanha, amarela ou avermelhada, abdómen oval cinzento ou amarelo pálido, sem padrões e com pêlos curtos escuros, mas com uma mancha cardíaca esbatida mais escura. Tem 6 olhos bem separados em três grupos de dois. Patas compridas e delgadas, com as mesmas cores da carapaça e do abdómen. Macho: corpo com 7–10 mm, abdómen menos volumoso e patas proporcionalmente mais compridas e delgadas. Picada Apesar de relativamente raras (por não ser agressiva e fugir da presença humana), as picadas da aranha-violino são as mais frequentes picadas de aranha em Portugal (por ser comum em habitações). O veneno da aranha-violino é citotóxico e necrosante. Sintomas de loxoscelismo: dor local, edema, que após 1-2 dias apresenta placa violácea com áreas hemorrágicas e que, em casos graves, evolui para ulceração local profunda, necrose tissular (morte dos tecidos no local da picada) e possível gangrena. Tratamento: limpeza da ferida, gelo e antibioterapia.
Tarântula-ibérica
(ou Tarântula-mediterrânica)
Lycosa hispanica
(ou Lycosa tarantula)
Aracnídeo existente em Portugal Continental e na Madeira, com predominância no Algarve e Madeira.[11] Não faz teias, escavando antes tocas. É incomum em habitações. É confundível com a aranha-lobo-radiada (Hogna radiata). Tem hábitos predominantemente nocturnos, mas também pode estar activa à tarde. Aranha de grandes dimensões. Com envergadura total de 6–7 cm é a maior aranha da Europa. Fêmea: corpo até 30 mm, abdómen cinzento com pêlos e face ventral negra com os lados laranja vivo. Patas robustas, pilosas e cinzentas/negras por cima e laranja por baixo. Macho: corpo até 25 mm, patas mais compridas e abdómen menor que a fêmea.[12] Picada Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor local, edema e, em casos raros, necrose local.
Aranha-lobo-radiada
Hogna radiata
Aracnídeo existente em Portugal Continental e na Madeira, com predominância no Alentejo, Algarve e Madeira.[13] É a espécie de licosídeo (tarântulas) mais comum em Portugal. Tem hábitos predominantemente nocturnos, mas também pode estar activa à tarde. Mais pequena e com patas mais finas, mas mais agressiva que a tarântula-ibérica. Aranha de grandes dimensões. Fêmea: corpo até 20 mm, castanho, com pêlos e face ventral negra. Patas robustas e pilosas. Macho: corpo 15–18 mm. Picada Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor local, edema e, em casos raros, necrose local.
Tarântula-de-Porto-Santo (ou Aranha-Lobo-de-Porto-Santo)
Hogna schmitzi
Aranha endémica da ilha de Porto Santo, no Arquipélago da Madeira, catalogada por Wunderlich em 1992.[14] Tem hábitos predominantemente nocturnos, mas também pode estar activa à tarde. Aranha de grandes dimensões. Carapaça e abdómen cinzentos, com pêlos, e face ventral negra. Patas robustas, pilosas e laranja por cima e negras por baixo. Picada Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor local, edema e, em casos raros, necrose local.
Tarântula-das-Desertas
Hogna ingens
Aranha endémica das ilhas Desertas, no Arquipélago da Madeira, catalogada por Blackwall em 1857.[15] Tem hábitos predominantemente nocturnos, mas também pode estar activa à tarde. Aranha de grandes dimensões. Carapaça cinzenta/negra com pêlos, abdómen cinzento com pêlos e face ventral negra. Patas robustas, pilosas e cinzentas salpicadas de branco. Picada Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor local, edema e, em casos raros, necrose local.
