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Revisão das 13h01min de 25 de maio de 2016
Lídia Jorge | |
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Nascimento | 18 de junho de 1946 (78 anos) Loulé, Boliqueime |
Nacionalidade | portuguesa |
Ocupação | Escritora |
Prémios | Prémio Ricardo Malheiros (1980) Prémio Literário Município de Lisboa (1982, 1984) |
Magnum opus | Os Memoráveis |
Página oficial | |
www.lidiajorge.com www.arquivolidiajorge.blogspot.com |
Lídia Guerreiro Jorge GCIH (Loulé, Boliqueime, 18 de junho de 1946) é uma escritora portuguesa.[1] Tem uma biblioteca com o seu nome em Albufeira.
Biografia e obra
Lídia Jorge nasceu no Algarve, licenciou-se em Filologia Românica[1] pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido professora do Ensino Secundário[2][3]. Foi nessa condição que passou alguns anos decisivos em Angola e Moçambique, durante o último período da guerra colonial, mas a maior parte da sua carreira docente foi em Portugal. Era Professora do Ensino Secundário na Escola Secundária Rainha Dona Leonor em 1985.[1] Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social e integra o Conselho Geral da Universidade do Algarve.
Iniciando-se na actividade literária[1] com a publicação da sua primeira obra[1] e do seu primeiro romance, O Dia dos Prodígios (1980)[1] constituiu um acontecimento num período em que se inaugurava uma nova fase da literatura portuguesa e desde logo se tornou um dos nomes mais importantes desta, nomeadamente na renovação da técnica romanesca.[1] Além do sucesso que obteve a nível nacional, passou a integrar o programa dos concursos de agregação da cadeira de Português, nas Universidades Francesas.[1]
Mais tarde,[1] seguiram-se os romances que deu a lume O Cais das Merendas (1982)[1] e Notícia da Cidade Silvestre (1984), ambos distinguidos com o Prémio Literário Município de Lisboa, o primeiro dos quais em 1983, ex aequo com o Memorial do Convento de José Saramago.[1] Escritora onde o fantástico coexiste com o real e duma imaginação primorosa nos campos lexical e morfológico, define-se como: Não sou uma pessoa lírica. A minha escrita, aliás, é talvez poética, mas não é lírica (...). Gosto de pôr grandes colectivos e pôr figuras nesses colectivos, de perseguir os problemas sociais através dos individuais. Não quero dizer com isto que defenda uma estética neo-realista, não. A minha maneira de ser é que me leva a procurar o social, o drama social, escondendo-me eu. A única resposta que o escritor tem contra a adversidade é escrever., em entrevista dada a "O Jornal", a 26 de Março de 1982.[1]
O aparecimento de Notícia da Cidade Silvestre (1984), veio confirmar o valor da obra de Lídia Jorge, que considerou aquele seu livro como uma espécie de confissão do troço da vida de duas pessoas, enfim, uma mulher que se confessa. Diferenciando-se das duas obras anteriores, Notícia da Cidade Silvestre é um livro despojado, despido da retórica que os outros tinham, sem essa grande metáfora, com um caminho diferente (...) é a sociedade portuguesa dos últimos dez anos, descrita de uma forma íntima - o que não significa que se perca a noção de amplitude social, em entrevista dada ao "Jornal de Letras, Artes e Ideias" de 11 a 17 de Setembro de 1984.[1]
Mas foi com A Costa dos Murmúrios (1988), livro que reflecte a experiência colonial passada em África colonial, que a autora confirmou o seu destacado lugar no panorama das letras portuguesas. Depois dos romances A Última Dona (1992) e O Jardim sem Limites (1995), seguiu-se O Vale da Paixão (1998) galardoado com o Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus, o Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube, e em 2000, o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia (Escritor Europeu do Ano).
Lídia Jorge publicou O Vento Assobiando nas Gruas (2002), romance que mereceu o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Correntes d'Escritas. Combateremos a Sombra, publicado em Portugal em 2007, recebeu em França o Prémio Michel Brisset 2008, atribuído pela Associação dos Psiquiatras Franceses. Com chancela da Editora Sextante, publicou em 2009, o livro de ensaios Contrato Sentimental, reflexão crítica sobre o futuro de Portugal. Seguiu-se-lhe o romance A Noite das Mulheres Cantoras (2011) e, em Março de 2014, Os Memoráveis.
Lídia Jorge publicou antologias de contos, Marido e Outros Contos (1997), O Belo Adormecido (2003), e Praça de Londres (2008), para além das edições separadas de A Instrumentalina (1992) e O Conto do Nadador (1992). A sua peça de teatro A Maçon foi levada à cena no Teatro Nacional Dona Maria II, em 1997, com encenação de Carlos Avilez. Também uma adaptação teatral de O Dia dos Prodígios foi realizada e encenada por Cucha Carvalheiro no Teatro da Trindade, em Lisboa. O romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado (2004) ao cinema por Margarida Cardoso.
