Programa de Desenvolvimento de Submarinos: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:GLAM MB Transferência das seções do Submarino Riachuelo (40104478752).jpg|miniaturadaimagem|Transferência de seções do Submarino ''Riachuelo'']]
[[Ficheiro:GLAM MB Transferência das seções do Submarino Riachuelo (40104478752).jpg|miniaturadaimagem|Transferência de seções do Submarino ''Riachuelo'']]
O '''Programa de Desenvolvimento de Submarinos''' ('''PROSUB''') é uma parceria firmada entre o [[Brasil]] e a [[França]], no ano de 2008, com o escopo de transferir tecnologia para a fabricação de embarcações militares. É um componente da Estratégia de Defesa do Estado, para o desenvolvimento do poder naval do Brasil, com a produção de quatro [[submarino]]s convencionais (propulsão diesel-elétrica) e do primeiro [[submarino de propulsão nuclear brasileiro]], além de um complexo militar treinado. O programa fará do país um dos poucos a contar com tecnologia nuclear, ao lado de [[Estados Unidos]], [[França]], [[Reino Unido]], [[China]] e [[Rússia]].
O '''Programa de Desenvolvimento de Submarinos''' ('''PROSUB''') é uma parceria firmada entre o [[Brasil]] e a [[França]], no ano de 2008, com o escopo de [[Transferência tecnológica|transferir tecnologia]] para a fabricação de embarcações militares. É um componente da Estratégia de Defesa do Estado, para o desenvolvimento do poder naval do Brasil, com a produção de quatro [[submarino]]s convencionais (propulsão [[diesel-elétrica]]) e do primeiro [[submarino de propulsão nuclear brasileiro]], além de um complexo militar treinado. O programa fará do país um dos poucos a contar com [[tecnologia nuclear]], ao lado de [[Estados Unidos]], [[França]], [[Reino Unido]], [[China]] e [[Rússia]].


O programa prevê também a construção de um complexo denominado Estaleiros e Base Naval. Neste local serão unidas as seções dos submarinos. Este complexo também será responsável por instalar o reator nuclear do ''Álvaro Alberto''.
O programa prevê também a construção de um complexo denominado Estaleiros e Base Naval. Neste local serão unidas as seções dos submarinos. Este complexo também será responsável por instalar o reator nuclear do ''Álvaro Alberto''.


A justificativa dada pela Marinha é que é necessário garantir a proteção da [[Amazônia Azul]] contra eventuais tentativas de reivindicar este território. Segundo eles, os submarinos (especialmente o nuclear) também são fundamentais para a dissuasão dessas reivindicações territoriais.
A justificativa dada pela Marinha é que é necessário garantir a proteção da [[Amazônia Azul]] contra eventuais tentativas de reivindicar este território. Segundo eles, os submarinos (especialmente o nuclear) também são fundamentais para a [[dissuasão]] dessas reivindicações territoriais.


O destino que será dado aos submarinos provenientes do programa será o de patrulhar a Amazônia Azul e as águas costeiras brasileiras. O [[SN Álvaro Alberto (SN-10)|Álvaro Alberto]] possuirá uma função mais específica, patrulhar as águas territoriais brasileiras mais profundas por tempo indeterminado pois sua autonomia só será limitada pela quantidade de suprimentos estocados.
O destino que será dado aos submarinos provenientes do programa será o de patrulhar a Amazônia Azul e as águas costeiras brasileiras. O [[SN Álvaro Alberto (SN-10)|Álvaro Alberto]] possuirá uma função mais específica, patrulhar as águas territoriais brasileiras mais profundas por tempo indeterminado pois sua autonomia só será limitada pela quantidade de suprimentos estocados.
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=== Antecedentes ===
=== Antecedentes ===

{{Artigo principal|Força de Submarinos}}
{{Artigo principal|Plano Estratégico da Marinha PEM 2040}}
{{Principal|Força de Submarinos|Plano Estratégico da Marinha PEM 2040}}

Desde o fim do século XIX, o Brasil buscava adquirir submarinos. Porém, a estrutura brasileira havia se mostrado inadequada para a produção deles. Foi então criada a [[Força de Submarinos]] com o objetivo de criar esta estrutura e para firmar parcerias com outras nações para a aquisição de alguns de seus submarinos. Foi desse acordo que foi comprado o ''[[F1 (submarino)|F1]]'' (um dos primeiros submarinos do Brasil). Inicialmente, o Brasil tinha feito parcerias com a [[Itália]]. Porém, com o final da Segunda Guerra, o poderio italiano havia sido consideravelmente abalado. Como resultado, o Brasil firmou uma parceria com os Estados Unidos. Dessa parceria vieram os submarinos das classes ''[[Classe Gato|Gato]]'', ''[[Classe Balao|Balao]]'', ''[[Greater Underwater Propulsion Power Program|Guppy]]'', ''Guppy II'' e ''[[Classe Oberon|Oberon]].'' Porém, especialmente após a [[Guerra das Malvinas]], o Brasil ainda almejava poder construir seu próprio submarino. Para tanto, o país fez uma parceria com os alemães para a construção dos submarinos da [[Classe Tupi|classe ''Tupi'']]. Essa parceria previa não só a classe Tupi, mas também auxílio dos alemães no projeto de um submarino construído no Brasil. O auge dessa parceria se deu em 1995. Nesse ano foi construído, sob a supervisão dos alemães, o ''[[S Tikuna (S-34)|Tikuna]]''. Ele diferia de todos os outros submarinos pois tinha sido construído no Brasil e dispunha de tecnologia e projeto exclusivamente brasileiros. Desde 1970, o Brasil almeja um submarino nuclear. Com a experiência adquirida com as parcerias anteriores, o Brasil buscou mais parcerias. A diferença residia no objetivo. O país queria uma nação que construísse tanto submarinos convencionais como submarinos nucleares. O país sondou a Rússia e a França. Somente este último aceitou a oferta e, 2008, têm início o PROSUB.<ref>{{Citar web |url=https://www.defesanet.com.br/prosub/noticia/11533/A-Defesa-em-Debate---FORCA-DE-SUBMARINOS-DA-MB---UMA-HISTORIA-DE-PODER/ |titulo=DefesaNet - Prosub - A Defesa em Debate - FORÇA DE SUBMARINOS DA MB - UMA HISTÓRIA DE PODER |acessodata=2021-07-20 |website=DefesaNet |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2018/01/14/os-100-anos-da-forca-de-submarinos-e-o-prosub-ultima-parte/ |titulo=Os 100 anos da Força de Submarinos e o Prosub – última parte |data=2018-01-14 |acessodata=2021-07-20 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref>{{Nota de rodapé|Antes de receber o nome "Força de Submarinos", era denominada "Flotilha de Submersíveis" e "Flotilha de Submarinos". O nome "Força de Submarinos" só foi implementado em 1963.<ref>{{Citar web|url=https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/livro_100_anos_forca_de_submarinos_spread.pdf|acesso-data=24 de julho de 2021|título= 100 anos da Força de Submarinos}}</ref>}}
Desde o fim do século XIX, o Brasil buscava adquirir submarinos. Porém, a estrutura brasileira havia se mostrado inadequada para a produção deles. Foi então criada a [[Força de Submarinos]] com o objetivo de criar esta estrutura e para firmar parcerias com outras nações para a aquisição de alguns de seus submarinos. Foi desse acordo que foi comprado o ''[[F1 (submarino)|F1]]'', da [[Classe Foca (Brasil)|Classe Foca]] (um dos primeiros submarinos do Brasil). Inicialmente, o Brasil tinha feito parcerias com a [[Itália]]. Porém, com o final da [[Segunda Guerra Mundial]], o poderio italiano havia sido consideravelmente abalado. Como resultado, o Brasil firmou uma parceria com os Estados Unidos. Dessa parceria vieram os submarinos das classes ''[[Classe Gato|Gato]]'', ''[[Classe Balao|Balao]]'', ''[[Greater Underwater Propulsion Power Program|Guppy]]'', ''Guppy II'' e ''[[Classe Oberon|Oberon]].'' Porém, especialmente após a [[Guerra das Malvinas]], o Brasil ainda almejava poder construir seu próprio submarino. Para tanto, o país fez uma parceria com os alemães para a construção dos submarinos da [[Classe Tupi|classe ''Tupi'']]. Essa parceria previa não só a classe Tupi, mas também auxílio dos alemães no projeto de um submarino construído no Brasil. O auge dessa parceria se deu em 1995. Nesse ano foi construído, sob a supervisão dos alemães, o ''[[S Tikuna (S-34)|Tikuna]]''. Ele diferia de todos os outros submarinos pois tinha sido construído no Brasil e dispunha de tecnologia e projeto exclusivamente brasileiros. Desde 1970, o Brasil almeja um [[submarino nuclear]]. Com a experiência adquirida com as parcerias anteriores, o Brasil buscou mais parcerias. A diferença residia no objetivo. O país queria uma nação que construísse tanto submarinos convencionais como submarinos nucleares. O país sondou a [[Rússia]] e a [[França]]. Somente este último aceitou a oferta e, 2008, têm início o PROSUB.<ref>{{Citar web |url=https://www.defesanet.com.br/prosub/noticia/11533/A-Defesa-em-Debate---FORCA-DE-SUBMARINOS-DA-MB---UMA-HISTORIA-DE-PODER/ |titulo=DefesaNet - Prosub - A Defesa em Debate - FORÇA DE SUBMARINOS DA MB - UMA HISTÓRIA DE PODER |acessodata=2021-07-20 |website=DefesaNet |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2018/01/14/os-100-anos-da-forca-de-submarinos-e-o-prosub-ultima-parte/ |titulo=Os 100 anos da Força de Submarinos e o Prosub – última parte |data=2018-01-14 |acessodata=2021-07-20 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref>{{Nota de rodapé|Antes de receber o nome "Força de Submarinos", era denominada "Flotilha de Submersíveis" e "Flotilha de Submarinos". O nome "Força de Submarinos" só foi implementado em 1963.<ref>{{Citar web|url=https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/livro_100_anos_forca_de_submarinos_spread.pdf|acesso-data=24 de julho de 2021|título= 100 anos da Força de Submarinos}}</ref>}}


