SPIC Brasil

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SPIC Brasil
SPIC Brasil
Razão social SPIC Brasil Energia Participações S.A.
Empresa de capital fechado
Atividade Energia
Fundação 2017 (7 anos)
Sede São Paulo, SP,  Brasil
Presidente Adriana Waltrick[1]
Empregados +250[2]
Website oficial www.spicbrasil.com.br

A SPIC Brasil é uma empresa de origem chinesa que atua no país no segmento de geração e comercialização de energia elétrica, com foco em fontes renováveis.

O Grupo SPIC (State Power Investment Corporation Limited) é uma das cinco maiores companhias de energia da China e a maior geradora de energia solar do mundo, presente em 47 países, totalizando mais de 213 GW de capacidade instalada, sendo mais de 62,5% de fontes renováveis.

Histórico[editar | editar código-fonte]

A SPIC foi fundada em 2015 após a fusão das empresas China Power Investment Corporation (CPIC) e a State Nuclear Power Tecnology Corporation (SNPTC).[3] Sua subsidiária brasileira iniciou as atividades no Brasil em 2016, quando adquiriu, da Pacific Hydro,[4] dois parques eólicos na cidade de Mataraca, no estado da Paraíba – o Complexo Eólico Vale dos Ventos e o Complexo Eólico Millennium.[4][5]

Em setembro de 2017, adquiriu a concessão da Usina Hidrelétrica de São Simão, na divisa dos estados de Goiás e Minas Gerais, com início das operações sob o novo grupo controlador em maio de 2018.[6][7][8]

Em 2020, a SPIC Brasil adquiriu 33% de participação das usinas de energia termelétrica Gás Natural Açu (GNA I e GNA II – esta última ainda em construção[9][10]), em parceria com a Prumo, a BP e a Siemens Energy.[11][2] Ambas as usinas estão localizadas no Porto do Açu, no município de São João da Barra, norte do estado do Rio de Janeiro.[10][11][12]

Em 2022, adquiriu 70% de participação em dois projetos de energia solar greenfield localizados no nordeste brasileiro, em parceria com a Canadian Solar, adicionando cerca de 3% à capacidade de energia instalada no Brasil: o Complexo Solar Panati-Sitiá,[2][13] situado na cidade de Jaguaretama, no Ceará, e o Complexo Solar Marangatu, localizado na cidade de Brasileira, no Piauí.[2][14][15]

Parque gerador[editar | editar código-fonte]

A SPIC Brasil tem capacidade instalada de 3.106 MW, o que representa 0,94% do parque gerador brasileiro.[2]

Energia hidrelétrica[editar | editar código-fonte]

Usina Hidrelétrica São Simão vista por drone ao anoitecer
A Usina Hidrelétrica São Simão foi inaugurada em 1978

A SPIC Brasil opera diretamente a Usina Hidrelétrica (UHE) São Simão, localizada entre os municípios de Santa Vitória, Minas Gerais, e São Simão, em Goiás.[16] Além da SPIC Brasil, que detém 51% de participação no empreendimento, a usina possui como acionistas as empresas Zhejiang Energy,[17] China-LAC Coop. Fund e CPD.[18]

Inaugurada em 1978, a UHE São Simão tem seis turbinas de 258 MW cada e capacidade energética instalada de 1.710 MW, gerando energia elétrica o suficiente para abastecer cerca de seis milhões de residências por ano.[2]

Seu lago armazena 2,54% do volume represável pelos reservatórios do Sistema Sudeste/Centro-Oeste, representando 6,7% do armazenamento de água do subsistema do Rio Paranaíba.

