Junta governativa goiana de 1930

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Mário de Alencastro Caiado, desembargador e interventor de Goiás
Pedro Ludovico Teixeira, senador federal e governador de Goiás
Emílio Francisco Póvoa, desembargador de Goiás
Da esquerda para a direita (de cima para baixo em aparelhos móveis): Mário de Alencastro Caiado, Pedro Ludovico Teixeira e Emílio Francisco Póvoa.

A junta governativa goiana de 1930 foi um triunvirato formado por:[1][2]

A junta assumiu o governo do estado em 30 de outubro, permanecendo no cargo até 23 de novembro de 1930. Era chefiada por Pedro Ludovico Teixeira.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em Goiás, havia-se formado uma forte oposição à oligarquia Ramos Caiado, detentora do controle político do estado desde 1912, quando Antônio Ramos Caiado, então porta-voz do Partido Democrata, se tornou presidente da agremiação.

Com as Política das Salvações, liderada pelo presidente do Brasil e marechal Hermes da Fonseca, Leopoldo de Bulhões e seu grupo foram afastados do poder, centralizado na figura de Antônio Ramos Caiado, que se tornou presidente partidário do PD. Ao lado de Gonzaga Jaime, Leopoldo refundou o Partido Republicano em 1913.[4][5] As rivalidades políticas de Bulhões com a eminência parda, o senador Pinheiro Machado, resultaram cada vez mais no afastamento da política de Goiás, ele acabou transferindo seu domicílio eleitoral para Alagoas. O Partido perdeu a disputa senatorial de 1917, quando Leopoldo fora “degolado” pela Comissão de Verificação de Poderes. Bulhões foi rapidamente transferido para um comissariado público e o Partido desfez-se em 1921.[6][7]

Em 1917, o senador estadual e opositor bulhonista, Miguel da Rocha Lima, filiado desde a expulsão de Leopoldo ao PD, assume a presidência do Partido, se mantendo até 1930. Neste período, o PD manteve uma forte hegemonia sobre a Política de Goiás. No entanto, em 1928, o senador estadual, Antônio Martins Borges, até então filiado do PD, se uniu ao próprio Bulhões para reformular o PRG, que perdeu nas eleições de 1928. Borges sofreu ostracismo político e não se reelegeu para o Senado, acabando assim, a oposição formal à família Ramos Caiado. Entre 1929 e 1930, surgem 3 figuras centrais na oposição caiadista: Domingos Vellasco, jurista e militar; Pedro Ludovico Teixeira, jornalista e médico, além de Mário de Alencastro Caiado, jurista que traria alguns desembargadores contra a própria família.[8][9][10]

Revolução de 1930 em Goiás: queda do situacionismo e formação da junta[editar | editar código-fonte]

Após a Eleição presidencial no Brasil em 1930, com a derrota do chefe da Aliança Liberal, Getúlio Vargas, os três principais opositores, igualmente filiados à AL, aderiram ao movimento que ficou conhecido como Revolução de 1930. A vitória da Revolução em Goiás, preocupava o então presidente do Brasil, Washington Luís, nomeou o senador federal, Totó Caiado, para assumir a interventoria federal de Goiás e invadir o Triângulo Mineiro. Porém Caiado foi fortemente reprimido pelo chefe da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, Quintino Vargas, nomeado pelo governador de Minas Gerais, Olegário Maciel.[11] A derrota de Caiado, foi seguida pela vitória da Revolução em Goiás, seguida pela libertação de Ludovico da prisão e o encarceramento de Antônio Ramos Caiado, que foi enviado ao Distrito Federal. Ocorreu ainda a remoção de Alfredo Lopes de Morais do cargo de presidente do estado, sendo nomeado pela Junta Governativa Provisória de 1930 como Interventor, o médico Carlos Pinheiro Chagas.[12] No entanto, tornou preferível que assumi-se, no lugar do médico mineiro, uma junta provisória formado por três líderes goianos da Revolução. Com isso, formou-se a junta, chefiada por Ludovico.

Referências

  1. «Governantes de Goiás e símbolos estaduais» (PDF). Maio de 1983. p. 10. Consultado em 1 de março de 2021 
  2. Souza, Rildo Bento de (2018). «Os Usos do Passado na Escrita de Si: A Memória da Revolução de 1930 em Goiás na Autobiografia de Pedro Ludovico Teixeira». Revista Expedições. 9 (4): 99. Consultado em 1 de março de 2021 
  3. «Governantes de Goiás e símbolos estaduais» (PDF). Maio de 1983. p. 10. Consultado em 1 de março de 2021 
  4. «O CORONELISMO NO ESTADO DE GOIÁS. - 1 A REPÚBLICA E O CORONELISMO». 1library.org. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  5. «História do Legislativo de Goiás» (PDF). web.archive.org. Consultado em 6 de dezembro de 2023 
  6. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Partido Republicano de Goiás :2
  7. «Senador Leopoldo Bulhões - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 29 de dezembro de 2023 
  8. «A breve fase de ouro da imprensa goiana nos anos de 1930 na Fundação da AGI». Jornal Opção. 13 de setembro de 2020. Consultado em 21 de janeiro de 2024 
  9. «CAIADO, MÁRIO DE ALENCASTRO» (PDF). CPDOC-FGV. Consultado em 18 de abril de 2024 
  10. «Domingos Vellasco: herdeiro de Bulhões na política e antagonista de Prestes na esquerda ». Jornal Opção. Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  11. GUEDES, Jales. «O PARTIDO REPUBLIANO DE GOIÁS NO PODER: CHEGA O CREPÚSCULO ÀS TRINCHEIRAS DEMOCRATAS» (PDF). Consultado em 20 de dezembro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 2023 
  12. Manhã, Diario da (28 de junho de 2016). «Totó Caiado, Goyaz e o centenário do jornal O Democrata | Diario da Manhã». Diário da manhã. Consultado em 24 de abril de 2024 


Precedido por
Carlos Pinheiro Chagas
Junta governativa goiana de 1930
1930
Sucedido por
Pedro Ludovico Teixeira


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