Escorpião
(ou Lacrau)
Buthus ibericus
Aracnídeo existente em Portugal Continental, com predominância no Alentejo e Algarve. Com 5–6 cm de comprimento, geralmente de cor amarela. Tem hábitos predominantemente nocturnos, tornando-se activo ao entardecer. Incomum em habitações. Picada O veneno do lacrau é neurotóxico. Sintomas: dor muito intensa, edema, paralisia parcial do membro afectado, ansiedade, arrepios, cãibras musculares, hipotensão, aumento da pulsação cardíaca e diminuição da temperatura corporal. Crianças e idosos têm sintomas exacerbados, tal como em caso de picadas na cabeça, pescoço, tórax ou abdómen. Tratamento: aplicação local de anestésico, analgesia e soro antiescorpiónico. Prognóstico: as picadas de lacrau geralmente não são fatais nem deixam sequelas, salvo casos de crianças muito pequenas ou hipersensibilidade (pode ocorrer choque e, sem tratamento, morte).
Quilópodes
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Centopeia-mediterrânica
(ou Centopeia-amarela)
Scolopendra cingulata
Artrópode da classe Quilópode existente no Alentejo e Algarve.[16] Pode ser encontrada no solo, debaixo de pedras ou manta morta, preferencialmente em locais mais húmidos. Ocasional em habitações. Tem hábitos predominantemente nocturnos. Com até 12 cm de comprimento, é a maior espécie de centopeia de Portugal e da Europa. Com corpo listado, de cor castanha, castanha-avermelhada ou castanha-amarelada, com 8 ocelos e 21 pares de patas robustas, com o último par mais robusto e espinhoso. Picada Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor muito intensa, eritema (vermelhidão) e edema. Tratamento: gelo, aplicação local de anestésico, analgesia e, se necessário, corticosteróides. No caso de crianças muito pequenas ou hipersensibilidade é necessária assistência médica imediata.
Centopeia-comum
Scolopendra oraniensis
Artrópode da classe Quilópode existente em todo o território nacional, com predominância no Alentejo e Algarve.[16] Comum em habitações. Tem hábitos predominantemente nocturnos. De cor castanha ou amarela, com longas listas longitudinais e 15 pares de patas finas. Picada Menos perigosa que a espécie Scolopendra cingulata. Veneno de baixa toxicidade para os seres humanos que, contudo, pode provocar dor muito intensa, eritema (vermelhidão) e edema.
Peixes
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Peixe-aranha-comum
Echiichthys vipera
Peixe existente na Costa Portuguesa, com predominância em praias arenosas do Litoral Alentejano e Algarve.[17] Peixe de cor amarela ou castanha com até 37 cm, contendo espinhos venenosos nas barbatanas dorsais e nas brânquias (guelras). Encontra-se enterrado na areia em águas pouco profundas, sendo mais comuns as picadas na baixa-mar. Picada Não são agressivos, as picadas não resultam de qualquer ataque, mas de serem pisados inadvertidamente. As zonas mais afectadas são os pés (devido à vítima pisar o peixe-aranha enterrado na areia ou o rascasso escondido junto a rochas) ou, raramente, a barriga no caso de crianças que chapinhem deitadas na água. Os sintomas mais significativos iniciam-se 2-3 minutos após a picada. Sintomas: dor local muito intensa, edema, dormência, formigueiro, náuseas, vômitos, dores articulares, dores de cabeça, cólicas abdominais, tonturas, aumento do volume miccional e tremores. Sintomas raros: arritmia, fraqueza, dificuldade respiratória, convulsões, diminuição da pressão arterial, gangrena, degeneração de tecidos e perda de consciência. Tratamento: colocar o membro afectado em água quente (inactiva o veneno que é termolábil) e retirar os espinhos remanescentes; analgesia e aplicação de anti-inflamatórios e antissépticos. Em caso de sintomas raros é necessária assistência médica. Prognóstico: a vítima recupera totalmente em algumas horas ou dias.[18]
