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Carne: diferenças entre revisões

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== Carne na cadeia alimentar ==
== Carne na cadeia alimentar ==
a carne é muito importante pois a carne está presente em todo o mundo.
Há inúmeros seres vivos que se alimentam de outros seres vivos. Quando o ser vivo que serve de alimento possui tecido muscular, seu predador chama-se [[carnívoro]] e [[omnívoro]]. Os [[felino]]s, [[canídeo]]s e alguns peixes como o [[tubarão]] são exemplos de animais carnívoros.
a carne é um alimento muito ótimo


== Composição química da carne ==
== Composição química da carne ==

Revisão das 18h36min de 14 de novembro de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Carne (desambiguação).
Um naco de carne crua.

Dá-se o nome de carne ou vianda [1] [2] ao tecido muscular dos animais, incluindo o homem. Esse termo é utilizado geralmente quando o tecido serve como alimento para os animais carnívoros e omnívoros[3], incluindo o homem, exceto os que adotam uma dieta vegetariana. No sentido alimentício, geralmente a palavra "carne", não só é usada para se referir à carne de mamíferos, répteis, aves e anfíbios, mas também pode designar, por extensão, a parte mole e comestível do corpo de outros animais[3], como a carne de camarão ou peixe, e as vísceras, como o fígado ou a tripa, e ainda os produtos derivados, como os enchidos.

No sentido religioso, em algumas religiões como no cristianismo por exemplo, a palavra carne tem muitas vezes uma conotação de pecado, como em pecado carnal ou fraqueza da carne.

Carne na cadeia alimentar

a carne é muito importante pois a carne está presente em todo o mundo. a carne é um alimento muito ótimo

Composição química da carne

Ver artigo principal: Proteína
Ver artigo principal: carboidrato
Ver artigo principal: Gordura

As carnes são formadas principalmente de proteínas, gorduras e água, em proporção que varia minimamente dependendo do animal. A carne magra apresenta em torno de 75% de água, 21 a 22% de proteína, 1 a 2% de gordura, 1% de minerais e menos de 1% de carboidratos. A quantidade de calorias (conteúdo energético) é relativamente pequena, com média de 105 kcal/100g de carne crua. [4].

Composição química (g/100g) e conteúdo energético(Kcal/100g) médio da carne magra, crua e da gordura de alguns animais de abate[4]

Tipo de carne Água Proteína Gordura Minerais Conteúdo energético
Suína 75,1 g 22,8 g 1,2 g 1,0 g 112 Kcal
Bovina 75,0 22,3 1,8 1,2 116 Kcal
de vitelo 76,4 21,3 0,8 1,2 98 Kcal
de cervo 75,7 21,4 1,3 1,2 103 Kcal
de frango (peito) 75,0 22,8 0,9 1,2 105 Kcal
de frango (coxa) 74,7 20,6 3,1 --- 116 Kcal
de peru (peito) 73,7 24,1 1,0 ---- 112 Kcal
de peru (coxa) 74,7 20,5 3,6 --- 120 Kcal
pato 73,8 18,3 6,0 --- 132 Kcal
ganso 68,3 22,8 7,1 --- 161 Kcal
Gordura de suíno 7,7 2,9 88,7 0,7 812 Kcal
Gordura de Bovino 4,0 1,5 94,0 0,1 854 Kcal

As carnes cozidas ou assadas perdem água durante a cozedura. Portanto, o teor dos outros componentes aumenta. Uma comparação entre a composição da carne magra preparada com outros alimentos mostra que a carne é um alimento rico em proteínas. Por outro lado, é relativamente pobre em carboidratos e em gordura[4].

Composição química (g/100g) e conteúdo energético(Kcal/100g) médio de alguns alimentos preparados[4]

Alimento Água Proteína Gordura Conteúdo energético
Carne bovina magra assada 58,4 30,4 9,2 213 Kcal
Ovo cozido 74,6 12,1 11,2 158 Kcal
Feijão[5] 71,0 23,5 5,0 108,7 Kcal
Pão de centeio 38,5 6,4 1,0 239 Kcal
Leite de soja [6] ? 3,4 g 2,3 52 Kcal

Histórico do consumo de carne por seres humanos

Há diversas teorias sobre o início do consumo de carne por hominídios. A chamada "teoria da savana", por exemplo, afirma que os primeiros australopitecos comiam tanta carne quanto os atuais chimpanzés [7].

