Miguel da Rocha Lima

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Miguel da Rocha Lima
Miguel da Rocha Lima
Miguel da Rocha Lima
Senador federal por Goiás
Período maio de 1926 a 30 de outubro de 1930 [a]
Antecessor(a) Hermenegildo de Morais Filho
16.º, 32.º e 34.º Presidente de Goiás
Período 1.º 14 de julho de 1905 a 11 de março de 1909 [b]
2.º 27 de julho de 1923 a 31 de março de 1924[c]
3.º 25 de abril de 1924 a 14 de julho de 1925
Antecessor(a) 1.º José Xavier de Almeida
2.º Eugênio Rodrigues Jardim
Joaquim Rufino Ramos Jubé
Sucessor(a) 1.º Francisco Bertoldo de Sousa [d]
2.º Joaquim Rufino Ramos Jubé
3.º Brasil Ramos Caiado
1.º Presidente do Senado Estadual de Goiás
Período Maio de 1901 a 14 de julho de 1905
1.º Vice-presidente Francisco Perillo
Sucessor(a) Francisco Perillo
3.º Presidente do Partido Democrata
Período 1917 a 24 de outubro de 1930
Antecessor(a) Totó Caiado
Sucessor(a) Partido extinto após a Revolução de 1930
Senador estadual por Goiás
Período 1901 até 1904
1913 até 1916
1917 até 1920
1921 até 1924
Legislatura 8.ª
9.ª
10.ª
Deputado estadual por Goiás
Período maio de 1895 a agosto de 1900 (2 mandatos consecutivos)
Dados pessoais
Nascimento 9 de outubro de 1870
Goiás, Goiás, Brasil
Morte 14 de julho de 1935 (64 anos)
Partido PRG (1894-1909)
PD (1912-1930)

Miguel da Rocha Lima, mais conhecido como Rocha Lima (Goiás, 12 de agosto de 1868 — Goiás, 14 de julho de 1935), foi um empresário e político brasileiro que serviu como senador estadual, presidente do Estado de Goiás por três vezes entre 1905 e 1925, além de senador federal pela mesma unidade federativa, entre 1926 e 1930.[1][2]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Nascido em 12 de agosto de 1868, na cidade de Goiás, capital da Província de Goiás, Miguel da Rocha Lima era filho de Franklin da Rocha Lima e de Adelaide Augusta Carneiro da Rocha Lima. Realizou sua educação secundária no Seminário episcopal de Goiás, ingressando na Academia de Direito, porém não concluindo o curso.[3]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Em 1895, ocupa o primeiro cargo público ao ser eleito deputado estadual por Goiás na 2.ª legislatura da Câmara de Deputados do estado, pelo Partido Republicano de Goiás. Reelegeu-se para um segundo mandato, que durou de 1898 até 1900, e neste período ocupou a Vice-presidência da Casa. Em 1901, assumi um mandato na primeira legislatura do Senado Estadual (5.º do Congresso Legislativo), sendo eleito o primeiro presidente da Casa assim que se iniciaram os trabalhos legislativos.

Governo estadual[editar | editar código-fonte]

Em 1905, com apoio do então presidente do Estado de Goiás, José Xavier de Almeida, é eleito para a sucessão do supracitado. No entanto, Almeida havia se tornado rival do grupo vigente da época, encabeçado por José Leopoldo Bulhões Jardim, o mesmo que grupo que o elegera. Portanto, o candidato bulhonista, José Joaquim de Sousa, foi homologado como eleito pelos Bulhões, mesmo tendo obtido apenas 8.937 contra os 23.404 de Rocha Lima.

A questão foi encaminhada para o Congresso Nacional do Brasil, no qual formou-se a Comissão Julgadora. O relator da Comissão, deputado federal por Minas Gerais, Estevão Lobo Leite Pereira, deu causa vencida para Rocha Lima, rejeitando um pedido de intervenção federal de Leopoldo de Bulhões na unidade federativa.