=== Criação, objetivos e justificativa ===
=== Criação, objetivos e justificativa ===
{{Artigo principal|Zona econômica exclusiva do Brasil}}O Brasil tem uma grande costa com cerca de 8 500 quilômetros de litoral. Ela é fonte de riquezas minerais, energéticas e alimentos, essenciais para a subsistência de muitos cidadãos do país, além de ser o caminho de 95% das exportações e importações. Com a justificativa de proteger esses recursos, foi criado o PROSUB,<ref name=":1" /> programa que foi desenvolvido como parte da Amazônia Azul e da [[Estratégia Nacional de Defesa]]. Foi criado com o propósito de oferecer uma "força naval de envergadura", com diversos submarinos com as melhores tecnologias disponíveis (incluindo a nuclear). Seu começo se deu em 2008, quando foi firmado um acordo entre a França e o Brasil. O programa previa um auxílio dos franceses, na produção de submarinos da [[classe Riachuelo|classe ''Riachuelo'']] de submarinos, além do fornecimento de um design para o primeiro submarino nuclear do Brasil e transferências de tecnologias entre as ambas as nações. Além da parceria, o PROSUB contém estímulos para a indústria nacional, priorizando ferramentas e equipamentos.<ref name="GGN" /><ref name=":1">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/institucional |titulo=O PROSUB {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-27 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>[[Ficheiro:Brésil_-_ZEE_et_plateau_continental.jpeg|miniaturadaimagem|A área atual da Amazônia Azul. ]]
Segundo o Ministério da Marinha, "Com 7,4 mil quilômetros de costa, o Brasil tem, sob sua jurisdição, 3,5 milhões de quilômetros quadrados de espaço marítimo." Dentro dessa área são extraídos petróleo, gás natural, pescado e etc. Foram descobertos também reservas de níquel, cobre, cobalto e manganês a 4 mil metros de profundidade. Com uma quantidade tão abundante de recursos, o governo brasileiro passou a temer que outros países reivindicassem esse território. Para tanto, o Brasil ingressou, em 2004, na ONU essa área. A solicitação foi aceita. Porém, o país continuou a temer coerções por parte de outros países a fim de que entregassem essa zona. O Ministério da Defesa decidiu então em sua [[Estratégia Nacional de Defesa]], que o Brasil necessitava de uma força naval de envergadura para poder ter maior influência em futuras negociações e para poder proteger a Amazônia Azul. A [[Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar|Lei do Mar]] divide não só a Amazônia Azul bem como quaisquer outras regiões oceânicas nas seguintes áreas:<ref name=":4">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/economia-azul/noticias/o-que-%C3%A9-amaz%C3%B4nia-azul-e-por-que-o-brasil-quer-se-tornar-pot%C3%AAncia-militar-no-atl%C3%A2ntico |titulo=O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico {{!}} Economia Azul {{!}} Marinha do Brasil |acessodata=2021-07-16 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


{{Principal|Zona econômica exclusiva do Brasil}}
* Mar territorial – território que percorre desde a costa do país (no caso o Brasil) até 22 quilômetros oceano adentro. O país têm o direito de controlar tudo o que estiver dentro dessa região, desde o solo oceânico até o espaço aéreo local.<ref name=":4" />

O Brasil tem uma [[Costa brasileira|grande costa]] com cerca de 8 500 quilômetros de litoral. Ela é fonte de riquezas minerais, energéticas e alimentos, essenciais para a subsistência de muitos cidadãos do país, além de ser o caminho de 95% das exportações e importações. Com a justificativa de proteger esses recursos, foi criado o PROSUB,<ref name=":1" /> programa que foi desenvolvido como parte da Amazônia Azul e da [[Estratégia Nacional de Defesa]]. Foi criado com o propósito de oferecer uma "força naval de envergadura", com diversos submarinos com as melhores tecnologias disponíveis (incluindo a nuclear). Seu começo se deu em 2008, quando foi firmado um acordo entre a França e o Brasil. O programa previa um auxílio dos franceses, na produção de submarinos da [[classe Riachuelo|classe ''Riachuelo'']] de submarinos, além do fornecimento de um ''[[design]]'' para o primeiro submarino nuclear do Brasil e transferências de tecnologias entre as ambas as nações. Além da parceria, o PROSUB contém estímulos para a indústria nacional, priorizando ferramentas e equipamentos.<ref name="GGN" /><ref name=":1">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/institucional |titulo=O PROSUB {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-27 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>[[Ficheiro:Brésil_-_ZEE_et_plateau_continental.jpeg|miniaturadaimagem|A área atual da Amazônia Azul. ]]
Segundo o Ministério da Marinha, "Com 7,4 mil quilômetros de costa, o Brasil tem, sob sua jurisdição, 3,5 milhões de quilômetros quadrados de espaço marítimo." Dentro dessa área são extraídos [[petróleo]], [[gás natural]], [[pescado]] e etc. Foram descobertos também reservas de [[níquel]], [[cobre]], [[cobalto]] e [[manganês]] a 4 mil metros de profundidade. Com uma quantidade tão abundante de recursos, o governo brasileiro passou a temer que outros países reivindicassem esse território. Para tanto, o Brasil ingressou, em 2004, na ONU essa área. A solicitação foi aceita. Porém, o país continuou a temer coerções por parte de outros países a fim de que entregassem essa zona. O Ministério da Defesa decidiu então em sua [[Estratégia Nacional de Defesa]], que o Brasil necessitava de uma força naval de envergadura para poder ter maior influência em futuras negociações e para poder proteger a Amazônia Azul. A [[Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar|Lei do Mar]] divide não só a Amazônia Azul bem como quaisquer outras regiões oceânicas nas seguintes áreas:<ref name=":4">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/economia-azul/noticias/o-que-%C3%A9-amaz%C3%B4nia-azul-e-por-que-o-brasil-quer-se-tornar-pot%C3%AAncia-militar-no-atl%C3%A2ntico |titulo=O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico {{!}} Economia Azul {{!}} Marinha do Brasil |acessodata=2021-07-16 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

* [[Mar territorial]] – território que percorre desde a costa do país (no caso o Brasil) até 22 quilômetros oceano adentro. O país têm o direito de controlar tudo o que estiver dentro dessa região, desde o solo oceânico até o espaço aéreo local.<ref name=":4" />
* Zona contígua – resume-se a mais 22 quilômetros (44 somados ao Mar territorial) sob a jurisdição do país costeiro. Serve principalmente como um meio de garantir que ilícitos navais sejam coibidos.<ref name=":4" />
* Zona contígua – resume-se a mais 22 quilômetros (44 somados ao Mar territorial) sob a jurisdição do país costeiro. Serve principalmente como um meio de garantir que ilícitos navais sejam coibidos.<ref name=":4" />
* Zona econômica exclusiva – estende-se a até 370 quilômetros a partir das linhas acordadas pelo país costeiro. O país têm o domínio sob tudo (seja vivo ou inanimado) que estiver dentro dessa zona. Porém, o país só pode utilizar esta região para fins econômicos (pesca, geração de energia extração de recursos naturais etc.) além de poder construir nesta zona.<ref name=":4" />
* [[Zona econômica exclusiva do Brasil|Zona econômica exclusiva]] – estende-se a até 370 quilômetros a partir das linhas acordadas pelo país costeiro. O país têm o domínio sob tudo (seja vivo ou inanimado) que estiver dentro dessa zona. Porém, o país só pode utilizar esta região para fins econômicos ([[pesca]], [[geração de energia]] e extração de recursos naturais etc.) além de poder construir nesta zona.<ref name=":4" />
* Plataforma Continental – deve ser estabelecida seguindo os critérios do artigo 76 da Lei do Mar. Nesta zona, o país também possui o controle dos recursos naturais ou industriais (se houverem). A diferença desta zona reside em o pleno domínio do Estado nela, pois o mesmo, se não utilizar os recursos, tem o direito de proibir a extração de outros (iniciativa privada).<ref name=":4" />
* [[Plataforma continental]] – deve ser estabelecida seguindo os critérios do artigo 76 da Lei do Mar. Nesta zona, o país também possui o controle dos recursos naturais ou industriais (se houverem). A diferença desta zona reside em o pleno domínio do Estado nela, pois o mesmo, se não utilizar os recursos, tem o direito de proibir a extração de outros (iniciativa privada).<ref name=":4" />
Como resultado, o PROSUB é criado para prover proteção a estas áreas. Como parte do programa, o Brasil firmou uma parceria com a França para produzir submarinos e fornecer capacitação para engenheiros e profissionais da área de construção brasileiros. A Marinha justifica essa necessidade dizendo que "''apesar do Brasil estar em uma área teoricamente livre de grandes conflitos, atuando no cenário internacional baseado na legitimidade dada pelas Organizações Internacionais Governamentais, a história mostra que se um Estado possui um bem valioso, sobre o qual há uma iminente cobiça ou demanda de outros atores, existe uma situação de insegurança para esta nação, que deve se cercar de meios dissuasivos de poder''".<ref name=":1" /><ref name=":4" />
Como resultado, o PROSUB é criado para prover proteção a estas áreas. Como parte do programa, o Brasil firmou uma parceria com a França para produzir submarinos e fornecer capacitação para engenheiros e profissionais da área de construção brasileiros. A Marinha justifica essa necessidade dizendo que:


:"''apesar do Brasil estar em uma área teoricamente livre de grandes conflitos, atuando no cenário internacional baseado na legitimidade dada pelas Organizações Internacionais Governamentais, a história mostra que se um Estado possui um bem valioso, sobre o qual há uma iminente cobiça ou demanda de outros atores, existe uma situação de insegurança para esta nação, que deve se cercar de meios dissuasivos de poder''".<ref name=":1" /><ref name=":4" />
Devido a um acordo firmado entre França e Brasil, engenheiros e profissionais da área industrial visitaram instalações francesas para aprender técnicas de construção (materiais que devem ser usados por exemplo). Essa capacitação é denominada “OntheJob Training” e é gerenciada pela NAVAL GROUP (instituição naval de treinamento francesa). Mais de 250 engenheiros e técnicos da Marinha foram treinados e capacitados nas técnicas de construção francesas. O Acordo de Transferência de Tecnologia está previsto para terminar junto com o PROSUB.<ref name=":5">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-tecnologia-convencional |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-21 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


O PEM 2040 (Plano Estratégico da Marinha) é um documento que traça os objetivos da Marinha de 2020 até 2040. Dentro deste documento existem planos para o PROSUB. O primeiro deles é o de gerir melhor os recursos utilizados no programa (construir mais escolas navais e estruturas). O segundo é o de aproveitar a base fornecida pelo PROSUB para utilizar suas instalações para servirem de porto para os navios da futura [[Classe Tamandaré|classe ''Tamandaré.'']] Nas palavras deles, "''Tal sistemática está no Programa de Submarinos (PROSUB), o programa está alinhado ás melhores práticas de governança e gestão da obtenção das fragatas de classe Tamandaré, [...] contribuindo com a eficiência do Programa de Obtenção de Meios Hidrográficos do investimento estatal e o desenvolvimento da PROHIDRO e os subprogramas relacionados á área da Defesa''".<ref>{{Citar web |url=https://rumoaomar.org.br/marinha/conheca-o-futuro-da-marinha-do-brasil-nos-proximos-20-anos-plano-estrategico-da-marinha-pem-2040-parte-1.html |titulo=Conheça o Futuro da Marinha do Brasil nos próximos 20 anos. PEM 2040 (Parte-1)* |data=2020-10-08 |acessodata=2021-07-23 |website=Rumo ao Mar |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/sites/all/modules/pub_pem_2040/files/basic-html/page85.html |titulo=Page 85 - PEM 2040 |acessodata=2021-07-24 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>
Devido a um acordo firmado entre França e Brasil, engenheiros e profissionais da área industrial visitaram instalações francesas para aprender técnicas de construção (materiais que devem ser usados por exemplo). Essa capacitação é denominada “OntheJob Training” e é gerenciada pela NAVAL GROUP (instituição naval de treinamento francesa). Mais de 250 engenheiros e técnicos da Marinha foram treinados e capacitados nas técnicas de construção francesas. O Acordo de [[Transferência de tecnologia]] está previsto para terminar junto com o PROSUB.<ref name=":5">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-tecnologia-convencional |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-21 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>
O PEM 2040 (Plano Estratégico da Marinha) é um documento que traça os objetivos da Marinha de 2020 até 2040. Dentro deste documento existem planos para o PROSUB. O primeiro deles é o de gerir melhor os recursos utilizados no programa (construir mais escolas navais e estruturas). O segundo é o de aproveitar a base fornecida pelo PROSUB para utilizar suas instalações para servirem de porto para os navios da futura [[Classe Tamandaré|classe ''Tamandaré.'']] Nas palavras deles,
:"''Tal sistemática está no Programa de Submarinos (PROSUB), o programa está alinhado ás melhores práticas de governança e gestão da obtenção das fragatas de classe Tamandaré, [...] contribuindo com a eficiência do Programa de Obtenção de Meios Hidrográficos do investimento estatal e o desenvolvimento da PROHIDRO e os subprogramas relacionados á área da Defesa''".<ref>{{Citar web |url=https://rumoaomar.org.br/marinha/conheca-o-futuro-da-marinha-do-brasil-nos-proximos-20-anos-plano-estrategico-da-marinha-pem-2040-parte-1.html |titulo=Conheça o Futuro da Marinha do Brasil nos próximos 20 anos. PEM 2040 (Parte-1)* |data=2020-10-08 |acessodata=2021-07-23 |website=Rumo ao Mar |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/sites/all/modules/pub_pem_2040/files/basic-html/page85.html |titulo=Page 85 - PEM 2040 |acessodata=2021-07-24 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

== Estrutura ==

[[File:Dia do Marinheiro (50708555837).jpg|thumb|O [[S Humaitá (S-41)|''Humaitá'' (S-41)]] no Complexo Naval de Itaguaí nas comemorações do [[Dia do Marinheiro]].|esquerda]]

O PROSUB, além de construir quatro submarinos convencionais e um nuclear, deve construir uma [[base naval]] e dois [[estaleiro]]s. Cabe a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN) gerenciar o PROSUB e garantir o bom investimento dos 35 bilhões de reais. As instalações alvos desses investimentos são as seguintes:<ref name=":2">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/economia-azul/noticias/o-que-%C3%A9-amaz%C3%B4nia-azul-e-por-que-o-brasil-quer-se-tornar-pot%C3%AAncia-militar-no-atl%C3%A2ntico |titulo=O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico {{!}} Economia Azul {{!}} Marinha do Brasil |acessodata=2021-07-16 |website=www.marinha.mil.br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/estrutura |titulo=Estrutura do PROSUB {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


==Estrutura==
[[File:Dia do Marinheiro (50708555837).jpg|thumb|O [[S Humaitá (S-41)|''Humaitá'' (S-41)]] no Complexo Naval de Itaguaí nas comemorações do [[Dia do Marinheiro]].|esquerda]]O PROSUB, além de construir quatro submarinos convencionais e um nuclear, deve construir uma base naval e dois estaleiros. Cabe a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN) gerenciar o PROSUB e garantir o bom investimento dos 35 bilhões de reais. As instalações alvos desses investimentos são as seguintes:<ref name=":2">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/economia-azul/noticias/o-que-%C3%A9-amaz%C3%B4nia-azul-e-por-que-o-brasil-quer-se-tornar-pot%C3%AAncia-militar-no-atl%C3%A2ntico |titulo=O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico {{!}} Economia Azul {{!}} Marinha do Brasil |acessodata=2021-07-16 |website=www.marinha.mil.br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/estrutura |titulo=Estrutura do PROSUB {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>
*Unidade de fabricação de estruturas metálicas (UFEM) – inaugurada em 1º de março de 2013, foi a primeira etapa do PROSUB para a construção de submarinos. Possuí uma área de 96 mil m², sendo 57 mil m² de área construída. Ela foi construída, segundo a Marinha, propositalmente ao lado da Nuclep (estatal de maquinário pesado). Neste local são construídos os submarinos convencionais e, quando o projeto estiver concluído, o primeiro submarino nuclear brasileiro será construído.<ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/ufem |titulo=UFEM {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-17 |website=www.marinha.mil.br}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.aben.com.br/noticias/seminario-internacional-de-energia-nuclear-encerra-com-visita-ao-programa-de-desenvolvimento-de-submar |titulo=Seminário Internacional de Energia Nuclear encerra com visita ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha - Associação Brasileira de Energia Nuclear |acessodata=2021-07-01 |website=www.aben.com.br}}</ref><ref name="EBCinaug" />
*Unidade de fabricação de estruturas metálicas (UFEM) – inaugurada em 1º de março de 2013, foi a primeira etapa do PROSUB para a construção de submarinos. Possuí uma área de 96 mil m², sendo 57 mil m² de área construída. Ela foi construída, segundo a Marinha, propositalmente ao lado da Nuclep (estatal de maquinário pesado). Neste local são construídos os submarinos convencionais e, quando o projeto estiver concluído, o primeiro submarino nuclear brasileiro será construído.<ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/ufem |titulo=UFEM {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-17 |website=www.marinha.mil.br}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.aben.com.br/noticias/seminario-internacional-de-energia-nuclear-encerra-com-visita-ao-programa-de-desenvolvimento-de-submar |titulo=Seminário Internacional de Energia Nuclear encerra com visita ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha - Associação Brasileira de Energia Nuclear |acessodata=2021-07-01 |website=www.aben.com.br}}</ref><ref name="EBCinaug" />


*Estaleiros e base naval - o prédio principal do estaleiro foi inaugurado em 12 de dezembro de 2014. Neste local as seções de submarinos serão unidas e instalada a propulsão do submarino nuclear. A base naval é composta por dois polos, o norte e o sul.<ref name="Min.Def.Inaug" /><ref name="AgBRinaugEst" />
*Estaleiros e base naval - o prédio principal do estaleiro foi inaugurado em 12 de dezembro de 2014. Neste local as seções de submarinos serão unidas e instalada a propulsão do [[submarino nuclear]]. A base naval é composta por dois polos, o norte e o sul.<ref name="Min.Def.Inaug" /><ref name="AgBRinaugEst" />


