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Vítor Amadeu II da Sardenha

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(Redirecionado de Vítor Amadeu I da Sicília)
Vítor Amadeu II
Vítor Amadeu II da Sardenha
Duque de Saboia
Reinado 12 de junho de 1675
a 3 de setembro de 1730
Antecessor(a) Carlos Emanuel II
Regente Maria Joana de Saboia
(1675–1684)
Rei da Sicília
Reinado 10 de junho de 1713
a 17 de fevereiro de 1720
Predecessor(a) Filipe V
Sucessor(a) Carlos VI
Rei da Sardenha
Reinado 17 de fevereiro de 1720
a 3 de setembro de 1730
Predecessor(a) Carlos VI
Sucessor(a) Carlos Emanuel III
 
Nascimento 14 de junho de 1666
  Palácio Real de Turim, Turim, Saboia, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 31 de outubro de 1732 (66 anos)
  Castelo de Rivoli, Rivoli, Sardenha
Sepultado em Basílica de Superga, Turim, Itália
Nome completo Vittorio Amedeo Francesco
Esposa Ana Maria de Orleães
Descendência Maria Adelaide de Saboia
Maria Ana de Saboia
Maria Luísa de Saboia
Vítor Amadeu, Príncipe de Piedmont
Carlos Emanuel III da Sardenha
Manuel Felisberto de Saboia
Casa Saboia
Pai Carlos Emanuel II, Duque de Saboia
Mãe Maria Joana Batista de Saboia
Religião Catolicismo

Vítor Amadeu II (Turim, 14 de junho de 1666Rivoli, 31 de outubro de 1732) foi o Duque de Saboia de 1675 até sua abdicação em 1730, Rei da Sicília a partir 1713 até 1720 quando foi forçado a trocar de títulos para se tornar o Rei da Sardenha, continuando a reinar também até sua abdicação.

Era apelidado "O Adriano do Piemonte", e foi além de duque de Saboia, duque de Aosta e rei titular de Chipre e de Jerusalém, Príncipe do Piemonte, conde de Moriana, Asti e Nice. Seu filho, de nove anos de idade, Vítor Amadeu II tornou-se, por sua morte, o novo duque de Saboia. Enquanto foi menor, a mãe Maria Joana Batista de Saboia governou o país como regente.

Abdicou do reinado titular de Chipre em 1730, assim como do marquesado de Saluzzo e ducado de Monferrato, e rei da Sicília proclamado em 22 de setembro de 1713-1720, a qual trocou pela Sardenha de 1720 a 1730, quando abdicou. Tornou-se seu rei como Vítor Amadeu I. Em 2 de agosto de 1720 abdicou em favor do filho.

O trono da Sardenha

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Um dos primeiros atos do novo governo foi a confirmação dos antigos direitos e privilégios dos valdenses (protestantes piemonteses), assegurando-lhes maior liberdade religiosa do que haviam fruído por muitos anos, cessando assim por um tempo as perseguições. Por ter sob seu controle tanto o Ducado de Saboia como o Reino da Sardenha, criou o núcleo do futuro estado nacional italiano.

Reinou de início sob a tutela da mãe, Joana de Nemours, a quem afastou do poder em 1684. Muito dedicado ao aperfeiçoamento da administração e da economia do Estado, o jovem duque praticou uma política de equilíbrio entre a França e os Habsburgo. Entrando na grande aliança de 1690 contra Luís XIV, foi derrotado por Nicolas de Catinat na Batalha de Staffarda em 1690 e em La Marsaille (1693). Mudando de lado pelo Tratado de Turim (1696), obteve a restituição de Pignerol e o casamento da filha com o delfim de França. Feito Rei da Sicília em 1713 pelo Tratado de Utrecht, mas como a Sicília foi devolvida à Áustria em 1718, em troca recebeu a Sardenha em 9 de maio de 1720.

O tratado de Utrecht em 1713 lhe valeu assim o título real, a Sicília e Monferrato e uma melhora na fronteira dos Alpes. Incapaz de defender a Sicília distante, cobiçada por Espanha e por Áustria, ele terminou por trocá-la pela Sardenha em 1720 como tinha desejado o Tratado da Quádrupla Aliança (1718).

Vítor Amadeo II quando criança entre Carlos Emanuel II e Maria Joana
Por Charles Dauphin
Museu do Prado

Quando a Sardenha foi dada à Casa de Saboia em 1720, surgiu novo conflito, pois o papa reclamava soberania sobre a ilha. O fundamento era que Bonifácio VIII tinha investido o rei de Aragão com a ilha, mediante a condição de que nunca fosse separada da Coroa de Aragão. Consequentemente, demandou-se do novo rei da Sardenha pedir a investidura papal. Como Vítor Amadeu se negou, o papa recusou todos os arranjos para preenchimento das catedrais e os benefícios eclesiásticos determinados pelo rei, que também exigia os direitos de patrocínio exercidos pelo soberano espanhol.

A maior parte das igrejas da ilha estavam sem dono, o que aumentava as dificuldades. O papa Benedito XIII (1724-1730) buscou uma reconciliação, para dar fim à injúria sobre a vida religiosa local. Em Turim, como se percebeu a necessidade de um compromisso, o rei decidiu enviar o hábil marquês de Ormea a Roma, negociar. O papa fez também grandes concessões, embora o rei tenha se apoderado ainda de muitos direitos da Igreja. As negociações prosseguiram por quatro cardeais e o prelado Merlini. Ajustou-se, especialmente, o direito real de apresentar candidatos a bispados e abadias, discutindo-se ao mesmo tempo a imunidade da Igreja, o direito do papa de reclamar as spolia, o direito de pensões. Assinou-se um acordo em 1727, as sés vacantes foram preenchidas e a administração eclesiástica recomeçou.

