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Marcio Lacerda: diferenças entre revisões

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==Prefeitura de Belo Horizonte==
==Prefeitura de Belo Horizonte==

[[Aécio Neves]] começou a articular a candidatura de Marcio Lacerda ainda em 2007. O primeiro passo foi sugerir a filiação de Lacerda ao PSB, legenda mais neutra, que poderia, na visão do então governador, aliar-se tanto ao PT como ao PSDB. Lacerda teria se filiado, segundo ele mesmo declararia em 2008, sem saber a razão do pedido<ref>http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_20/2008/07/12/em_noticia_interna,id_sessao=20&id_noticia=71329/em_noticia_interna.shtml</ref>. O ex-governador tinha em mente, na época, sua possível candidatura à Presidência da República em 2010, em torno da qual pretendia reunir o maior número possível de legendas. Belo Horizonte seria um “laboratório” para a estratégia de Aécio. As articulações são comandadas pelo próprio ex-governador e pelo então prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Desta forma Lacerda deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de [[Minas Gerais]] em maio de [[2008]]<ref name="folha"/> para concorrer ao cargo de [[prefeito]] de [[Belo Horizonte]], com apoio de inédita e polêmica aliança entre o governador [[Aécio Neves]] e do então prefeito, [[Fernando Pimentel]]<ref name="folha2"/>. Márcio Lacerda foi o candidato com maior patrimônio declarado (55 milhões de reais, incluindo sua casa no Retiro das Pedras, avaliada em R$ 3,493 milhões, R$ 18,8 milhões em cotas da Empresa Macunaíma Participações Ltda., um saldo de R$ 32,481 milhões aplicado em um fundo UBS Sky, além de um barco, de R$ 26,4 mil, e um veículo da Ford, modeloJeep, ano 1976,avaliado em R$ 1,5 mil) e a maior previsão de gastos de campanha, no aporte de 14 milhões de reais.<ref>http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2008/07/06/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=70386/em_noticia_interna.shtml</ref> Eleito em segundo turno derrotando [[Leonardo Quintão]], do [[PMDB]], com 59,12% dos votos válidos. Com a eleição de Lacerda, o PT de Belo Horizonte perdeu a hegemonia de 16 anos na Prefeitura de Belo Horizonte.

===Gestão Empresarial===
Antes mesmo de tomar posse Marcio Lacerda indicou 11 de seus antigos funcionários para cargos de confiança, inaugurando o tom empresarial da gestão.<ref>http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2012/05/25/interna_politica,296351/prefeito-de-bh-emprega-11-antigos-funcionarios-em-cargos-de-confianca.shtml</ref> Outro beneficiado com a posse de Marcio Lacerda foi seu filho, Tiago Lacerda, contratado no primeiro ano de governo para fazer uma campanha publicitária promovendo o projeto do novo Código de Posturas da cidade de Belo Horizonte.ref>http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/05/01/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=108671/em_noticia_interna.shtml</ref> Mais tarde ele seria nomeado como presidente do Comitê Executivo do Núcleo de Gestão de Copas,<ref>http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1003846</ref> o que levaria o Ministério Público a acusar Marcio Lacerda de [[nepotismo]] em 2011<ref>http://oglobo.globo.com/politica/mp-entra-com-acao-contra-prefeito-de-bh-por-dar-cargo-ao-filho-2786566</ref> e a consequente renúncia de Tiago Lacerda algumas semanas depois.<ref>http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/10/filho-do-prefeito-de-bh-anuncia-desligamento-do-comite-da-copa.html</ref>

Em contraste com a propalada eficiência administrativa e financeira da gestão, o Ministério Público Estadual entrou também com ação civil pública contra Marcio Lacerda pedindo a devolução de quase 900 mil reais gastos em 2009 e 2011.<ref>http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2011/08/09/interna_politica,244239/mpe-propoe-acao-contra-marcio-lacerda-por-gastos-com-voos-fretados.shtml</ref> Estimativa-se que Lacerda tenha gastado cerca de R$25.000,00 por viagem realizada. O gasto total com todas as viagens do prefeito nesse período, se fossem utilizados vôos comerciais, seria de cerca de 50 mil reais.<ref>http://apps.alterosa.com.br/alterosa/templates/noticia_interna?id_sessao=9&id_noticia=59124</ref>