*Complexo radiológico (também chamado de [[Centro Experimental Aramar]]) - construído sob severas normas de segurança, sendo considerado até como "resistente a tsunami". É aqui que é estudado o ciclo do urânio dentre outros estudos relacionados com a propulsão nuclear. Neste local será construído o reator nuclear do primeiro submarino nuclear brasileiro.<ref name="DFradio" />
*Complexo radiológico (também chamado de [[Centro Experimental Aramar]]) - construído sob severas normas de segurança, sendo considerado até como "resistente a [[tsunami]]". É aqui que é estudado o [[Ciclo do Combustível Nuclear|ciclo]] do [[urânio]] dentre outros estudos relacionados com a [[propulsão nuclear]]. Neste local será construído o reator nuclear do primeiro submarino nuclear brasileiro.<ref name="DFradio" />
No dia 12 de julho de 2021, o Comando da Força de Submarinos se mudou para o Complexo Naval de Itaguaí.<ref>{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2021/07/15/comando-da-forca-de-submarinos-e-transferido-para-o-complexo-naval-de-itaguai/ |titulo=Comando da Força de Submarinos é transferido para o Complexo Naval de Itaguaí |data=2021-07-15 |acessodata=2021-07-20 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref>
No dia 12 de julho de 2021, o Comando da Força de Submarinos se mudou para o Complexo Naval de Itaguaí.<ref>{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2021/07/15/comando-da-forca-de-submarinos-e-transferido-para-o-complexo-naval-de-itaguai/ |titulo=Comando da Força de Submarinos é transferido para o Complexo Naval de Itaguaí |data=2021-07-15 |acessodata=2021-07-20 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref>


==Submarinos==
== Submarinos ==
===Submarinos convencionais===
{{Artigo principal|Classe Riachuelo}}{{Artigo principal|S Riachuelo (S-40)}}


=== Submarinos convencionais ===
Em diferentes fases de construção estão os quatro submarinos convencionais propostos pelo programa. Derivados dos franceses da [[Classe Scorpène|classe ''Scorpène'']], seus nomes são [[Riachuelo (S-40)|''Riachuelo'' (S-40)]], líder da [[Classe Riachuelo|Classe ''Riachuelo'']]; [[S Humaitá (S-41)|''Humaitá'' (S-41)]], [[S Tonelero (S-42)|''Tonelero'' (S-42)]] e o [[S Angostura (S-43)|''Angostura'' (S-43)]]. O projeto e o design dos submarinos, apesar de derivarem dos franceses, possuem grandes diferenças com relação aos da classe ''Scorpène'', como maior comprimento e calado. A Marinha justifica essa disparidade dizendo que "''o modelo francês não atende plenamente aos requisitos da Marinha do Brasil. Com 8,5 mil quilômetros de costa, o País requer um submarino capaz de alcançar os extremos, fazer patrulhas de norte a sul, e voltar para a sua base, sem precisar de apoio. Para percorrer distâncias maiores, ficando mais tempo no mar, o submarino precisa ter capacidade de carregar combustível e mantimentos em maior quantidade. E é recomendável que ofereça também mais conforto à tripulação''".<ref name=":5" /><ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/naval/sbr-submarino-riachuelo-s40 |titulo=SBr – Submarino ‘Riachuelo’ (S40) |data=2012-12-05 |acessodata=2021-06-28 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>[[Ficheiro:S 40 Riachuelo.stl|miniaturadaimagem|Modelo 3D do S40]]O trunfo, esperado pela Marinha, é a capacidade de ocultação gerando o ''efeito surpresa''. Este tipo de submarinos são detectáveis por ondas sonoras emitidas por [[sonar]]es, mas como a propagação do som é interferida por diversos fatores, são produzidas ''zonas de sombra,'' onde a embarcação não pode ser detectada, por confundir-se com o meio.<ref name="Galileu" />


{{Principal|Classe Riachuelo|S Riachuelo (S-40)}}
A ocultação de submarinos com propulsão diesel-elétrica não pode ser executada de forma prolongada. Periodicamente terá que voltar a superfície, pois depende de [[ar atmosférico]] para o funcionamento do motor, recarregando as baterias, como também para refazer o ar de dentro da estação. Deste modo, as partes ficam expostas e podem ser detectadas por radares, navios e aeronaves. Possuem mobilidade reduzida e atingem velocidade média de 21 nós (39 quilômetros por hora). O uso principal desses submarinos é a patrulha de áreas litorâneas da costa brasileira, pois, sua mobilidade e velocidade é reduzida. Tornando-o possivelmente inadequado para o mar aberto. Além da velocidade, eles poderão deslocar 2 mil toneladas. Seu comprimento é de 71,6 metros, sua [[Boca (náutica)|boca]] mede 6,2 metros, seu [[calado]] vai até 5,5 metros. Sua propulsão é diesel-elétrica e o permite ter uma autonomia de até 20.924 quilômetros.<ref name="Galileu" /><ref name=":7">{{Citar web|url=https://www.marinha.mil.br/content/submarino-classe-scorpene|titulo=Submarino Classe Scorpene|data=2017-06-12|acessodata=2019-01-12|obra=Marinha do Brasil|ultimo=supervisor|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":8">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/finalidade-submarino-conv |titulo=Finalidade {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

Em diferentes fases de construção estão os quatro submarinos convencionais propostos pelo programa. Derivados dos franceses da [[Classe Scorpène|classe ''Scorpène'']], seus nomes são [[Riachuelo (S-40)|''Riachuelo'' (S-40)]], líder da [[Classe Riachuelo|Classe ''Riachuelo'']]; [[S Humaitá (S-41)|''Humaitá'' (S-41)]], [[S Tonelero (S-42)|''Tonelero'' (S-42)]] e o [[S Angostura (S-43)|''Angostura'' (S-43)]]. O projeto e o design dos submarinos, apesar de derivarem dos franceses, possuem grandes diferenças com relação aos da classe ''Scorpène'', como maior comprimento e calado. A Marinha justifica essa disparidade dizendo que:

:"''o modelo francês não atende plenamente aos requisitos da Marinha do Brasil. Com 8,5 mil quilômetros de costa, o País requer um submarino capaz de alcançar os extremos, fazer patrulhas de norte a sul, e voltar para a sua base, sem precisar de apoio. Para percorrer distâncias maiores, ficando mais tempo no mar, o submarino precisa ter capacidade de carregar combustível e mantimentos em maior quantidade. E é recomendável que ofereça também mais conforto à tripulação''".<ref name=":5" /><ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/naval/sbr-submarino-riachuelo-s40 |titulo=SBr – Submarino ‘Riachuelo’ (S40) |data=2012-12-05 |acessodata=2021-06-28 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>

[[Ficheiro:S 40 Riachuelo.stl|miniaturadaimagem|Modelo 3D do S40]]

O trunfo, esperado pela Marinha, é a capacidade de ocultação gerando o ''efeito surpresa''. Este tipo de submarinos são detectáveis por [[ondas sonoras]] emitidas por [[sonar]]es, mas como a propagação do som é interferida por diversos fatores, são produzidas ''zonas de sombra,'' onde a embarcação não pode ser detectada, por confundir-se com o meio.<ref name="Galileu" />

A ocultação de submarinos com [[Diesel-elétrico|propulsão diesel-elétrica]] não pode ser executada de forma prolongada. Periodicamente terá que voltar a superfície, pois depende de [[ar atmosférico]] para o funcionamento do motor, recarregando as [[bateria (eletricidade)|bateria]]s, como também para refazer o ar de dentro da estação. Deste modo, as partes ficam expostas e podem ser detectadas por [[radar]]es, [[navio]]s e [[aeronave]]s. Possuem mobilidade reduzida e atingem velocidade média de 21 [[nó (unidade)|nó]]s (39 quilômetros) por hora. O uso principal desses submarinos é a patrulha de áreas litorâneas da costa brasileira, pois, sua mobilidade e velocidade é reduzida. Tornando-o possivelmente inadequado para o mar aberto. Além da velocidade, eles poderão deslocar 2 mil toneladas. Seu comprimento é de 71,6 metros, sua [[Boca (náutica)|boca]] mede 6,2 metros, seu [[calado]] vai até 5,5 metros. Sua propulsão é diesel-elétrica e o permite ter uma autonomia de até 20.924 quilômetros.<ref name="Galileu" /><ref name=":7">{{Citar web|url=https://www.marinha.mil.br/content/submarino-classe-scorpene|titulo=Submarino Classe Scorpene|data=2017-06-12|acessodata=2019-01-12|obra=Marinha do Brasil|ultimo=supervisor|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":8">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/finalidade-submarino-conv |titulo=Finalidade {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