Energia eólica[editar | editar código-fonte]

Turbinas eólicas do Complexo Eólico Vale dos Ventos, ao lado do mar
O Complexo Eólico Vale dos Ventos foi inaugurado em 2009

A SPIC Brasil atua no setor eólico com dois parques localizados na cidade de Mataraca, no estado da Paraíba: o Complexo Eólico Vale dos Ventos, com 60 turbinas e 48 MW de potência instalada, e o Parque Eólico Millennium, com 13 turbinas 10,2 MW, totalizando 58,2 MW de capacidade instalada. Juntos, os dois parques eólicos abastecem anualmente mais de 100 mil residências.[4][5][2]

Em operação desde 2007, o Complexo Eólico Millennium foi o primeiro ativo em geração renovável da SPIC no Brasil.[2] Já o Complexo Eólico Vale dos Ventos gera energia desde 2009 e é o maior ativo eólico da SPIC Brasil em operação no país.[2]

Energia solar[editar | editar código-fonte]

Em parceria com a Canadian Solar, a SPIC Brasil também possui controle de dois complexos solares localizados no nordeste brasileiro.[2][13][14]

O Complexo Solar Panati-Sitiá, situado na cidade de Jaguaretama, no Ceará, a cerca de 240 km de Fortaleza, possui capacidade instalada de 292 MWp, com capacidade para abastecer cerca de 350 mil residências por ano.[2][13][14]

O Complexo Solar Marangatu, localizado no município de Brasileira, no Piauí, a 180 km de Teresina, tem 446 MWp de capacidade instalada, o suficiente para fornecer energia para cerca de 550 mil lares por ano.[2][13][14]

Energia termelétrica[editar | editar código-fonte]

Usina Termelétrica GNA I, vista por drone ao anoitecer
UTE GNA I

A SPIC Brasil detém 33% de controle das Usinas Termelétricas (UTE) GNA I e II, no Porto do Açu/RJ.[11][2]

A primeira usina, GNA I, conta com 1.338 MW de potência e iniciou sua operação comercial em setembro de 2021.[2] A GNA II, maior usina a gás natural do país, conta com 1.673 MW de potência instalada.[19]

GNA I e II, além de GNA III e IV, integram o maior parque termelétrico da América Latina e adicionam cerca de 3 GW à capacidade instalada da SPIC Brasil no país, fornecendo energia para 14 milhões de famílias.[2]

Referências

  1. «SPIC Brasil: Ampliar hidrelétricas existentes pode baratear conta de luz». UOL. 22 de maio de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o «Relatório Anual de Sustentabilidade 2022». SPIC Brasil. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  3. «China planeja fundir suas 2 principais empresas estatais de energia nuclear». UOL. 20 de março de 2015. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  4. a b c «Elétrica chinesa Spic finaliza aquisição da Pacific Hydro Brasil e mira expansão». Reuters. 13 de abril de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  5. a b «Com recursos do BNB, SPIC Brasil investe R$ 282 mi em novos parques eólicos no RN». Movimento Econômico. 19 de janeiro de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  6. «Chineses levam usina de São Simão por R$ 7,18 bilhões». G1. 27 de setembro de 2017. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  7. «SPIC Pacific Hydro assume operação integral da UHE São Simão». CanalEnergia. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  8. «SPIC passa a operar usina São Simão e mira novas negócios no Brasil». Valor Econômico. 16 de maio de 2018. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  9. «Bolsonaro lança pedra fundamental de usina a gás no Rio». Poder360. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  10. a b «GNA II segue em montagem da 1ª turbina no Porto de Açu». Revista O Empreiteiro. 3 de outubro de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  11. a b c «Quem Somos». Gás Natural Açu. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  12. «Siemens fecha acordo para construção da UTE GNA II». CanalEnergia. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  13. a b c d «SPIC Brasil avança com projetos e parcerias para alavancar a transição energética no país». CanalEnergia. 19 de julho de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  14. a b c d «Spic compra controle de usinas da Canadian e entra no setor solar». Valor Econômico. 2 de junho de 2022. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  15. «SPIC Brasil adquire projetos de geração solar no Piauí e Ceará». SPIC Brasil. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  16. «SPIC e Eletrobras se unem em defesa das hidrelétricas». Energia Hoje. 2 de junho de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  17. «Grupo chinês Zhejiang Energy mira oportunidades em energia no Brasil, dizem fontes». Reuters. 4 de fevereiro de 2019. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  18. «Chinesa Spic faz parceria no Brasil, aposta no longo prazo e ajuda para aliviar tensões». Reuters. 26 de novembro de 2020. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  19. «UTE GNA II recebe primeira turbina». CanalEnergia. 20 de abril de 2023. Consultado em 7 de novembro de 2023