GNR (banda): diferenças entre revisões

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'''GNR''' (sigla de '''Grupo Novo Rock''') é uma banda [[Portugal|portuguesa]] de ''[[pop rock]]'', formada no [[Porto]], em 1980, por Alexandre Soares ([[Canto (música)|vocal]] e [[Guitarra elétrica|guitarra]]), [[Vitor Rua]] (guitarra) e [[Tóli César Machado]] ([[Bateria (instrumento musical)|bateria]]). Inobstante de o grupo ter surgido com o ''"boom'' do ''rock'' português", os membros consideram que estiveram à margem do fenómeno, pois quebraram barreiras e criaram uma nova sonoridade em Portugal. Atualmente a banda é constituída por Tóli César Machado (guitarra, [[Instrumento de teclas|teclas]] e [[acordeão]]), [[Jorge Romão (músico)|Jorge Romão]] ([[Baixo elétrico|baixo]]) e [[Rui Reininho]] (vocal).
'''GNR''' (sigla de '''Grupo Novo Rock''') é uma banda [[Portugal|portuguesa]] de ''[[pop rock]]'', formada no [[Porto]], em setembro de 1980, por Alexandre Soares ([[Canto (música)|vocal]] e [[Guitarra elétrica|guitarra]]), [[Vitor Rua]] (guitarra) e [[Tóli César Machado]] ([[Bateria (instrumento musical)|bateria]]). Atualmente a banda é constituída por Tóli César Machado (guitarra, [[Instrumento de teclas|teclas]] e [[acordeão]]), [[Jorge Romão (músico)|Jorge Romão]] ([[Baixo elétrico|baixo]]) e [[Rui Reininho]] (vocal).


O estilo musical foi classificado no início da carreira como ''[[pós punk]]'', patente nos ''singles'' "[[Portugal na CEE]]" e "[[Sê Um GNR]]", ambos de 1981, em que tiveram uma orientação amplamente provocadora e com um bom volume de vendas. Com a entrada de Rui Reininho, em 1981, a escrita das canções começou a conter um refinado humor e sarcasmo, complementadas por composições engenhosamente mirabolantes, que passaram a ser a imagem de marca da banda. Posteriormente exploraram vertentes de [[música experimental]] e [[pop art|''pop'' de vanguarda]] no primeiro álbum, ''[[Independança]]'' (1982), que resultou num fracasso nas vendas mas com rasgados elogios da crítica musical. Após algumas mudanças no seio da formação, seguiram uma tendência maioritariamente ''[[pop rock]]'', fruto da mirífica e distinta criação musical de Tóli César Machado, com destaque para os trabalhos ''[[Psicopátria]]'' e ''[[Valsa dos Detectives]]'' de 1986 e 1989, respetivamente, que conquistaram discos de prata, com vendas superiores a 15 mil unidades. No álbum ''[[In Vivo (álbum de GNR)|In Vivo]]'' (1990) ultrapassaram as 60 mil cópias vendidas, obtendo a platina, mas foi com ''[[Rock in Rio Douro]]'' (1992) que atingiram o apogeu da carreira arrecadando quatro discos de platina e a proeza de serem a primeira banda portuguesa a realizar concertos que encheram dois estádios de futebol – [[Estádio José Alvalade]] (1992) e [[Estádio das Antas]] (1993) – entre outros memoráveis concertos nos [[Coliseu de Lisboa|Coliseus de Lisboa]] e [[Coliseu do Porto|Porto]], [[Theatro Circo]], [[MEO Arena|Pavilhão Atlântico]] e [[Casa da Música]]. Os temas que consagraram a banda foram "Portugal na CEE", "Dunas", "Efectivamente", "Vídeo Maria", "Morte ao Sol", "Sangue Oculto", "Pronúncia do Norte" e "+ Vale Nunca", entre outros, incluídos no repertório habitual dos concertos.
O início da carreira começou com a edição dos ''singles'' "[[Portugal na CEE]]" e "[[Sê Um GNR]]". Os dois discos tiveram um bom volume de vendas. A utilização do nome originou polémica com a organização do mesmo nome. Soares não gostava de cantar por isso convidaram Rui Reininho para assumir as vocalizações do grupo e a escrita das letras. A escrita das canções começou a conter um refinado humor e sarcasmo, complementadas por composições engenhosamente mirabolantes, que passaram a ser a imagem de marca da banda. Posteriormente exploraram vertentes de [[música experimental]] e [[pop art|''pop'' de vanguarda]] no primeiro álbum, ''[[Independança]]'' (1982), que resultou num fracasso nas vendas mas com rasgados elogios da crítica musical. Após algumas mudanças no seio da formação, seguiram uma tendência maioritariamente ''[[pop rock]]'', fruto da mirífica e distinta criação musical de Tóli César Machado, com destaque para os trabalhos ''[[Psicopátria]]'' e ''[[Valsa dos Detectives]]'' de 1986 e 1989, respetivamente, que conquistaram discos de prata, com vendas superiores a 15 mil unidades. No álbum ''[[In Vivo (álbum de GNR)|In Vivo]]'' (1990) ultrapassaram as 60 mil cópias vendidas, obtendo a platina, mas foi com ''[[Rock in Rio Douro]]'' (1992) que atingiram o apogeu da carreira arrecadando quatro discos de platina e a proeza de serem a primeira banda portuguesa a realizar concertos que encheram dois estádios de futebol – [[Estádio José Alvalade]] (1992) e [[Estádio das Antas]] (1993) – entre outros memoráveis concertos nos [[Coliseu de Lisboa|Coliseus de Lisboa]] e [[Coliseu do Porto|Porto]], [[Theatro Circo]], [[MEO Arena|Pavilhão Atlântico]] e [[Casa da Música]]. Os temas que consagraram a banda foram "Portugal na CEE", "Dunas", "Efectivamente", "Vídeo Maria", "Morte ao Sol", "Sangue Oculto", "Pronúncia do Norte" e "+ Vale Nunca", entre outros, incluídos no repertório habitual dos concertos.

São igualmente marcos importantes, as participações em eventos de relevância musical, tais como o [[Rock in Rio]] – Lisboa 2006, ou [[Super Bock Super Rock]], em 2016, bem como a distinção, por diversas ocasiões, como a "melhor banda de ''pop rock'' nacional". Em 2005, obtiveram o devido reconhecimento pelo trabalho de décadas, ao serem condecorados com a "[[Medalha de Mérito Cultural]]", das mãos do Presidente da República Portuguesa [[Jorge Sampaio]] e em 2016 receberam da [[Sociedade Portuguesa de Autores]] a "[[Medalha de Honra da SPA]]". O grupo realizou várias ações de sensibilização social e dedicou-se a causas [[Filantropia|filantrópicas]]. Em 2014 tornaram-se discograficamente independentes com a criação da editora própria e, em 2015, foi publicada a biografia oficial da banda.


== História ==
== História ==
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Em setembro de 1986, lançaram o quarto álbum de estúdio, ''[[Psicopátria]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} que conquistou o galardão de [[Disco de Prata|prata]], graças a temas como "Efectivamente", "Pós Modernos" ou "Bellevue".<ref>{{citar web|url=http://www.tsf.pt/cultura/musica/interior/psicopatria-dos-gnr-30-anos-depois-da-edicao-ao-vivo-no-porto-5068325.html|título="Psicopátria" dos GNR, 30 anos depois da edição, ao vivo no Porto|autor=Miguel Fernandes|data=9 de março de 2016|publicado=TSF–Rádio Notícias|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref> A capa do disco é um desenho de Fátima Rolo Duarte, baseada numa fotografia antiga da [[Ribeira (Porto)|Ribeira]] portuense, da autoria de Beatriz Ferreira, que apresenta uma rapariga a mergulhar para o rio Douro, tendo a [[Ponte de D. Luís (Porto)|ponte D. Luís]] como pano de fundo. Deu-se a consagração efetiva da banda, elevando-a um nível de popularidade considerável. O concerto de apresentação ocorreu a 4 de dezembro na discoteca Voxmania (posteriormente Cinema King),<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=88}}</ref> seguindo-se as grandes salas de espetáculo do país, como o Coliseu dos Recreios. Jorge Romão recordou a estreia nessa sala emblemática: "Quando fizemos o Coliseu de Lisboa pela primeira vez, no ''Psicopátria'', o [[Gilberto Gil]] também ia atuar no [[Campo Pequeno]]", o que foi bastante arriscado, provocando os seguintes comentários: "Vocês são loucos! Acabou a vossa carreira!".<ref>{{Citar periódico|autor=|data=29 de março de 2016|titulo=GNR levam "Psicopátria" ao Super Bock Super Rock|jornal=Diário de Notícias|paginas=|url=http://www.dn.pt/artes/interior/gnr-levam-psicopatria-ao-super-bock-super-rock-5099872.html|acessadoem=17 de novembro de 2017}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=Tânia Pereirinha|data=25 de abril de 2015|titulo=Com os GNR no concerto-surpresa|jornal=Sábado|paginas=|url=http://www.sabado.pt/vida/pessoas/detalhe/com-os-gnr-no-concerto-surpresa|acessadoem=17 de novembro de 2017}}</ref> Romão concluiu que esse álbum é: "Um disco muito tripeiro. Tem uma vivência do Porto em meados dos anos 1980 que, consciente ou inconscientemente, foi levada para o disco e está aí essa definição, começando pela capa, que é um bocado um postal do Porto."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=93}}</ref> Em plena crise de identidade do ''rock'' português, os GNR superaram as melhores expectativas dando novo alento à cena musical portuguesa.<ref>{{citar web|url=http://www.digitaldevizela.com/2013/08/a-vez-de-reininho-e-sua-banda.html|título=A vez de Reininho e sua banda|autor=Mário Mesquita Borges|data=13 de agosto de 2013|publicado=Digital de Vizela|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref> Alexandre Soares deixou a banda em meados de março de 1987, entrando para o seu lugar Zézé Garcia, proveniente dos [[Mler Ife Dada]]. Foi com o afastamento de Alexandre que o papel de Tóli teve um marcante impulso, permitindo-lhe maior destaque, uma vez que passou a ter a possibilidade de deixar ainda mais acentuadamente seu o cunho, enquanto excelso criador e compositor, em todas as músicas que consolidaram o enorme sucesso da banda, que é das mais aclamadas e históricas de Portugal. A banda tinha encontrado a sonoridade compatível com o gosto dos restantes membros.<ref name="FCML_04"/>{{Quote|Foi com a ''tournée'' do ''Psicopátria'' que batemos todos os nossos recordes. Foram mais de 100 espetáculos. Tocámos em todo o lado, em França, em Espanha. Acima de tudo tocámos muito. Foi a assunção da chamada profissionalização, o momento em que percebemos que a nossa vida ia ser aquilo. Nessa altura arriscámos tocar nos Coliseus, algo que à época estava destinado apenas aos artistas brasileiros como o [[Caetano Veloso]] ou [[Maria Bethânia]]. Foi um risco muito grande isto de levar a chamada ''pop rock'' a esses palcos.| Rui Reininho confirmou o ponto de viragem no grupo, com o trabalho ''Psicopátria''.<ref>{{citar web|url= https://nit.pt/coolt/07-16-2016-rui-reininho-o-psicopatria-foi-o-disco-que-fez-de-nos-musicos|título=Rui Reininho: “O Psicopátria foi o disco que fez de nós músicos”|autor=Daniel Vidal|data=16 de junho de 2016|publicado=New In Town|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref>}}
Em setembro de 1986 lançaram o álbum ''[[Psicopátria]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} que conquistou o galardão de [[Disco de Prata|prata]], graças a temas como "Efectivamente", "Pós Modernos" ou "Bellevue".<ref>{{citar web|url=http://www.tsf.pt/cultura/musica/interior/psicopatria-dos-gnr-30-anos-depois-da-edicao-ao-vivo-no-porto-5068325.html|título="Psicopátria" dos GNR, 30 anos depois da edição, ao vivo no Porto|autor=Miguel Fernandes|data=9 de março de 2016|publicado=TSF–Rádio Notícias|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref> A capa do disco é um desenho de Fátima Rolo Duarte, baseada numa fotografia antiga da [[Ribeira (Porto)|Ribeira]] portuense, da autoria de Beatriz Ferreira, que apresenta uma rapariga a mergulhar para o rio Douro, tendo a [[Ponte de D. Luís (Porto)|ponte D. Luís]] como pano de fundo. Deu-se a consagração efetiva da banda, elevando-a um nível de popularidade considerável. O concerto de apresentação ocorreu a 4 de dezembro na discoteca Voxmania (posteriormente Cinema King),<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=88}}</ref> seguindo-se as grandes salas de espetáculo do país, como o Coliseu dos Recreios. Jorge Romão recordou a estreia nessa sala emblemática: "Quando fizemos o Coliseu de Lisboa pela primeira vez, no ''Psicopátria'', o [[Gilberto Gil]] também ia atuar no [[Campo Pequeno]]", o que foi bastante arriscado, provocando os seguintes comentários: "Vocês são loucos! Acabou a vossa carreira!".<ref>{{Citar periódico|autor=|data=29 de março de 2016|titulo=GNR levam "Psicopátria" ao Super Bock Super Rock|jornal=Diário de Notícias|paginas=|url=http://www.dn.pt/artes/interior/gnr-levam-psicopatria-ao-super-bock-super-rock-5099872.html|acessadoem=17 de novembro de 2017}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=Tânia Pereirinha|data=25 de abril de 2015|titulo=Com os GNR no concerto-surpresa|jornal=Sábado|paginas=|url=http://www.sabado.pt/vida/pessoas/detalhe/com-os-gnr-no-concerto-surpresa|acessadoem=17 de novembro de 2017}}</ref> Romão concluiu que esse álbum é: "Um disco muito tripeiro. Tem uma vivência do Porto em meados dos anos 1980 que, consciente ou inconscientemente, foi levada para o disco e está aí essa definição, começando pela capa, que é um bocado um postal do Porto."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=93}}</ref> Em plena crise de identidade do ''rock'' português, os GNR superaram as melhores expectativas dando novo alento à cena musical portuguesa.<ref>{{citar web|url=http://www.digitaldevizela.com/2013/08/a-vez-de-reininho-e-sua-banda.html|título=A vez de Reininho e sua banda|autor=Mário Mesquita Borges|data=13 de agosto de 2013|publicado=Digital de Vizela|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref> Alexandre Soares deixou a banda em meados de março de 1987, entrando para o seu lugar Zézé Garcia, proveniente dos [[Mler Ife Dada]].
Foi com o afastamento de Alexandre que o papel de Tóli teve um marcante impulso, permitindo-lhe maior destaque, uma vez que passou a ter a possibilidade de deixar ainda mais acentuadamente seu o cunho, enquanto excelso criador e compositor, em todas as músicas que consolidaram o enorme sucesso da banda, que é das mais aclamadas e históricas de Portugal. A banda tinha encontrado a sonoridade compatível com o gosto dos restantes membros.<ref name="FCML_04"/>{{Quote|Foi com a ''tournée'' do ''Psicopátria'' que batemos todos os nossos recordes. Foram mais de 100 espetáculos. Tocámos em todo o lado, em França, em Espanha. Acima de tudo tocámos muito. Foi a assunção da chamada profissionalização, o momento em que percebemos que a nossa vida ia ser aquilo. Nessa altura arriscámos tocar nos Coliseus, algo que à época estava destinado apenas aos artistas brasileiros como o [[Caetano Veloso]] ou [[Maria Bethânia]]. Foi um risco muito grande isto de levar a chamada ''pop rock'' a esses palcos.| Rui Reininho confirmou o ponto de viragem no grupo, com o trabalho ''Psicopátria''.<ref>{{citar web|url= https://nit.pt/coolt/07-16-2016-rui-reininho-o-psicopatria-foi-o-disco-que-fez-de-nos-musicos|título=Rui Reininho: “O Psicopátria foi o disco que fez de nós músicos”|autor=Daniel Vidal|data=16 de junho de 2016|publicado=New In Town|acessodata=17 de novembro de 2017}}</ref>}}