Peixe-aranha-maior
Trachinus draco
Peixe existente na Costa Portuguesa, com predominância em praias arenosas do Algarve.[19] Peixe de cor amarela, castanha ou verde-escura com até 53 cm, contendo espinhos venenosos nas barbatanas dorsais e nas brânquias (guelras). Encontra-se enterrado na areia, sendo mais comuns as picadas na baixa-mar. Picada
Rascasso-vermelho
Scorpaena scrofa
Peixe existente na Costa Portuguesa, com predominância em praias rochosas do Algarve.[20] Peixe de cor vermelha com 26–50 cm, contendo espinhos venenosos nas barbatanas dorsais. Peixe solitário e de hábitos nocturnos, passa o dia praticamente imóvel, disfarçado entre rochas e algas em águas pouco profundas ou poças de água na baixa-mar. Picada
Raia
Myliobatis aquila
Peixe existente na Costa Portuguesa.[20] Peixe cartilaginoso de cor castanha, com o corpo achatado dorsiventralmente e contendo um ferrão venenoso na cauda longa. Picada Afecta maioritariamente mergulhadores e raramente banhistas (quando a raias são pisadas, geralmente na baixa-mar). Sintomas: trauma local (da perfuração do ferrão), dor muito intensa, edema, cãibras musculares, náuseas, fadiga, dores de cabeça, calafrios e febre; possível infecção bacteriana ou fúngica. Geralmente benignas, as picadas de raia podem causar risco de vida em caso de hipersensibilidade ou no caso da picada se localizar em locais sensíveis (cabeça, pescoço, tórax ou abdómen). Tratamento: é necessária assistência médica; colocar o membro afectado em água quente (ajuda a inactivar o veneno que é termolábil); antibioterapia (para prevenir infecções), analgesia e aplicação de anestésico local, anti-inflamatórios e antissépticos. Prognóstico: na maioria dos casos as dores e restantes sintomas cessam até 48 horas após a picada (com os piores sintomas nos primeiros 30-60 minutos).
Raia
Myliobatis aquila
Peixe existente na Costa Portuguesa.[20] Peixe cartilaginoso de cor amarela, com tons avermelhados, com o corpo achatado dorsiventralmente e contendo um ferrão venenoso na causa. Picada
Raia
Myliobatis aquila
Peixe existente na Costa Portuguesa.[20] Peixe cartilaginoso de cor castanha, com tons amarelados e avermelhados, com o corpo achatado dorsiventralmente e contendo um ferrão venenoso na causa. Picada
Cnidários e Equinodermes
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Alforreca
(ou Medusa)
Pelagia noctiluca
Cnidário existente na Costa Portuguesa, com predominância na Costa Ocidental, Açores e Madeira.[21] Corpo gelatinoso (umbrela) geralmente cor-de-rosa ou amarelo, com 8 longos tentáculos com cnidócitos (células urticantes) carregados de nematocistos (cápsulas urticantes). Picada Veneno tóxico para os seres humanos. Sintomas: dor intensa, edema local, cãibras musculares e queimaduras dolorosas, que deixam flictenas (bolhas). No caso de hipersensibilidade pode ocorrer choque anafilático com risco de vida.
Tratamento: remoção imediata dos fragmentos de tentáculos que fiquem presos à pele, seguido da aplicação local de solução aquosa de ácido acético (3 a 10%) ou vinagre (ou na sua falta água salgada), gelo e pasta de bicarbonato de sódio em água ou creme gordo; aplicação de analgésicos, anti-inflamatórios e anti-histamínicos sistémicos. Não usar água doce, álcool, amónia ou urina (devido a espalharem o veneno).
Prognóstico: nos casos leves as lesões saram em dias ou semanas; nos casos graves são possíveis cicatrizes de duração prolongada ou vitalícia.
