Fernando Pessoa: diferenças entre revisões
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Revisão das 14h11min de 9 de outubro de 2009
Fernando António Nogueira Pçoa | |
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Retrato de Fernando Pessoa feito por João Luiz Roth. | |
Nascimento | 13 de Junho de 1888 Lisboa |
Morte | 30 de Novembro de 1935 (com 47 anos, de cólica hepática) Lisboa |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | Poeta e escritor. |
Principais trabalhos | Heterormônios |
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".
Morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo a sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... " ("Não sei o que o amanhã trará").
Biografia
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2009) |
- Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
- Não há nada mais simples.
- Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
- Entre uma e outra todos os dias são meus. >>>
- Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15; Publicado em Atena nº 5, Fevereiro de 1925
Primeiros anos em Lisboa
Às três horas e vinte minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nascia em Lisboa Fernando Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar esquerdo do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos). De famílias da pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra Pessoa (38), natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do «Diário de Notícias». A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (26), era natural dos Açores (mais propriamente, da Ilha Terceira). Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e Emília.
Foi baptizado em 21 de Julho na Basílica dos Mártires, ao Chiado, tendo por padrinhos a Tia Anica (D. Ana Luísa Pinheiro Nogueira, tia materna) e o General Chaby. A razão por trás do nome Fernando António encontra-se relacionada com Santo António: a família reclamava uma ligação genealógica com Fernando de Bulhões, nome de baptismo de Santo António, tradicionalmente festejado em Lisboa a 13 de Junho, dia em que Fernando Pessoa nasceu.
As suas infância e adolescência foram marcadas por factos que o influenciariam posteriormente. Às cinco horas da manhã de 24 de Julho de 1893, o pai morreu, com 43 anos, vítima de tuberculose. A morte foi anunciada no Diário de Notícias do dia. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano. A mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi também neste período que surgiu o primeiro heterónimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, facto relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterónimos. Ainda no mesmo ano, escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã. A mãe casa-se pela segunda vez em 1895 por procuração, na Igreja de São Mamede, em Lisboa, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban (África do Sul), que havia conhecido um ano antes. Em África, onde passa a maior parte da juventude, e teve uma educação inglesa, Pessoa viria a demonstrar desde cedo talento para a literatura.
Juventude em Durban
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ca/Casal_Fpessoa.jpg/175px-Casal_Fpessoa.jpg)
Em razão do casamento, viaja com a mãe para Durban, acompanhados por um tio-avô, Manuel Gualdino da Cunha, que voltaria para Lisboa no mês seguinte. Viajam no navio Funchal até à Madeira e depois no paquete Inglês Hawarden Castle até ao Cabo da Boa Esperança. Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street, onde fez a primeira comunhão, e percorre em dois anos o equivalente a quatro. Em 1899 ingressa no Liceu de Durban, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma. No mesmo ano, cria o pseudónimo Alexander Search, através do qual envia cartas a si mesmo. No ano de 1901, é aprovado com distinção no primeiro exame Cape School High Examination e escreve os primeiros poemas em inglês. Na mesma altura, morre sua irmã Madalena Henriqueta, de dois anos. Em 1901 parte com a família para Portugal, para um ano de férias. No navio em que viajam, o paquete König, vem o corpo da irmã. Em Lisboa, mora com a família em Pedrouços e depois na Avenida de D. Carlos I, n.º 109, 3.º Esquerdo. Na capital portuguesa, nasce João Maria, quarto filho do segundo casamento da mãe de Pessoa. Viaja com a família à Ilha Terceira, nos Açores, onde vive a família materna. Deslocam-se também a Tavira para visitar os parentes paternos. Nessa época, escreve o poema Quando ela passa. Tendo de dividir a atenção da mãe com os filhos do casamento e com o padrasto, Pessoa isola-se, o que lhe propicia momentos de reflexão.