Na área social Marcio Lacerda deu prosseguimento às iniciativas dos governos anteriores, do Partido dos Trabalhadores, mas não conseguiu cumprir todas as promessas eleitorais, como foi o caso da construção de Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEIs).<ref>http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=207769,OTE&IdCanal=</ref> Isso se deu principalmente porque Marcio Lacerda decidiu concentrar os gastos na elaboração de projetos referentes à Copa do Mundo de 2014, geridos por seu filho,em detrimento de políticas de habitação, mobilidade e saúde.<ref>http://www.cebrasse.org.br/materias.php?id_materia=997</ref>

===Política Habitacional===
Devido ao déficit em política habitacional da prefeitura, surge em abril de 2009 a ocupação urbana “Dandara”, localizada em um latifúndio urbano utilizado para fins de especulação imobiliária.<ref>http://ocupacaodandara.blogspot.com.br/2009/07/denuncia-o-prefeito-de-belo-horizonte.html</ref> A ocupação é apoiada por movimentos sociais e pela Pastoral da Terra. Lacerda, no entanto, nega-se a negociar com os envolvidos no movimento insistindo no desalojo até o final de seu mandato. Em 2009 a PBH apresentou o projeto que previa a doação de imóveis públicos para o Programa Minha Casa, Minha Vida. O projeto, no entanto, proíbe, de forma inconstitucional, o acesso de pessoas que residiam em imóveis ocupados ao programa do governo federal.<ref>http://www.conjur.com.br/2009-dez-17/pl-72809-municipio-belo-horizonte-direito-moradia</ref> No ano seguinte, em um evento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi lida uma carta redigida por representantes da ONU condenando a maneira como a administração de Lacerda vinha conduzindo a desocupação das comunidades Dandara, Irmã Dorothy e Camilo Torres, no município. O prefeito é acusado, pelo documento, de desrespeito aos direitos humanos.<ref>http://www.cedefes.org.br/index.php?p=terra_detalhe&id_afro=2790</ref> O desrespeito da prefeitura também é apontado no projeto de readequação do Anel Rodoviário para a Copa do Mundo, que prevê o desalojamento de 2600 famílias. No orçamento, de 800 milhões de reais, não existia provisão de gastos para com o reassentamento das comunidades atingidas, que ocupavam a área há cerca de 30 anos. <ref>http://www.cartacapital.com.br/sociedade/copa-2014-em-belo-horizonte-2-600-familias-na-rua/</ref> Após misterioso incêndio na Ocupação das Torres Gêmeas, Lacerda aproveita para desalojar as famílias sem oferecer alternativas de moradia.<ref>https://raquelrolnik.wordpress.com/2010/10/15/belo-horizonte-futuro-das-ocupacoes-dandara-e-torres-gemeas-depende-de-dialogo-com-o-poder-publico/</ref> Mais tarde seria anunciado para o local o projeto do maior prédio da América Latina, que inclui pista de patinação no gelo e arena para 40 mil pessoas.<ref>http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2012/07/18/internas_economia,306656/grupo-apresenta-em-bh-o-maior-predio-da-america-latina.shtml</ref> Nenhuma solução foi apresentada para os moradores desalojados.

===Política Cultural===
Depois de dez anos de funcionamento contínuo o projeto “Arena da Cultura” foi interrompido logo no início da gestão de Marcio Lacerda.<ref>http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=fundacaocultura&tax=23562&lang=pt_BR&pg=5520&taxp=0&</ref> O projeto conseguia, em alguma medida, descentralizar os núcleos de produção, ensino, reflexão e difusão artísticas na cidade, por meio das inúmeras atividades (ciclos de formação, oficinas, worshops, debates…) nos campos das artes plásticas, dança, música e teatro. Sob o escuso pretexto da necessidade de “mudanças no modelo de gestão”, a FMC interrompeu as atividades durante 2009 e, somente agora, em março, anunciou o retorno do projeto para o segundo semestre de 2010, o que significa que, na mais otimista das hipóteses, ele terá sido interrompido por “apenas” 1 ano e meio (em uma gestão de 4 anos) – o que significa abandonar a formação sócio-artística de aproximadamente 1000 cidadãos de diversas regiões de Belo Horizonte.”<ref>http://pracalivrebh.wordpress.com/category/praia-da-estacao/page/2/</ref>