Atenção: os cnidócitos encontram-se activos mesmo que a alforreca esteja fora de água ou se encontre morta.[18]
Alforreca
(ou Medusa)
Rhizostoma luteum
Cnidário existente na Costa Portuguesa.[22] Corpo gelatinoso (umbrela) branco, podendo ter tons azulados ou violetas, com longos tentáculos com cnidócitos (células urticantes) carregados de nematocistos (cápsulas urticantes). Picada
Alforreca
(ou Medusa)
Chrysaora hysoscella
Cnidário existente na Costa Portuguesa.[23] Corpo gelatinoso (umbrela) radiado amarelo e castanho com até 30 cm, com 24 longos tentáculos com cnidócitos (células urticantes) carregados de nematocistos (cápsulas urticantes). Picada
Caravela-portuguesa
Physalia physalis
Cnidário existente na Costa Portuguesa.[24] Corpo gelatinoso (umbrela) em crista de cor branca e com tons azuis e violetas, com longos tentáculos (podem ter alguns metros) com cnidócitos (células urticantes) carregados de nematocistos (cápsulas urticantes). Picada
Ouriço-do-mar
Paracentrotus lividus
Equinoderme existente na Costa Portuguesa.[25] Corpo com 11–25 cm coberto de espinhos, com cores variáveis. Picada O ouriço-do-mar é venenoso, mas o veneno é de baixa toxicidade para os seres humanos e raramente causa sintomas. O problema reside nos espinhos, que são dolorosos, numerosos e difíceis de retirar. Tratamento: retirar os espinhos com pinça, podendo ser usado vinagre (pois dissolve os espinhos).[18]
Ouriço-de-espinhos-longos
Centrostephanus longispinus
Equinoderme existente na Costa Portuguesa.[26] Corpo com 15–30 cm coberto de espinhos longos, com cores variáveis. Picada
Insectos
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Abelha do mel
Apis mellifera
Insecto selvagem ou doméstico (apicultura) existente em todo o território nacional. As abelhas selvagens constroem as colmeias em árvores ocas e cavidades em telhados e paredes, com uma população muito numerosa (até 30.000 indivíduos). Apenas picam se forem provocadas. Os machos (zangões) não têm ferrão. Coloração castanha escura. Corpo coberto de pêlos. Picada A abelha morre após a picada, ficando o ferrão a injectar veneno por 1-2 minutos. Apesar da picada ser dolorosa, o veneno, a apitoxina, é de baixa toxicidade para os seres humanos, sendo contudo potencialmente perigoso (incluindo risco de vida) em caso de hipersensibilidade (alergia), elevado número de picadas ou se a picada ocorrer nas vias aéreas (garganta). Tratamento: retirada do ferrão (com pinça), desinfecção local, aplicação de gelo e, se necessário, administração de anti-histamínico. Os casos especiais referidos constituem uma emergência médica.
Abelha solitária
Osmia spp.
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Constroem pequenos ninhos ao cuidado de uma só fêmea, geralmente em solo macio ou entre tijolos com cimento e argamassa moles. Raramente picam. Coloração castanha escura. Corpo coberto de pêlos. Picada
Abelha carpinteira
Xylocopa virginica
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Escavam túneis na madeira para depositar os ovos. Só picam se forem provocadas. Os machos não têm ferrão. Entre 1,9 e 2,5 cm de comprimento. Coloração amarela brilhante, com pêlos cor de laranja ou brancos no tórax; sem pêlos no abdómen. Picada
Abelhão
Bombus terrestris
Insecto selvagem existente em todo o território nacional (não confundir com o zangão, macho da abelha do mel). Constrói ninhos pequenos, com até 50 indivíduos. Pouco agressivo. Entre 11–17 mm de comprimento. Corpo com pêlos de coloração preta e amarela, com abdómen branco. Picada Raramente pica, mas pode picar várias vezes (ao contrário da abelha do mel, o abelhão não deixa o ferrão na vítima) e a picada é muito dolorosa. O tratamento indicado é similar ao previsto para a picada da abelha.
Vespa comum
Vespula vulgaris
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Constroem os ninhos em águas-furtadas, cavidades de paredes, antigos buracos de roedores, árvores ocas e arbustos, com uma população de algumas dezenas até 25.000 indivíduos. O ninho morre durante o Inverno. Picam rapidamente e várias vezes. Abdómen preto e amarelo. Picada O ferrão não fica preso na vítima, contudo a vespa pode picar várias vezes, inoculando uma quantidade variável de veneno. Este é de baixa toxicidade para os seres humanos (inferior ao da abelha), sendo contudo potencialmente perigoso (incluindo risco de vida) em caso de hipersensibilidade (alergia), elevado número de picadas ou se a picada ocorrer nas vias aéreas (garganta). Tratamento: desinfecção local, aplicação de gelo e, se necessário, administração de anti-histamínico. Os casos especiais referidos constituem uma emergência médica.