Até agora dois submarinos foram concluídos. O ''Riachuelo'' teve o término da construção em 2015, sendo [[Botadura|lançado ao mar]] em 2018. Essa cerimônia contou com a presença de diversas autoridades. Neste momento, ele está na reta final de seus testes. A previsão é de que ele termine seus testes ainda este ano. O segundo submarino concluído é o Humaitá. Ele foi lançado em 11 de dezembro de 2020 e está em fase de testes. A expectativa é de que ele termine seu período de testes também neste ano.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/12/14/temer-e-bolsonaro-participam-de-lancamento-de-submarino-em-itaguai-rj.ghtml |titulo=Temer e Bolsonaro participam de lançamento de submarino em Itaguaí (RJ) |acessodata=2021-07-24 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.defesanet.com.br/prosub/noticia/38954/S-41-Humaita-pronto-para-ser-lancado-/ |titulo=DefesaNet - Prosub - S-41 Humaitá pronto para ser lançado. |acessodata=2021-07-24 |website=DefesaNet |lingua=pt}}</ref>
Até agora dois submarinos foram concluídos. O ''Riachuelo'' teve o término da construção em 2015, sendo [[Botadura|lançado ao mar]] em 2018. Essa cerimônia contou com a presença de diversas autoridades. Neste momento, ele está na reta final de seus testes. A previsão é de que ele termine seus testes ainda este ano. O segundo submarino concluído é o Humaitá. Ele foi lançado em 11 de dezembro de 2020 e está em fase de testes. A expectativa é de que ele termine seu período de testes também neste ano.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/12/14/temer-e-bolsonaro-participam-de-lancamento-de-submarino-em-itaguai-rj.ghtml |titulo=Temer e Bolsonaro participam de lançamento de submarino em Itaguaí (RJ) |acessodata=2021-07-24 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.defesanet.com.br/prosub/noticia/38954/S-41-Humaita-pronto-para-ser-lancado-/ |titulo=DefesaNet - Prosub - S-41 Humaitá pronto para ser lançado. |acessodata=2021-07-24 |website=DefesaNet |lingua=pt}}</ref>


===Submarino com propulsão nuclear===
=== Submarino com propulsão nuclear ===
{{Artigo principal|SN Álvaro Alberto (SN-10)}}
O submarino a ser construído será batizado como [[SN Álvaro Alberto (SN-10)|SN ''Álvaro Alberto'' (SN-10)]]. Com [[propulsão nuclear]], poderá ficar submerso por tempo indefinido. Com um grande poder de mobilidade, atingirá velocidades de 65,5 quilômetros por hora. Sua limitação encontra-se no estoque de mantimentos e estabilidade física e psíquica da tripulação. São utilizados em águas profundas. Sua fonte de energia será um [[reator nuclear]], que produzirá calor para vaporizar a água utilizada em turbinas.<ref name="Cemfoco" /><ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/ciencia-e-tecnologia/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10 |titulo=Submarino Nuclear Brasileiro ‘Alvaro Alberto’ (SN 10) |data=2012-12-07 |acessodata=2021-06-28 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>


{{Principal|SN Álvaro Alberto (SN-10)}}
[[Imagem:Aramar2008-08-31.jpeg|thumb|O Centro Experimental Aramar. É aqui onde são feitos os estudos com o material nuclear que comporá o reator nuclear.|esquerda]]O anúncio do desenvolvimento desse submarino se deu em 27 de agosto de 2009, o começo da construção estava previsto para 2016, mas foi adiado para 2023. O projeto dele é baseado nos submarinos da classe ''Riachuelo'', só que maior e com propulsão nuclear. A propulsão nuclear dele foi desenvolvida por técnicos brasileiros, e foi projetada com base na experiência adquirida com os franceses.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2021/05/10/marinha-avanca-no-projeto-de-construcao-do-submarino-nuclear-brasileiro/ |titulo=Marinha avança no projeto de construção do submarino nuclear brasileiro |data=2021-05-10 |acessodata=2021-06-30 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-nuclear |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-30 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


O submarino a ser construído será batizado como [[SN Álvaro Alberto (SN-10)|SN ''Álvaro Alberto'' (SN-10)]]. Com [[propulsão nuclear]], poderá ficar submerso por tempo indefinido. Com um grande poder de mobilidade, atingirá velocidades de 65,5 quilômetros por hora. Sua limitação encontra-se no estoque de mantimentos e estabilidade física e psíquica da tripulação. São utilizados em águas profundas. Sua fonte de energia será um [[reator nuclear]], que produzirá calor para vaporizar a água utilizada em [[Turbina a vapor|turbinas]].<ref name="Cemfoco" /><ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/ciencia-e-tecnologia/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10 |titulo=Submarino Nuclear Brasileiro ‘Alvaro Alberto’ (SN 10) |data=2012-12-07 |acessodata=2021-06-28 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>
Este projeto faz parte do já citado Acordo de Transferência de Tecnologia entre Brasil e França. Como parte disso, duzentos engenheiros e técnicos brasileiros visitaram [[Cherbourg-Octeville|Cherbourg]] para acompanhar a construção das seções dianteiras do ''Riachuelo''. Além disso, eles receberam capacitação em várias técnicas como soldagem, conformação de peças e fabricação de estruturas. Também foi construída uma escola em [[Lorient]] para o estudo e criação de projetos de submarinos. Essa escola possuía 31 alunos da Marinha. Eles visitaram várias cidades com diversos objetivos são elas:<ref name=":6">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-nuclear |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-21 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

[[Imagem:Aramar2008-08-31.jpeg|thumb|O Centro Experimental Aramar. É aqui onde são feitos os estudos com o material nuclear que comporá o reator nuclear.|esquerda]]

O anúncio do desenvolvimento desse submarino se deu em 27 de agosto de 2009, o começo da construção estava previsto para 2016, mas foi adiado para 2023. O projeto dele é baseado nos submarinos da classe ''Riachuelo'', só que maior e com propulsão nuclear. A propulsão nuclear dele foi desenvolvida por técnicos brasileiros, e foi projetada com base na experiência adquirida com os franceses.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://www.naval.com.br/blog/2021/05/10/marinha-avanca-no-projeto-de-construcao-do-submarino-nuclear-brasileiro/ |titulo=Marinha avança no projeto de construção do submarino nuclear brasileiro |data=2021-05-10 |acessodata=2021-06-30 |website=Poder Naval - A informação naval comentada e discutida |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-nuclear |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-30 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

Este projeto faz parte do já citado Acordo de Transferência de Tecnologia entre Brasil e França. Como parte disso, duzentos engenheiros e técnicos [[brasileiros]] visitaram [[Cherbourg-Octeville|Cherbourg]] para acompanhar a construção das seções dianteiras do ''Riachuelo''. Além disso, eles receberam capacitação em várias técnicas como [[soldagem]], conformação de peças e fabricação de estruturas. Também foi construída uma escola em [[Lorient]] para o estudo e criação de projetos de submarinos. Essa escola possuía 31 alunos da Marinha. Eles visitaram várias cidades com diversos objetivos são elas:<ref name=":6">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/transferencia-nuclear |titulo=Transferência de Tecnologia {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-21 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


* [[Toulon]] - Aqui eles aprenderam sobre os sistemas de combate empregados nos submarinos.<ref name=":6" />
* [[Toulon]] - Aqui eles aprenderam sobre os sistemas de combate empregados nos submarinos.<ref name=":6" />
* Parque Tecnológico de Sophia-Antipolis - Aqui eles aprenderam sobre os sonares utilizados em submarinos.<ref name=":6" />
* Parque Tecnológico de Sophia-Antipolis - Aqui eles aprenderam sobre os sonares utilizados em submarinos.<ref name=":6" />
* Ruelle - Aqui eles aprenderam sobre equipamentos essenciais dos submarinos.<ref name=":6" />
* Ruelle - Aqui eles aprenderam sobre equipamentos essenciais dos submarinos.<ref name=":6" />
* Saint-Tropez - Aqui eles assistiram á produção dos novos torpedos que serão utilizados em submarinos franceses e, por conseguinte, nos brasileiros.<ref name=":6" />
* Saint-Tropez - Aqui eles assistiram á produção dos novos [[torpedo]]s que serão utilizados em submarinos franceses e, por conseguinte, nos brasileiros.<ref name=":6" />


Técnicos franceses também participam do projeto do SN-BR (submarino nuclear brasileiro). Eles acompanham todas as etapas (construção dos Estaleiros e Base Naval, cascos fabricados pela Nuclep etc.) menos a da planta nuclear do submarino. Esta, segundo a Marinha, está fora do Acordo.<ref name=":6" />
Técnicos franceses também participam do projeto do SN-BR (submarino nuclear brasileiro). Eles acompanham todas as etapas (construção dos Estaleiros e Base Naval, [[casco (navio)|casco]]s fabricados pela Nuclep etc.) menos a da planta nuclear do submarino. Esta, segundo a Marinha, está fora do Acordo.<ref name=":6" />


O projeto deste submarino, até o momento, prevê um submarino que possua cem metros de comprimento, que desloque mais de 6 mil toneladas, que possua um reator nuclear do tipo [[Reator de água pressurizada|PWR]], que tenha uma velocidade média de 24 nós (44,4 quilômetros por hora), que possa ter uma autonomia ilimitada (dependendo somente dos mantimentos estocados), que possa atingir uma profundidade de até 350 metros e que possa transportar mais de cem homens.<ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/ciencia-e-tecnologia/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10 |titulo=Submarino Nuclear Brasileiro ‘Alvaro Alberto’ (SN 10) |data=2012-12-07 |acessodata=2021-07-24 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>
O projeto deste submarino, até o momento, prevê um submarino que possua cem metros de comprimento, que desloque mais de 6 mil toneladas, que possua um reator nuclear do tipo [[Reator de água pressurizada|PWR]], que tenha uma velocidade média de 24 [[nó (unidade)|nó]]s (44,4 quilômetros por hora), que possa ter uma autonomia ilimitada (dependendo somente dos mantimentos estocados), que possa atingir uma profundidade de até 350 metros e que possa transportar mais de cem homens.<ref>{{Citar web |url=https://www.defesaaereanaval.com.br/ciencia-e-tecnologia/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10 |titulo=Submarino Nuclear Brasileiro ‘Alvaro Alberto’ (SN 10) |data=2012-12-07 |acessodata=2021-07-24 |website=Defesa Aérea &amp; Naval |lingua=pt-BR}}</ref>


