Branca da Borgonha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Branca
Branca da Borgonha
Representação de Branca em Grandes Chroniques de Saint-Denis.
Rainha Consorte de França e Navarra
Reinado 3 de janeiro de 132219 de maio de 1322
Antecessor(a) Joana II, condessa da Borgonha
Sucessor(a) Maria do Luxemburgo
 
Nascimento c. 1296
Morte 29 de abril de 1326 (30 anos)
Sepultado em Abadia de Maubuisson, Saint-Ouen-l'Aumône, Val-d'Oise
Cônjuge Carlos IV de França
Casa Casa Châlon-Arlay (por casamento)
Casa de Capeto (por casamento)
Pai Otão IV, Conde da Borgonha
Mãe Matilde de Artois

Branca da Borgonha (em francês: Blanche) ; c. 129629 de abril de 1326)[1] foi rainha consorte de França e Navarra durante breves meses, através do seu casamento com Carlos IV de França, sucedendo à sua irmã Joana II da Borgonha.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Depois da invasão da Flandres em 1305, o rei Filipe IV de França concedeu Béthune, a primeira cidade a render-se, a Matilde, condessa de Artois e viúva de Otão IV, conde palatino da Borgonha. Para garantir a fidelidade desta, foi organizado o casamento das suas duas filhas, Joana e Branca, com os príncipes Filipe e Carlos, respectivamente, filhos do rei francês. O matrimônio de Carlos com Branca ocorreu em Corbeil, a 20 de Maio de 1308, e deste nasceram:

Fortaleza medieval de Château-Gaillard, na Normandia, local de aprisionamento das princesas condenadas por adultério no escândalo da Torre de Nesle

Em Abril de 1314, no último ano do reinado do seu sogro Filipe o Belo, durante uma visita da sua cunhada Isabel de França foi acusada de adultério com Gautério de Aunay, juntamente com a cunhada Margarida da Borgonha (com Filipe de Aunay), esposa do príncipe Luís de França, no chamado caso da Torre de Nesle. Julgados e condenados por crime de lesa-majestade, a 19 de Abril os irmãos Aunay foram supliciados e executados em praça pública em Pontoise.

As duas princesas tiveram os seus cabelos rapados, um humilhante desfiguramento e marca física do seu crime de adultério. Vestidas de preto, foram conduzidas em uma carruagem coberta de panos negros a Château-Gaillard, em Les Andelys. Ocupando um quarto aberto aos ventos no topo da torre, Margarida foi encontrada morta a 30 de Abril de 1315. Branca ficou aprisionada durante sete anos numa cave da fortaleza.

Depois da morte dos dois irmãos de Carlos IV, sem deixarem um herdeiro varão, segundo a lei sálica este subiu ao trono da França a 3 de Janeiro de 1322. Tendo solicitado a separação da esposa ainda prisioneira, a 19 de Maio o papa João XXII anulou o matrimônio por razões de consanguinidade.

Branca obteve então autorização para abandonar a sua prisão e tomar o hábito de religiosa. Passou o resto dos seus dias na abadia de Maubuisson, fundada por outra rainha da França, Branca de Castela, perto de Pontoise, onde morreu a 29 de Abril de 1326.

Representações na cultura[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedida por
Joana II da Borgonha
Armas da dinastia capetiana
Rainha consorte de França

3 de janeiro de 1322 - 19 de maio de 1322
Sucedida por
Maria do Luxemburgo
Precedida por
Joana II da Borgonha

Rainha consorte de Navarra

1322 - 1322
Sucedida por
Maria do Luxemburgo

Referências

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Branca da Borgonha