Em janeiro de 1988 lançaram o máxi ''single'' "[[Vídeo Maria]]", que causou alguma polémica social devido ao tema homónimo. A imprensa nacional advertiu o público, antes do lançamento, que: "tem uma letra que se admite que venha a causar polémica em meios religiosos católicos" e a prova disso foram os versos: "Ai, ui, atirem-me água benta/ Por parecer latina suponho que o nome dela/ É Maria/ É casta, eu sei, se é virgem ou não depende/ Da nossa fantasia".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=105}}</ref> A música foi censurada pela [[Rádio Renascença]] (RR) e [[Rádio e Televisão de Portugal]] (RTP) por alegadas heresias. Na altura da controvérsia os GNR encontravam-se nos [[Estados Unidos|EUA]] e, no regresso, Rui Reininho explicou: "Não é, de modo algum, anticatólico, como alguns chegaram mesmo a afirmar. É um tema normal, escrito de forma quase cinematográfica, e quando o escrevi não pensei que fosse gerar qualquer polémica. É lógico que se o tema for proibido de passar na Rádio Renascença ficamos chocados com o facto e lamentamos, apesar de reconhecermos que cada um é livre de se guiar pelo seu critério próprio".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=106}}</ref> As outras composições que fazem parte do disco são "Homens Temporariamente Sós" e "USA".{{carece de fontes|data=abril de 2014}}
Em janeiro de 1988 lançaram o máxi ''single'' "[[Vídeo Maria]]", que causou alguma polémica social com a Igreja devido ao tema homónimo. A imprensa nacional advertiu o público, antes do lançamento, que: "tem uma letra que se admite que venha a causar polémica em meios religiosos católicos" e a prova disso foram os versos: "Ai, ui, atirem-me água benta/ Por parecer latina suponho que o nome dela/ É Maria/ É casta, eu sei, se é virgem ou não depende/ Da nossa fantasia".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=105}}</ref> A música foi censurada pela [[Rádio Renascença]] (RR) e [[Rádio e Televisão de Portugal]] (RTP) por alegadas heresias. Na altura da controvérsia os GNR encontravam-se nos [[Estados Unidos|EUA]] e, no regresso, Rui Reininho explicou: "Não é, de modo algum, anticatólico, como alguns chegaram mesmo a afirmar. É um tema normal, escrito de forma quase cinematográfica, e quando o escrevi não pensei que fosse gerar qualquer polémica. É lógico que se o tema for proibido de passar na Rádio Renascença ficamos chocados com o facto e lamentamos, apesar de reconhecermos que cada um é livre de se guiar pelo seu critério próprio".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=106}}</ref> As outras composições que fazem parte do disco são "Homens Temporariamente Sós" e "USA".{{carece de fontes|data=abril de 2014}}


No início de 1989 lançaram, sob a orientação do produtor francês Remy Walter, o quinto álbum de estúdio ''"[[Valsa dos Detectives]]"'', que confirmou a popularidade do grupo com os êxitos "Impressões Digitais", que serviu como tema de apresentação, e "Morte ao Sol".{{carece de fontes|data=abril de 2014}} O disco conquistou o galardão de prata. No fim de abril, os GNR foram ao [[Brasil]] para atuarem em [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], incluindo no emblemático [[Circo Voador]]. A capa do disco é da autoria do pintor [[Açores|açoriano]] Carlos Carreiro e na opinião de Rui Reininho, este novo trabalho foi: "(...) o álbum mais concetual, está todo feito à volta de uma ideia, talvez influenciado pelas viagens" e acrescentou: "Para mim, este trabalho é uma paixão, pois foi uma entrega bastante grande (...). Tenho orgulho neste disco."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=122}}</ref> Nesse ano, atuaram em várias [[Semana Académica|Queimas das Fitas]] e nos Coliseus, com espetáculos estrondosos e com vários elogios da imprensa, entre os quais, o jornal ''[[O Primeiro de Janeiro]]'', que noticiou: "Os GNR acabaram de bater com a cabeça no teto. Desistam de não o reconhecer, atingiram o estrelato - quatro mil e quinhentas pessoas assistiram a isso mesmo, e outras tantas gostariam de o ter feito."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=124}}</ref>
No início de 1989 lançaram, sob a orientação do produtor francês Remy Walter, o quinto álbum ''"[[Valsa dos Detectives]]"'', que confirmou a popularidade do grupo com os êxitos "Impressões Digitais", que serviu como tema de apresentação, e "Morte ao Sol".{{carece de fontes|data=abril de 2014}} O disco conquistou o galardão de prata. No fim de abril, os GNR foram ao [[Brasil]] para atuarem em [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], incluindo no emblemático [[Circo Voador]]. A capa do disco é da autoria do pintor [[Açores|açoriano]] Carlos Carreiro e na opinião de Rui Reininho, este novo trabalho foi: "(...) o álbum mais concetual, está todo feito à volta de uma ideia, talvez influenciado pelas viagens" e acrescentou: "Para mim, este trabalho é uma paixão, pois foi uma entrega bastante grande (...). Tenho orgulho neste disco."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=122}}</ref> Nesse ano, atuaram em várias [[Semana Académica|Queimas das Fitas]] e nos Coliseus, com espetáculos estrondosos e com vários elogios da imprensa, entre os quais, o jornal ''[[O Primeiro de Janeiro]]'', que noticiou: "Os GNR acabaram de bater com a cabeça no teto. Desistam de não o reconhecer, atingiram o estrelato - quatro mil e quinhentas pessoas assistiram a isso mesmo, e outras tantas gostariam de o ter feito."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=124}}</ref>


O livro "''Afectivamente GNR''" do jornalista Luís Maio, foi editado em setembro de 1989. Nesse trabalho, estão registadas as desavenças que houve no seio da banda desde o início da formação, com argumentos provocatórios, o que na ótica do grupo, trata-se de um livro intriguista, tal como foi expressado nas palavras de Tóli ao revelar o mau estar que provocou entre os membros, quando desabafou: "Não gostei do livro. Não o subscrevo nem gosto quando o vejo. Nem quando me vêm pedir autógrafos com ele. Não retrata nada. Uma coisa é ter um episódio ou outro (das quezílias internas), mas basicamente é só isso. (...) Toda a gente saiu prejudicada, uns mais do que outros." Romão afirmou ainda: "Serviu como máquina de lavar roupa". Reininho subscreveu as opiniões transmitidas e reforçou-as, dizendo: "Acho uma biografia muito falhada. Não contempla, por exemplo, a parte dos espetáculos. Basta isso".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=117}}</ref>
O livro "''Afectivamente GNR''" do jornalista Luís Maio, foi editado em setembro de 1989 através da colecção rei Lagarto da Assírio & Alvim. Era algo inovador na época e contém informação importante sobre a banda incluindo a colaboração pertinente de Rui Reininho com curiosidades sobre a banda. Nesse trabalho estão relatadas as desavenças que houve no seio da banda desde o início da formação, com argumentos provocatórios, até porque foram ouvidos todos os elementos que tinham passado pelo grupo e vivia-se ainda os desentendimentos com Vitor Rua e a saída recente de Alexandre Soares. Na ótica dos elementos do grupo, tratava-se de um livro intriguista, tal como foi expressado nas palavras de Tóli ao revelar o mau estar que provocou entre os membros, quando desabafou: "Não gostei do livro. Não o subscrevo nem gosto quando o vejo. Nem quando me vêm pedir autógrafos com ele. Não retrata nada. Uma coisa é ter um episódio ou outro (das quezílias internas), mas basicamente é só isso. (...) Toda a gente saiu prejudicada, uns mais do que outros." Romão afirmou ainda: "Serviu como máquina de lavar roupa". Reininho subscreveu as opiniões transmitidas e reforçou-as, dizendo: "Acho uma biografia muito falhada. Não contempla, por exemplo, a parte dos espetáculos. Basta isso".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=117}}</ref>


=== Disco ao vivo e ascensão da carreira (1990–1995) ===
=== Disco ao vivo e ascensão da carreira (1990–1995) ===
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Em 2001, os GNR completaram vinte anos de carreira e, para comemorar, idealizaram alguns projetos novos incluindo a edição de um novo disco. Contudo, algumas divergências com a editora Valentim de Carvalho (que nessa altura pertencia maioritariamente à EMI e a EMI portuguesa respondia à EMI espanhola, que por sua vez, respondia à sede) fizeram com que os planos tardassem a surgir por incapacidade autónoma da própria editora. Essa situação deixou os elementos do grupo frustrados uma vez que nada conseguiram realizar nesse ano comemorativo e foram obrigados a lançar uma coletânea, em vez de um disco de originais.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=193}}</ref> Foi então lançada, em fevereiro de 2002, ''[[Câmara Lenta - 16 Slows do Melhor GNR - Vol.2]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} a segunda coletânea da carreira que reúne as baladas mais emblemáticas do grupo acrescido dos inéditos "Vocês" e "Nunca Mais Digas Adeus". O trabalho comemorativo obteve grande sucesso e atingiu o primeiro lugar do ''top'' nacional de vendas.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=193}}</ref> A 11 de novembro de 2002 chegou às lojas o décimo álbum de estúdio ''[[Do Lado dos Cisnes]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} com o selo da [[Capitol Records]]. A banda afastou-se temporariamente da EMI–Valentim de Carvalho e o disco marcou uma mudança estrutural dos concertos visto que Tóli passou a tocar guitarra, deixando o lugar de baterista.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=197}}</ref> Um mês após o lançamento, os temas "Sexta-Feira (um seu criado)", "Tu Não Existes" e "Morrer em Português" evidenciaram sucesso nas rádios.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=200}}</ref> Em 2003, editaram em ''single'' uma versão acústica do tema "Canadádá",{{carece de fontes|data=abril de 2014}} que contou com a participação de [[Paulinho Moska]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=201}}</ref> Nesse ano a EMI reeditou em ''box set'' os álbuns ''Rock In Rio Douro'' e ''Popless'', bem como outras coletâneas.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=204}}</ref>
Em 2001, os GNR completaram vinte anos de carreira e, para comemorar, idealizaram alguns projetos novos incluindo a edição de um novo disco. Contudo, algumas divergências com a editora Valentim de Carvalho (que nessa altura pertencia maioritariamente à EMI e a EMI portuguesa respondia à EMI espanhola, que por sua vez, respondia à sede) fizeram com que os planos tardassem a surgir por incapacidade autónoma da própria editora. Essa situação deixou os elementos do grupo frustrados uma vez que nada conseguiram realizar nesse ano comemorativo e foram obrigados a lançar uma coletânea, em vez de um disco de originais.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=193}}</ref> Foi então lançada, em fevereiro de 2002, ''[[Câmara Lenta - 16 Slows do Melhor GNR - Vol.2]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} a segunda coletânea da carreira que reúne as baladas mais emblemáticas do grupo acrescido dos inéditos "Vocês" e "Nunca Mais Digas Adeus". O trabalho comemorativo obteve grande sucesso e atingiu o primeiro lugar do ''top'' nacional de vendas.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=193}}</ref> A 11 de novembro de 2002 chegou às lojas o décimo álbum de estúdio ''[[Do Lado dos Cisnes]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} com o selo da [[Capitol Records]]. A banda afastou-se temporariamente da EMI–Valentim de Carvalho e o disco marcou uma mudança estrutural dos concertos visto que Tóli passou a tocar guitarra, deixando o lugar de baterista.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=197}}</ref> Um mês após o lançamento, os temas "Sexta-Feira (um seu criado)", "Tu Não Existes" e "Morrer em Português" evidenciaram sucesso nas rádios.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=200}}</ref> Em 2003, editaram em ''single'' uma versão acústica do tema "Canadádá",{{carece de fontes|data=abril de 2014}} que contou com a participação de [[Paulinho Moska]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=201}}</ref> Nesse ano a EMI reeditou em ''box set'' os álbuns ''Rock In Rio Douro'' e ''Popless'', bem como outras coletâneas.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=204}}</ref>

Em 2005 foram condecorados com a "[[Medalha de Mérito Cultural]]", pelas mãos do Presidente da República Portuguesa [[Jorge Sampaio]].