O consumo de carne pelos seres humanos, que se acredita que tenha sido iniciado entre 1 milhão e 500 mil anos atrás, trouxe uma grande vantagem em relação às dietas vegetarianas da época: uma dieta rica em gordura, proteínas e ferro, sendo estes dois últimos facilmente metabolizados quando vindos de origem animal.

Alguns cientistas defendem a idéia de que a passagem de vegetariano para onívoro e aumento da ingestão de carne produziu um processo lento, porém seguro de encefalização (aumento do cérebro humano) e encurtamento do intestino. Isto porque as proteínas e ácidos graxos ajudariam a sustentar um órgão que necessita de grande energia como o cérebro. O aumento do consumo de carne teria servido também para reduzir o tempo de alimentação, que passou das 10 a 16 horas dos vegetarianos, para três a cinco horas nos primatas onívoros[8]. Os mesmos autores ressaltam que a inclusão de carne na dieta humana ocorreu "para sobreviver a épocas de penúria, o que se tornou um transtorno nos dias atuais,aumentando a incidência de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes." [9]

Com o desenvolvimento da agricultura a partir do neolítico, os seres humanos foram paulatinamente obtendo outras possibilidades de alimentos ricos em proteínas, mas de origem vegetal, como os feijões e leguminosas.

Consumo de carne pelo ser humano

Benefícios

Não há alimento completo em termos nutricionais. Por esse motivo, a dieta pode ser composta de alimentos pertencentes a vários grupos (carnes, leite e derivados, frutas, vegetais e cereais). O Conselho Regional de Nutrição (CRN 3ª Região) reconhece que "as dietas vegetarianas, quando atendem às necessidades nutricionais individuais, podem promover o crescimento, desenvolvimento e manutenção adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo de vida." e que "Qualquer dieta mal planejada, vegetariana ou onívora, pode ser prejudicial à saúde, levando a deficiências nutricionais."[10].

Com relação ao grupo das carnes, a carne bovina magra, a carne branca das aves (sem pele) e o lombo suíno são fontes importantes de proteínas. Por isso, devem fazer parte (mas não serem a única fonte nutricional) de uma dieta equilibrada. Os teores de colesterol e gordura destes três tipos de carnes são semelhantes[11].

Todo tecido muscular é rico em proteínas, contendo aminoácidos essenciais, e na maioria dos casos, é uma boa fonte de zinco, vitamina B12, selênio, fósforo, Vitamina B3, Vitamina B6, ferro e Vitamina B2. Apesar dos seus benefícios, a carne tende a ter níveis altos de gordura, especialmente na carne vermelha gorda e peixes gordurosos (e.g.: salmão, atum). A gordura da carne, porém, pode variar de acordo com à espécie ou raça do animal; a forma como ele foi criado, incluindo como ele foi alimentado; a parte anatômica de seu corpo. Porém a carne vermelha é uma das fontes de aminoácido essencial indispensáveis ao desenvolvimento do ser humano[12]

Malefícios

Ver artigo principal: Alimentação e câncer

A relação entre o consumo de exagerado carne e a ocorrência de cancro em seres humanos foi verificada por diversos estudos científicos. Diferentes resultados foram encontrados para diferentes tipos de câncer.

Estudo realizado pela Open University, publicado numa edição do início de 2006 da revista científica Cancer Research, mostra que uma dieta rica em carne vermelha tem mais chances de causar câncer porque o alimento danificaria o DNA, sendo que Estudos anteriores haviam estabelecido a ligação entre o câncer de intestino e a ingestão de grandes quantidades de carne vermelha.[13][14]

Estudo meramente descritivo (que buscou documentar, mas não descobrir as causas) feito com 61.566 britânicos mostrou que há diferenças significativas de incidência de câncer entre pessoas que comem carne, comem apenas peixe ou são vegetarianas[15].