Vespa mediana
Dolichovespula media
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Constroem ninhos acima do solo em áreas rurais ou urbanas, com até 800 indivíduos. O ninho morre durante o Inverno. Picam rapidamente e várias vezes. Abdómen preto com riscas amarelas. Picada
Vespa germânica
Vespula germanica
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Constroem ninhos acima do solo em áreas rurais ou urbanas, com milhares de indivíduos. Raramente o ninho sobrevive ao Inverno. Picam rapidamente e várias vezes. Abdómen preto com manchas amarelas. Picada
Vespa de papel
Polistes biglumis
Insecto selvagem existente em todo o território nacional. Constroem ninhos de papel resistentes à água, utilizando fibras de madeira ou caules de plantas. O ninho morre durante o Inverno. Picam rapidamente e várias vezes. Abdómen preto com manchas amarelas. Picada
Vespa asiática
Vespa velutina
Vespão invasor documentado em Portugal desde 2011, cuja colonização se iniciou no litoral Norte, atingindo hoje 12 Distritos. Esta espécie de vespão forma ninhos em áreas urbanas e rurais. Ataca as abelhas, sendo responsável por grandes prejuízos. É agressiva e ataca em enxame. Grandes dimensões, entre 17 e 32 mm. Corpo preto com uma ampla faixa laranja no abdómen e uma faixa amarela no primeiro segmento. Quando observada de frente a cabeça é laranja e as patas são amarelas nas pontas. Picada Tal como nas demais vespas e vespões o ferrão não fica preso na vítima, contudo a vespa pode picar várias vezes, inoculando uma quantidade variável de veneno. Este é de baixa toxicidade para os seres humanos. Contudo a vespa asiática é agressiva e ataca em enxame, o que constitui perigo de picadas múltiplas, que em caso de número elevado podem causar risco de vida; o mesmo sucede em caso de hipersensibilidade (alergia) ou se a picada ocorrer nas vias aéreas (garganta). Tratamento: desinfecção local, aplicação de gelo e, se necessário, administração de anti-histamínico. Os casos especiais referidos e as picadas múltiplas constituem uma emergência médica.
Vespa europeia
Vespa crabro
Vespão autóctone de Portugal, presente em todo o território nacional. O ninho é construído no tronco oco de uma árvore, em casas, ninhos de madeira para aves e em cortiços ou colmeias, raramente o fazem no solo ao contrário de outras vespas. Ataca as abelhas, mas apenas as moribundas. Não causa prejuízos. Grandes dimensões, entre 18 e 23mm. Tem o abdómen predominantemente amarelo pálido, com faixas pretas. A sua cabeça é amarela vista de frente e vermelha vista de cima. O tórax e as patas são pretas e encarnadas. Picada Tal como nas restantes vespas e vespões o ferrão não fica preso na vítima, contudo a vespa pode picar várias vezes, inoculando uma quantidade variável de veneno. Este é de baixa toxicidade para os seres humanos, sendo contudo potencialmente perigoso (incluindo risco de vida) em caso de hipersensibilidade (alergia), elevado número de picadas ou se a picada ocorrer nas vias aéreas (garganta). Tratamento: desinfecção local, aplicação de gelo e, se necessário, administração de anti-histamínico. Os casos especiais referidos constituem uma emergência médica.
Vespa oriental
Vespa orientalis
Vespão presente em Portugal Continental. Ataca as abelhas, mas apenas as moribundas. Não causa prejuízos. Grandes dimensões, entre 18 e 23mm. É na sua totalidade encarnada. Só a cabeça vista de frente é amarela, assim como uma banda que apresenta no abdómen. Picada
Vespa mamute
Megascolia maculata
Vespão presente em Portugal Continental. É um parasita das larvas dos coleópteros. Grandes dimensões (o maior vespão da Europa), até 6cm. Está coberto por uma densa camada de pêlos e tem um corpo preto brilhante. A sua cabeça é amarela no topo e tem 4 zonas amarelas sem pêlos no abdómen. Picada

Espécies Traumatogénicas[editar | editar código-fonte]

Mamíferos
Imagem Nome Identificação Características Perigo Consequências
Javali
Sus scrofa
Mamífero selvagem abundante em Portugal Continental, em bosques ou, de noite, em áreas agrícolas. Macho: peso entre 130–250 kg. Fêmea: peso entre 80–130 kg. Medem entre 125–180 cm de comprimento e podem alcançar uma altura no garrote de 100 cm. Investida ou mordedura Os javalis podem provocar lesões traumatogénicas graves por mordedura mas principalmente com as presas (dentes que podem atingir 20 cm). Em casos extremos podem causar hemorragias ou lesões com risco de vida.