A 27 de março de 2006, foi lançado o álbum de tributo ''[[Revistados 25-06]]'' com temas de referência dos GNR interpretados por nomes do ''[[hip hop]]'', ''[[reggae]]'', ''[[soul]]'' e R&B nacional, tais como NBC, Virgul ([[Da Weasel]]), [[Expensive Soul]], Melo D, Guardiões do Subsolo, entre outros.<ref>{{citar web|url=http://m80.iol.pt/noticias/body.aspx?id=29801|título=Disco de versões dos GNR chega em Março|autor=|data=27 de fevereiro de 2006|publicado=M80 Rádio|acessodata=1 de maio de 2014}}</ref> O trabalho celebrou o vigésimo quinto aniversário da banda e teve como convidado especial Tito Romão, na canção "Pós Modernos", um jovem adolescente, baterista, filho do baixista Jorge Romão (co-compositor desse tema).<ref>{{Citar periódico|autor=Eurico Monchique|data=27 de março de 2006|titulo=Nova geração hip-hop e soul passa revista aos GNR|jornal=Público|paginas=|url=https://www.publico.pt/2006/03/27/jornal/nova-geracao-hiphop-e-soul-passa-revista-aos-gnr-70419|acessadoem=27 de maio de 2019}}</ref> No mês de junho foi lançada a coletânea ''[[O Melhor dos GNR - ContinuAcção - Vol.3]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} em duplo CD, contendo o inédito "Continuação" e uma versão de "Quero Que Vá Tudo Pró Inferno" original de [[Roberto Carlos]], com direito a teledisco.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=201}}</ref> No dia 4 de junho a banda atuou na segunda edição do Rock In Rio – Lisboa, partilhando o cartaz com artistas como [[Sting (músico)|Sting]], [[Anastacia]] e [[Corinne Bailey Rae]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=202}}</ref> Ainda em 2006 o grupo realizou concertos importantes com lotação esgotada no Coliseu do Porto a 25 de outubro e no dia 31 no Coliseu de Lisboa, nos quais foram convidados os músicos [[The Legendary Tigerman]], [[NBC (músico)|NBC]] e [[Sónia Tavares]] ([[The Gift (banda)|The Gift]]).<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=202}}</ref>
A 27 de março de 2006, foi lançado o álbum de tributo ''[[Revistados 25-06]]'' com temas de referência dos GNR interpretados por nomes do ''[[hip hop]]'', ''[[reggae]]'', ''[[soul]]'' e R&B nacional, tais como NBC, Virgul ([[Da Weasel]]), [[Expensive Soul]], Melo D, Guardiões do Subsolo, entre outros.<ref>{{citar web|url=http://m80.iol.pt/noticias/body.aspx?id=29801|título=Disco de versões dos GNR chega em Março|autor=|data=27 de fevereiro de 2006|publicado=M80 Rádio|acessodata=1 de maio de 2014}}</ref> O trabalho celebrou o vigésimo quinto aniversário da banda e teve como convidado especial Tito Romão, na canção "Pós Modernos", um jovem adolescente, baterista, filho do baixista Jorge Romão (co-compositor desse tema).<ref>{{Citar periódico|autor=Eurico Monchique|data=27 de março de 2006|titulo=Nova geração hip-hop e soul passa revista aos GNR|jornal=Público|paginas=|url=https://www.publico.pt/2006/03/27/jornal/nova-geracao-hiphop-e-soul-passa-revista-aos-gnr-70419|acessadoem=27 de maio de 2019}}</ref> No mês de junho foi lançada a coletânea ''[[O Melhor dos GNR - ContinuAcção - Vol.3]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} em duplo CD, contendo o inédito "Continuação" e uma versão de "Quero Que Vá Tudo Pró Inferno" original de [[Roberto Carlos]], com direito a teledisco.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=201}}</ref> No dia 4 de junho a banda atuou na segunda edição do Rock In Rio – Lisboa, partilhando o cartaz com artistas como [[Sting (músico)|Sting]], [[Anastacia]] e [[Corinne Bailey Rae]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=202}}</ref> Ainda em 2006 o grupo realizou concertos importantes com lotação esgotada no Coliseu do Porto a 25 de outubro e no dia 31 no Coliseu de Lisboa, nos quais foram convidados os músicos [[The Legendary Tigerman]], [[NBC (músico)|NBC]] e [[Sónia Tavares]] ([[The Gift (banda)|The Gift]]).<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=202}}</ref>
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Em 2011 os GNR comemoraram os 30 anos de carreira com lançamento do álbum ''[[Voos Domésticos]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} entre outras iniciativas. O disco contém 13 versões e o inédito com o mesmo nome do álbum. São temas acústicos conhecidos do repertório da banda que, segundo Tóli, a ideia das versões "surgiu por isso mesmo, para agitar as águas". Teve a produção de [[Flak (músico)|Flak]], guitarrista dos Rádio Macau. O tema "Cais" foi selecionado para ''single'' promocional.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=224}}</ref>{{Quote|O trabalho de regravarmos coisas de que já não nos lembrávamos, para tirar nota e acordes... Achei piada a ouvir coisas que já não ouvia há anos. Mas há coisas que já não gosto ouvir, são um bocado ''naifs'', não é? Por isso é que gravamos este disco. Algumas que achamos que mereciam ser mexidas, outras que tentamos e não conseguimos, outras que foram complicadas como o "Sangue Oculto", que é muito difícil, porque é um ''hit''. É como o "Dunas", que ainda é pior, nem tentamos. É um disco para que as gerações mais novas possam entrar em contacto com os temas de outrora, embora com uma roupagem ligeiramente diferente. Este disco não é por causa dos 30 anos, coincide com os 30 anos do grupo mas não o fizemos o disco para o a aniversário. Continuamos no ativo, isto não é um ''comeback'', continuamos a fazer digressões (...). Não é aquele aproveitamento, daquelas bandas que já não fazem nada e que de repente voltam."|Tóli fala do processo de produção dos temas e das novas versões em ''Voos Domésticos''.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=224}}</ref>}}
Em 2011 os GNR comemoraram os 30 anos de carreira com lançamento do álbum ''[[Voos Domésticos]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} entre outras iniciativas. O disco contém 13 versões e o inédito com o mesmo nome do álbum. São temas acústicos conhecidos do repertório da banda que, segundo Tóli, a ideia das versões "surgiu por isso mesmo, para agitar as águas". Teve a produção de [[Flak (músico)|Flak]], guitarrista dos Rádio Macau. O tema "Cais" foi selecionado para ''single'' promocional.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=224}}</ref>{{Quote|O trabalho de regravarmos coisas de que já não nos lembrávamos, para tirar nota e acordes... Achei piada a ouvir coisas que já não ouvia há anos. Mas há coisas que já não gosto ouvir, são um bocado ''naifs'', não é? Por isso é que gravamos este disco. Algumas que achamos que mereciam ser mexidas, outras que tentamos e não conseguimos, outras que foram complicadas como o "Sangue Oculto", que é muito difícil, porque é um ''hit''. É como o "Dunas", que ainda é pior, nem tentamos. É um disco para que as gerações mais novas possam entrar em contacto com os temas de outrora, embora com uma roupagem ligeiramente diferente. Este disco não é por causa dos 30 anos, coincide com os 30 anos do grupo mas não o fizemos o disco para o a aniversário. Continuamos no ativo, isto não é um ''comeback'', continuamos a fazer digressões (...). Não é aquele aproveitamento, daquelas bandas que já não fazem nada e que de repente voltam."|Tóli fala do processo de produção dos temas e das novas versões em ''Voos Domésticos''.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=224}}</ref>}}


No seguimento dos festejos realizaram concertos nos dias 12 e 19 de novembro nos coliseus, e apresentaram a reedição do disco ''Defeitos Especiais'' (1984), em CD.<{{carece de fontes|data=abril de 2014}} Mas foi com a edição do DVD ''30 anos Anos GNR – Manobras 1981–2011'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} o primeiro registo em vídeo, que a banda atingiu o ponto alto das comemorações. O trabalho reúne imagens de concertos, entrevistas e telediscos. E em parceria com os jornais ''Jornal de Notícias'' e ''Diário de Notícias'' foi distribuído todas as semanas, durante três meses, todos os álbuns de estúdio da banda a que se juntou uma coletânea de raridades.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=225}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=|data=5 de setembro de 2011|titulo=Colecção GNR - 30 Anos do Melhor Rock|jornal=Diário de Notícias|paginas=|url=https://www.dn.pt/iniciativas/interior/coleccao-gnr---30-anos-do-melhor-rock-1976146.html|acessadoem=27 de maio de 2019}}</ref> Também em 2011, a Tugaland e o ''Diário de Notícias'' lançaram o pacote ''BD Pop Rock Português - GNR''.{{carece de fontes|data=abril de 2014}} Trata-se de uma coleção da história das 14 melhores bandas do ''pop'' e do ''rock'' português, com desenhos dos mais prestigiados ilustradores portugueses e acompanhada por uma coletânea com os temas mais marcantes. Por outro lado, o ''Correio da Manhã'' lançou a coletânea ''GNR ‎- Bandas Míticas Vol. 01'', editada pela EMI e Levoir, inserido numa coleção inédita sobre vinte bandas que marcaram os últimos cinquenta anos da história da música portuguesa. A direção editorial é de David Ferreira.{{carece de fontes|data=abril de 2014}}
No seguimento dos festejos realizaram concertos nos dias 12 e 19 de novembro nos coliseus, e apresentaram a reedição do disco ''Defeitos Especiais'' (1984), em CD.<{{carece de fontes|data=abril de 2014}} Mas foi com a edição do DVD ''30 anos Anos GNR – Manobras 1981–2011'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} o primeiro registo em vídeo, que a banda atingiu o ponto alto das comemorações. O trabalho reúne imagens de concertos, entrevistas e telediscos. E em parceria com os jornais ''Jornal de Notícias'' e ''Diário de Notícias'' foi distribuído todas as semanas, durante três meses, todos os álbuns de estúdio da banda a que se juntou uma coletânea de raridades.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=225}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=|data=5 de setembro de 2011|titulo=Colecção GNR - 30 Anos do Melhor Rock|jornal=Diário de Notícias|paginas=|url=https://www.dn.pt/iniciativas/interior/coleccao-gnr---30-anos-do-melhor-rock-1976146.html|acessadoem=27 de maio de 2019}}</ref> Também em 2011, a Tugaland e o ''Diário de Notícias'' lançaram o pacote ''BD Pop Rock Português - GNR''.{{carece de fontes|data=abril de 2014}} Trata-se de uma coleção da história das 14 melhores bandas do ''pop'' e do ''rock'' português, com desenhos dos mais prestigiados ilustradores portugueses e acompanhada por uma coletânea com os temas mais marcantes.
Por outro lado, o ''Correio da Manhã'' lançou a coletânea ''GNR ‎- Bandas Míticas Vol. 01'', editada pela EMI e Levoir, inserido numa coleção inédita sobre vinte bandas que marcaram os últimos cinquenta anos da história da música portuguesa. A direção editorial é de David Ferreira.{{carece de fontes|data=abril de 2014}}