O rei se consagrou então à organização interna de seus estados da Casa de Saboia (constituição do Conselho de Estado em 1717, código de 1723 e o cadastro geral de 1730.

Tendo abdicado em favor do filho, em 1730, tentou recuperar o poder em 1731 e terminou os dias aprisionado no Castello di Rivoli.

Esteve de casamento contratado com a sua prima, a infanta Isabel Luísa de Bragança, filha de Pedro II e de Maria Francisca de Saboia, mas não pôde contrair o matrimônio por enfermidade sua[1].

Casamentos e descendência

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Casou primeiro por procuração em Paris em 10 de abril de 1684 e em pessoa em Chambéry em 6 de maio com a princesa Ana Maria de Orleães (St. Cloud 27 de agosto de 1669-26 de agosto de 1728 Turim), filha de Henriqueta Ana Stuart, princesa de Inglaterra, e de Filipe I, Duque de Orleães; os descendentes jacobitas ao trono inglês contam tal linha como legítima. Tiveram seis filhos.

Casou depois morganaticamente em Turim em 2 de agosto de 1730 com Ana Teresa Canalis di Cumiana (1678-11 de abril de 1769), filha de Francisco Mauricio Canali, senhor ou conde de Cumiane, ou Camiana, e de Monica Francesca San Martino d’Aglié, dos marqueses de San Germano feita em janeiro de 1731 Marquesa di Spigno.

Teve uma famosa amante, a neta da célebre Marie Aimée de Rohan, Jeanne-Genevieve d' Albert (1670-18 de novembro de 1736 aos 66 anos), educada em Port-Royal austeramente, filha do duque de Luynes e de Anne de Rohan, irmã da fundadora do priorado das beneditinas du Cherche-Midi, casada em 1683 com o conde de Verrue (morto em 13 de agosto de 1704 na batalha de Hochstaedt), coronel de dragões a serviço da Saboia. Atraiu com sua beleza e inteligência a atenção do Rei, ao qual teve que ceder (1688). Reconhecida oficialmente, dividia com ele as alegrias e tristezas do poder, sofrendo do humor mutável de Vitor Amadeu, que a enchia de presentes. Afinal, sem mais aguentar, fugiu disfarçada de cavaleiro e galopou de Turim a Grenoble, chegou a Paris e se refugiou no priorado da tia, Marie de Rohan, alugando em setembro de 1710 o hotel d’Hauterive, onde viveu reclusa três anos. Viúva, reapareceu no mundo, mantendo no hotel um salão onde sua beleza, espírito, riqueza e relações de família fizeram sensação, ali recebendo os Duques de Bourbon, acadêmicos, filósofos e magistrados. Ligou-se a Glucq de St-Port, o rico teinturier des Gobelins, ganhou fortuna enorme na época da agiotagem de Law, comprou na rue du Cherche-Midi os prédios de número 9, 11 e 13, comprou ainda 400 quadros (entre eles o "Carlos I" de Van Dyck), muitas joias, etc. Redigiu o proprio epitáfio: "Ci-gît, dans une paix profonde, Cette Dame de volupté, qui, pour plus grande sûreté, fiz son paradis en ce monde".

  1. Maria Adelaide (Turim 6 de dezembro de 1685-12 de fevereiro de 1712 em Versailles, casada em Versailles em 7 de dezembro de 1697 com Luís de Bourbon ou de França (Versailles, 6 de agosto de 1682-18 de fevereiro de 1712 Versailles) Duque de Borgonha, Delfim do Viennois. Foram pais do rei de França Luís XV.
  2. Maria Ana (Turim 14 de agosto de 1687-18 de agosto de 1690 Turim)
  3. Maria Luísa Gabriela (Turim 17 de setembro de 1688-14 de fevereiro de 1714 Madrid).Rainha da Espanha, Rainha de Nápoles, Rainha da Sicília, Rainha titular de Jerusalem, Rainha da Sardenha, Rainha dos Países Baixos porque casou em 1701 com Filipe V de Espanha (Versailles 19 de dezembro de 1689 -9 de julho de 1746 Buen Retiro). Foram pais dos reis da Espanha Luís I e Fernando VI.
  4. Vitor Amadeu Filipe José (Turim 6 de maio de 1699 - 22 de março de 1715 varíola) Príncipe do Piemonte.
  5. Carlos Manuel III (1701-1766) Príncipe do Piemonte, duque de Saboia, Rei da Sardenha.
  6. Manuel Filiberto (1 de dezembro de [705 - 19 de dezembro de 1705) Duque de Chablais.
  7. duas crianças nascidas e mortas respectivamente em 1691 e em 1697.
  8. Deixou ainda, bastardo de Joana Batista d'Albert (1670-1736) Duquesa de Luynes; É provável que tal bastardo tenha se chamado Fausttino, que, emigrado a Portugal, seus descendentes tomaram o sobrenome Fausttino ou Faustino:
  9. Vittorio Francesco Filippo (10 de dezembro de 1694-20 de março de 1762), Marquês de Susa, legitimado em 1701, casado em 1760 com Maria Lucrezia Franchi di Pont (morta em 1777)
  10. Vittoria Francesca (10 de fevereiro de 1690-8 de junho de 1766 em Paris), Marquesa de Susa, legitimada em 1701 e casada em Moncalieri em 1714 com o príncipe Vitor Amadeu I de Savóia-Carignano (1690-1741).

Referências

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