Tendo recebido uma educação britânica, que lhe proporcionou um profundo contacto com a língua inglesa, os seus primeiros textos e estudos foram em inglês. Mantém contato com a literatura inglesa através de autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe, John Milton, Lord Byron, John Keats, Percy Shelley, Alfred Tennyson, entre outros. O Inglês teve grande destaque na sua vida, trabalhando com o idioma quando, mais tarde, se torna correspondente comercial em Lisboa, além de o utilizar em alguns dos seus textos e traduzir trabalhos de poetas ingleses, como O Corvo e Annabel Lee de Edgar Allan Poe. Com excepção de Mensagem, os únicos livros publicados em vida são os das colectâneas dos seus poemas ingleses: Antinous e 35 Sonnets e English Poems I - II e III, escritos entre 1918 e 1921.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4c/Pessoa_1894.gif/150px-Pessoa_1894.gif)
Fernando Pessoa permanece em Lisboa, enquanto todos — mãe, padrasto, irmãos e criada Paciência, que viera com ele — regressam a Durban. Volta sozinho para a África no vapor Herzog. Matricula-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino nocturno, enquanto de dia estuda as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever contos em inglês, alguns dos quais com o pseudónimo de David Merrick, que deixa inacabados. Em 1903, candidata-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame de admissão, não obtém boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebe por isso o Queen Victoria Memorial Prize («Prémio Rainha Vitória»). Um ano depois, ingressa novamente na Durban High School, onde frequenta o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofunda a sua cultura, lendo clássicos ingleses e latinos. Escreve poesia e prosa em inglês, surgindo os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Nasce a sua irmã Maria Clara. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado Macaulay. Por fim, encerra os seus bem sucedidos estudos na África do Sul com o «Intermediate Examination in Arts», na Universidade, obtendo uma boa classificação.
Volta definitiva a Portugal e início de carreira
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/86/Pessoa10.b.gif/175px-Pessoa10.b.gif)
Deixando a família em Durban, regressa definitivamente à capital portuguesa, sozinho, em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia e as duas tias na Rua da Bela Vista, n.º 17. A mãe e o padrasto regressam também a Lisboa, durante um período de férias de um ano em que Pessoa volta a morar com eles. Continua a produção de poemas em inglês e, em 1906, matricula-se no Curso Superior de Letras (actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que abandona sem sequer completar o primeiro ano. É nesta época que entra em contacto com importantes escritores portugueses. Interessa-se pela obra de Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira.
Em Agosto de 1907, morre a sua avó Dionísia, deixando-lhe uma pequena herança, com a qual monta uma pequena tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º, sob o nome de «Empreza Ibis — Typographica e Editora — Officinas a Vapor», que rapidamente faliu. A partir de 1908, dedica-se à tradução de correspondência comercial, uma actividade a que poderíamos dar o nome de "correspondente estrangeiro". Nessa profissão trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública.
Inicia a sua actividade de ensaísta e crítico literário com o artigo «A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada», a que se seguiriam «Reincidindo...» e «A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico» publicados em 1912 pela revista A Águia, órgão da Renascença Portuguesa.
Pessoa é internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, com diagnóstico de "cólica hepática", provavelmente uma colangite aguda causada por cálculo biliar e associada a cirrose hepática com origem no óbvio excesso de álcool ao longo da sua vida (a título de curiosidade: acredita-se que era muito fiel à aguardente "Águia Real"). Morre no dia 30 de Novembro, com 47 anos de idade. Nos últimos momentos de vida, pede os óculos e clama pelos seus heterónimos. A sua última frase foi escrita no idioma no qual foi educado, o Inglês: «I know not what tomorrow will bring» (Não sei o que o futuro trará).
Legado
Pode-se dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterônimos, o que foi a sua principal característica e motivo de interesse pela sua pessoa, aparentemente muito pacata. Alguns críticos questionam se Pessoa realmente teria transparecido o seu verdadeiro eu ou se tudo não teria passado de um produto, entre tantos, da sua vasta criação. Ao tratar de temas subjetivos e usar a heteronímia[1], torna-se enigmático ao extremo. Este fato é o que move grande parte das buscas para estudar a sua obra. O poeta e crítico brasileiro Frederico Barbosa declara que Fernando Pessoa foi "o enigma em pessoa"[2]. Escreveu sempre, desde o primeiro poema aos sete anos, até ao leito de morte. Importava-se com a intelectualidade do homem, e pode-se dizer que a sua vida foi uma constante divulgação da língua portuguesa: nas próprias palavras do heterônimo Bernardo Soares, "a minha pátria é a língua portuguesa". O mesmo empenho é patente no seguinte poema:
“ | Tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar
quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade |
” |
Analogamente a Pompeu, que disse que "navegar é preciso; viver não é preciso", Pessoa diz, no poema Navegar é Preciso, que "viver não é necessário; o que é necessário é criar". Outra interpretação comum deste poema diz respeito ao fato de a navegação ter resultado de uma atitude racionalista do mundo ocidental: a navegação exigiria uma precisão que a vida poderia dispensar.