A 19 de novembro de 2012, foi lançada uma coletânea em edição ''standard'' intitulada ''[[Concentrado - O Melhor dos GNR]]'', com o selo da EMI, e composta por vinte temas com os maiores sucessos do grupo.{{carece de fontes|data=abril de 2014}} No dia 26 de novembro a mesma coletânea foi editada numa versão limitada incluindo um DVD com imagens do concerto “GNR 30 anos–Voos Domésticos”, gravado no dia 19 de novembro de 2011 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.<ref>{{citar web|url=https://www.spirit-of-rock.com/pt/album/Concentrado_O_Melhor_dos_GNR_(CDDVD)/106050|título=Concentrado–O Melhor dos GNR (CD+DVD)|autor=|data=|publicado=Spirit of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>
A 19 de novembro de 2012, foi lançada uma coletânea em edição ''standard'' intitulada ''[[Concentrado - O Melhor dos GNR]]'', com o selo da EMI, e composta por vinte temas com os maiores sucessos do grupo.{{carece de fontes|data=abril de 2014}} No dia 26 de novembro a mesma coletânea foi editada numa versão limitada incluindo um DVD com imagens do concerto “GNR 30 anos–Voos Domésticos”, gravado no dia 19 de novembro de 2011 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.<ref>{{citar web|url=https://www.spirit-of-rock.com/pt/album/Concentrado_O_Melhor_dos_GNR_(CDDVD)/106050|título=Concentrado–O Melhor dos GNR (CD+DVD)|autor=|data=|publicado=Spirit of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>
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Em 2013 levaram a palco o espetáculo "Afectivamente", no Centro Cultural de Belém e coliseu do Porto nos dias 14 e 15 de fevereiro, respetivamente.[[Imagem:Logo IndieFada.jpg|thumb|rigth|120px|Logótipo da editora dos GNR, fundada em 2014.]] Foi um concerto intimista, como o título indica, e que tinha sido planeado há muito tempo com a particularidade de tocarem sem os instrumentos habituais como clarificou Reininho: "não temos guitarra elétrica, o baixo é um diferente e porque a parte das teclas tem eletrónica. Como o som é menos intenso, há mais intimidade, mais diálogo", concluiu.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=227}}</ref> No ano de 2014 a banda fundou a editora independente "[[IndieFada]]", na cidade de Matosinhos. O financiamento da editora esteve a cargo exclusivamente dos elementos Tóli César Machado, Rui Reininho e Jorge Romão e a sua criação surgiu da necessidade dos GNR terem a independência há muito desejada, deixando assim de dependerem de terceiros na gravação e edição dos trabalhos discográficos. Na criação do nome da editora esteve um desafio, lançado em agosto de 2014, aos fãs seguidores da página do ''facebook'' da banda e as várias propostas que foram sugeridas ajudaram o vocalista a encontrar inspiração para criar o nome IndieFada. Pouco depois, a 5 de novembro, foi divulgado o logótipo da editora.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=229}}</ref> Na estrutura da empresa destaca-se o papel de Tóli César Machado como principal responsável pela direção artística, ao mesmo tempo que acumula as funções habituais da composição musical nos GNR.<ref>{{citar web|url=https://mag.sapo.pt/musica/artigos/gnr-estao-de-volta-aos-discos-com-caixa-negra?artigo-completo=sim|título=GNR estão de volta aos discos com "Caixa Negra"|autor=|data=23 de março de 2015|publicado=SapoMag|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>
Em 2013 levaram a palco o espetáculo "Afectivamente", no Centro Cultural de Belém e coliseu do Porto nos dias 14 e 15 de fevereiro, respetivamente.[[Imagem:Logo IndieFada.jpg|thumb|rigth|120px|Logótipo da editora dos GNR, fundada em 2014.]] Foi um concerto intimista, como o título indica, e que tinha sido planeado há muito tempo com a particularidade de tocarem sem os instrumentos habituais como clarificou Reininho: "não temos guitarra elétrica, o baixo é um diferente e porque a parte das teclas tem eletrónica. Como o som é menos intenso, há mais intimidade, mais diálogo", concluiu.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=227}}</ref> No ano de 2014 a banda fundou a editora independente "[[IndieFada]]", na cidade de Matosinhos. O financiamento da editora esteve a cargo exclusivamente dos elementos Tóli César Machado, Rui Reininho e Jorge Romão e a sua criação surgiu da necessidade dos GNR terem a independência há muito desejada, deixando assim de dependerem de terceiros na gravação e edição dos trabalhos discográficos. Na criação do nome da editora esteve um desafio, lançado em agosto de 2014, aos fãs seguidores da página do ''facebook'' da banda e as várias propostas que foram sugeridas ajudaram o vocalista a encontrar inspiração para criar o nome IndieFada. Pouco depois, a 5 de novembro, foi divulgado o logótipo da editora.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=229}}</ref> Na estrutura da empresa destaca-se o papel de Tóli César Machado como principal responsável pela direção artística, ao mesmo tempo que acumula as funções habituais da composição musical nos GNR.<ref>{{citar web|url=https://mag.sapo.pt/musica/artigos/gnr-estao-de-volta-aos-discos-com-caixa-negra?artigo-completo=sim|título=GNR estão de volta aos discos com "Caixa Negra"|autor=|data=23 de março de 2015|publicado=SapoMag|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>


A 12 de janeiro de 2015 foi gravado o décimo segundo álbum de estúdio ''[[Caixa Negra (álbum)|Caixa Negra]]'' e lançado nos escaparates a 23 de março. O disco contém nove inéditos e recupera o tema "Desnorteado", de 1984, numa nova versão. Na análise de Tóli, a elaboração desse novo trabalho foi "um bocadinho voltar ao início, com menos convidados, e retomamos o som dos GNR, aquelas marcas da banda, nas baterias, nas guitarras, um som mais limpo, com menos instrumentos".<ref>{{citar web|url=http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=182191|título=GNR regressam aos álbuns com "Caixa Negra"|autor=|data=24 de março de 2015|publicado=Rádio Renascença|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Num retorno à sonoridade ''pop rock'', o músico acrescentou: "O facto de termos ido só nós os três para estúdio era importante. Um pouco o regresso ao passado."<ref>{{citar periódico|url=http://ionline.sapo.pt/266744|título=Caixa Negra. Violeta, Justin Bieber e outros desastres. Chamem os GNR|autor=|data=24 de março de 2015|jornal=Jornal i|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Foram extraídos os ''singles'' "Cadeira Eléctrica", como tema de apresentação, a 5 de dezembro de 2014,<ref>{{citar web|url=http://palcodasartes.com/gnr-caixa-negra-aberta-na-invicta/|autor=Mónica Ferreira|data=28 de março de 2015|título=GNR – “Caixa Negra” Aberta Na Invicta|publicado=Palco das Artes|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> "Caixa Negra" a 25 de setembro de 2015,<ref>{{citar web|url=http://www.spirit-of-rock.com/album-groupe-GNR-nom_album-Caixa_Negra_(single)-l-pt.html|título=Caixa Negra (Single)|autor=|data=|publicado=Spirt of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> e por fim, a 4 de julho de 2016, a balada "Dançar SOS" presenteou os fãs com um teledisco do envolvente dueto entre Reininho e [[Rita Redshoes]].<ref>{{citar web|url=http://www.spirit-of-rock.com/album-groupe-GNR-nom_album-Dancar_Sos-l-pt.html|título=Dançar SOS (Single)|autor=|data=|publicado=Spirt of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> ''Caixa Negra'' foi ainda lançado no formato [[Disco de vinil|vinil]], no dia 18 de abril de 2015, inserido no evento Record Store Day – que celebra o dia das lojas de discos e da música em formato físico – criado nos Estados Unidos, em 2007. Os GNR regressaram assim à edição em vinil, desde o álbum ''Sob Escuta'' de 1994, numa tiragem limitada a 250 cópias pela Rastilho Records.<ref>{{citar web|url=https://www.rastilhorecords.com/pt/noticias/-/gnr-caixa-negra-novo-album-21/|título=GNR "Caixa Negra"–Novo álbum|autor=|data=24 de março de 2015|publicado=Rastilho Records|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> No mês de setembro a revista ''[[Blitz (revista)|Blitz]]'' distribuiu o CD ''[[Afectivamente ao Vivo]]'' (2015), gravado no dia 22 de maio no Theatro Circo em [[Braga]]. O álbum apresenta dezoito faixas acústicas que revelam um espetáculo intimista, semelhante aos concertos realizados em 2013. <ref>{{citar web|url=https://blitz.sapo.pt/principal/update/gnr-lancam-disco-ao-vivo-gratis-com-a-blitz-de-setembro-conheca-afectivamente-ao-vivo=f97556|título=GNR lançam disco ao vivo grátis com a BLITZ de setembro - conheça Afectivamente ao Vivo|data=27 de agosto de 2015|publicado=Blitz|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Para Tóli, trata-se de um disco "de palco" e era o que a banda gostaria de ter gravado na altura dos ''Voos Domésticos'', mas reconhece que "temos agora a oportunidade de fazer aquele disco que já queríamos que tivesse saído. E agora já é mais atual."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=237}}</ref> No dia 23 de outubro regressaram ao Coliseu do Porto para um concerto que contou com as participações de [[Tim (músico)|Tim]], Rita Redshoes, dos trompetistas Ivo Rodrigues e Bento Aruda, Los Cavakitos e ainda do futebolista [[Helton da Silva Arruda|Helton]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=238}}</ref>
A 12 de janeiro de 2015 foi gravado o décimo segundo álbum de estúdio ''[[Caixa Negra (álbum)|Caixa Negra]]'' e lançado nos escaparates a 23 de março. O disco contém nove inéditos e recupera o tema "Desnorteado", de 1984, numa nova versão. Na análise de Tóli, a elaboração desse novo trabalho foi "um bocadinho voltar ao início, com menos convidados, e retomamos o som dos GNR, aquelas marcas da banda, nas baterias, nas guitarras, um som mais limpo, com menos instrumentos".<ref>{{citar web|url=http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=182191|título=GNR regressam aos álbuns com "Caixa Negra"|autor=|data=24 de março de 2015|publicado=Rádio Renascença|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Num retorno à sonoridade ''pop rock'', o músico acrescentou: "O facto de termos ido só nós os três para estúdio era importante. Um pouco o regresso ao passado."<ref>{{citar periódico|url=http://ionline.sapo.pt/266744|título=Caixa Negra. Violeta, Justin Bieber e outros desastres. Chamem os GNR|autor=|data=24 de março de 2015|jornal=Jornal i|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Foram extraídos os ''singles'' "Cadeira Eléctrica", como tema de apresentação, a 5 de dezembro de 2014,<ref>{{citar web|url=http://palcodasartes.com/gnr-caixa-negra-aberta-na-invicta/|autor=Mónica Ferreira|data=28 de março de 2015|título=GNR – “Caixa Negra” Aberta Na Invicta|publicado=Palco das Artes|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> "Caixa Negra" a 25 de setembro de 2015,<ref>{{citar web|url=http://www.spirit-of-rock.com/album-groupe-GNR-nom_album-Caixa_Negra_(single)-l-pt.html|título=Caixa Negra (Single)|autor=|data=|publicado=Spirt of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> e por fim, a 4 de julho de 2016, a balada "Dançar SOS" presenteou os fãs com um teledisco do envolvente dueto entre Reininho e [[Rita Redshoes]].<ref>{{citar web|url=http://www.spirit-of-rock.com/album-groupe-GNR-nom_album-Dancar_Sos-l-pt.html|título=Dançar SOS (Single)|autor=|data=|publicado=Spirt of Rock|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> ''Caixa Negra'' foi ainda lançado no formato [[Disco de vinil|vinil]], no dia 18 de abril de 2015, inserido no evento Record Store Day. Os GNR regressaram assim à edição em vinil, desde o álbum ''Sob Escuta'' de 1994, numa tiragem limitada a 250 cópias pela Rastilho Records.<ref>{{citar web|url=https://www.rastilhorecords.com/pt/noticias/-/gnr-caixa-negra-novo-album-21/|título=GNR "Caixa Negra"–Novo álbum|autor=|data=24 de março de 2015|publicado=Rastilho Records|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> No mês de setembro a revista ''[[Blitz (revista)|Blitz]]'' distribuiu o CD ''[[Afectivamente ao Vivo]]'' (2015), gravado no dia 22 de maio no Theatro Circo em [[Braga]]. O álbum apresenta dezoito faixas acústicas que revelam um espetáculo intimista, semelhante aos concertos realizados em 2013. <ref>{{citar web|url=https://blitz.sapo.pt/principal/update/gnr-lancam-disco-ao-vivo-gratis-com-a-blitz-de-setembro-conheca-afectivamente-ao-vivo=f97556|título=GNR lançam disco ao vivo grátis com a BLITZ de setembro - conheça Afectivamente ao Vivo|data=27 de agosto de 2015|publicado=Blitz|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref> Para Tóli, trata-se de um disco "de palco" e era o que a banda gostaria de ter gravado na altura dos ''Voos Domésticos'', mas reconhece que "temos agora a oportunidade de fazer aquele disco que já queríamos que tivesse saído. E agora já é mais atual."<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=237}}</ref> No dia 23 de outubro regressaram ao Coliseu do Porto para um concerto que contou com as participações de [[Tim (músico)|Tim]], Rita Redshoes, dos trompetistas Ivo Rodrigues e Bento Aruda, Los Cavakitos e ainda do futebolista [[Helton da Silva Arruda|Helton]].<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=238}}</ref>

Os GNR comemoraram o 35º aniversário em 2016 e no dia 6 de fevereiro realizaram um concerto com a Orquestra Arte Sinfónica da Escola Profissional de Música de [[Viana do Castelo]]. No dia 9 de março realizaram um concerto no [[Teatro Rivoli]], no Porto, inserido no festival "Porto Best Of", ciclo musical dirigido às bandas portuenses com o objetivo de apresentarem o álbum mais emblemático, e os GNR tocaram na íntegra o trabalho ''Psicopátria'' (1986). A 25 de junho o grupo reuniu-se mais uma vez nas festas de S. João, no Porto, com a Orquestra Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (GNR), um concerto há muito esperado na cidade invicta.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=239}}</ref> Tornaram a tocar na íntegra o álbum ''Psicopátria'', dessa vez no festival [[Super Bock Super Rock]] no dia 16 de julho.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=243}}</ref> A 20 de setembro foi lançada a biografia oficial da banda, na Casa da Música, no Porto, com o título ''GNR–Onde nem a Beladona Cresce'', com edição da [[Porto Editora]] e autoria do jornalista do jornal ''Público'', Hugo Torres. O livro inclui ainda um mini CD com o inédito "O Arranca-Coração".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=246}}</ref> No dia 12 de novembro gravaram um concerto especial no Campo Pequeno com os convidados Isabel Silvestre, Javier Andreu e Rita Redshoes de que resultou o ''digipack'' ''[[Os Primeiros 35 Anos ao Vivo]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} constituído por 26 músicas gravadas em dois CD e DVD. Foi apresentado no dia 6 de fevereiro de 2017 mas só no dia 10 de fevereiro é que ficou disponível nas lojas. Como bónus no DVD incluem o histórico concerto de Alvalade em 1992.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=246–247}}</ref> Rui Reininho refere que "este DVD faltava-nos na nossa coleção, não paravam de nos instigar e era o único formato que faltava". A 11 de fevereiro de 2017 encerraram a digressão dos trinta e cinco anos com um concerto no Coliseu do Porto.<ref>{{citar web|url=https://www.tsf.pt/cultura/interior/os-primeiros-35-anos-gnr-em-dvd-5651697.html|título="Os primeiros 35 anos". GNR em DVD|autor=Rute Fonseca|data=6 de fevereiro de 2017|publicado=Rádio Notícias TSF|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>


