Ernesto Augusto, Duque de Brunsvique

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Ernesto Augusto
Duque de Brunsvique
Ernesto Augusto, Duque de Brunsvique
Duque de Brunsvique
Reinado 1 de novembro de 1913
a 8 de novembro de 1918
Antecessor(a) Guilherme de Brunsvique
Sucessor(a) Monarquia abolida
Chefe da Casa de Hanôver
Reinado 14 de novembro de 1923
a 30 de janeiro de 1953
Predecessor(a) Ernesto Augusto, Príncipe Herdeiro de Hanôver
Sucessor(a) Ernesto Augusto, Príncipe-Hereditário de Brunsvique
 
Nascimento 17 de novembro de 1887
  Penzing, Áustria-Hungria
Morte 30 de janeiro de 1953 (65 anos)
  Palácio de Marienburg, Hanôver, Alemanha
Cônjuge Vitória Luísa da Prússia
Descendência Ernesto Augusto de Hanôver
Jorge Guilherme de Hanôver
Frederica de Hanôver
Cristiano Óscar de Hanôver
Guelfo Henrique de Hanôver
Casa Hanôver
Pai Ernesto Augusto, Príncipe Herdeiro de Hanôver
Mãe Tira da Dinamarca

Ernesto Augusto (Ernesto Augusto Cristiano Jorge; 17 de novembro de 1887 - 30 de janeiro de 1953) foi o duque reinante de Brunsvique entre 1913 e 1918 foi um neto do rei Jorge V de Hanôver que foi deposto pelo Reino da Prússia em 1866. Último monarca reinante da Casa de Hanôver, Ernesto Augusto também era um príncipe britânico.

É o avô materno da rainha Sofia de Espanha.

Família[editar | editar código-fonte]

Ernesto Augusto era o filho mais novo de Ernesto Augusto, Príncipe Herdeiro de Hanôver e da princesa Tira da Dinamarca. Os seus avós paternos eram o rei Jorge V de Hanôver e a sua esposa, a princesa Maria de Saxe-Altemburgo. Os seus avós paternos eram o rei Cristiano IX da Dinamarca e a condessa Luísa de Hesse-Cassel. As suas tias eram a rainha Alexandra do Reino Unido e a czarina Maria Feodorovna e um dos seus tios era o rei Jorge I da Grécia.[1]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

O bisavô de Ernesto, o príncipe Ernesto Augusto I de Hanôver, duque de Cumberland, quinto filho do rei Jorge III do Reino Unido, tornou-se Rei de Hanôver em 1837 devido ao facto de a lei sálica ter impedido a rainha Vitória de reinar na Alemanha.

Ernesto Augusto de Hanôver, príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda, nasceu em Penzing, perto de Viena, sendo o sexto filho do príncipe-herdeiro Ernesto Augusto de Hanôver e da sua esposa, a princesa Tira da Dinamarca. O seu pai sucedeu ao trono de Hanôver como duque de Cumberland e Teviotdale na nobreza do Reino Unido em 1878. O jovem príncipe Ernesto Augusto tornou-se herdeiro aparente do ducado e da pretensão a Hanôver após a morte dos seus dois irmãos mais velhos Jorge e Cristiano.

Em 1884, o duque reinante de Brunsvique-Volfembutel, um primo distante, morreu e o pai de Ernesto reivindicou a sua herança para suceder naquele território. Contudo, o chanceler Otto von Bismarck conseguiu fazer com que o Conselho Federal do Império Alemão o excluísse da sucessão. Bismarck fê-lo porque Ernesto Augusto nunca tinha renunciado formalmente aos seus direitos no reino de Hanôver que tinha sido anexado ao Reino da Prússia em 1866 após a derrota da Áustria na Guerra Austro-Prussiana. Em vez de Ernesto, foi o príncipe Alberto da Prússia que se tornou regente do ducado. Após a morte do príncipe Alberto em 1906, este foi herdado pelo seu filho mais velho, o príncipe Jorge, que viria a renunciar aos seus direitos no ducado para que Ernesto o herdasse. Contudo, esta opção foi rejeitada pelo Bundesrat e a regência continuou, desta vez com o duque João Alberto de Mecklemburgo-Schwerin que antes já tinha sido regente do seu sobrinho em Mecklemburgo.