Carneiro
Ovis aries
Mamífero criado em todo o território nacional. Existem diversas raças com tamanho e características distintas. Investida Os ovinos e caprinos (mesmo os mochos, sem chifres), principalmente os machos, podem ser territoriais e, mediante investida, provocar lesões traumatogénicas graves.
Bode
Capra aegagrus hircus
Mamífero criado em todo o território nacional. Existem diversas raças com tamanho e características distintas. Investida
Gato
Felis silvestris catus
Mamífero criado em todo o território nacional. Existem diversas raças com tamanho e características distintas. Arranhadura (ataque com garras) e mordedura Os gatos podem provocar lesões traumatogénicas graves, especialmente com as garras, que podem deixar sequelas permanentes. Podem causar a doença por arranhadura do gato.
Peixes
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Moreia-pintada
Muraena helena
Peixe existente na Costa de Portugal Continental, Açores e Madeira, geralmente em cavidades rochosas.[27] Peixe ósseo anguiliforme com corpo longo, robusto e cilíndrico, de cor castanha, podendo ter manchas amareladas de núcleo castanho, medindo até 1,5 metros. Mordedura As mordeduras das moreias podem provocar ferimentos sérios e dolorosos, que podem inclusive deixar sequelas permanentes. É necessária assistência médica. Tratamento: antibioterapia e aplicação de antissépticos. Geralmente afecta apenas mergulhadores.[28]
Moreia-preta
Muraena augusti
Peixe existente na Costa dos Açores e Madeira, geralmente em cavidades rochosas.[29] Peixe ósseo anguiliforme de olhos esbranquiçados, com corpo longo, robusto e cilíndrico, de coloração variável entre o azul escuro e o castanho, de acordo com o fundo onde se encontra (possui capacidade mimética), medindo até 1,3 metros. Mordedura

Espécies vectoras de doenças[editar | editar código-fonte]

Insectos
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Mosquito
Aedes aegypti
Mosquito (insecto) da família dos culicídios (culicidae), espécie invasora existente na Ilha da Madeira, pelo menos desde 2005. Existe tanto em zonas rurais como urbanas.[30] O Aedes aegypti é um mosquito hematófago com actividade diurna, que tem como vítima preferencial o Homem e praticamente não faz qualquer som audível antes de picar. Mede menos de 1 centímetro; é preto com manchas brancas no corpo e nas patas.[31] Picada O Aedes aegypti é vector de dengue e de outras doenças graves. Presente na Ilha da Madeira desde 2005 este mosquito provocou um surto de dengue entre 2012 e 2013, com a duração de 6 meses mas sem óbitos registados, não tendo ocorrido casos de dengue hemorrágico.[32]
Pulga
Ctenocephalides
Insecto existente em todo o Território Nacional. Existe tanto em áreas urbanas como rurais, parasitando o Homem e animais domésticos ou selvagens.[33] Possui corpo ovalado de cor castanha de variados tons e 6 patas, com desenvolvimento acentuado do par anterior (usado para saltar). Picada Este insecto hematófago é vector de várias patologias, podendo transmitir ao Homem riquetsioses, como tifo murino, e outras doenças bacterianas como tularémia, salmoneloses e peste bubónica, bem como outras patologias como himenolepíase, com baixa patogenia conhecida em Portugal (com excepção da peste bubónica que actualmente não tem patogenia conhecida).