Em 2016 receberam da [[Sociedade Portuguesa de Autores]] a "[[Medalha de Honra da SPA]]".
Em 2016, os GNR comemoraram o 35º aniversário e no dia 6 de fevereiro realizaram um concerto com a Orquestra Arte Sinfónica da Escola Profissional de Música de [[Viana do Castelo]]. No dia 9 de março realizaram um concerto no [[Teatro Rivoli]], no Porto, inserido no festival "Porto Best Of", ciclo musical dirigido às bandas portuenses com o objetivo de apresentarem o álbum mais emblemático, e os GNR tocaram na íntegra o trabalho ''Psicopátria'' (1986). A 25 de junho o grupo reuniu-se mais uma vez nas festas de S. João, no Porto, com a Orquestra Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (GNR), um concerto há muito esperado na cidade invicta.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=239}}</ref> Tornaram a tocar na íntegra o álbum ''Psicopátria'', dessa vez no festival [[Super Bock Super Rock]] no dia 16 de julho.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=243}}</ref> A 20 de setembro foi lançada a biografia oficial da banda, na Casa da Música, no Porto, com o título ''GNR–Onde nem a Beladona Cresce'', com edição da [[Porto Editora]] e autoria do jornalista do jornal ''Público'', Hugo Torres. O livro inclui ainda um mini CD com o inédito "O Arranca-Coração".<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=246}}</ref> No dia 12 de novembro gravaram um concerto especial no Campo Pequeno com os convidados Isabel Silvestre, Javier Andreu e Rita Redshoes de que resultou o ''digipack'' ''[[Os Primeiros 35 Anos ao Vivo]]'',{{carece de fontes|data=abril de 2014}} constituído por 26 músicas gravadas em dois CD e DVD. Foi apresentado no dia 6 de fevereiro de 2017 mas só no dia 10 de fevereiro é que ficou disponível nas lojas. Como bónus no DVD incluem o histórico concerto de Alvalade em 1992.<ref>{{harvnb|Torres|2016|p=246–247}}</ref> Rui Reininho refere que "este DVD faltava-nos na nossa coleção, não paravam de nos instigar e era o único formato que faltava". A 11 de fevereiro de 2017 encerraram a digressão dos trinta e cinco anos com um concerto no Coliseu do Porto.<ref>{{citar web|url=https://www.tsf.pt/cultura/interior/os-primeiros-35-anos-gnr-em-dvd-5651697.html|título="Os primeiros 35 anos". GNR em DVD|autor=Rute Fonseca|data=6 de fevereiro de 2017|publicado=Rádio Notícias TSF|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>


A 1 de Outubro de 2018, Dia Mundial da Música, os GNR divulgaram através das redes sociais o novo tema “Quem?”. Para o letrista e vocalista da banda, a canção "é uma afirmação para quem não duvida que este percurso musical se fez de ondas de rádio, montanhas russas de estradas e centenas de palcos por esses mundos fora e círculos fechados nos discos, vídeos e CDs e hoje também em ''streaming''". O tema foi apresentado ao vivo pela primeira vez na rádio M80, no dia 8 de outubro. O teledisco, filmado no Porto, foi realizado por Marco Oliveira e teve a participação da atriz [[Mikaela Lupu]].<ref>{{citar web|url=http://m80.iol.pt/noticias/83578/musica-nova-dos-gnr-a-1-de-outubro|título=Música nova dos GNR a 1 de outubro|autor=|data=|publicado=Rádio M80|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>
A 1 de Outubro de 2018, Dia Mundial da Música, os GNR divulgaram através das redes sociais o novo tema “Quem?”. Para o letrista e vocalista da banda, a canção "é uma afirmação para quem não duvida que este percurso musical se fez de ondas de rádio, montanhas russas de estradas e centenas de palcos por esses mundos fora e círculos fechados nos discos, vídeos e CDs e hoje também em ''streaming''". O tema foi apresentado ao vivo pela primeira vez na rádio M80, no dia 8 de outubro. O teledisco, filmado no Porto, foi realizado por Marco Oliveira e teve a participação da atriz [[Mikaela Lupu]].<ref>{{citar web|url=http://m80.iol.pt/noticias/83578/musica-nova-dos-gnr-a-1-de-outubro|título=Música nova dos GNR a 1 de outubro|autor=|data=|publicado=Rádio M80|acessodata=27 de maio de 2019}}</ref>

Revisão das 13h35min de 28 de agosto de 2020

GNR
Informação geral
Origem Porto
País Portugal Portugal
Gênero(s) Pós punk, música experimental, pop de vanguarda, pop rock
Período em atividade 1980–atualmente
Gravadora(s) EMIValentim de Carvalho
Capitol Records
IndieFada
Integrantes Rui Reininho
Jorge Romão
Tóli César Machado
Ex-integrantes Mano Zé, Miguel Megre, Vitor Rua, Alexandre Soares, Manuel Ribeiro, Zezé Garcia, Alexandre Manaia, Telmo Marques
Página oficial www.osgnr.com

GNR (sigla de Grupo Novo Rock) é uma banda portuguesa de pop rock, formada no Porto, em setembro de 1980, por Alexandre Soares (vocal e guitarra), Vitor Rua (guitarra) e Tóli César Machado (bateria). Atualmente a banda é constituída por Tóli César Machado (guitarra, teclas e acordeão), Jorge Romão (baixo) e Rui Reininho (vocal).

O início da carreira começou com a edição dos singles "Portugal na CEE" e "Sê Um GNR". Os dois discos tiveram um bom volume de vendas. A utilização do nome originou polémica com a organização do mesmo nome. Soares não gostava de cantar por isso convidaram Rui Reininho para assumir as vocalizações do grupo e a escrita das letras. A escrita das canções começou a conter um refinado humor e sarcasmo, complementadas por composições engenhosamente mirabolantes, que passaram a ser a imagem de marca da banda. Posteriormente exploraram vertentes de música experimental e pop de vanguarda no primeiro álbum, Independança (1982), que resultou num fracasso nas vendas mas com rasgados elogios da crítica musical. Após algumas mudanças no seio da formação, seguiram uma tendência maioritariamente pop rock, fruto da mirífica e distinta criação musical de Tóli César Machado, com destaque para os trabalhos Psicopátria e Valsa dos Detectives de 1986 e 1989, respetivamente, que conquistaram discos de prata, com vendas superiores a 15 mil unidades. No álbum In Vivo (1990) ultrapassaram as 60 mil cópias vendidas, obtendo a platina, mas foi com Rock in Rio Douro (1992) que atingiram o apogeu da carreira arrecadando quatro discos de platina e a proeza de serem a primeira banda portuguesa a realizar concertos que encheram dois estádios de futebol – Estádio José Alvalade (1992) e Estádio das Antas (1993) – entre outros memoráveis concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto, Theatro Circo, Pavilhão Atlântico e Casa da Música. Os temas que consagraram a banda foram "Portugal na CEE", "Dunas", "Efectivamente", "Vídeo Maria", "Morte ao Sol", "Sangue Oculto", "Pronúncia do Norte" e "+ Vale Nunca", entre outros, incluídos no repertório habitual dos concertos.

História

Formação e primeiros tempos (1980–1981)

Carvalhido e a igreja onde decorreu o concerto de estreia, no Porto, cidade natal da banda.

Alexandre Soares começou na adolescência a tocar guitarra clássica e a partir dos 18 anos iniciou-se na guitarra elétrica. Posteriormente tocou com os Pesquisa que vieram mais tarde a tornar-se nos Táxi. Em 1980 esteve à procura de elementos para formar uma banda.[1] Vítor Rua, que atuava com a sua formação musical dessa época (King Fisher's Band), foi abordado pelo Alexandre Soares no final de um concerto e iniciaram uma conversa, na qual descobriram coisas em comum, nomeadamente uma vontade de criar um grupo e experimentar novas ideias musicais. Vítor confirmou que: "nessa mesma noite marcámos um encontro na minha garagem (que seria o local de ensaios dos GNR) para tocarmos juntos". Os encontros sucederam-se e aperceberam-se que necessitavam de um baterista, que viria a ser Tóli César Machado, após a sua estreia ao vivo no Colégio Alemão, no Porto,[2] por volta dos 18 anos de idade, a convite de amigos que tinham uma banda e frequentavam essa escola. A vaga que surgiu na bateria fora ocupada com dedicação e originalidade técnica deixando a plateia deslumbrada. Alexandre Soares, espetador atento, não hesitou em convidar Tóli para dar início à criação de um percurso notável no panorama musical, ao desenvolverem uma das bandas mais emblemáticas, e seguramente a mais criativa, do pop rock português. Nasciam assim os GNR em 1980, no Porto, nas mãos de Alexandre Soares, Vítor Rua e de Tóli César Machado, que é o único elemento fundador resistente.[3] Alexandre encarou o nascimento dos GNR como uma inevitabilidade, ao afirmar: "É aquela coisa das bandas de garagem, (vamos fazer, vamos fazer). Mas depois fizemos mesmo. Era para fazer". E prosseguiu: "O que na altura foi importante para nós é que um gajo sentia que era o momento. Não interessa se era urgente, era o momento". Alexandre refere a motivação que o levou a criar a banda: "Eu estava no curso de Direito, o Vítor queria ser músico profissional, disse-me isso de caras. Não era uma banda para entreter, era para mudar", concluiu.[2]

Com o grupo formado pelos três músicos, houve a fase de criação do nome oficial e uma das hipóteses começou por ser "Trompas de Falópio", que foi excluído, prevalecendo a sigla GNR, por consenso geral. Mas o nome não foi escolhido ao acaso, segundo a afirmação de Tóli: "Havia aquela associação com os Police. GNR era uma coisa muito new wave e fazia todo o sentido."[4] Outro nome que chegou a ser ponderado foi "Pastorinhos de Fátima", mas foi descartado por ter uma conotação demasiado religiosa.[5] Começaram a ensaiar numa pequena garagem na rua Airosa, situada em Francos (Porto), e convidaram a estreante Isabel Quina para ser a primeira vocalista do grupo. De seguida entrou o baixista Mano Zé, que já tinha tocado com Rui Veloso.[6] O primeiro concerto aconteceu em 1981 na Igreja do Carvalhido, no Porto, e marcou oficialmente o início dos GNR. Ao palco subiram os três fundadores juntamente com Mano Zé, que tinha um amigo que emprestou a bateria, e a Isabel, com um visual muito new wave, que abandonou a formação pouco depois desse concerto.[7] As músicas que foram interpretadas pela vocalista eram todas em inglês, inclusive o tema que tanto sucesso fez, o "Portugal na CEE", que na versão inglesa chamava-se "She Is Walking". Posteriormente adaptaram a canção para português, por sugestão da Valentim de Carvalho, com a qual assinaram o primeiro contrato discográfico e que propôs-lhes que começassem a cantar na língua materna.[8] Desde o início de carreira, a sonoridade da banda foi marcada por vários estilos próprios, com influências no pós-punk, pop de vanguarda, rock de massas e new wave.[9] A identidade estética que nasceu foi "uma coisa muito natural. (...) Houve uma conjugação de vários estilos", segundo a revelação de Tóli.[2]

Estilo inovador e mudanças na formação (1981–1985)

Em março de 1981 lançaram o single "Portugal na CEE", com o tema "Espelho Meu" no lado B,[carece de fontes?] que alcançou grande sucesso, com vendas que superaram os 15 mil exemplares.[8] Mano Zé deixou a banda e foi substituído por Miguel Megre. Lançaram em outubro o segundo single "Sê Um GNR",[carece de fontes?] alcançando também um bom nível de vendas, com 20 mil cópias, mas a canção foi considerada uma provocação à guarda da GNR, pela descrição do trecho: "GNR, eu quero ser, GNR/ Vem ser um gordo da GNR". Miguel Megre foi coautor do tema "Instrumental Nº 1", no lado B.[10]

" Rui Reininho estendido no palco entre um emaranhado de fios telefónicos, gritando "Avarias" com expressão demoníaca, Miguel Megre fleumático, disparando delirantes efeitos de sintetizador, Tóli demolidor na bateria certeira e Vítor Rua, com uma camisola com a fotografia do Pápa, percorrendo as escalas sem tastos do baixo (...) – eis o climax do "happening" dos GNR no velho e "Kitsch" Ritz Club, em Lisboa. Ao vivo, num clube (...) apresentaram os GNR, na madrugada de terça-feira, o álbum Independança."

