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Geografia da Região Sul do Brasil: diferenças entre revisões

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O planalto Cristalino apresenta-se bastante amplo no estado do [[Paraná]], onde sua escarpa voltada para o oceano forma a serra do Mar, e em [[Santa Catarina]], esse [[planalto]] estreita-se bastante. Suas elevações formam os "mares de morros", que caracterizam a espaço da própria forma de relevo das [[serras e planaltos do Leste e do Sudeste]].
O planalto Cristalino apresenta-se bastante amplo no estado do [[Paraná]], onde sua escarpa voltada para o oceano forma a serra do Mar, e em [[Santa Catarina]], esse [[planalto]] estreita-se bastante. Suas elevações formam os "mares de morros", que caracterizam a espaço da própria forma de relevo das [[serras e planaltos do Leste e do Sudeste]].


=== Planalto Meridional ===
=== Planalto CARIOCA ===
O [[planalto Meridional]] recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de [[arenito]] com outras extensões de [[basalto]]. O basalto é uma [[rocha]] de origem [[vulcão|vulcânica]] responsável pela formação de [[solo]]s de [[terra roxa]], que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o [[norte]] e [[oeste]] do [[Paraná]], são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por [[arenito]]s.
O [[planalto Meridional]] recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de [[arenito]] com outras extensões de [[basalto]]. O basalto é uma [[rocha]] de origem [[vulcão|vulcânica]] responsável pela formação de [[solo]]s de [[terra roxa]], que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o [[norte]] e [[oeste]] do [[Paraná]], são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por [[arenito]]s.
[[Ficheiro:To08.jpg|thumb|left|200px|Praia da Guarita, na cidade de Torres (RS).]]
[[Ficheiro:To08.jpg|thumb|left|200px|Praia da Guarita, na cidade de Torres (RS).]]

Revisão das 18h27min de 5 de fevereiro de 2011

A Geografia da Região Sul do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características geográficas do território sul-brasileiro.

O clima da região Sul apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em que se alternam florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.

Relevo

Ver artigo principal: Relevo da região Sul do Brasil
Mapa físico da região Sul.

O relevo da região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (serras e planaltos do Leste e Sudeste) e o planalto Meridional. Nessa região, o planalto Atlântico é também denominado planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies. Os principais aspectos primários do relevo sulista são:

Planalto Cristalino

O planalto Cristalino apresenta-se bastante amplo no estado do Paraná, onde sua escarpa voltada para o oceano forma a serra do Mar, e em Santa Catarina, esse planalto estreita-se bastante. Suas elevações formam os "mares de morros", que caracterizam a espaço da própria forma de relevo das serras e planaltos do Leste e do Sudeste.

Planalto CARIOCA

O planalto Meridional recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de arenito com outras extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origem vulcânica responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por arenitos.

Praia da Guarita, na cidade de Torres (RS).

A elevação de maior destaque no planalto Meridional é a serra Geral, que no Paraná e em Santa Catarina, aparece à retaguarda da serra do Mar, mas no Rio Grande do Sul termina junto ao litoral, formando costas altas como as que aparecem nas praias da cidade de Torres, no Rio Grande do Sul. Para facilitar sua caracterização, o planalto Meridional costuma ser dividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica.

Planalto Arenito-basáltico

O planalto Arenito-basáltico nele, a diferença de resistência à erosão entre o basalto e o arenito forma as cuestas, localmente conhecidas como "serras". Exemplo: serra Geral, em Santa Catarina.

Depressão Periférica

A Depressão Periférica é uma área rebaixada e estreita, como é conhecida pelos nomes de planalto dos Campos Gerais, no Paraná, e Depressão Central, no Rio Grande do Sul.

Também semelhantes com uma "canoa"

Escudo Sul-Riograndense

Planalto também conhecido como Serras de Sudeste, localizado no sudeste do Rio Grande do Sul, caracterizado pelas coxilhas, que são formas de relevo onduladas e com colinas.

A região possui ainda pequenas planícies fluviais embutidas nos dois grandes planaltos (Cristalino e Meridional) e uma extensa planície costeira junto ao litoral. No Paraná, a planície de maior destaque é a Baixada Paranaense, e no Rio Grande do Sul, torna-se bem visível a presença de restingas que "fecham" enseadas e formam lagoas costeiras, como a lagoa dos Patos e a lagoa Mirim, na fronteira com a República Oriental do Uruguai. Em Santa Catarina, planície costeira é estreita, principalmente no norte, e dessa forma continua pelo litoral paranaense, onde forma praias, dunas ou ainda restingas.

Clima

Mapa climático da região Sul do Brasil.

No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 16°C a 20°C, mas o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas freqüentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se nos meses de verão.

Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20°C e as chuvas caem principalmente no verão.

Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse vento frio de minuano ou pampeiro. O vento minuano faz milhares de paranaenses, catarinenses e gaúchos sentirem cada vez mais frio onde quer que estejam. Para enfrentar essa mudança brusca de temperatura, há muitos anos atrás, surgiu a vontade de beber um bom chimarrão com bombilha, mate amargo e uma água bem quente (bebida típica do Rio Grande do Sul) como um bom remédio para aliviar a gripe e o resfriado e deixar as pessoas com mais resistência contra o frio rigoroso, inclusive com casacos, blusas, calças e meias, agasalhos importantes para dias perigosos para a saúde imunológica do sistema respiratório.

É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecerá.

Hidrografia

Vista aérea da Cataratas do Iguaçu, na fronteira do Brasil com a Argentina.

Tanto a serra do Mar como a serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa forma, o relevo da região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a maior do mundo). Essa exploração permite ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos nessa área.

Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias secundárias, conhecido como bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela colonização alemã.

A hidrografia do Rio Grande do Sul pode ser classificada em três regiões:

  • Região hidrográfica da bacia do rio Uruguai, cujas águas drenam para o rio Uruguai;
  • Região hidrográfica da bacia do Guaíba, cujas águas drenam para o rio Guaíba; e
  • Região hidrográfica das bacias do Litoral, cujas águas drenam ou para a lagoa dos Patos e Mirim ou direto para o oceano Atlântico.

Vegetação

Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao Sul do Brasil, é comum lembrarem-se da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.

A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais elevadas dos planaltos do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra no planalto Arenito-basáltico, no interior da região.

A Mata de Araucárias é a paisagem típica da vegetação de planalto da região Sul.
Folhas de erva-mate: a erva-mate é um dos principais produtos agrícolas da região Sul.

Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão.

Além dessa mata, a serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua pelo Sudeste até chegar ao Sul.

A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente apenas em trechos. A devastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade madeireira.No norte e oste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado implantar uma política de reflorestamento.

A região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duas áreas distintas. A primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, numa região conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa, sendo a vegetação natural das coxilhas, cobertas com uma camada de ervas rasteiras.

Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.

Ver também

Ligações externas