O poeta mexicano Octavio Paz, laureado com o Nobel de Literatura, diz que "os poetas não têm biografia. A sua obra é a sua biografia" e que, no caso de Fernando Pessoa, "nada na sua vida é surpreendente — nada, exceto os seus poemas". No livro The Western Canon, o crítico literário estadunidense Harold Bloom considerou-o o mais representativo poeta do século XX, ao lado do chileno Pablo Neruda.
Na comemoração do centenário do nascimento de Pessoa, em 1988, o seu corpo foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos, confirmando o reconhecimento que não teve em vida.
Pessoa e o ocultismo
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6b/Casa_Fernando_Pessoa.jpg/250px-Casa_Fernando_Pessoa.jpg)
Fernando Pessoa possuía ligações ao ocultismo e ao misticismo, com destaque para a Maçonaria e a Rosa-Cruz (embora não se conheça qualquer filiação concreta em Loja ou Fraternidade dessas escolas de pensamento), havendo inclusive defendido publicamente as organizações iniciáticas, no Diário de Lisboa de 4 de fevereiro de 1935, contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No Túmulo de Christian Rosenkreutz". Tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo (de acordo com a sua certidão de nascimento, nasceu às 15h20, tinha ascendente Escorpião e o Sol em Gémeos)[1]. Realizou mais de mil horóscopos.
Apreciava também o trabalho do famoso ocultista Aleister Crowley, tendo inclusive traduzido o poema Hino a Pã. Certa vez, lendo uma publicação inglesa de Crowley, encontrou erros no horóscopo e escreveu-lhe para o corrigir, pois era conhecedor e praticante de astrologia. Os seus conhecimentos impressionaram Crowley e, como este gostava de viagens, veio a Portugal conhecer o poeta. Acompanhou-o a maga alemã Miss Jaeger, que passou a escrever cartas a Fernando, assinadas com um pseudônimo ocultista. O encontro não foi muito amigável, dados os graves desequilíbrios psíquico e espiritual que Crowley sofria e — apesar disso, ainda ensinava. Pessoa e outros propuseram uma operação de desinformação na contra propaganda que se iniciava com a ascensão do nazismo na Europa, em que Crowley teria ajudado o MI5, serviço secreto britânico como agente especial .Crowley junto com Louis De Wohl[2] ,nascido na Alemanha, um ocultista e supostamente como Pessoa um membro "Lantern" do The Seven Circle.Pessoa se considerava um ocultista e astrólogo amador, e aparentemente, além de traduzir obras de Crowley para o português, como o Hino a Pan, foi de alguma forma envolvido também por Crowley,que como agente duplo se utilizava de um acrônimo conhecido por Maskmelin[3] ,um mágico e mestre secreto da "The Seven Circle"[4], codename Secret Agent 777, uma clara referência baseada na Qabalística escrita pelo próprio Aleister Crowley,da sua colecção, editada e introduzida pelo Dr. Israel Regardie. Ao que parece,junto com outros ocultistas infiltrados pela "The Seven Circle" , alguns deles como Wohl,ajudaram ao serviço secreto inglês na criação do plano de ocultismo,desenvolvendo horóscopos e diversos documentos falsos para ludibriar os nazistas que começavam a se infiltrar por toda Europa .
Ficha pessoal
Ficha pessoal (também referida como "Nota autobiográfica", que não é), intitulada no original "Fernando Pessoa", dactilografada e assinada pelo escritor em 30 de Março de 1935. Publicada pela primeira vez, muito incompleta, como introdução ao poema À memória do Presidente-Rei Sidónio Pais, editado pela Editorial Império em 1940. Publicada em versão integral em Fernando Pessoa no seu Tempo, Biblioteca Nacional, Lisboa, 1988, pp. 17–22.
- FERNANDO PESSOA
- Nome completo: Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa.
- Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888.
- Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e Director-Geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.
- Estado civil: Solteiro.
- Profissão: A designação mais própria será "tradutor", a mais exata a de "correspondente estrangeiro" em casas comerciais. O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
- Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1º. Dto. Lisboa. (Endereço postal - Caixa Postal 147, Lisboa).
- Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas.
- Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. É o seguinte o que, de livros ou folhetos, considera como válido: "35 Sonnets" (em inglês), 1918; "English Poems I-II" e "English Poems III" (em inglês também), 1922; livro "Mensagem", 1934, premiado pelo "Secretariado de Propaganda Nacional" na categoria Poema". O folheto "O Interregno", publicado em 1928 e constituído por uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito.
- Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
- Ideologia Política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, embora com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservantismo, e absolutamente anti-reaccionário.
- Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as igrejas organizadas e, sobretudo, à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
- Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.
- Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda a infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: "Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação".
- Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
- Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
- Lisboa, 30 de Março de 1935 [em várias edições está 1933, por lapso]
- Fernando Pessoa [assinatura autógrafa]
Fonte: Cópia do original dactilografado e assinado existente na Colecção do Arquitecto Fernando Távora.
Obra poética
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2b/Fpessoa.jpg/150px-Fpessoa.jpg)
- O poeta é um fingidor.
- Finge tão completamente
- Que chega a fingir que é dor
- A dor que deveras sente. >>>
- Fernando Pessoa/Bernardo Soares; Autopsicografia; Publicado em 27 de Novembro de 1930[3]
Considera-se que a grande criação estética de Pessoa foi a invenção heteronímica que atravessa toda a sua obra. Os heterônimos, diferentemente dos pseudônimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Entre os heterônimos, o próprio Fernando Pessoa passou a ser chamado ortônimo, porquanto era a personalidade original. Entretanto, com o amadurecimento de cada uma das outras personalidades, o próprio ortônimo tornou-se apenas mais um heterônimo entre os outros. Os três heterônimos mais conhecidos (e também aqueles com maior obra poética) foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterônimo de grande importância na obra de Pessoa é Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX. Bernardo é considerado um semi-heterônimo por ter muitas semelhanças com Fernando Pessoa e não possuir uma personalidade muito característica, ao contrário dos três primeiros, que possuem até mesmo data de nascimento e morte (exceção para Ricardo Reis, que não possui data de falecimento). Por essa razão, José Saramago, laureado com o Prêmio Nobel, escreveu o livro O ano da morte de Ricardo Reis.
Através dos heterônimos, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último fator possui grande notabilidade na famosa misteriosidade do poeta.
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Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?[4] | ![]() |
Entre pseudónimos, heterónimos e semi-heterónimos, contam-se 72 nomes[5].
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c5/Lisboa-Pessoa-A_Brasileira-1.jpg/150px-Lisboa-Pessoa-A_Brasileira-1.jpg)
A obra ortónima de Pessoa passou por diferentes fases, mas envolve basicamente a procura de um certo patriotismo perdido, através de uma atitude sebastianista reinventada. O ortônimo foi profundamente influenciado, em vários momentos, por doutrinas religiosas (como a teosofia) e sociedades secretas (como a Maçonaria). A poesia resultante tem um certo ar mítico, heróico (quase épico, mas não na acepção original do termo) e por vezes trágico. Pessoa é um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. Uma explicação para a criação dos três principais heterónimos e o semi-heterónimo Bernardo Soares, reside nas várias formas que tinha de olhar o mundo, apoiando-se no racionalismo e pensamento oriental.[6]
O ortónimo é considerado, só por si, como simbolista e modernista pela evanescência, indefinição e insatisfação, bem como pela inovação praticada através de diversas sendas de formulação do discurso poético (sensacionismo, paulismo, interseccionismo, etc.).[7]
Fernando Pessoa foi marcado também pela poesia musical e subjetiva, voltada essencialmente para a metalinguagem e os temas relativos a Portugal, como o sebastianismo presente na principal obra de "Pessoa ele-mesmo", Mensagem, uma colectânea de poemas sobre os grandes personagens históricos portugueses. Este livro foi o único publicado em vida do autor.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Álvaro de Campos
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
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Álvaro de Campos: "Tabacaria" (The Tobacco Shop) |
Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo.
Começa a sua trajetória como um decadentista (influenciado pelo simbolismo), mas logo adere ao futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria. É revoltado e crítico e faz a apologia da velocidade e da vida moderna, com uma linguagem livre, radical.
Ricardo Reis
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
O heterónimo Ricardo Reis é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, na harmonia e num certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante na sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia não-cristã.
Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte.
Em O ano da morte de Ricardo Reis, José Saramago continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterónimo após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador.
Alberto Caeiro
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Por sua vez, Caeiro, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês, quase sem estudos formais. Teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterônimos (pelo ortônimo, inclusive). Após a morte do pai e da mãe, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
Dos principais heterônimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples mas, ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo. O seu ideário resume-se no verso Há metafísica bastante em não pensar em nada. A sua obra está agrupada na coletânea Poemas Completos de Alberto Caeiro.
Segundo pesquisa genealógica levada a cabo pelo Geneall[8]:
Gaspar Pessoa da Cunha | ||||||||||||||||
Daniel Pessoa e Cunha | ||||||||||||||||
Perpétua Constança Chaves | ||||||||||||||||
Joaquim António de Araújo Pessoa | ||||||||||||||||
José António Pereira de Araújo e Sousa | ||||||||||||||||
Joana Xavier Pereira de Araújo e Sousa | ||||||||||||||||
Bárbara Joaquina de Sequeira Mimoso | ||||||||||||||||
Joaquim de Seabra Pessoa | ||||||||||||||||
Manuel Félix Lobo de Figueiredo | ||||||||||||||||
José Maria de Seabra | ||||||||||||||||
Dionísia Maria Rita de Oliveira de Seabra | ||||||||||||||||
Dionísia Rosa Estrela de Seabra | ||||||||||||||||
Francisco Ferreira Estrela | ||||||||||||||||
Ana Rosa Estrela | ||||||||||||||||
Joaquina Rosa da Assunção | ||||||||||||||||
Fernando António Nogueira Pessoa | ||||||||||||||||
António Jacinto Nogueira | ||||||||||||||||
Abílio Ponciano Nogueira | ||||||||||||||||
Rita Delfina do Carmo | ||||||||||||||||
Luís António Nogueira | ||||||||||||||||
Maria da Luz Rebelo | ||||||||||||||||
Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa | ||||||||||||||||
Inácio José Pinheiro | ||||||||||||||||
Madalena Amália Xavier Pinheiro | ||||||||||||||||
Ana Maria Xavier | ||||||||||||||||
Curiosidades
- O professor universitário Armindo Freitas-Magalhães criou um inédito programa de literacia emocional, inspirado no verso de Fernando Pessoa "Se às Vezes as Flores Sorriem" (2009).
- Numa tarde em que José Régio tinha combinado encontrar-se com Pessoa, este apareceu, como de costume, com algumas horas de atraso, declarando ser Álvaro de Campos e pedindo perdão por Pessoa não ter podido comparecer ao encontro.
- Fernando Pessoa trabalhava como correspondente comercial, num sistema que hoje denominamos free lancer. Assim, podia trabalhar apenas dois dias por semana, dedicando os demais, exclusivamente, à sua grande paixão: a literatura.
- A poetisa, professora e jornalista brasileira Cecília Meireles foi a Portugal em 1934, para proferir conferências na Universidade de Coimbra e na Universidade de Lisboa. Um grande desejo seu era conhecer o poeta, de quem se tinha tornado admiradora. Através de um dos escritórios para os quais Fernando Pessoa trabalhava, conseguiu comunicar com ele e marcar um encontro para o meio-dia, mas esperou inutilmente até às duas da tarde sem que Pessoa desse um ar da sua graça. De regresso ao hotel, Cecília teve a surpresa de encontrar um exemplar do livro Mensagem e um recado do misterioso poeta, justificando que não comparecera porque consultara os astros e, segundo o seu horóscopo, “os dois não eram para se encontrar”. Realmente, não se encontraram nem houve muito mais oportunidades para tal, pois no ano seguinte Fernando Pessoa faleceu.
- Pessoa media 1,73 m de altura, de acordo com o seu Bilhete de Identidade.
- O assento de óbito de Pessoa indica como causa da morte "bloqueio intestinal".
- A Universidade Fernando Pessoa (UFP), com sede no Porto, foi criada em homenagem ao poeta.
- Fernando Pessoa é o primeiro português a figurar na Plêiade (Collection Bibliothèque de la Pléiade), prestigiada coleção francesa de grandes nomes da literatura.