Em 10 de maio de 2021, a [[Nuclebrás Equipamentos Pesados|Nuclep]], empresa estatal de equipamentos pesados, anunciou que espera que, em dois meses, um acordo seja fechado para a construção da estrutura externa do submarino. O valor previsto é de 200 milhões de reais. O término dos trabalhos (construção, testes e comissionamento) é previsto para 2029.<ref name=":0" /><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/projeto-e-construcao |titulo=Projeto e Construção {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-30 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>
Em 10 de maio de 2021, a [[Nuclebrás Equipamentos Pesados|Nuclep]], [[Lista de empresas estatais do Brasil|empresa estatal]] de equipamentos pesados, anunciou que espera que, em dois meses, um acordo seja fechado para a construção da estrutura externa do submarino. O valor previsto é de 200 milhões de reais. O término dos trabalhos (construção, testes e comissionamento) é previsto para 2029.<ref name=":0" /><ref>{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/projeto-e-construcao |titulo=Projeto e Construção {{!}} PROSUB |acessodata=2021-06-30 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>

Segundo o Ministério da Marinha, a finalidade última deste projeto é a de "''atender às diretrizes estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa, acrescentando uma nova dimensão ao Poder Naval de nosso País''" e "''assegurar a [[soberania]] nas águas jurisdicionais brasileiras, garantindo ao Brasil inegáveis capacidades de [[dissuasão]] e negação do uso do mar''". O uso deste submarino, segundo a Marinha, será, em sua maioria, em águas profundas e em missões furtivas. Ainda segundo a Marinha, "''o submarino com propulsão nuclear desafia os mais modernos sistemas de detecção da atualidade e é, por isso, considerado um dos meios navais mais eficientes na dissuasão''".<ref name=":3">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/finalidadenuclear |titulo=Finalidade {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>


Segundo o Ministério da Marinha, a finalidade última deste projeto é a de "''atender às diretrizes estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa, acrescentando uma nova dimensão ao Poder Naval de nosso País''" e "''assegurar a soberania nas águas jurisdicionais brasileiras, garantindo ao Brasil inegáveis capacidades de dissuasão e negação do uso do mar''". O uso deste submarino, segundo a Marinha, será, em sua maioria, em águas profundas e em missões furtivas. Ainda segundo a Marinha, "''o submarino com propulsão nuclear desafia os mais modernos sistemas de detecção da atualidade e é, por isso, considerado um dos meios navais mais eficientes na dissuasão''".<ref name=":3">{{Citar web |url=https://www.marinha.mil.br/prosub/finalidadenuclear |titulo=Finalidade {{!}} PROSUB |acessodata=2021-07-09 |website=www.marinha.mil.br}}</ref>
== Destino ==
== Destino ==

A principal função destes submarinos da classe ''Riachuelo'' será a de patrulhar a Amazônia Azul. Enquanto o ''Álvaro Alberto'' será usado principalmente em águas abertas. Isso se deve ao seu projeto que prevê resistência á pressão aquática e ao seu estoque de mantimentos. Já os submarinos da classe ''Riachuelo'' são mais adequados para águas perto da costa pois possuem autonomia reduzida. Essa autonomia reduzida preocupa a Marinha (especialmente depois do desaparecimento do [[ARA San Juan (S-42)|ARA ''San Juan'']]) que pensa em construir um navio de busca e resgate sob medida.<ref name="Galileu" /><ref name=":7" /><ref name=":8" /><ref name=":3" /><ref>{{Citar web |url=https://istoe.com.br/a-nova-geracao-de-submarinos-brasileiros/ |titulo=A nova geração de submarinos brasileiros |data=2018-11-23 |acessodata=2021-07-22 |website=ISTOÉ Independente |lingua=pt-BR}}</ref>
A principal função destes submarinos da classe ''Riachuelo'' será a de patrulhar a Amazônia Azul. Enquanto o ''Álvaro Alberto'' será usado principalmente em águas abertas. Isso se deve ao seu projeto que prevê resistência á pressão aquática e ao seu estoque de mantimentos. Já os submarinos da classe ''Riachuelo'' são mais adequados para águas perto da costa pois possuem autonomia reduzida. Essa autonomia reduzida preocupa a Marinha (especialmente depois do desaparecimento do [[ARA San Juan (S-42)|ARA ''San Juan'']]) que pensa em construir um navio de busca e resgate sob medida.<ref name="Galileu" /><ref name=":7" /><ref name=":8" /><ref name=":3" /><ref>{{Citar web |url=https://istoe.com.br/a-nova-geracao-de-submarinos-brasileiros/ |titulo=A nova geração de submarinos brasileiros |data=2018-11-23 |acessodata=2021-07-22 |website=ISTOÉ Independente |lingua=pt-BR}}</ref>


==Referências==
== Ver também ==

* [[Ciência militar]]
* [[História militar do Brasil]]
* [[Indústria bélica]]
* [[Indústria de defesa]]
* [[Programa nuclear brasileiro]]
* [[Relações entre Brasil e França]]
* [[Tecnologia militar]]

== Referências ==

<references>
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</references>
</references>

{{Notas}}
{{Notas}}

==Ligações externas==
== Ligações externas ==

*[https://web.archive.org/web/20161115193746/https://www1.mar.mil.br/prosub/ Página oficial do PROSUB – Marinha do Brasil]
*[https://web.archive.org/web/20161115193746/https://www1.mar.mil.br/prosub/ Página oficial do PROSUB – Marinha do Brasil]

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[[Categoria:Marinha do Brasil]]
[[Categoria:Marinha do Brasil]]

Revisão das 04h07min de 27 de julho de 2021

Transferência de seções do Submarino Riachuelo

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) é uma parceria firmada entre o Brasil e a França, no ano de 2008, com o escopo de transferir tecnologia para a fabricação de embarcações militares. É um componente da Estratégia de Defesa do Estado, para o desenvolvimento do poder naval do Brasil, com a produção de quatro submarinos convencionais (propulsão diesel-elétrica) e do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, além de um complexo militar treinado. O programa fará do país um dos poucos a contar com tecnologia nuclear, ao lado de Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia.

O programa prevê também a construção de um complexo denominado Estaleiros e Base Naval. Neste local serão unidas as seções dos submarinos. Este complexo também será responsável por instalar o reator nuclear do Álvaro Alberto.

A justificativa dada pela Marinha é que é necessário garantir a proteção da Amazônia Azul contra eventuais tentativas de reivindicar este território. Segundo eles, os submarinos (especialmente o nuclear) também são fundamentais para a dissuasão dessas reivindicações territoriais.

O destino que será dado aos submarinos provenientes do programa será o de patrulhar a Amazônia Azul e as águas costeiras brasileiras. O Álvaro Alberto possuirá uma função mais específica, patrulhar as águas territoriais brasileiras mais profundas por tempo indeterminado pois sua autonomia só será limitada pela quantidade de suprimentos estocados.

História

Antecedentes

Desde o fim do século XIX, o Brasil buscava adquirir submarinos. Porém, a estrutura brasileira havia se mostrado inadequada para a produção deles. Foi então criada a Força de Submarinos com o objetivo de criar esta estrutura e para firmar parcerias com outras nações para a aquisição de alguns de seus submarinos. Foi desse acordo que foi comprado o F1, da Classe Foca (um dos primeiros submarinos do Brasil). Inicialmente, o Brasil tinha feito parcerias com a Itália. Porém, com o final da Segunda Guerra Mundial, o poderio italiano havia sido consideravelmente abalado. Como resultado, o Brasil firmou uma parceria com os Estados Unidos. Dessa parceria vieram os submarinos das classes Gato, Balao, Guppy, Guppy II e Oberon. Porém, especialmente após a Guerra das Malvinas, o Brasil ainda almejava poder construir seu próprio submarino. Para tanto, o país fez uma parceria com os alemães para a construção dos submarinos da classe Tupi. Essa parceria previa não só a classe Tupi, mas também auxílio dos alemães no projeto de um submarino construído no Brasil. O auge dessa parceria se deu em 1995. Nesse ano foi construído, sob a supervisão dos alemães, o Tikuna. Ele diferia de todos os outros submarinos pois tinha sido construído no Brasil e dispunha de tecnologia e projeto exclusivamente brasileiros. Desde 1970, o Brasil almeja um submarino nuclear. Com a experiência adquirida com as parcerias anteriores, o Brasil buscou mais parcerias. A diferença residia no objetivo. O país queria uma nação que construísse tanto submarinos convencionais como submarinos nucleares. O país sondou a Rússia e a França. Somente este último aceitou a oferta e, 2008, têm início o PROSUB.[1][2][nota 1]

Criação, objetivos e justificativa

O Brasil tem uma grande costa com cerca de 8 500 quilômetros de litoral. Ela é fonte de riquezas minerais, energéticas e alimentos, essenciais para a subsistência de muitos cidadãos do país, além de ser o caminho de 95% das exportações e importações. Com a justificativa de proteger esses recursos, foi criado o PROSUB,[4] programa que foi desenvolvido como parte da Amazônia Azul e da Estratégia Nacional de Defesa. Foi criado com o propósito de oferecer uma "força naval de envergadura", com diversos submarinos com as melhores tecnologias disponíveis (incluindo a nuclear). Seu começo se deu em 2008, quando foi firmado um acordo entre a França e o Brasil. O programa previa um auxílio dos franceses, na produção de submarinos da classe Riachuelo de submarinos, além do fornecimento de um design para o primeiro submarino nuclear do Brasil e transferências de tecnologias entre as ambas as nações. Além da parceria, o PROSUB contém estímulos para a indústria nacional, priorizando ferramentas e equipamentos.[5][4]

A área atual da Amazônia Azul.

