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Deserto do Saara: diferenças entre revisões

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Os seres humanos vivem na extremidade do deserto há quase 500 mil anos. Durante a última [[glaciação]], o deserto do Saara foi mais úmido (como o Leste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas tropicais. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que o [[Rio Nilo]] corria antigamente para o [[Oceano Atlântico]] em vez de desaguar no [[Mar Mediterrâneo]].
Os seres humanos vivem na extremidade do deserto há quase 200 mil anos. Durante a última [[glaciação]], o deserto do Saara foi mais úmido (como o oeste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas de araucarias. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que o [[Rio Nilo]] corria antigamente para o [[Oceano Atlântico]] em vez de desaguar na [[laguna dos patos]].
Uma mudança de poucos graus <ref> Esta informação carece de fontes. A primeira vista, viola a lei física da conservação da quantidade de movimento angular ([[momento angular]]) do planeta, mas é sabido que o eixo de rotação da Terra precessa em torno do eixo perpendicular à [[eclíptica]] e sofre variação periódicas em seu valor em função da interação gravitacional da terra com o Sol (e Lua)</ref> no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara. Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo.
Uma mudança de poucos graus <ref> Esta informação carece de fontes. A primeira vista, viola a lei física da conservação da quantidade de movimento angular ([[momento angular]]) do planeta, mas é sabido que o eixo de rotação da Terra precessa em torno do eixo perpendicular à [[eclíptica]] e sofre variação periódicas em seu valor em função da interação gravitacional da terra com o Sol (e Lua)</ref> no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara. Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo.
O deserto é rico em história, e diversos fósseis de [[dinossauro]]s e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do [[Nilo]], em poucos [[oásis]], e em algumas montanhas nele dispersas.<ref name="His" />
O deserto é rico em história, e diversos fósseis de [[dinossauro]]s e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do [[Nilo]], em poucos [[oásis]], e em algumas montanhas nele dispersas.<ref name="His" />

Revisão das 20h30min de 18 de abril de 2011

 Nota: Para outros significados, veja Saara.
Imagem do deserto de satélite.

O Deserto do Saara (português brasileiro) ou Deserto do Sara e Deserto do Sahara (português europeu) (em árabe: الصحراء الكبرى, aṣ-ṣaḥrā´ al-koubra) é o maior deserto quente do mundo, e oficialmente é o segundo maior deserto da Terra, logo após da Antártica, pois esta última também é um deserto.[1] Localizado no Norte da África, tem uma área total de 9 065 000 km², sendo sua área equiparável à da Europa (10 400 000 km²) e à área dos Estados Unidos, e maior que a área de muitos países continentais tais como Brasil, Austrália e Índia. O nome Saara é uma transliteração da palavra árabe صحراء, que por sua vez é a tradução da palavra tuaregue tenere (deserto). O deserto do Saara compreende parte dos seguintes países e territórios: Argélia, Burkina Faso, Chade, Egipto, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Senegal, Sudão, e Tunísia. Vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na área do Saara.[2]

História

Deserto do Saara.

Os seres humanos vivem na extremidade do deserto há quase 200 mil anos. Durante a última glaciação, o deserto do Saara foi mais úmido (como o oeste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas de araucarias. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que o Rio Nilo corria antigamente para o Oceano Atlântico em vez de desaguar na laguna dos patos. Uma mudança de poucos graus [3] no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara. Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo. O deserto é rico em história, e diversos fósseis de dinossauros e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do Nilo, em poucos oásis, e em algumas montanhas nele dispersas.[2]

Geografia

Pedras naturais na Líbia.

O deserto do Saara, no qual se distinguem dois trechos, um dominado por dunas arenosas e denominado Erg, e outro bastante pedregoso denominado Hamadas, compreende parte dos seguintes países e territórios: Argélia, Burkina Faso, Chade, Egipto, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Senegal, Sudão, e Tunísia. Atualmente vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na área do Saara.

A área do deserto também inclui parte das bacias do Rio Nilo e do Rio Senegal, as montanhas Aïr, Hoggar, Atlas e o Vulcão Tibesti, pequenos desertos como o Deserto da Líbia, Ténéré, Depressão do Qatar e Erg Chebbi, o lago Chade, e os oásis Bahariya, Ghardaïa e Timimoun.[2] As fronteiras do Saara são o Oceano Atlântico a oeste, a cordilheira do Atlas e o Mar Mediterrâneo a norte, o Mar Vermelho a leste e o vale do Rio Níger a sul. O Saara divide o continente africano em duas partes, a África do Norte e Sub-Saariana. A fronteira saariana ao sul é marcada por uma faixa semi-árida de savana chamada Sahel, e ao sul de Sahel encontra-se o Sudão.[2]

Os limites do Saara podem também ser definidos por critérios botânicos, definidos por Frank White, que correspondem a zonas climáticas (por exemplo, definidas por Robert Capot-Rey). O limite norte coincide com a região em que se cultiva a tamareira (nos oasis) e com o limite sul do esparto, uma poácea típica do clima mediterrânico; este limite corresponde igualmente à isoieta (linha de igual precipitação anual) dos 100 mm. A sul, o Saara limita com o Sahel, uma cintura de savana seca com um verão chuvoso, que se estende através de toda a África. Aí o limite é definido pela Cornulaca monacantha, uma quenopodiácea tolerante à seca, ou pelo limite norte do Cenchrus biflorus, uma grama característica do Sahel, o que corresponde à isoeta de 150 mm. Este valor é a média de muitos anos, uma vez que a precipitação varia muito de um ano a outro.[4][5],[6]

História do clima

Um oásis nas montanhas Hoggar.