- Ofélia Queiroz, sua namorada, criou um heterônimo para Fernando Pessoa: Ferdinand Personne. "Ferdinand" é o equivalente a "Fernando" em alguns idiomas e "Personne" significa "ninguém" em francês, residindo a curiosidade deste trocadilho no fato de Fernando, por criar outras personalidades, não ter um eu definido.
- Em Os Mal-Amados (2008), Fernando Dacosta relata uma conversa com Agostinho da Silva, que conhecera pessoalmente Fernando Pessoa em Dezembro de 1934. O poeta confidenciara-lhe, acabrunhado, que estava muito arrependido por ter escrito as cartas de amor a Ofélia. "Fizera-o movido pela sua irremediável fantasia heteronímica" (pg. 358), para saber como seria o romance entre um vulgar empregado de escritório e uma sua colega de trabalho, carente de afecto. Disfrutou o jogo durante algum tempo, mas, quando se apercebeu da monstruosidade da coisa, pôs fim ao romance fictício, para não fazer sofrer uma mulher real e apaixonada.
- O cantor brasileiro Caetano Veloso compôs a canção "Língua", em que existe um trecho inspirado num artigo de Fernando sobre o tema "A minha pátria é a língua portuguesa". O trecho é: A língua é minha Pátria / E eu não tenho Pátria: tenho mátria / Eu quero frátria. Já o compositor Tom Jobim transformou o poema O Tejo é mais Belo em música. Identicamente, Vitor Ramil, cuja música "Noite de São João" tem como letra a poesia de Alberto Caeiro. A cantora Dulce Pontes musicalizou o poema O Infante. O grupo Secos e Molhados musicalizou a poesia "Não, não digas nada". Os portugueses Moonspell cantam no tema Opium um trecho da obra Opiário de Álvaro de Campos. O cantor Renato Braz traz no seu CD "Outro Quilombo" duas poesias musicadas: "Segue o teu destino", de Ricardo Reis, e "Na ribeira deste rio", de Fernando Pessoa.
- O jornal Expresso e a empresa Unisys criaram, em 1987, o Prémio Pessoa, concedido anualmente à pessoa ou às pessoas de nacionalidade portuguesa que, durante o ano transcorrido e na sequência de actividade anterior, se tenham distinguido na vida científica, artística ou literária.
- Em 2006, a empresa Unicre lançou um cartão de crédito intitulado "A palavra", onde o titular pode gravar, à escolha, uma de 6 frases de Fernando Pessoa ou dos seus heterônimos.
Cronologia
A seguir apresenta-se uma cronologia[9][10] abreviada da vida do poeta:
- 1888: Fernando António Nogueira Pessoa nasce, em Junho. É batizado em Julho.
- 1893: Em Janeiro, nasce seu irmão Jorge. A 13 de Julho, o pai morre, de tuberculose. A família é obrigada a leiloar parte dos bens.
- 1894: O irmão de Fernando, Jorge, morre em Janeiro. Pessoa cria o seu primeiro heterônimo. O futuro padrasto, João Miguel Rosa, é nomeado cônsul interino em Durban, na África do Sul.
- 1895: Em Julho, Fernando escreve o seu primeiro poema e João Miguel Rosa parte para Durban. Em Dezembro, João Miguel Rosa casa-se com a mãe de Fernando, por procuração.
- 1896: Em 7 de Janeiro, é concedido o passaporte à mãe, e a família parte para Durban. A 27 de Novembro, nasce Henriqueta Madalena, irmã do poeta.
- 1897: Fernando faz o curso primário e a primeira comunhão em West Street.
- 1898: Nasce, a 22 de Outubro, sua segunda irmã, Madalena Henriqueta.
- 1899: Ingressa na Durban High School em Abril. Cria o pseudónimo Alexander Search.
- 1900: Em Janeiro, nasce o terceiro filho do casal, Luís Miguel. Em Junho, Pessoa passa para a Form III e é premiado em francês.
- 1901: Em Junho, é aprovado no exame da Cape School High Examination. Madalena Henriqueta falece e Fernando começa a escrever as primeiras poesias em inglês. Em Agosto, parte com a família para uma visita a Portugal.
- 1902: Em Janeiro, nasce, em Lisboa, seu irmão João Maria. Fernando vai à ilha Terceira em Maio. Em Junho, a família retorna a Durban. Em Setembro, Fernando volta sozinho para Durban.