Piolho da cabeça
Pediculus humanus capitis
Insecto existente em todo o Território Nacional. Existe tanto em áreas urbanas como rurais, parasitando o Homem. Insecto hematófago, de cor cinzento claro (ou avermelhado após alimentar-se), possui corpo ovalado, medindo de 2,5 a 3 mm, sem asas, distinguindo-se a cabeça com um par de antenas, toráx com 6 patas e abdómen com 7 segmentos. Picada Os piolhos, principalmente o piolho do corpo, são vectores de várias patologias, como tifo murino, febre recorrente ou febre das trincheiras, com baixa patogenia conhecida em Portugal.
Piolho do corpo
Pediculus humanus humanus
Insecto existente em todo o Território Nacional. Existe tanto em áreas urbanas como rurais, parasitando o Homem. Insecto hematófago, de cor acastanhada ou cinzento claro (ou avermelhado após alimentar-se), possui corpo ovalado, medindo de 2,5 a 3,5 mm, sem asas, distinguindo-se a cabeça com um par de antenas, toráx com 6 patas e abdómen com 7 segmentos. Picada
Piolho púbico
Pthirus pubis
Insecto existente em todo o Território Nacional. Existe tanto em áreas urbanas como rurais, parasitando o Homem. Insecto hematófago, de cor amarelada (ou avermelhado após alimentar-se), possui corpo arredondado, medindo de 1 a 3 mm, sem asas e com 6 patas. Picada
Aracnídios
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Carraça
Rhipicephalus sanguineus
Aracnídio da família dos ixodídeos (ixodidae) existente em todo o Território Nacional. Existe tanto em áreas urbanas como rurais. [34] Aracnídeo hematófago, possui corpo ovalado e 8 patas de cor castanha de variados tons, com quelícera curta. Picada Este ixodídeo é vector de febre botonosa ou escaro-nudolar (febre da carraça) transmissível ao Homem e a animais domésticos, com patogenia conhecida em Portugal.
Carraça
Ixodes ricinus
Aracnídio da família dos ixodídeos (ixodidae) existente em todo o Território Nacional. Predominante em áreas rurais.[35] Aracnídeo hematófago, possui corpo ovalado e 8 patas de cor castanha ou bege, com carapaça maciça nos machos e parcialmente mole nas fêmeas. Não possui olhos, usando antes o órgão de Halle. Picada Este ixodídeo é vector de borreliose de Lyme (doença de Lyme), ehrlichiose granulocítica humana e perimiocardite crónica. Destas patologias a borreliose de Lyme tem patogenia conhecida em Portugal.
Carraça
Dermacentor marginatus
Aracnídio da família dos ixodídeos (ixodidae) existente em todo o Território Nacional. Predominante em áreas rurais.[36] Aracnídeo hematófago, possui corpo ovalado e 8 patas de cor castanha ou bege. Picada Este ixodídeo é vector de borreliose de Lyme (doença de Lyme) e tibola. Destas patologias a borreliose de Lyme tem patogenia conhecida em Portugal.
Ácaro
Sarcoptes scabiei
Aracnídio da família dos sarcoptodes (sarcoptidae) existente em todo o Território Nacional. Aracnídeo hematófago, possui corpo globoso e cabeça curta. As patas são curtas, grossas e cónicas com ventosas tarsais. Picada Este ácaro é vector de escabiose (sarna), com patogenia conhecida em Portugal.
Mamíferos
Imagem Nome Identificação Descrição Perigo Consequências
Ratazana
Rattus norvegicus
Roedor da família dos murídios (muridae) existente em todo o Território Nacional. Tem hábitos nocturnos. Existe tanto em áreas urbanas como rurais.[37] Possui corpo cinzento-acastanhado robusto com 18 a 25 cm de comprimento e 250 a 600 g de peso. Tem pêlos ásperos, orelhas pequenas e arredondadas, e olhos pequenos. A cauda é grossa e peluda medindo cerca de 15 a 21 cm. Mordedura ou contacto com fluídos A ratazana e o rato preto são mais agressivos, com maior perigo de mordedura. Mas a principal perigosidade reside no facto de que as 3 espécies são vectoras de doenças graves transmissíveis ao Homem e a animais domésticos, tais como: leptospirose, salmonelose, sarna e micoses (com patogenia em Portugal), mas também tifo, peste bubónica e febre hemorrágica. Destas a de maior preocupação em Portugal é a leptospirose, com especial impacto nos Açores. O contágio pode ocorrer por contacto directo, por mordedura ou manuseamento, ou indirecto, através do contacto com urina, fezes, saliva ou sangue dos roedores. O perigo de contágio é maior no caso da ratazana e rato preto.