O clima da região que compreende hoje o Saara sofreu enormes variações, indo várias vezes do seco ao úmido durante os últimos cem mil anos chegando a mais de 50 graus e muito seco as 1 hora da tarde onde chega 53 graus celsius.[7] . Durante a última Era do Gelo, o Saara era maior do que é hoje, estendendo para o sul além de seus limites atuais.[8] O fim da idade de gelo trouxe épocas melhores ao Saara no período compreendido entre aproximadamente 8000 a.C. a 6000 a.C., isto devido a área de baixa pressão que acompanhou o desmoronar do manto de gelo ao norte.[9]

Quando a Era do Gelo se foi, a parte norte do Saara secou. Entretanto, não muito tempo depois, monções trouxeram chuva ao Saara, neutralizando a tendência de desertificação do Saara na parte sul.

Sabe-se que ar sobre o planeta Terra move-se por convecção de forma a redestribuir a energia pelo planeta, e ascensões de ar, puxando no ar úmido do oceano, causam geralmente chuvas em determinadas regiões. Paradoxalmente, o Saara estava mais úmido quando recebeu mais insolação no verão. Por sua vez, todas as mudanças na insolação são causadas por mudanças na geofísica da Terra..[10]

Ao redor de 2500 a.C., as monções recuaram para o sul onde está hoje,[11] que conduziram a desertificação do Saara. O deserto está atualmente árido na forma que o conhecemos hoje há aproximadamente 13.000 anos. Estas circunstâncias são responsáveis para o que foi chamado de Teoria da Bomba do Saara.

O Saara é conhecido por ter um dos climas mais áridos do mundo. O vento que vem do nordeste, prevalece e pode por várias vezes fazer com que a areia dê forma a "furacões". As precipitações, muito raras mas não desconhecidas, acontecem ocasionalmente nas zonas de beira-mar ao norte e ao sul, e o deserto recebe aproximadamente 25 cm de chuva em um ano. As chuvas acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após os longos períodos secos, que podem durar anos.

Fauna

A sombra de um camelo viajando pelo Deserto do Saara na Tunísia.

Dromedários e cabras são os animais predominantes no Saara. Por causa das suas habilidades de sobrevivência, da resistência e da velocidade, um dromedário é o animal favorito dos nômades. O Leiurus quinquestriatus é um tipo de escorpião do Saara que pode alcançar 10 cm. Ele possui o agitoxina e scyllatoxina, que são venenos tóxicos que levam a morte na maioria dos casos. O varano, cujo nome científico é varanidae, é um tipo de lagarto que se encontra facilmente. Cerastes é um tipo de cobra que tem em média 50 cm no comprimento que tem proeminências que lembram um par de chifres. Muito ativo à noite, encontra-se geralmente enterrada na areia com somente seus olhos visíveis. As mordidas destas cobras são dolorosas, mas raramente fatais. Há também o Feneco, um onívoro. Há o Dassie, cujo primeiro fóssil encontrado remonta a 40 milhões de ano atrás. O avestruz é nativo da África, mas tornaram-se raros porque foram migrados para outros países. O adax é um grande antílope branco, e é hoje uma espécie ameaçada. Muito adaptado ao deserto, pode sobreviver por até um ano sem água. A chita do Saara vive no Niger, Mali e Chad.[12]

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Deserto do Saara

Desertos da África:

Outros desertos no mundo:

Referências

  1. Há pouca precipitação no Antártica, e mesmo excluídas as regiões costeiras, o interior do continente gelado é tecnicamente o maior deserto do mundo.
  2. a b c d http://www.suapesquisa.com/geografia/deserto_saara.htm
  3. Esta informação carece de fontes. A primeira vista, viola a lei física da conservação da quantidade de movimento angular (momento angular) do planeta, mas é sabido que o eixo de rotação da Terra precessa em torno do eixo perpendicular à eclíptica e sofre variação periódicas em seu valor em função da interação gravitacional da terra com o Sol (e Lua)
  4. Grove, A.T., nicole (1958,2007). «The Ancient Erg of Hausaland, and Similar Formations on the South Side of the Sahara». The Geographical Journal. 124 (4): 528–533. Consultado em 23 de maio de 2007  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  5. Bisson, J. (2003). Mythes et réalités d'un désert convoité: le Sahara. [S.l.]: L'Harmattan 
  6. Walton, K. (2007). The Arid Zones. [S.l.]: Aldine 
  7. Kevin White and David J. Mattingly (2006). Ancient Lakes of the Sahara. 94. [S.l.]: American Scientist. pp. 58–65 
  8. Christopher Ehret. The Civilizations of Africa. University Press of Virginia, 2002.
  9. Fezzan Project — Palaeoclimate and environment, 15 de Março 2006.
  10. "Geophysical Research Letters" Simulação de uma mudança abrupta na vegetação do Saara - 15 de Julho de 1999
  11. Sahara's Abrupt Desertification Started by Changes in Earth's Orbit, Accelerated by Atmospheric and Vegetation Feedbacks.
  12. http://colunas.epoca.globo.com/animal/2009/02/25/registro-raro-da-chita-africana/

Ligações externas

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