Estudo com 121,342 pessoas por 28 anos pela Universidade de Harvard, produziu provas cientificas que o consumo de carne vermelha aumenta em até 20% o risco de morte prematura, aumenta os riscos de enfermidades cardíacas e câncer.[16].

Câncer de mama

A epidemiologista Janet Cade, da universidade britânica de Leeds, mostrou em outro estudo que o consumo de carne vermelha pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama em mulheres que já passaram da menopausa[17][18].

Câncer de pâncreas

Segundo estudo publicado no British Journal of Cancer, em janeiro de 2012, o consumo de grande quantidade de carne processada pode aumentar o risco de câncer de pâncreas. A pesquisa foi desenvolvida pela Fundação Sueca do Câncer e pelo Instituto Karolinska, na Suécia, e concluiu que ingerir todos os dias uma quantidade do alimento equivalente a apenas uma salsicha ou duas fatias de bacon já é suficiente para aumentar as chances da doença.[19]

Câncer de intestino e/ou reto

Um estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte sugere que o consumo elevado de carne (mais de 600 gramas por dia), principalmente carne vermelha, aumenta risco de câncer de cólon, mas salienta que mais estudos a respeito são necessários para aumentar a certeza acerca do resultado [20][21]. O jornal I-M Health Newsletter, citando pesquisas feitas nos EUA também alerta para a relação entre câncer de cólon e o consumo excessivo de carne vermelha (mais de 85 gramas por dia)[22].

Diabetes

Em artigo publicado na Scientific American provou-se em um grande estudo que a ingestão de carne vermelha ou processada aumenta incrivelmente a chance de adquirir diabetes do tipo 2.[23]

Outros

Outro estudo, da South Bank University London [24], sugere exatamente o contrário: não há evidência suficiente para afirmar que o consumo de carne leva ao câncer de cólon. Há, sim, evidência de um maior consumo de frutas e verduras diminui o risco de câncer de cólon, e que muitos estudos sobre o câncer de cólon são feitos nos EUA, país com baixo consumo de frutas e verduras - daí os resultados apontando a carne como vilã.

A Oxford University publicou estudos em conjunto com a OMS (organização Mundial da Saude) comprovando que carnes preservadas (diversas) e carne vermelha aumentam significativamente o risco de câncer coloretal.[25]

Carne vermelha e carne branca

A carne vermelha é mais escura, em contraste com a branca. A definição exata varia, mas a carne de mamíferos adultos, como de bois, carneiros e cavalos é invariavelmente considerada "vermelha", enquanto a de frangos e coelhos é invariavelmente considerada "branca". A carne de porco é considerada "vermelha", apesar de ser frequentemente referenciada como "mista" ou "branca" pelo culto popular.

A diferença de cor deve-se à concentração de mioglobina, que é mais presente em carnes vermelhas. Quando a mioglobina é exposta ao oxigênio, forma-se a oximioglobina, que é avermelhada.

Ética em relação ao consumo de carne

Há várias objeções em relação ao consumo de carne que levam algumas pessoas a não a comerem. Por exemplo, a aversão a matar animais ou causar dor, ética ambiental, direitos dos animais e doutrinas religiosas. O Jainismo sempre se opôs ao consumo de carne, e há muitas escolas do budismo e hinduismo que condenam o hábito de comer carne. Algumas religiões proíbem o consumo de carnes específicas, como porcos e vacas. Há pessoas que não comem carne de certos animais simplesmente por tabu, como gatos, cachorros, cavalos ou coelhos. Há os que comem apenas carne de animais que acreditam que não foram maltratados, e se abstém de carnes de animais confinados ou de produtos particulares como foie gras e vitelo.