Rato Preto
Rattus rattus
Roedor da família dos murídios (muridae) existente em todo o Território Nacional. Tem hábitos nocturnos e excelente capacidade como trepador. Existe tanto em áreas urbanas como rurais.[38] Possui corpo preto esguio com 16 a 21 cm de comprimento e de 80 a 300 g de peso. Tem pelagem delicada e orelhas e olhos grandes. A cauda é fina e com poucos pêlos medindo cerca de 19 a 25 cm. Mordedura ou contacto com fluídos
Rato Doméstico
Mus musculus
Roedor da família dos murídios (muridae) existente em todo o Território Nacional. Tem hábitos nocturnos. Existe tanto em áreas urbanas como rurais.[39] Possui um corpo cinzento-acastanhado delgado com 8 a 9 cm de comprimento e 10 a 21 g de peso. Tem um pelo delicado e sedoso, orelhas grandes e salientes, olhos pretos, pequenos e salientes, e a cauda é fina e sem pêlos medindo 8 a 10 cm. Mordedura ou contacto com fluídos

Espécies não perigosas[editar | editar código-fonte]

Espécies inofensivas[editar | editar código-fonte]

Existem espécies erroneamente consideradas perigosas mas que na verdade são inofensivas:

Espécies não vectoras[editar | editar código-fonte]

  • Percevejo, são hematófagos (alimentam-se de sangue humano ou animal), mas não são vectores (não transmitem doenças)[43]

Referências

  1. a b [1]
  2. [2]
  3. [3]
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  5. [5]
  6. [6]
  7. Correio da Manhã (31 de Março de 2013). «O regresso do velho inimigo» 
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  12. [11]
  13. [12]
  14. [13]
  15. Naturdata Hogna ingens
  16. a b [14]
  17. «Echiichthys vipera». Naturdata 
  18. a b c «Fauna Perigosa em Portugal». Super Interessante. Julho de 2010 
  19. « Trachinus draco ». Naturdata 
  20. a b c d «Rascasso-vermelho Scorpaena scrofa». Oceanário de Lisboa 
  21. «Naturdata Pelagia noctiluca» 
  22. «Naturdata Rhizostoma luteum» 
  23. «Naturdata Chrysaora hysoscella» 
  24. «Marinha alerta para o contacto com caravelas-portuguesas». Diário de Notícias. 5 de Abril de 2013 
  25. «Ouriço-do-mar (Paracentrotus lividus. Oceanário de Lisboa 
  26. «Naturdata Centrostephanus longispinus». Oceanário de Lisboa 
  27. «Muraena helena». Naturdata 
  28. «Moreias em Portugal». Universidade dos Açores 
  29. «Muraena augusti». Naturdata 
  30. «REVIVE: Rede de Vigilância de Vetores – Relatório de 2014». Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. 22 de Abril de 2015 
  31. «Aprenda a reconhecer o mosquito Aedes aegypti». Prefeitura da cidade de São Paulo. Consultado em 19 de outubro de 2012. Arquivado do original em 21 de junho de 2012 
  32. «DGS dá por controlado surto de dengue na Madeira». Diário de Notícias. 12 de Março de 2013 
  33. Naturdata. «Ctenocephalides felis» 
  34. Naturdata. «Rhipicephalus sanguineus» 
  35. Naturdata. «Ixodes ricinus» 
  36. Naturdata. «Dermacentor marginatus» 
  37. Naturdata. «Rattus norvegicus» 
  38. Naturdata. «Rattus rattus» 
  39. Naturdata. «Mus musculus» 
  40. Naturlink. «Licranço» 
  41. Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. «Vespas» (PDF) 
  42. «Ocorrência de Velella Velella em toda a Costa Portuguesa» 
  43. CBN (31 de Janeiro de 2015). «Percevejos»