– Concerto dos GNR no Ritz Club, em 1982.[11]

Em setembro de 1981, Rui Reininho entrevistou os elementos da banda para um jornal do Porto, com o qual trabalhava, e foi convidado para integrar a formação na qualidade de vocalista, ficando Alexandre Soares apenas como guitarrista, como era o seu desejo. O cantor, performer e letrista, trazia no currículo a experiência e um estilo artístico, adquiridos de certa forma na Anar Band – projeto de música experimental na variante eletrónica – que era do conhecimento geral. A entrada de Reininho nos GNR veio numa altura em que a banda estava a atravessar algumas disputas e serviu de elo estabilizador, tal como referiu Alexandre: "Tenho a impressão de que, se ele não entrasse, as divergências entre nós eram tão grandes que a gente estourava." O músico fundador recordou ainda o início da integração de Reininho na banda, afirmando: "Era um grande performer, que escrevia bem. Quando ele entrou, deu alguns problemas nos concertos. Havia gente que estava habituada ao grupo anterior e ainda levamos porrada durante algum tempo." E concluiu: "O Rui ainda levou alguma porradita. O Vítor também, quando mudou um bocado de visual. Na altura, os concertos, quando davam porrada, era a desviar de garrafas."[12]

O novo vocalista deu origem a uma mudança no conteúdo lírico, elevando a banda a um novo patamar. Reininho começou a trabalhar os temas do primeiro álbum de estúdio e gravou os ensaios em cassetes, para depois compor as letras a partir das músicas. As letras contêm humor, sarcasmo e extravagância, características que passaram a ser uma marca da banda. A imprensa confirmou que o disco se chamaria Independança,[carece de fontes?] ou "In-de-pé-dança"[13], que foi editado em 1982 e recebido pelo público com algum desinteresse e sem sucesso nas vendas, contrastando com o aplauso generalizado da crítica. Desse trabalho proveio o single "Hardcore (1º Escalão)", tema em inglês, que teve direito a teledisco.[14] Alexandre Soares deixou a banda após a apresentação desse trabalho no Ritz Club e, com essa saída, verificaram-se mudanças relevantes nas composições. Os problemas internos persistiram, levando também à saída de Miguel Megre. Em agosto de 1982, os GNR atuaram em trio na segunda edição do Festival de Vilar de Mouros.[15] Pouco depois Nuno Rebelo (vindo dos Street Kids) entrou para baixista e Vítor Rua passou do baixo para a guitarra. Com esta nova formação fizeram alguns concertos e gravaram um máxi single com uma versão de "Soul finger" (dos The Bar-Kays) e um tema original no lado B. No entanto, pouco depois da gravação, Vítor Rua e Nuno Rebelo resolveram abandonar o grupo e esse disco nunca chegou a ser editado.[16] Vítor Rua irá formar os Telectu e Nuno Rebelo os Mler ife Dada.

Em 1983, estando apenas Tóli e Reininho na formação, ambos decidiram convidar Alexandre Soares para regressar à banda. Faltando ainda um baixista, foi no local de ensaios dos Bananas, futuros Ban, ocupado temporariamente também pelos GNR, que aconteceu o "rapto" de Jorge Romão que tinha iniciado a sua carreira musical há três meses, precisamente como baixista.[17] Tóli é o primeiro a reconhecer que o recrutamento do Rui Reininho mudou o paradigma da banda, ao afirmar: "A chegada dele (para substituir o provisório Alexandre So­ares que, por sua vez, já tinha substituído a relâmpago Isa­bel Quina) não foi uma revolução nem uma tomada de poder. Também foi uma escolha minha", esclarece. "Uma escolha fe­liz. Nunca me senti confortável com as letras nem com quem cantava antes do Rui. O que ele escreve pode nem sempre ser muito musical mas tem sempre muito substrato." Tóli manifesta a opinião sobre as letras das canções que Reininho compõe, e Jorge Romão acrescenta: "O Rui faz literatura, as letras são a segunda vida dos GNR". Contudo, é importante distinguir os diferentes papéis que cada membro do trio desempenha, dado que "O Rui não faz música, faz letras", retificou Tóli. O músico compositor lembra que: "Às ve­zes, acontece uma coisa muito desagradável, que é darmos um concerto e no fim vermos alguém a abraçá-lo e dizer: “Ó Reini­nho, gosto tanto da sua música.” Um gajo está ali ao lado e pen­sa: “What?! O quê?!”, confidenciando como é ingrato não ser devidamente reconhecido pela criação da componente musical dos GNR, que é maioritariamente da sua autoria.[18] Em junho de 1983, lançaram o máxi single "Twistarte" que, além do tema homónimo, inclui as faixas "Tv Mural" e "General Eléctrico".[carece de fontes?] A capa do disco é da autoria de Fernanda Gonçalves que trabalhou também a capa do disco seguinte. Entretanto entrou Manuel Ribeiro para as teclas.[19]

Em outubro de 1984, editaram o segundo álbum de estúdio Defeitos Especiais[carece de fontes?], que os levou a uma digressão por Espanha e França. A gravação durou vários meses e gerou a seguinte opinião entre os elementos: "Este álbum é aquele em que a relação entre os poemas e as músicas é mais forte". Foi extraído o tema "I Don´t Feel Funky (Anymore)", no formato máxi single, cantado em português, inglês e italiano, e o grupo qualificou-o como "um western spaguetti de produção nacional". As vendas ficaram aquém do esperado apesar de ter sido aclamado pela crítica. Contudo, a editora gostou do resultado e continuou a apostar no grupo. O disco foi trabalhado na cave da casa de Alexandre Soares, que tornou-se no novo local de ensaio da banda. Nesse ano os GNR foram considerados a melhor banda ao vivo, pelo programa de António Sérgio, "Som da Frente", na Rádio Comercial.[19]

O terceiro álbum Os Homens Não Se Querem Bonitos[carece de fontes?] foi editado em julho de 1985, obtendo sucesso nos temas "Dunas" e "Sete Naves". O novo disco levou a banda a novas incursões por Espanha, conquistando grande admiração, e foi produzido um teledisco em Madrid para promover "Dunas".[20] Anos depois, Tóli fez a seguinte avaliação: "Os Homens Não Se Querem Bonitos é o que eu chamo de manta de retalhos. Uma confusão. Tem muitas coisas impostas pelo Alexandre que não fazem sentido (...) Há ali muita coisa que não devia lá estar, que é exagerada. O complexo do experimentalismo."[21]

A tentativa de engavetar os GNR no boom do rock português aconteceu por aproveitamento comercial, dizem uns, e apesar de não ouvirem rock português, não falarem sobre rock e de acharem pirosos muitos dos grupos da altura, dizem outros. Iam beber a outros territórios e eram órfãos em território virgem. Os blues não lhes interessavam e preferiam a new-wave e o punk, moviam-se a combustíveis diferentes. Pareciam bastante mais urgentes e insubmissos do que a maior parte das bandas que nasciam em Portugal. (...) Apesar de a história os ter registado como pares das bandas de então, os GNR fizeram sempre os possíveis para ficar à margem do fenómeno e os seus membros fazem questão de o sublinhar a intenção de quebra com tudo ficou desde logo registada no nome.
— André Gomes, jornalista da Blitz, corrobora o estilo inovador da banda.[2]

Afirmação e consolidação do sucesso (1986–1989)

"No Psicopátria a maior parte das canções são minhas e há a oportunidade de tentar fazer um disco de canções à séria, que se conseguiu muito bem (...) Sentíamos-nos bem a tocar aquilo, funcionava e era bom. Já havia coisas que soavam mais a canção, com cabeça, tronco e membros: Tinha um refrão, uma bridge. Nem sempre o tínhamos conseguido fazer e ali conseguimos (...) Se calhar, foi esse disco que nos empurrou um bocadinho para cima."

– Tóli fala da mudança de sonoridade com a edição de Psicopátria.[21]

Em setembro de 1986 lançaram o álbum Psicopátria,[carece de fontes?] que conquistou o galardão de prata, graças a temas como "Efectivamente", "Pós Modernos" ou "Bellevue".[22] A capa do disco é um desenho de Fátima Rolo Duarte, baseada numa fotografia antiga da Ribeira portuense, da autoria de Beatriz Ferreira, que apresenta uma rapariga a mergulhar para o rio Douro, tendo a ponte D. Luís como pano de fundo. Deu-se a consagração efetiva da banda, elevando-a um nível de popularidade considerável. O concerto de apresentação ocorreu a 4 de dezembro na discoteca Voxmania (posteriormente Cinema King),[23] seguindo-se as grandes salas de espetáculo do país, como o Coliseu dos Recreios. Jorge Romão recordou a estreia nessa sala emblemática: "Quando fizemos o Coliseu de Lisboa pela primeira vez, no Psicopátria, o Gilberto Gil também ia atuar no Campo Pequeno", o que foi bastante arriscado, provocando os seguintes comentários: "Vocês são loucos! Acabou a vossa carreira!".[24][25] Romão concluiu que esse álbum é: "Um disco muito tripeiro. Tem uma vivência do Porto em meados dos anos 1980 que, consciente ou inconscientemente, foi levada para o disco e está aí essa definição, começando pela capa, que é um bocado um postal do Porto."[26] Em plena crise de identidade do rock português, os GNR superaram as melhores expectativas dando novo alento à cena musical portuguesa.[27] Alexandre Soares deixou a banda em meados de março de 1987, entrando para o seu lugar Zézé Garcia, proveniente dos Mler Ife Dada. Foi com o afastamento de Alexandre que o papel de Tóli teve um marcante impulso, permitindo-lhe maior destaque, uma vez que passou a ter a possibilidade de deixar ainda mais acentuadamente seu o cunho, enquanto excelso criador e compositor, em todas as músicas que consolidaram o enorme sucesso da banda, que é das mais aclamadas e históricas de Portugal. A banda tinha encontrado a sonoridade compatível com o gosto dos restantes membros.[21]

Foi com a tournée do Psicopátria que batemos todos os nossos recordes. Foram mais de 100 espetáculos. Tocámos em todo o lado, em França, em Espanha. Acima de tudo tocámos muito. Foi a assunção da chamada profissionalização, o momento em que percebemos que a nossa vida ia ser aquilo. Nessa altura arriscámos tocar nos Coliseus, algo que à época estava destinado apenas aos artistas brasileiros como o Caetano Veloso ou Maria Bethânia. Foi um risco muito grande isto de levar a chamada pop rock a esses palcos.
— Rui Reininho confirmou o ponto de viragem no grupo, com o trabalho Psicopátria.[28]

Em janeiro de 1988 lançaram o máxi single "Vídeo Maria", que causou alguma polémica social com a Igreja devido ao tema homónimo. A imprensa nacional advertiu o público, antes do lançamento, que: "tem uma letra que se admite que venha a causar polémica em meios religiosos católicos" e a prova disso foram os versos: "Ai, ui, atirem-me água benta/ Por parecer latina suponho que o nome dela/ É Maria/ É casta, eu sei, se é virgem ou não depende/ Da nossa fantasia".[29] A música foi censurada pela Rádio Renascença (RR) e Rádio e Televisão de Portugal (RTP) por alegadas heresias. Na altura da controvérsia os GNR encontravam-se nos EUA e, no regresso, Rui Reininho explicou: "Não é, de modo algum, anticatólico, como alguns chegaram mesmo a afirmar. É um tema normal, escrito de forma quase cinematográfica, e quando o escrevi não pensei que fosse gerar qualquer polémica. É lógico que se o tema for proibido de passar na Rádio Renascença ficamos chocados com o facto e lamentamos, apesar de reconhecermos que cada um é livre de se guiar pelo seu critério próprio".[30] As outras composições que fazem parte do disco são "Homens Temporariamente Sós" e "USA".[carece de fontes?]