Carne in vitro

Ver artigo principal: Carne in vitro

Referências

  1. «Vianda». www.dicio.com.br. Consultado em 04 de abril de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. "Vianda" no dicionário Priberam
  3. a b FERREIRA, marina Baird e ANJOS, Margarida dos (coord e ed).Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4ª edição. Curitiba: Editora Positivo, 2009.
  4. a b c d ROÇA, Roberto de Oliveira. Composição Química da Carne. Disponível em: <http://pucrs.campus2.br/~thompson/Roca102.pdf>. Acesso em; 25 de setembro de 2011.
  5. CARVALHO, Mariana Veras Oliveira de. Análise nutricional e sensorial das refeições termoprocessadas. Brasília, 2010. Dissertação de mestrado. Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/8336/1/2010_MarianaVerasOCarvalho.pdf>. Acesso em: 25 de setembro de 2011. Página 71.
  6. EMBRAPA. Soja na alimentação. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/soja_alimentacao/index.php?pagina=23>. Acesso em: 25 de setembro de 2011.
  7. STANFORD, Craig Britton e BUNN, Henry T. Meat-eating & human evolution. Página 14.
  8. DONDICI Filho, José e BARROSO, Camille Mendonça. Dieta e dislipidemia: visão antropológica e recomendações atuais. HU rev., Juiz de Fora, v.33, n.3, p.81-98, jul./set. 2007. Disponível em: <http://www.seer.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/75/48>. Acesso em: 25 de setembro de 2011.
  9. DONDICI Filho, José e BARROSO, Camille Mendonça. Dieta e dislipidemia: visão antropológica e recomendações atuais. HU rev., Juiz de Fora, v.33, n.3, p.81-98, jul./set. 2007. Disponível em: <http://www.seer.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/75/48>. Acesso em: 25 de setembro de 2011.
  10. Colegiado do CRN 3ª Região 2011-2014 (2012). «Parecer Vegetarianismo» (PDF). Parecer (em Portugues). Consultado em fevereiro de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  11. VALLE, Ezequiel Rodrigues do. Carne bovina: alimento nobre indispensável. Campo Grande, MS, dez. 2000 no 41. ISSN 1516-5558. Disponível em: <http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD41.html>. Acesso em; 25 de setembro de 2011.
  12. {{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/rsp/v28n2/09.pdf%7Ctitulo=Cálculo das recomendações de ingestão proteica: aplicação a pré-escolar, escolar e adulto utilizando alimentos brasileiros|acessodata=23-01-2013
  13. «Carne vermelha pode danificar DNA, diz estudo». 1 de fevereiro de 2006. Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  14. «Medical Research Council - News - Possible mechanism for the link between red meat and bowel cancer». www.mrc.ac.uk. Consultado em 04 de abril de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  15. T J Key, P N Appleby, E A Spencer, R C Travis, N E Allen, M Thorogood and J I Mann (2009). «Cancer incidence in British vegetarians». British Journal of Cancer (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  16. Pan A, Sun Q, Bernstein AM; et al. (2012). «Red meat consumption and mortality: results from prospective cohort studies». Arch Intern Med. Published (em inglês). Consultado em 12 de março de 2012 
  17. «Carne aumenta risco de câncer de mama, diz estudo». 4 de abril de 2007. Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  18. CONDE, Janet. «Diet and Breast cancer risk: fiber and meat» (PDF) (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  19. «Carne processada aumenta risco de câncer no pâncreas, diz estudo - Saúde - Notícia - VEJA.com». veja.abril.com.br. Consultado em 04 de abril de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  20. BINGHAM, Sheila Anne; HUUGUES, Roisin e CROSS, Amanda Janes (2002). «Effect of White versus Reasd Meat on Endogenous N-Nutrosation in the Human Colon and Further Evidence of a Dose Response» (PDF) (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  21. «Comer muita carne aumenta risco de câncer de cólon» 
  22. I-M Health Newsletter (2007). «Diet: Red Meat and the Risk of Colorectal Cancer» (PDF) (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  23. «Daily Red Meat Raises Risk for Diabetes, Large Study Says: Scientific American». www.scientificamerican.com. Consultado em 04 de abril de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  24. Hill M (Março de 2002). «Meat, cancer and dietary advice to the public» (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2012 
  25. «Dieta, nutrição e prevenção do câncer» (PDF) (em inglês). Consultado em 04 de abril de 2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

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