- 1903: Submete-se ao exame de admissão à Universidade do Cabo, tirando a melhor nota no ensaio em inglês e ganhando assim o Prémio Rainha Vitória.
- 1904: Em Agosto, nasce sua irmã Maria Clara e em Dezembro termina os estudos na África do Sul.
- 1905: Parte definitivamente para Lisboa, onde passa a viver com a avó Dionísia. Continua a escrever poemas em inglês.
- 1906: Matricula-se, em Outubro, no Curso Superior de Letras. A mãe e o padrasto retornam a Lisboa e Pessoa volta a morar com eles. Falece, em Lisboa, a sua irmã Maria Clara.
- 1907: A família retorna uma vez mais a Durban. Pessoa passa a morar com a avó. Desiste do Curso Superior de Letras. Em Agosto, a avó morre. Durante um curto período, Pessoa estabelece uma tipografia.
- 1908: Começa a trabalhar como correspondente estrangeiro em escritórios comerciais.
- 1910: Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
- 1912: Publica na revista Águia o seu primeiro artigo de crítica literária. Idealiza Ricardo Reis.
- 1913: Intensa produção literária. Escreve O Marinheiro.
- 1914: Cria os heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Escreve os poemas de O Guardador de Rebanhos e também o Livro do Desassossego.
- 1915: Sai em Março o primeiro número de Orpheu. Pessoa "mata" Alberto Caeiro.
- 1916: O seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
- 1918: Publica poemas em inglês, resenhados com destaque no “Times”.
- 1920: Conhece Ofélia Queiroz. Sua mãe e seus irmãos voltam para Portugal. Em Outubro, atravessa uma grande depressão, que o leva a pensar em internar-se numa casa de saúde. Rompe com Ofélia.
- 1921: Funda a editora Olisipo, onde publica poemas em inglês.
- 1924: Aparece a revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
- 1925: A 17 de Março, morre, em Lisboa, a mãe do poeta.
- 1926: Dirige com seu cunhado a "Revista de Comércio e Contabilidade". Requer patente de uma invenção sua.
- 1927: Passa a colaborar com a revista Presença.
- 1929: Volta a relacionar-se com Ofélia.
- 1931: Rompe novamente com Ofélia.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Em 29 de Novembro, é internado com o diagnóstico de cólica hepática. Morre no dia 30.
Referências
- ↑ Termo criado pelo próprio Fernando Pessoa
- ↑ O Enigma em Pessoa - Artigo de Frederico Barbosa
- ↑ Releituras - Autopsicografia e resumo biográfico
- ↑ "Pessoa, Fernando". Livro do Desassossego. Colecção: Obras de Fernando Pessoa. Assírio & Alvim, 2006. ISBN 972-37-0476-5.
- ↑ Infopédia
- ↑ Porto Editora (2003). Fernando Pessoa. Visistado a 20 de Junho de 2009
- ↑ Instituto Camões
- ↑ Fernando Pessoa no site GeneAll.net
- ↑ Cronologia da vida de Fernando Pessoa. Sítio da Casa Fernando Pessoa. Visitado a 20 de Junho de 2009
- ↑ Monteiro, George. Fernando Pessoa and nineteenth-century Anglo-American literature. University Press of Kentucky, 2000. ISBN 0813121825. Obra disponível online
Ver também
- Modernismo
- Literatura moderna
- Poesia moderna
- Heteronímia
- Revista Orpheu
- João Gaspar Simões
- Mário de Sá-Carneiro
- António Botto
- Almada Negreiros
- Ângelo de Lima
- Luis Filipe B. Teixeira
- Universidade Fernando Pessoa
- Joaquim de Seabra Pessoa
- Maria Magdalena Pinheiro Nogueira
- Antonio Tabucchi
- O ano da morte de Ricardo Reis
- Prémio Pessoa
Ligações externas
- «Casa Fernando Pessoa»
- Multipessoa - Instituto de Estudos de Modernismo
- Arquivo Pessoa - Instituto de Estudos de Modernismo
- Instituto de Estudos de Modernismo - FCSH - UNL
- «O Major Reformado - Um site sobre a vida e obra de Fernando Pessoa»
- «Pessoa revisitado»
- «Fernando Pessoa - Obra poética»
- «Obra de Fernando Pessoa disponível para acesso gratuito em www.dominiopublico.com»
- «Obra de Pessoa disponível na internet»