Em seguida, Rocha Lima manteve as políticas de arrocho fiscal de Xavier de Almeida, como manteve grande parte do seu secretariado. Um dos secretários de estado mantidos, foi o da Justiça e Interior, Antônio Ramos Caiado, político situacionista que viria a renunciar em 1908 para apoiar Bulhões.[4]

Em 1909, o PRG, comandado pelas frentes ''xavieristas'', lança o sogro de José Xavier, Hermenegildo Lopes de Morais à presidência estadual, em desfavor do bulhonista Gonzaga Jaime; com o respaldo de Lima. A vitória de Morais em março levou à Revolução de 1909, um conflito socio-político que estava prestes a atingir proporções militares, quando Miguel da Rocha Lima renuncia em 11 de março, sendo sucedido por seu 1.º vice-presidente, Francisco Bertoldo de Sousa, que é deposto pelos revoltosos comandados por Eugênio Rodrigues Jardim, em Goiás, Leopoldo Bulhões, no Rio de Janeiro e Totó Caiado, na cena política. Em seguida, os revoltosos desfizeram o PRG e estabeleceram seu partido como o dominante, o Partido Democrata.[4][5][6]

Também reconduziram ao poder, o político Urbano de Gouveia, até as eleições de 1912, disputa na qual, Miguel fora reeleito para o cargo de senador estadual, tendo se filiado ao PD, após o declínio político de Bulhões e a assunção de Caiado à presidência do Partido. Em seguida, no ano de 1917, sucedeu Totó Caiado na presidência do PD, permanecendo por 13 anos até a Revolução de 1930. Foi por várias vezes, Vice-presidente do Senado Estadual na chapa de Joaquim Rufino Ramos Jubé e em 1921 foi eleito 2.º vice-presidente do Estado, na chapa de Eugênio Jardim. Em 27 de julho de 1923, Jardim renuncia. Seu 1.º vice-presidente, Francisco Aires da Silva, inexplicavelmente, não assume o governo, então Miguel novamente é reconduzido à presidência de Goiás, sendo licenciado por um breve tempo, enquanto Ramos Jubé substituía-o. Foi presidente estadual até a eleição e posse de Brasil Ramos Caiado, em 14 de julho de 1925.[3]

Senado Estadual e Federal de Goiás[editar | editar código-fonte]

Foi reeleito não-consecutivamente para o cargo de senador estadual em 1925, porém logo renuncia em maio de 1926, quando fora eleito para substituir o senador federal falecido, Hermenegildo de Morais Filho, assumindo uma vaga no Senado e sendo reeleito em 1929 pelo Partido Democrata. Porém, seu mandato foi interrompido pela Revolução de 1930, que encerrou a Primeira República Brasileira.[2]

Morte[editar | editar código-fonte]

Faleceu na antiga capital homônima do estado de Goiás, sua cidade natal, no dia 14 de julho de 1935 aos 65 anos incompletos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Mandato interrompido pela Revolução de 1930
  2. Renuncia devido às pressões militares da Revolução de 1909
  3. Assumiu após a renúncia de Eugênio Rodrigues Jardim
  4. Pelos resultados eleitorais, Hermenegildo Lopes de Morais que deveria suceder Miguel, porém foi impedido pela Revolução de 1909.

Referências

  1. «Assembleia Legislativa do Estado de Goiás». web.archive.org. 13 de julho de 2018. Consultado em 23 de abril de 2024 
  2. a b «Senador Rocha Lima - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 23 de abril de 2024 
  3. a b «LIMA, Miguel da Rocha» (PDF). CPDOC-FGV. Consultado em 18 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023 
  4. a b Manhã, Diario da (28 de junho de 2016). «Totó Caiado, Goyaz e o centenário do jornal O Democrata | Diario da Manhã». Diário da manhã. Consultado em 24 de abril de 2024 
  5. «O CORONELISMO NO ESTADO DE GOIÁS. - 1 A REPÚBLICA E O CORONELISMO». 1library.org. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  6. Manhã, Diario da (4 de maio de 2015). «A primeira miss Goiás e a revolução de 1909[1] | Diario da Manhã». Diário da manhã. Consultado em 6 de dezembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
José Xavier de Almeida
Presidente de Goiás
19051909
Sucedido por
Francisco Bertoldo de Sousa
Precedido por
Eugênio Rodrigues Jardim
Presidente de Goiás
19231924
Sucedido por
Joaquim Rufino Ramos Jubé
Precedido por
Joaquim Rufino Ramos Jubé
Presidente de Goiás
19241925
Sucedido por
Brasil Ramos Caiado