No início de 1989 lançaram, sob a orientação do produtor francês Remy Walter, o quinto álbum "Valsa dos Detectives", que confirmou a popularidade do grupo com os êxitos "Impressões Digitais", que serviu como tema de apresentação, e "Morte ao Sol".[carece de fontes?] O disco conquistou o galardão de prata. No fim de abril, os GNR foram ao Brasil para atuarem em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo no emblemático Circo Voador. A capa do disco é da autoria do pintor açoriano Carlos Carreiro e na opinião de Rui Reininho, este novo trabalho foi: "(...) o álbum mais concetual, está todo feito à volta de uma ideia, talvez influenciado pelas viagens" e acrescentou: "Para mim, este trabalho é uma paixão, pois foi uma entrega bastante grande (...). Tenho orgulho neste disco."[31] Nesse ano, atuaram em várias Queimas das Fitas e nos Coliseus, com espetáculos estrondosos e com vários elogios da imprensa, entre os quais, o jornal O Primeiro de Janeiro, que noticiou: "Os GNR acabaram de bater com a cabeça no teto. Desistam de não o reconhecer, atingiram o estrelato - quatro mil e quinhentas pessoas assistiram a isso mesmo, e outras tantas gostariam de o ter feito."[32]

O livro "Afectivamente GNR" do jornalista Luís Maio, foi editado em setembro de 1989 através da colecção rei Lagarto da Assírio & Alvim. Era algo inovador na época e contém informação importante sobre a banda incluindo a colaboração pertinente de Rui Reininho com curiosidades sobre a banda. Nesse trabalho estão relatadas as desavenças que houve no seio da banda desde o início da formação, com argumentos provocatórios, até porque foram ouvidos todos os elementos que tinham passado pelo grupo e vivia-se ainda os desentendimentos com Vitor Rua e a saída recente de Alexandre Soares. Na ótica dos elementos do grupo, tratava-se de um livro intriguista, tal como foi expressado nas palavras de Tóli ao revelar o mau estar que provocou entre os membros, quando desabafou: "Não gostei do livro. Não o subscrevo nem gosto quando o vejo. Nem quando me vêm pedir autógrafos com ele. Não retrata nada. Uma coisa é ter um episódio ou outro (das quezílias internas), mas basicamente é só isso. (...) Toda a gente saiu prejudicada, uns mais do que outros." Romão afirmou ainda: "Serviu como máquina de lavar roupa". Reininho subscreveu as opiniões transmitidas e reforçou-as, dizendo: "Acho uma biografia muito falhada. Não contempla, por exemplo, a parte dos espetáculos. Basta isso".[33]

Disco ao vivo e ascensão da carreira (1990–1995)

No início da década de 1990, os GNR atuaram em Macau, a convite do governo local, para a segunda edição do "Festival Rock Macau", que tinha como objetivo a diversidade musical naquele território que ainda se encontrava sob influência do domínio português. Os Xutos & Pontapés, os Rádio Macau e os Heróis do Mar já haviam atuado nesse festival anteriormente. Assim, os GNR abriram por duas vezes os concertos dessa edição, em conjunto com os Beyond (grupo de Hong Kong) e os britânicos T'Pau. Os lucros desse concerto reverteram a favor de instituições de reabilitação de toxicodependentes.[34]

Nesse mesmo ano, a banda deu alguns concertos memoráveis e a intenção de gravar um disco ao vivo foi desde muito cedo um desejo que procuraram concretizar, mas sem sucesso, muito em parte por questões de fraca qualidade na gravação do som. Para colmatar esse impedimento, resolveram agendar dois concertos no Coliseu dos Recreios, de propósito para o efeito – 30 de abril e 1 de maio – e contrataram os serviços de uma empresa norte americana que efetuou outros trabalhos para grupos como Pink Floyd e Tina Turner, para montarem um sistema de luzes de palco jamais visto em Portugal. O concerto foi transmitido em direto na primeira noite pela Rádio Comercial e a gravação de vídeo, pela RTP.[35] Reininho entrou em palco num automóvel, um "Nash" de 1932 (quatro cilindros) e uma sovaqueira para a sua "Smith & Weston 22", contribuindo para criar o imaginário de detetives e gangsters como cenário, e ainda mudou várias vezes de caracterização.[36] Após a realização dos concertos, o vocalista afirmou: "Apesar do mau tempo, oito mil pessoas assistiram aos concertos, cujas gravações estão, segundo os técnicos, bastante aceitáveis", tal como foi constatado com o álbum In Vivo (1990), duplo LP gravado nos fantásticos concertos.[carece de fontes?].

Contudo, o lado B do vinil continha a "Rapsódia" que é propriedade intelectual de Vítor Rua, a par de "Portugal na CEE" e "Sê um GNR".[37] O músico exigiu a retirada dos temas do alinhamento mas o álbum saiu na mesma com essas músicas a 12 de outubro, uma sexta-feira, o que impediu a sua recolha das lojas, provocando que esgotasse imediatamente a primeira edição só nesse fim-de-semana. A contenda entre o guitarrista e os membros permanentes da banda era antiga, começou em 1982, quando o músico abandonou o grupo, ou segundo a sua visão, "suspendeu indefinidamente a atividade da formação". Foi neste seguimento que Rui Reininho, António César Machado e Jorge Romão constituíram a sociedade por quotas "GNR – Grupo Novo Rock, Limitada", no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.[38] Com uma atitude oposta à do guitarrista esteve também o fundador Alexandre Soares, que numa entrevista à revista Blitz, confirmou que continuava a dar-se bem com os membros da banda, declarando: "Eu saí para nos darmos bem. Se estivesse lá não estaria a dar, e assim está a dar. Havia muita contensão. E desse modo seria mau para mim e para eles."[39] O disco atingiu o galardão de prata e posteriormente atingiu a platina e em 1991 a dupla paltina, sendo que a segunda edição já não contém o tema polémico "Rapsódia", que foi substituído por "Homens Temporariamente Sós".[40] Essa disputa consolidou-se numa altura em que a banda comemorava dez anos de carreira e realizou um concerto no dia 12 de outubro, na Alameda Dom Afonso Henriques, onde estiveram presentes milhares de pessoas, que não paravam de chegar, transformando o relvado frente à fonte luminosa, num autêntico caos, equiparado a um campo de batalha, segundo afirmação da imprensa nacional. Pouco depois, a 6 e 7 de dezembro, os GNR tocaram no Coliseu do Porto, mais uma vez com a sala cheia.[41]

No dia 4 de junho de 1992 saiu o sexto álbum de estúdio Rock in Rio Douro,[carece de fontes?] que obteve enorme êxito e para a sua apresentação, no dia 29 de maio, a banda convidou a imprensa, amigos, colaboradores entre outras figuras do meio musical para um passeio de barco pelo rio Douro, seguido de um jantar nas Caves Sandeman, o mesmo local onde foi gravado o teledisco "Sangue Oculto",[42] tema que contou com a participação de Javier Andreu, vocalista da banda La Frontera.[43] Semanas antes, grande parte das canções do novo álbum tinham sido tocadas na Queima das Fitas de Coimbra. A banda ficou meses sem tocar antes da edição desse trabalho, pois dedicou-se exclusivamente à gravação do disco, tendo escolhido fazer as gravações no Porto e para tal, a editora teve de garantir os meios necessários numa moradia na Avenida Marechal Gomes da Costa, instalando um estúdio móvel.[44] O disco passou nas rádios com frequência e os concertos sucederam-se, em que um tornou-se inesquecível pelo acidente de Rui Reininho, em Albufeira, quando parte do palco cedeu e o cantor caiu de uma altura de três metros, partindo algumas costelas.[45] A 10 de outubro deste ano, os GNR estrearam-se como a primeira banda portuguesa a tocar num estádio de futebol, o estádio José de Alvalade, em Lisboa. O então baterista da banda, Tóli César Machado afirmou à imprensa, momentos antes do concerto: "vão ver a melhor banda de rock português", prometendo um "grande espetáculo". O estádio esteve com a lotação esgotada, cerca de 40 mil pessoas. Contou com a presença da RTP que gravou o concerto para emitir mais tarde e também com a participação dos convidados Javier Andreu para cantar em dueto o tema "Sangue Oculto" e Isabel Silvestre, do Grupo de Cantares do Manhouce, que cantou também em dueto o tema "Pronúncia do Norte".[46] O disco vendeu 94 mil cópias e esteve trinta e oito semanas no top nacional, atingindo o galardão de quatro discos de platina.[47] Em 19 de junho de 1993 a banda tornou a dar outro mega concerto no Estádio da Antas, no Porto, onde estiveram mais de 20 mil pessoas e que segundo o grupo, serviu como forma de celebração do primeiro aniversário do disco Rock in Rio Douro.[48]

Em 1994 os GNR foram convidados a participar na compilação Filhos da Madrugada cantam José Afonso[carece de fontes?] de homenagem a José Afonso, com uma versão de "Coro dos Tribunais". A 30 de Junho decorreu o concerto de apresentação desse projeto, em que participaram vários artistas portugueses, contudo, a banda não esteve presente no concerto realizado no Estádio José Alvalade.[49] Ainda nesse ano, a 30 de maio, lançaram o sétimo álbum Sob Escuta (1994),[carece de fontes?] que não foi muito bem recebido pela crítica, vendendo 35 mil unidades mas com dois temas marcantes, os singles "+ Vale Nunca"[50] e "Las Vagas".[51] O guitarrista de flamenco Vicente Amigo foi convidado a participar em "Lovenita". O disco produzido pela própria banda foi gravado em fevereiro na Quinta das Camélias, em Leça do Balio, com recurso ao estúdio móvel da Valentim de Carvalho. O guitarrista Zézé Garcia saiu da formação e entrou Alexandre Manaia.[52]

Primeira coletânea e a Era pop (1996–2000)

Em 1996 o grupo celebrou quinze anos de carreira e editou a primeira colectânea em duplo CD Tudo o que você queria ouvir - O Melhor dos GNR,[carece de fontes?] que atingiu a platina, com vendas superiores a 40 mil cópias. Inclui os inéditos "Julieta Su & Sida" e "Pena de Morte". A segunda edição alcançou os 80 mil exemplares vendidos e inclui o tema "Corpos",[53] originalmente gravado na compilação "A Cantar Con Xabarín", da Televisión de Galicia. Teve a colaboração do violinista espanhol Pancho Álvarez. Entretanto, prepararam um concerto no Coliseu de Lisboa, por indisponibilidade do Coliseu do Porto, e para esse concerto foram convidados dois músicos de peso, o Alexandre Soares e o Vítor Rua, que aceitaram o convite.[54] Tóli explicou o motivo desse convite da banda a esses dois músicos quando afirmou, após a realização do concerto: "Não os convidamos para chamar pessoas. Nós é que fazíamos questão de os ter connosco, porque tinha acabado de sair um best of para o qual eles tinham contribuído e era justo aparecerem."[55]

Os GNR regressaram aos discos originais em 31 de março de 1998 com o oitavo álbum de estúdio Mosquito,[carece de fontes?] obtendo novos êxitos como "Tirana",[56] a balada "Saliva"[57] e o tema reggae "Mosquito"[58]. De acordo com o ponto de vista do músico compositor: "O Mosquito é um disco mais experimental, no sentido em que é mais confuso, mais manta de retalhos... quisemos arriscar outras coisas."[59]

A 1 de Março de 1999 tocaram ao vivo através da Internet, numa iniciativa inédita. Foram nomeados na categoria de Banda do Ano, para a edição de 1999 dos Globos de Ouro da estação televisiva SIC.[60] Ainda nesse ano foram convidados a participar no álbum XX Anos XX Bandas de tributo aos Xutos & Pontapés com a versão "Quando Eu Morrer". O álbum de 1985 "Os Homens Não Se Querem Bonitos" foi finalmente reeditado em CD.[carece de fontes?] A 20 de março de 2000 editaram o nono álbum Popless,[carece de fontes?] do qual saíram quatro singles. "Asas (Eléctricas)",[61] versão da banda sonora criada por Tóli, para o tele-filme da SIC Amo-te Teresa, que estreou a 11 de janeiro de 2000 e no qual Reininho teve uma breve participação como ator, interpretando o papel de um agente da Guarda Nacional Republicana (GNR). "Popless",[62] cujo teledisco foi alvo de censura por alegada publicidade a marcas comerciais. Por fim, "Bem Vindo ao Passado"[63] e "Digital Gaia".[64] [65] Segundo a opinião expressa por Tóli e Reininho, esse disco é: "um disco frágil e mais melancólico, um álbum de canções pop escrito por uma banda para quem a pop tem os dias contados". Reininho acrescenta ainda: "é o disco mais GNR que os GNR fizeram desde há uns bons anos para cá".[66]

Divergências com a editora, tributo e trigésimo aniversário (2001–2012)

Em 2001, os GNR completaram vinte anos de carreira e, para comemorar, idealizaram alguns projetos novos incluindo a edição de um novo disco. Contudo, algumas divergências com a editora Valentim de Carvalho (que nessa altura pertencia maioritariamente à EMI e a EMI portuguesa respondia à EMI espanhola, que por sua vez, respondia à sede) fizeram com que os planos tardassem a surgir por incapacidade autónoma da própria editora. Essa situação deixou os elementos do grupo frustrados uma vez que nada conseguiram realizar nesse ano comemorativo e foram obrigados a lançar uma coletânea, em vez de um disco de originais.[67] Foi então lançada, em fevereiro de 2002, Câmara Lenta - 16 Slows do Melhor GNR - Vol.2,[carece de fontes?] a segunda coletânea da carreira que reúne as baladas mais emblemáticas do grupo acrescido dos inéditos "Vocês" e "Nunca Mais Digas Adeus". O trabalho comemorativo obteve grande sucesso e atingiu o primeiro lugar do top nacional de vendas.[68] A 11 de novembro de 2002 chegou às lojas o décimo álbum de estúdio Do Lado dos Cisnes,[carece de fontes?] com o selo da Capitol Records. A banda afastou-se temporariamente da EMI–Valentim de Carvalho e o disco marcou uma mudança estrutural dos concertos visto que Tóli passou a tocar guitarra, deixando o lugar de baterista.[69] Um mês após o lançamento, os temas "Sexta-Feira (um seu criado)", "Tu Não Existes" e "Morrer em Português" evidenciaram sucesso nas rádios.[70] Em 2003, editaram em single uma versão acústica do tema "Canadádá",[carece de fontes?] que contou com a participação de Paulinho Moska.[71] Nesse ano a EMI reeditou em box set os álbuns Rock In Rio Douro e Popless, bem como outras coletâneas.[72]

Em 2005 foram condecorados com a "Medalha de Mérito Cultural", pelas mãos do Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio.