Segundo o Ministério da Marinha, "Com 7,4 mil quilômetros de costa, o Brasil tem, sob sua jurisdição, 3,5 milhões de quilômetros quadrados de espaço marítimo." Dentro dessa área são extraídos petróleo, gás natural, pescado e etc. Foram descobertos também reservas de níquel, cobre, cobalto e manganês a 4 mil metros de profundidade. Com uma quantidade tão abundante de recursos, o governo brasileiro passou a temer que outros países reivindicassem esse território. Para tanto, o Brasil ingressou, em 2004, na ONU essa área. A solicitação foi aceita. Porém, o país continuou a temer coerções por parte de outros países a fim de que entregassem essa zona. O Ministério da Defesa decidiu então em sua Estratégia Nacional de Defesa, que o Brasil necessitava de uma força naval de envergadura para poder ter maior influência em futuras negociações e para poder proteger a Amazônia Azul. A Lei do Mar divide não só a Amazônia Azul bem como quaisquer outras regiões oceânicas nas seguintes áreas:[6]

  • Mar territorial – território que percorre desde a costa do país (no caso o Brasil) até 22 quilômetros oceano adentro. O país têm o direito de controlar tudo o que estiver dentro dessa região, desde o solo oceânico até o espaço aéreo local.[6]
  • Zona contígua – resume-se a mais 22 quilômetros (44 somados ao Mar territorial) sob a jurisdição do país costeiro. Serve principalmente como um meio de garantir que ilícitos navais sejam coibidos.[6]
  • Zona econômica exclusiva – estende-se a até 370 quilômetros a partir das linhas acordadas pelo país costeiro. O país têm o domínio sob tudo (seja vivo ou inanimado) que estiver dentro dessa zona. Porém, o país só pode utilizar esta região para fins econômicos (pesca, geração de energia e extração de recursos naturais etc.) além de poder construir nesta zona.[6]
  • Plataforma continental – deve ser estabelecida seguindo os critérios do artigo 76 da Lei do Mar. Nesta zona, o país também possui o controle dos recursos naturais ou industriais (se houverem). A diferença desta zona reside em o pleno domínio do Estado nela, pois o mesmo, se não utilizar os recursos, tem o direito de proibir a extração de outros (iniciativa privada).[6]

Como resultado, o PROSUB é criado para prover proteção a estas áreas. Como parte do programa, o Brasil firmou uma parceria com a França para produzir submarinos e fornecer capacitação para engenheiros e profissionais da área de construção brasileiros. A Marinha justifica essa necessidade dizendo que:

"apesar do Brasil estar em uma área teoricamente livre de grandes conflitos, atuando no cenário internacional baseado na legitimidade dada pelas Organizações Internacionais Governamentais, a história mostra que se um Estado possui um bem valioso, sobre o qual há uma iminente cobiça ou demanda de outros atores, existe uma situação de insegurança para esta nação, que deve se cercar de meios dissuasivos de poder".[4][6]

Devido a um acordo firmado entre França e Brasil, engenheiros e profissionais da área industrial visitaram instalações francesas para aprender técnicas de construção (materiais que devem ser usados por exemplo). Essa capacitação é denominada “OntheJob Training” e é gerenciada pela NAVAL GROUP (instituição naval de treinamento francesa). Mais de 250 engenheiros e técnicos da Marinha foram treinados e capacitados nas técnicas de construção francesas. O Acordo de Transferência de tecnologia está previsto para terminar junto com o PROSUB.[7]

O PEM 2040 (Plano Estratégico da Marinha) é um documento que traça os objetivos da Marinha de 2020 até 2040. Dentro deste documento existem planos para o PROSUB. O primeiro deles é o de gerir melhor os recursos utilizados no programa (construir mais escolas navais e estruturas). O segundo é o de aproveitar a base fornecida pelo PROSUB para utilizar suas instalações para servirem de porto para os navios da futura classe Tamandaré. Nas palavras deles,

"Tal sistemática está no Programa de Submarinos (PROSUB), o programa está alinhado ás melhores práticas de governança e gestão da obtenção das fragatas de classe Tamandaré, [...] contribuindo com a eficiência do Programa de Obtenção de Meios Hidrográficos do investimento estatal e o desenvolvimento da PROHIDRO e os subprogramas relacionados á área da Defesa".[8][9]

Estrutura

O Humaitá (S-41) no Complexo Naval de Itaguaí nas comemorações do Dia do Marinheiro.

O PROSUB, além de construir quatro submarinos convencionais e um nuclear, deve construir uma base naval e dois estaleiros. Cabe a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN) gerenciar o PROSUB e garantir o bom investimento dos 35 bilhões de reais. As instalações alvos desses investimentos são as seguintes:[10][11]

  • Unidade de fabricação de estruturas metálicas (UFEM) – inaugurada em 1º de março de 2013, foi a primeira etapa do PROSUB para a construção de submarinos. Possuí uma área de 96 mil m², sendo 57 mil m² de área construída. Ela foi construída, segundo a Marinha, propositalmente ao lado da Nuclep (estatal de maquinário pesado). Neste local são construídos os submarinos convencionais e, quando o projeto estiver concluído, o primeiro submarino nuclear brasileiro será construído.[12][13][14]
  • Estaleiros e base naval - o prédio principal do estaleiro foi inaugurado em 12 de dezembro de 2014. Neste local as seções de submarinos serão unidas e instalada a propulsão do submarino nuclear. A base naval é composta por dois polos, o norte e o sul.[15][16]
  • Complexo radiológico (também chamado de Centro Experimental Aramar) - construído sob severas normas de segurança, sendo considerado até como "resistente a tsunami". É aqui que é estudado o ciclo do urânio dentre outros estudos relacionados com a propulsão nuclear. Neste local será construído o reator nuclear do primeiro submarino nuclear brasileiro.[17]

No dia 12 de julho de 2021, o Comando da Força de Submarinos se mudou para o Complexo Naval de Itaguaí.[18]

Submarinos

Submarinos convencionais

Ver artigos principais: Classe Riachuelo e S Riachuelo (S-40)

Em diferentes fases de construção estão os quatro submarinos convencionais propostos pelo programa. Derivados dos franceses da classe Scorpène, seus nomes são Riachuelo (S-40), líder da Classe Riachuelo; Humaitá (S-41), Tonelero (S-42) e o Angostura (S-43). O projeto e o design dos submarinos, apesar de derivarem dos franceses, possuem grandes diferenças com relação aos da classe Scorpène, como maior comprimento e calado. A Marinha justifica essa disparidade dizendo que:

"o modelo francês não atende plenamente aos requisitos da Marinha do Brasil. Com 8,5 mil quilômetros de costa, o País requer um submarino capaz de alcançar os extremos, fazer patrulhas de norte a sul, e voltar para a sua base, sem precisar de apoio. Para percorrer distâncias maiores, ficando mais tempo no mar, o submarino precisa ter capacidade de carregar combustível e mantimentos em maior quantidade. E é recomendável que ofereça também mais conforto à tripulação".[7][19]
Modelo 3D do S40

O trunfo, esperado pela Marinha, é a capacidade de ocultação gerando o efeito surpresa. Este tipo de submarinos são detectáveis por ondas sonoras emitidas por sonares, mas como a propagação do som é interferida por diversos fatores, são produzidas zonas de sombra, onde a embarcação não pode ser detectada, por confundir-se com o meio.[20]

A ocultação de submarinos com propulsão diesel-elétrica não pode ser executada de forma prolongada. Periodicamente terá que voltar a superfície, pois depende de ar atmosférico para o funcionamento do motor, recarregando as baterias, como também para refazer o ar de dentro da estação. Deste modo, as partes ficam expostas e podem ser detectadas por radares, navios e aeronaves. Possuem mobilidade reduzida e atingem velocidade média de 21 nós (39 quilômetros) por hora. O uso principal desses submarinos é a patrulha de áreas litorâneas da costa brasileira, pois, sua mobilidade e velocidade é reduzida. Tornando-o possivelmente inadequado para o mar aberto. Além da velocidade, eles poderão deslocar 2 mil toneladas. Seu comprimento é de 71,6 metros, sua boca mede 6,2 metros, seu calado vai até 5,5 metros. Sua propulsão é diesel-elétrica e o permite ter uma autonomia de até 20.924 quilômetros.[20][21][22]

Até agora dois submarinos foram concluídos. O Riachuelo teve o término da construção em 2015, sendo lançado ao mar em 2018. Essa cerimônia contou com a presença de diversas autoridades. Neste momento, ele está na reta final de seus testes. A previsão é de que ele termine seus testes ainda este ano. O segundo submarino concluído é o Humaitá. Ele foi lançado em 11 de dezembro de 2020 e está em fase de testes. A expectativa é de que ele termine seu período de testes também neste ano.[23][24]

Submarino com propulsão nuclear

Ver artigo principal: SN Álvaro Alberto (SN-10)

O submarino a ser construído será batizado como SN Álvaro Alberto (SN-10). Com propulsão nuclear, poderá ficar submerso por tempo indefinido. Com um grande poder de mobilidade, atingirá velocidades de 65,5 quilômetros por hora. Sua limitação encontra-se no estoque de mantimentos e estabilidade física e psíquica da tripulação. São utilizados em águas profundas. Sua fonte de energia será um reator nuclear, que produzirá calor para vaporizar a água utilizada em turbinas.[25][26]

O Centro Experimental Aramar. É aqui onde são feitos os estudos com o material nuclear que comporá o reator nuclear.