Em 2010 a prefeitura de Belo Horizonte anunciou o cancelamento do Festival Internacional de Teatro (FIT), devido às “eleições e à Copa do Mundo”.<ref>http://www.metro.org.br/sebastiao/prefeito-marcio-lacerda-mantenha-o-fit-2010</ref>
<ref>http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=136456,OTE&busca=M%C1RCIO%20LACERDA%202010&pagina=35</ref>
<ref>http://rudaricci.blogspot.com.br/2010/03/mare-baixa-para-o-prefeito-marcio.html</ref> Setores ligados à cultura se mobilizaram e, diante da pressão da classe artística, Lacerda voltou atrás e permitiu a realização do FIT 2010.<ref>http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=137381,OTE&busca=M%C1RCIO%20LACERDA%202010&pagina=35
</ref> Durante a abertura do Festival na Praça da Estação, o público espectador deparou-se com um espaço cercado por gradil e teve que passar por um portão estreito. Quando apareceu, Marcio Lacerda foi fortemente vaiado pelos presentes.<ref>http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2010/08/07/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=27059/ficha_teatro.shtml</ref>

Durante a cerimônia de posse do Conselho Municipal de Cultura (CMC), Marcio Lacerda mandou os seguranças retirarem do recinto um conselheiro que teria criticado as políticas higienistas do prefeito. Os demais conselheiros interrompem a solenidade em protesto.<ref>http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2011/12/23/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=47834/ficha_teatro.shtml
</ref>


=={{Ver também}}==
=={{Ver também}}==

Revisão das 16h57min de 23 de julho de 2012

Marcio Lacerda
Marcio Lacerda
Marcio Lacerda em 2008
Prefeito de Belo Horizonte
Período 1 de janeiro de 2009
em exercício
Antecessor(a) Fernando Pimentel
Dados pessoais
Nascimento 22 de janeiro de 1946 (78 anos)
Leopoldina, MG
Partido PSB
Profissão empresário e administrador

Marcio Lacerda (Leopoldina, 22 de janeiro de 1946[1]) é um empresário e político brasileiro, prefeito de Belo Horizonte.

Biografia

Nascido em Leopoldina, mudou-se para Belo Horizonte com 17 anos e ingressou na Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, de onde saiu para o primeiro emprego, na Companhia Telefônica de Minas Gerais (CTMG), em 1965. Dois anos depois, iniciou o curso de Administração na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Militância

A partir de 1969, em conseqüência de sua militância no Partido Comunista Brasileiro e posterior adesão à Aliança Libertadora Nacional, sofreu uma prisão de quatro anos, que lhe custou o emprego e a interrupção do curso universitário, só retomado em 1973 e concluído em 1977.

Vida política

Lacerda em campanha em 2008

Em 2003 Lacerda assumiu a função de secretário-executivo (o mesmo que vice-ministro) do Ministério da Integração Nacional, na gestão do ministro Ciro Gomes, de quem foi tesoureiro da campanha para a presidência e o maior doador. Nessa condição, coordenou ações interministeriais para o atendimento emergencial às vítimas das enchentes de 2004 no Nordeste, e a recuperação da infra-estrutura das regiões atingidas; teve importante papel na constituição de uma base de inteligência e de prevenção em defesa civil e na ampliação do número de coordenadorias municipais de Defesa Civil pelo País.

Exonerou-se do cargo quando da divulgação de que teria recebido 457 mil reais de Delúbio Soares, tesoureiro do PT, na mesma época que o escândalo do mensalão. Sobre o episódio, Lacerda afirmou que o dinheiro não era proveniente do valerioduto e fora destinado à agência New Trade, pelos serviços prestados no segundo turno da campanha presidencial de 2002.[2] Foi considerado inocente pela Polícia Federal e pela CPI dos Correios[3].

A partir de abril de 2007 e até maio de 2008, a convite do governador Aécio Neves, assumiu a gestão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Exerceu ainda a presidência do Conselho de Industrialização do Estado e dos Conselhos de Administração da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) e do Conselho Estadual de Geologia e Mineração (CEGEM). Foi vice-presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e membro atuante do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano e do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG).

Ainda como secretário do Governo Aécio, levou até a ministra Dilma Roussef proposta de criação de uma Parceria Público-Privada para viabilizar a expansão do metrô de Belo Horizonte, ampliando sua capacidade de 150 mil para 800 mil passageiros/dia, com previsão de um trecho ligando a avenida Antonio Carlos, na Lagoinha, com a Savassi, e de um ramal da Estação Vilarinho até o novo Centro Administrativo do Estado, no Serra Verde.

Prefeitura de Belo Horizonte

Ver também

Precedido por
Fernando Pimentel
Prefeito de Belo Horizonte
2009
Sucedido por


Referências