Casamento e ascensão ao trono de Brunvique[editar | editar código-fonte]

Vitória Luísa da Prússia

Quando o irmão mais velho de Ernesto, o príncipe Jorge, morreu num acidente de automóvel no dia 20 de maio de 1912, o imperador alemão enviou uma mensagem de condolências ao pai de Ernesto. Em resposta a este gesto, o duque enviou o seu único filho sobrevivente, Ernesto, a Berlim para agradecer pessoalmente ao kaiser pela sua mensagem. Ernesto e Guilherme II eram primos em terceiro-grau, visto que ambos descendiam do rei Jorge III do Reino Unido. Foi nesta visita que Ernesto conheceu e se apaixonou pela única filha do kaiser, a princesa Vitória Luísa da Prússia.

No dia 24 de maio de 1913, Ernesto e Vitória Luísa, primos em quarto grau, casaram-se. Este casamento acabou com uma zanga que durava há décadas entre as Casas de Hohenzollern e de Hanôver. O casamento foi também a última grande reunião da realeza europeia (a maioria descendente da rainha Vitória do Reino Unido e do rei Cristiano IX da Dinamarca) antes da Primeira Guerra Mundial. Além dos imperadores alemães e dos duques de Cumberland, estavam presentes o rei Jorge V do Reino Unido com a sua esposa, a rainha Maria de Teck, e o czar Nicolau II da Rússia. Após o noivado ser anunciado em fevereiro de 1913, Ernesto Augusto fez um juramento de lealdade ao imperador alemão e aceitou uma comissão militar como capitão de cavalaria num regimento prussiano no qual o seu avô (Jorge V) e bisavô (Ernesto Augusto) tinham sido coronéis. Jorge V do Reino Unido deu o seu consentimento ao casamento no dia 17 de Março de 1913 como era exigido pela Lei do Casamento Real.[2]

No dia 27 de outubro de 1913, o duque de Cumberland renunciou formalmente aos seus direitos no ducado de Brunsvique em favor do filho. No dia seguinte, o Conselho Federal permitiu que o príncipe Ernesto Augusto de Cumberland se tornasse duque reinante de Brunsvique. O novo duque, que recebeu uma promoção a coronel, tomou posse formalmente no dia 1 de novembro.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o duque foi elevado à posição de major-general. No dia 8 de novembro de 1918 foi forçado a abdicar do trono juntamente com todos os outros príncipes alemães. No ano seguinte, o ducado britânico do seu pai foi suspenso pelo rei Jorge V do Reino Unido, conforme aprovado na Titles Deprivation Act 1917, visto que os Hanôver ficaram do lado alemão durante a guerra. Assim, quando o seu pai morreu em 1923, Ernesto Augusto não recebeu o título de duque de Cumberland.

Nos trinta anos que se seguiram, Ernesto Augusto foi chefe da Casa de Hanôver, afastado da vida política e vivendo entre as suas muitas propriedades. Viveu o suficiente para ver a sua filha Frederica tornar-se rainha da Grécia quando o seu marido, o príncipe Paulo da Grécia sucedeu o seu irmão como rei. O duque de Brunsvique é avô materno da rainha Sofia de Espanha e do antigo rei Constantino II da Grécia.

Descendência[editar | editar código-fonte]

Nome Nascimento Morte Observações
Ernesto Augusto 18 de março de 1914 9 de dezembro de 1987 casou primeiro em 1957 com a princesa Ortrud de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg; com descendência; casou-se depois, em 1981, com a condessa Mónica de Solms-Laubach;
Jorge Guilherme 25 de março de 1915 8 de janeiro de 2006 casou-se em 1969 com a princesa Sofia da Grécia e Dinamarca; com descendência;
Frederica 18 de abril de 1917 6 de fevereiro de 1981 casada com o rei Paulo da Grécia; com descendência incluindo a rainha Sofia de Espanha;
Cristiano Óscar 1 de setembro de 1919 10 de dezembro de 1981 casou-se em 1963 com Mireille Dutry de quem se divorciou em 1976; com descendência.
Guelfo Henrique 11 de março de 1923 12 de julho de 1997 casou-se em 1960 com a Princesa Alexandra de Ysenburg e Büdingen; com descendência;

Referências

  1. Marlene A. Eilers, Queen Victoria's Descendants (Baltimore, Maryland: Genealogical Publishing Co., 1987), page 159.
  2. http://www.london-gazette.co.uk/issues/28700/supplements/2053