O anúncio do desenvolvimento desse submarino se deu em 27 de agosto de 2009, o começo da construção estava previsto para 2016, mas foi adiado para 2023. O projeto dele é baseado nos submarinos da classe Riachuelo, só que maior e com propulsão nuclear. A propulsão nuclear dele foi desenvolvida por técnicos brasileiros, e foi projetada com base na experiência adquirida com os franceses.[27][28]

Este projeto faz parte do já citado Acordo de Transferência de Tecnologia entre Brasil e França. Como parte disso, duzentos engenheiros e técnicos brasileiros visitaram Cherbourg para acompanhar a construção das seções dianteiras do Riachuelo. Além disso, eles receberam capacitação em várias técnicas como soldagem, conformação de peças e fabricação de estruturas. Também foi construída uma escola em Lorient para o estudo e criação de projetos de submarinos. Essa escola possuía 31 alunos da Marinha. Eles visitaram várias cidades com diversos objetivos são elas:[29]

  • Toulon - Aqui eles aprenderam sobre os sistemas de combate empregados nos submarinos.[29]
  • Parque Tecnológico de Sophia-Antipolis - Aqui eles aprenderam sobre os sonares utilizados em submarinos.[29]
  • Ruelle - Aqui eles aprenderam sobre equipamentos essenciais dos submarinos.[29]
  • Saint-Tropez - Aqui eles assistiram á produção dos novos torpedos que serão utilizados em submarinos franceses e, por conseguinte, nos brasileiros.[29]

Técnicos franceses também participam do projeto do SN-BR (submarino nuclear brasileiro). Eles acompanham todas as etapas (construção dos Estaleiros e Base Naval, cascos fabricados pela Nuclep etc.) menos a da planta nuclear do submarino. Esta, segundo a Marinha, está fora do Acordo.[29]

O projeto deste submarino, até o momento, prevê um submarino que possua cem metros de comprimento, que desloque mais de 6 mil toneladas, que possua um reator nuclear do tipo PWR, que tenha uma velocidade média de 24 nós (44,4 quilômetros por hora), que possa ter uma autonomia ilimitada (dependendo somente dos mantimentos estocados), que possa atingir uma profundidade de até 350 metros e que possa transportar mais de cem homens.[30]

Em 10 de maio de 2021, a Nuclep, empresa estatal de equipamentos pesados, anunciou que espera que, em dois meses, um acordo seja fechado para a construção da estrutura externa do submarino. O valor previsto é de 200 milhões de reais. O término dos trabalhos (construção, testes e comissionamento) é previsto para 2029.[27][31]

Segundo o Ministério da Marinha, a finalidade última deste projeto é a de "atender às diretrizes estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa, acrescentando uma nova dimensão ao Poder Naval de nosso País" e "assegurar a soberania nas águas jurisdicionais brasileiras, garantindo ao Brasil inegáveis capacidades de dissuasão e negação do uso do mar". O uso deste submarino, segundo a Marinha, será, em sua maioria, em águas profundas e em missões furtivas. Ainda segundo a Marinha, "o submarino com propulsão nuclear desafia os mais modernos sistemas de detecção da atualidade e é, por isso, considerado um dos meios navais mais eficientes na dissuasão".[32]

Destino

A principal função destes submarinos da classe Riachuelo será a de patrulhar a Amazônia Azul. Enquanto o Álvaro Alberto será usado principalmente em águas abertas. Isso se deve ao seu projeto que prevê resistência á pressão aquática e ao seu estoque de mantimentos. Já os submarinos da classe Riachuelo são mais adequados para águas perto da costa pois possuem autonomia reduzida. Essa autonomia reduzida preocupa a Marinha (especialmente depois do desaparecimento do ARA San Juan) que pensa em construir um navio de busca e resgate sob medida.[20][21][22][32][33]

Ver também

Referências

  1. «DefesaNet - Prosub - A Defesa em Debate - FORÇA DE SUBMARINOS DA MB - UMA HISTÓRIA DE PODER». DefesaNet. Consultado em 20 de julho de 2021 
  2. «Os 100 anos da Força de Submarinos e o Prosub – última parte». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. 14 de janeiro de 2018. Consultado em 20 de julho de 2021 
  3. «100 anos da Força de Submarinos» (PDF). Consultado em 24 de julho de 2021 
  4. a b c «O PROSUB | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 27 de junho de 2021 
  5. GGN. O potencial econômico do mar brasileiro. Acesso em 14 de novembro de 2016
  6. a b c d e f «O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico | Economia Azul | Marinha do Brasil». www.marinha.mil.br. Consultado em 16 de julho de 2021 
  7. a b «Transferência de Tecnologia | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 21 de julho de 2021 
  8. «Conheça o Futuro da Marinha do Brasil nos próximos 20 anos. PEM 2040 (Parte-1)*». Rumo ao Mar. 8 de outubro de 2020. Consultado em 23 de julho de 2021 
  9. «Page 85 - PEM 2040». www.marinha.mil.br. Consultado em 24 de julho de 2021 
  10. «O que é a Amazônia Azul e por que o Brasil quer se tornar potência militar no Atlântico | Economia Azul | Marinha do Brasil». www.marinha.mil.br. Consultado em 16 de julho de 2021 
  11. «Estrutura do PROSUB | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 9 de julho de 2021 
  12. «UFEM | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 17 de julho de 2021 
  13. «Seminário Internacional de Energia Nuclear encerra com visita ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha - Associação Brasileira de Energia Nuclear». www.aben.com.br. Consultado em 1 de julho de 2021 
  14. EBC. No Rio, Dilma inaugura primeira etapa de fábrica de submarinos. Acesso em 14 de novembro de 2016
  15. Ministério da Defesa.Inaugurado prédio principal do Estaleiro de Construção do Programa de Desenvolvimento Submarinos (PROSUB) da Marinha. Acesso em 14 de novembro de 2016
  16. Agência Brasil. Dilma inaugura prédio de estaleiro que instalará propulsão nuclear em submarino. Acesso em 14 de novembro de 2016
  17. Defesa e Segurança. PROSUB> Complexo radiológico é resistente a até Tsunami Arquivado em 16 de novembro de 2016, no Wayback Machine.. Acesso em 15 de novembro de 2016
  18. «Comando da Força de Submarinos é transferido para o Complexo Naval de Itaguaí». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. 15 de julho de 2021. Consultado em 20 de julho de 2021 
  19. «SBr – Submarino 'Riachuelo' (S40)». Defesa Aérea & Naval. 5 de dezembro de 2012. Consultado em 28 de junho de 2021 
  20. a b c Revista Galileu. Primeiro submarino nuclear brasileiro será usado em 2023 Arquivado em 26 de janeiro de 2017, no Wayback Machine.. Acesso em 16 de novembro de 2016
  21. a b supervisor (12 de junho de 2017). «Submarino Classe Scorpene». Marinha do Brasil. Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  22. a b «Finalidade | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 9 de julho de 2021 
  23. «Temer e Bolsonaro participam de lançamento de submarino em Itaguaí (RJ)». G1. Consultado em 24 de julho de 2021 
  24. «DefesaNet - Prosub - S-41 Humaitá pronto para ser lançado.». DefesaNet. Consultado em 24 de julho de 2021 
  25. Congresso em Foco. Brasil construirá em 2016 submarino nuclear franco-brasileiro. Acesso em 16 de novembro de2016
  26. «Submarino Nuclear Brasileiro 'Alvaro Alberto' (SN 10)». Defesa Aérea & Naval. 7 de dezembro de 2012. Consultado em 28 de junho de 2021 
  27. a b «Marinha avança no projeto de construção do submarino nuclear brasileiro». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. 10 de maio de 2021. Consultado em 30 de junho de 2021 
  28. «Transferência de Tecnologia | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 30 de junho de 2021 
  29. a b c d e f «Transferência de Tecnologia | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 21 de julho de 2021 
  30. «Submarino Nuclear Brasileiro 'Alvaro Alberto' (SN 10)». Defesa Aérea & Naval. 7 de dezembro de 2012. Consultado em 24 de julho de 2021 
  31. «Projeto e Construção | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 30 de junho de 2021 
  32. a b «Finalidade | PROSUB». www.marinha.mil.br. Consultado em 9 de julho de 2021 
  33. «A nova geração de submarinos brasileiros». ISTOÉ Independente. 23 de novembro de 2018. Consultado em 22 de julho de 2021 

Notas

  1. Antes de receber o nome "Força de Submarinos", era denominada "Flotilha de Submersíveis" e "Flotilha de Submarinos". O nome "Força de Submarinos" só foi implementado em 1963.[3]

Ligações externas