Armando Vara

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Armando António Martins Vara GCIH (Lagarelhos, Vilar de Ossos, Vinhais, 27 de março de 1954) é um político e administrador bancário[1] português.

Biografia

Estudou Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, tendo abandonado a universidade sem obter o diploma de licenciatura. Em 2004, antes de ter qualquer licenciatura, obteve um diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial no ISCTE. Mais tarde obteve o diploma de licenciatura no Curso de Relações Internacionais na agora defunta Universidade Independente, três dias antes [2][3] da sua nomeação para a Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que deixou de exercer para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Português.[4]

Um mês e meio depois de ter abandonado a Caixa Geral de Depósitos para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Português, foi promovido no banco público ao escalão máximo de vencimento, o nível 18, o que terá reflexos para efeitos de reforma.[5]

Atualmente recebe do estado uma subvenção vitalícia mensal 2000 euros.[6]

Carreira política e profissional

Foi deputado à Assembleia da República nas IV, V, VI e VII Legislaturas.

Em 1991 foi candidato a presidente da Câmara Municipal da Amadora, tendo perdido para a CDU. Foi vereador durante algum tempo.

No governo de António Guterres, foi primeiro secretário de Estado da Administração Interna (1995-97), depois secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna (1997-99).

Após a vitória eleitoral do PS em 1999, tornou-se ministro adjunto do primeiro-ministro (1999-2000), com os pelouros da juventude, toxicodependência e comunicação social.

Vara recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o-Novo.[7][8]

Em 2000, passou a ministro da Juventude e Desporto.

Ainda em 2000, viu-se forçado a pedir a demissão ao surgirem notícias sobre alegadas irregularidades cometidas pela Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária, que fundara no ano anterior, quando era secretário de Estado, processo que seria posteriormente arquivado.

A 21 de Abril de 2005 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[9]

Em Outubro de 2009, Vara foi constituído arguido no âmbito da operação Face Oculta, desencadeada pelo Departamento de Investigação Criminal de Aveiro[10]; seguiu-se, em Novembro do mesmo ano, a suspensão do seu mandato de vice-presidente do Millennium BCP.[11]

Suspendeu em Novembro de 2009 as funções que desempenhava no BCP, renunciando ao cargo a 2 de Julho e recebendo 260 mil euros de indemnização.[12] Ainda assim, Vara recebeu 882.192 euros em 2010, ano em que não exerceu funções por ter estado suspenso devido ao facto de ter sido constituído arguido no processo Face Oculta.[13]

Em Setembro de 2010 foi contratado como Presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa África, tendo assim a seu cargo as actividades da empresa brasileira em Moçambique e Angola.[14]

Em Fevereiro de 2011, o Ministério Público acusou Armando Vara de três crimes de tráfico de influência, no Face Oculta, que envolveu mais 35 arguidos.[15]

Em Maio de 2012, Vara foi condenado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a uma multa de 50 mil euros por "negligência", por não ter impedido - apesar de ter conhecimento dos factos - um conjunto de ilicitudes realizadas na rede comercial da Caixa Geral de Depósitos em 2006 e a 2007, quando Vara era vice-presidente da CGD.

Em causa estavam financiamentos concedidos a clientes e directores, através de centenas de contas-fantasma, no valor de um milhão de euros, para aquisição de ações durante as ofertas públicas de venda da Galp e da REN e a oferta pública de subscrição da Martifer.[16]

Em 13 de março de 2014, o Ministério Público pediu pena de prisão efetiva o ex-ministro Armando Vara.[17]

Em 2 de maio de 2014, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém, aplicou uma coima de 40 mil euros a Armando Vara por violação "a título negligente do dever de defesa do mercado" quando era administrador da Caixa Geral de Depósitos. A coima fica suspensa parcialmente em 20 mil euros pelo prazo de dois anos, a executar caso o arguido cometa qualquer ilícito criminal nesse período. Armando Vara é acusado de, através de assinatura, ter aprovado a concessão de crédito a Pedro Jorge Costa Santos para aquisição de ações da Galp e da REN, no valor de 220 mil e 618 mil euros, respetivamente.[18]

Notas e referências

  1. Diário de Notícias (Portugal). Dn.sapo.pt http://dn.sapo.pt/2005/08/03/tema/de_funcionario_balcao_a_administrado.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. Correio da manhã. Correiomanha.pt http://www.correiomanha.pt/notic…nal=0&id=232731  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. Segundo um artigo do jornal Expresso de 31 de Março de 2007, terá concluído o curso 6 meses antes da sua entrada na CGD.
  4. SIC. Sic.aeiou.pt http://sic.aeiou.pt/online/noticias/dinheiro/Armando+Vara+foi+promovido+na+CGD+apos+ter+saido+para+o+BCP.htm  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. Jornal Público. Ultimahora.publico.clix.pt http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1355777  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  6. «Estes gestores recebem pensões vitalícias». Agenciafinanceira.iol.pt 
  7. Jornal Público. Ultimahora.publico.clix.pt http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1291685&idCanal=21  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. Jornal de Notícias. Jn.sapo.pt http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1405506  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. «Ordens Honoríficas Portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Ordens.presidencia.pt 
  10. SAPO. Diariodigital.sapo.pt http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=418147  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  11. «Constâncio reage à demissão de Vara e diz que sector "precisa de bons exemplos"». i. Ionline.pt. 3 de novembro de 2009. Consultado em 4 de novembro de 2009 
  12. «Ex-administradores da PT recebem 1,8 milhões». Diário de Notícias (Portugal). Dn.sapo.pt 
  13. «Armando Vara recebeu 822.192 euros do BCP em 2010». Jornal Público. Economia.publico.pt 
  14. «Armando Vara é o novo PCA da Camargo Corrêa África». Semanário Sol. Sol.sapo.pt 
  15. «Armando Vara acusado de três crimes». Diário de Notícias (Portugal). Dn.pt 
  16. «CMVM condena Armando Vara e Francisco Bandeira por negligência». Jornal Público. Economia.publico.pt 
  17. «Ministério Público pede prisão efetiva para ex-ministro Armando Vara» 
  18. «Armando Vara condenado a coima de 40 mil euros»