Os romances de Lídia Jorge encontram-se traduzidos em diversas línguas. A agência literária que a representa tem sede em Frankfurt, Literarische Agentur Dr. Ray-Güde Mertin, Inh. Nicole Witt. Obras suas, além de edições no Brasil, estão traduzidas em mais de vinte línguas, designadamente nas línguas inglesa, francesa, alemã, holandesa, espanhola, sueca, hebraica, italiana e grega, e constituem objecto de estudo nos meios universitários portugueses e estrangeiros, tendo-lhes sido dedicadas várias obras de carácter ensaístico.
Em Portugal, o Presidente da República, Jorge Sampaio, a 9 de março de 2005, condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[4] O Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, a 13 de abril de 2005, condecorou-a como Dama da Ordem das Artes e das Letras de França, sendo posteriormente elevada ao grau de Oficial. Em 2006, a autora foi distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Prêmio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra. A Universidade do Algarve, a 15 de dezembro de 2010, atribuiu-lhe o doutoramento Honoris Causa, em sessão solene no Grande Auditório do Campus de Gambelas. A União Latina, a 5 de maio de 2011, atribuiu-lhe o Prémio da Latinidade, João Neves da Fontoura. A Associación de Escritores en Lingua Gallega atribuiu-lhe em Maio de 2013 o título de Escritora Galega Universal.
A assinalar o 30.º aniversário da publicação de O Dia dos Prodígios, a Câmara Municipal de Loulé promoveu a exposição bio-bibliográfica Trinta Anos de Escrita Publicada, entre novembro de 2010 e março de 2011, no Convento de Santo António dos Olivais.
Em Portugal, à exceção do livro de ensaios Contrato Sentimental, todos os seus livros têm a chancela das Publicações Dom Quixote.
Escreveu o posfácio do livro O Sexo Inútil, de Ana Zanatti.[5]
Condecorações
Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de Março de 2005)[4]
Dama da Ordem das Artes e das Letras de França (13 de Abril de 2005)
Oficial da Ordem das Artes e das Letras de França (? de ? de 20??)
Obras
Romances:
- O Dia dos Prodígios - 1980
- O Cais das Merendas - 1982
- Notícia da Cidade Silvestre - 1984
- A Costa dos Murmúrios - 1988
- A Última Dona - 1992
- O Jardim Sem Limites - 1995
- O Vale da Paixão - 1998
- O Vento Assobiando nas Gruas - 2002
- Combateremos a Sombra - 2007
- A Noite das Mulheres Cantoras - 2011
- Os Memoráveis - 2014
Contos:
- A Instrumentalina - 1992
- O Conto do Nadador - 1992
- Marido e outros Contos - 1997
- O Belo Adormecido - 2004
- O organista - 2014
Literatura Infantil:
- O Grande Voo do Pardal, ilustrado por Inês de Oliveira - (2007)
- Romance do Grande Gatão, ilustrado por Danuta Wojciechowska - (2010)
Ensaio:
- Contrato Sentimental - 2009
Teatro:
- A Maçon - 1997
Prémios literários
- Prémio Malheiro Dias, Academia das Ciências de Lisboa (1981)
- Prémio Literário Cidade de Lisboa (1982 e 1984)
- Prémio D. Dinis, Fundação Casa de Mateus (1998)
- Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa (1998)
- Prémio Máxima de Literatura (1998)
- Prémio de Ficção do P.E.N. Clube Português (1998)
- Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano (2000)
- Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (2002)
- Prémio Correntes d’Escritas (2002)
- Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass (2006)
- Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, Millenium BCP (2007)
- Premio Speciale Giuseppe Acerbi, Scrittura Femmenile (2007)
- Prémio Michel Brisset, atribuído pela Associação dos Psiquiatras Franceses (2008)
- Prémio da Latinidade, João Neves da Fontoura, União Latina (2011)
- Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014)
- Prémio Vergílio Ferreira (2015)
- Prémio Urbano Tavares Rodrigues (2015)[6]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 6 Actualização. 440
- ↑ Página Oficial de Lídia Jorge
- ↑ Blogue autorizado
- ↑ a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Lídia Guerreiro Jorge". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de fevereiro de 2015
- ↑ Goreti Pera (9 de Março de 2016). «Ana Zanatti lança hoje 'O Sexo Inútil'». Notícias ao Minuto. Consultado em 25 de Maio de 2016
- ↑ http://ionline.pt/artigo/479097/lidia-jorge-recebe-hoje-premio-urbano-tavares-rodrigues?seccao=Mais_i