A 27 de março de 2006, foi lançado o álbum de tributo Revistados 25-06 com temas de referência dos GNR interpretados por nomes do hip hop, reggae, soul e R&B nacional, tais como NBC, Virgul (Da Weasel), Expensive Soul, Melo D, Guardiões do Subsolo, entre outros.[73] O trabalho celebrou o vigésimo quinto aniversário da banda e teve como convidado especial Tito Romão, na canção "Pós Modernos", um jovem adolescente, baterista, filho do baixista Jorge Romão (co-compositor desse tema).[74] No mês de junho foi lançada a coletânea O Melhor dos GNR - ContinuAcção - Vol.3,[carece de fontes?] em duplo CD, contendo o inédito "Continuação" e uma versão de "Quero Que Vá Tudo Pró Inferno" original de Roberto Carlos, com direito a teledisco.[75] No dia 4 de junho a banda atuou na segunda edição do Rock In Rio – Lisboa, partilhando o cartaz com artistas como Sting, Anastacia e Corinne Bailey Rae.[76] Ainda em 2006 o grupo realizou concertos importantes com lotação esgotada no Coliseu do Porto a 25 de outubro e no dia 31 no Coliseu de Lisboa, nos quais foram convidados os músicos The Legendary Tigerman, NBC e Sónia Tavares (The Gift).[77]

A 28 de novembro foi reeditado em duplo CD o álbum Independança de 1982,[carece de fontes?] celebrando os 25 anos do lançamento. A edição veio com sete temas extra que não estão incluídos no disco original em vinil: "Portugal na CEE", "Sê Um GNR", bem como os respetivos lados B, e os três temas do maxi "Twistarte" de 1983.[78] Em 18 de abril de 2008 subiram ao palco do Pavilhão Atlântico com a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (GNR) realizando um espetáculo memorável sob a direção do maestro Tenente Coronel Jacinto Montezo, autor da ideia de realizar esse concerto e que ironicamente foi um dos que se insurgiu pelo aparecimento do Grupo Novo Rock (GNR), pelo facto de terem a mesma sigla.[79][80] "Depois da polémica inicial, quando as altas patentes da Guarda tentaram impedir a utilização da sigla", como recordou Jorge Romão, os GNR atuaram com os cerca de 125 músicos da banda sinfónica daquela força policial,[81] obtendo tal sucesso que repetiu-se em mais ocasiões, caso do estádio de Coimbra, no multiusos de Guimarães, na Expofacic, num evento privado da corporação na Costa da Caparica, no festival Delta Tejo e ainda nas festas de S. João do Porto.[82]

O décimo primeiro álbum de estúdio, Retropolitana,[carece de fontes?] foi lançado a 28 de junho de 2010. Contém doze temas e o single extraído foi "Reis do Roque".[83] O disco foi gravado integralmente no estúdio da própria banda, em Matosinhos, e teve como convidados Rui Lacerda (bateria), Hugo Novo (teclados), Andrew Thorens (guitarra), que também acompanharam a banda ao vivo, e ainda Tito Romão, filho de Jorge Romão, que tocou violoncelo em dois temas das gravações em estúdio. A capa do disco retrata a peça "Sr. Vinho" da artista plástica Joana Vasconcelos.[84]

Em 2011 os GNR comemoraram os 30 anos de carreira com lançamento do álbum Voos Domésticos,[carece de fontes?] entre outras iniciativas. O disco contém 13 versões e o inédito com o mesmo nome do álbum. São temas acústicos conhecidos do repertório da banda que, segundo Tóli, a ideia das versões "surgiu por isso mesmo, para agitar as águas". Teve a produção de Flak, guitarrista dos Rádio Macau. O tema "Cais" foi selecionado para single promocional.[85]

O trabalho de regravarmos coisas de que já não nos lembrávamos, para tirar nota e acordes... Achei piada a ouvir coisas que já não ouvia há anos. Mas há coisas que já não gosto ouvir, são um bocado naifs, não é? Por isso é que gravamos este disco. Algumas que achamos que mereciam ser mexidas, outras que tentamos e não conseguimos, outras que foram complicadas como o "Sangue Oculto", que é muito difícil, porque é um hit. É como o "Dunas", que ainda é pior, nem tentamos. É um disco para que as gerações mais novas possam entrar em contacto com os temas de outrora, embora com uma roupagem ligeiramente diferente. Este disco não é por causa dos 30 anos, coincide com os 30 anos do grupo mas não o fizemos o disco para o a aniversário. Continuamos no ativo, isto não é um comeback, continuamos a fazer digressões (...). Não é aquele aproveitamento, daquelas bandas que já não fazem nada e que de repente voltam."
— Tóli fala do processo de produção dos temas e das novas versões em Voos Domésticos.[86]

No seguimento dos festejos realizaram concertos nos dias 12 e 19 de novembro nos coliseus, e apresentaram a reedição do disco Defeitos Especiais (1984), em CD.<[carece de fontes?] Mas foi com a edição do DVD 30 anos Anos GNR – Manobras 1981–2011,[carece de fontes?] o primeiro registo em vídeo, que a banda atingiu o ponto alto das comemorações. O trabalho reúne imagens de concertos, entrevistas e telediscos. E em parceria com os jornais Jornal de Notícias e Diário de Notícias foi distribuído todas as semanas, durante três meses, todos os álbuns de estúdio da banda a que se juntou uma coletânea de raridades.[87][88] Também em 2011, a Tugaland e o Diário de Notícias lançaram o pacote BD Pop Rock Português - GNR.[carece de fontes?] Trata-se de uma coleção da história das 14 melhores bandas do pop e do rock português, com desenhos dos mais prestigiados ilustradores portugueses e acompanhada por uma coletânea com os temas mais marcantes.

Por outro lado, o Correio da Manhã lançou a coletânea GNR ‎- Bandas Míticas Vol. 01, editada pela EMI e Levoir, inserido numa coleção inédita sobre vinte bandas que marcaram os últimos cinquenta anos da história da música portuguesa. A direção editorial é de David Ferreira.[carece de fontes?]

A 19 de novembro de 2012, foi lançada uma coletânea em edição standard intitulada Concentrado - O Melhor dos GNR, com o selo da EMI, e composta por vinte temas com os maiores sucessos do grupo.[carece de fontes?] No dia 26 de novembro a mesma coletânea foi editada numa versão limitada incluindo um DVD com imagens do concerto “GNR 30 anos–Voos Domésticos”, gravado no dia 19 de novembro de 2011 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.[89]

Independência, retorno ao pop rock e primeiro álbum de vídeo (2013–presente)

Em 2013 levaram a palco o espetáculo "Afectivamente", no Centro Cultural de Belém e coliseu do Porto nos dias 14 e 15 de fevereiro, respetivamente.

Logótipo da editora dos GNR, fundada em 2014.

Foi um concerto intimista, como o título indica, e que tinha sido planeado há muito tempo com a particularidade de tocarem sem os instrumentos habituais como clarificou Reininho: "não temos guitarra elétrica, o baixo é um diferente e porque a parte das teclas tem eletrónica. Como o som é menos intenso, há mais intimidade, mais diálogo", concluiu.[90] No ano de 2014 a banda fundou a editora independente "IndieFada", na cidade de Matosinhos. O financiamento da editora esteve a cargo exclusivamente dos elementos Tóli César Machado, Rui Reininho e Jorge Romão e a sua criação surgiu da necessidade dos GNR terem a independência há muito desejada, deixando assim de dependerem de terceiros na gravação e edição dos trabalhos discográficos. Na criação do nome da editora esteve um desafio, lançado em agosto de 2014, aos fãs seguidores da página do facebook da banda e as várias propostas que foram sugeridas ajudaram o vocalista a encontrar inspiração para criar o nome IndieFada. Pouco depois, a 5 de novembro, foi divulgado o logótipo da editora.[91] Na estrutura da empresa destaca-se o papel de Tóli César Machado como principal responsável pela direção artística, ao mesmo tempo que acumula as funções habituais da composição musical nos GNR.[92]

A 12 de janeiro de 2015 foi gravado o décimo segundo álbum de estúdio Caixa Negra e lançado nos escaparates a 23 de março. O disco contém nove inéditos e recupera o tema "Desnorteado", de 1984, numa nova versão. Na análise de Tóli, a elaboração desse novo trabalho foi "um bocadinho voltar ao início, com menos convidados, e retomamos o som dos GNR, aquelas marcas da banda, nas baterias, nas guitarras, um som mais limpo, com menos instrumentos".[93] Num retorno à sonoridade pop rock, o músico acrescentou: "O facto de termos ido só nós os três para estúdio era importante. Um pouco o regresso ao passado."[94] Foram extraídos os singles "Cadeira Eléctrica", como tema de apresentação, a 5 de dezembro de 2014,[95] "Caixa Negra" a 25 de setembro de 2015,[96] e por fim, a 4 de julho de 2016, a balada "Dançar SOS" presenteou os fãs com um teledisco do envolvente dueto entre Reininho e Rita Redshoes.[97] Caixa Negra foi ainda lançado no formato vinil, no dia 18 de abril de 2015, inserido no evento Record Store Day. Os GNR regressaram assim à edição em vinil, desde o álbum Sob Escuta de 1994, numa tiragem limitada a 250 cópias pela Rastilho Records.[98] No mês de setembro a revista Blitz distribuiu o CD Afectivamente ao Vivo (2015), gravado no dia 22 de maio no Theatro Circo em Braga. O álbum apresenta dezoito faixas acústicas que revelam um espetáculo intimista, semelhante aos concertos realizados em 2013. [99] Para Tóli, trata-se de um disco "de palco" e era o que a banda gostaria de ter gravado na altura dos Voos Domésticos, mas reconhece que "temos agora a oportunidade de fazer aquele disco que já queríamos que tivesse saído. E agora já é mais atual."[100] No dia 23 de outubro regressaram ao Coliseu do Porto para um concerto que contou com as participações de Tim, Rita Redshoes, dos trompetistas Ivo Rodrigues e Bento Aruda, Los Cavakitos e ainda do futebolista Helton.[101]

Os GNR comemoraram o 35º aniversário em 2016 e no dia 6 de fevereiro realizaram um concerto com a Orquestra Arte Sinfónica da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo. No dia 9 de março realizaram um concerto no Teatro Rivoli, no Porto, inserido no festival "Porto Best Of", ciclo musical dirigido às bandas portuenses com o objetivo de apresentarem o álbum mais emblemático, e os GNR tocaram na íntegra o trabalho Psicopátria (1986). A 25 de junho o grupo reuniu-se mais uma vez nas festas de S. João, no Porto, com a Orquestra Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (GNR), um concerto há muito esperado na cidade invicta.[102] Tornaram a tocar na íntegra o álbum Psicopátria, dessa vez no festival Super Bock Super Rock no dia 16 de julho.[103] A 20 de setembro foi lançada a biografia oficial da banda, na Casa da Música, no Porto, com o título GNR–Onde nem a Beladona Cresce, com edição da Porto Editora e autoria do jornalista do jornal Público, Hugo Torres. O livro inclui ainda um mini CD com o inédito "O Arranca-Coração".[104] No dia 12 de novembro gravaram um concerto especial no Campo Pequeno com os convidados Isabel Silvestre, Javier Andreu e Rita Redshoes de que resultou o digipack Os Primeiros 35 Anos ao Vivo,[carece de fontes?] constituído por 26 músicas gravadas em dois CD e DVD. Foi apresentado no dia 6 de fevereiro de 2017 mas só no dia 10 de fevereiro é que ficou disponível nas lojas. Como bónus no DVD incluem o histórico concerto de Alvalade em 1992.[105] Rui Reininho refere que "este DVD faltava-nos na nossa coleção, não paravam de nos instigar e era o único formato que faltava". A 11 de fevereiro de 2017 encerraram a digressão dos trinta e cinco anos com um concerto no Coliseu do Porto.[106]

Em 2016 receberam da Sociedade Portuguesa de Autores a "Medalha de Honra da SPA".

A 1 de Outubro de 2018, Dia Mundial da Música, os GNR divulgaram através das redes sociais o novo tema “Quem?”. Para o letrista e vocalista da banda, a canção "é uma afirmação para quem não duvida que este percurso musical se fez de ondas de rádio, montanhas russas de estradas e centenas de palcos por esses mundos fora e círculos fechados nos discos, vídeos e CDs e hoje também em streaming". O tema foi apresentado ao vivo pela primeira vez na rádio M80, no dia 8 de outubro. O teledisco, filmado no Porto, foi realizado por Marco Oliveira e teve a participação da atriz Mikaela Lupu.[107]

Discografia

Ver artigo principal: Discografia de GNR

Álbuns de estúdio

Colaborações

Bandas sonoras

Membros

Actuais

  • Rui Reininho - Voz (1981-presente)
  • Jorge Romão - Baixo (1983-presente)
  • Toli César Machado - Bateria, Acordeão, Guitarra (1980-presente)
  • Samuel Palitos - Bateria (2015-presente)
  • Paulo Borges - Teclas (2015-presente)
  • Marco Nunes - Guitarra (2018-presente)
  • Rui Maia - Guitarra, Teclas (2019-presente)

Antigos

  • Alexandre Soares - Guitarra, voz em "Portugal na CEE" (1980-1987)
  • Vítor Rua - Baixo e guitarra (1980-1983)
  • Zezé Garcia - Guitarra (1987-1994)
  • Alexandre Manaia - Guitarra (1994-1998)
  • António Mão de Ferro - Guitarra (1998-2007)
  • Andrew "Andy" Torrence - Guitarra (2007-2015)
  • Jorge Oliveira - Bateria (2012-2014)
  • Tiago Maia - Guitarra (2015-2018)
  • Mano Zé - Baixo (1980-1981)
  • Nuno Rebelo - Baixo (1982)
  • Miguel Megre - Teclas (1981-1985)
  • Manuel Ribeiro - Teclas (1985-1989)
  • Telmo Marques - Teclas (1989-2006)
  • Hugo Novo - Teclas (2006-2015)
  • Ruka (Rui Lacerda) - Bateria (2006-2015)

Referências

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Bibliografia

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Ligações externas