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Pedro Ludovico Teixeira

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Pedro Ludovico Teixeira
Pedro Ludovico Teixeira na década de 1930.
Senador por Goiás
Período1° de fevereiro de 1946 até
31 de janeiro de 1951
Legislaturas38.ª legislatura
42.ª legislatura
Período1° de fevereiro de 1955 até
1 de outubro de 1969[a]
Governador de Goiás
Período31 de janeiro de 1951 até
1 de julho de 1954
Vice-governador de GoiásJonas Duarte
Antecessor(a)Hosanah de Campos Guimarães
Sucessor(a)Jonas Duarte
Interventor federal de Goiás
Período10 de novembro de 1937 até
4 de novembro de 1945
Antecessor(a)Heitor Morais Fleury
Sucessor(a)Eládio de Amorim
Governador de Goiás
Período19 de outubro de 1934 até
10 de novembro de 1937
Antecessor(a)José Carvalho dos Santos Azevedo
Sucessor(a)Inácio Bento de Loyola
Interventor federal de Goiás
Período23 de novembro de 1930 até
3 de novembro de 1932
NomeadorGetúlio Vargas
Antecessor(a)Junta governativa goiana de 1930
Sucessor(a)Mário de Alencastro Caiado
1.º Vice-presidente do Senado Federal do Brasil
Período1 de fevereiro de 1968 até
1 de outubro de 1969
PresidenteAuro de Moura Andrade
Antecessor(a)Camilo Nogueira da Gama
Sucessor(a)Wilson Gonçalves
Dados pessoais
Nascimento23 de outubro de 1891
Goiás, Goiás, Brasil
Morte16 de agosto de 1979 (87 anos)
Goiânia, Goiás, Brasil
Alma materFaculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro
CônjugeGercina Borges Teixeira
Filhos(as)Mauro Borges Teixeira
Paulo Borges Teixeira
outros 4
ParentescoJosé Ludovico de Almeida (sobrinho)
Mauro Borges Teixeira Júnior (neto)
PartidoAL (1929-1930)
PSR (1933-1937)
PSD (1945-1965)
MDB (1965-1979)
Profissãomédico
jornalista

Pedro Ludovico Teixeira (Goiás, 23 de outubro de 1891Goiânia, 16 de agosto de 1979) foi um político, médico e jornalista brasileiro. Ele serviu por quatro vezes como governador e interventor federal de Goiás.[1][2] Sob sua administração foi iniciada e concluída a construção na nova capital Goiânia.

Busto de Pedro Ludovico Teixeira, à entrada do Palácio das Esmeraldas, sede do Governo do Estado de Goiás, em Goiânia.

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1915). Um dos líderes da Revolução de 1930, em Goiás, interventor federal no estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937,[3] foi responsável direto pela mudança da capital de Goiás para Goiânia.

Pedro Ludovico Teixeira fazia parte do núcleo de oposição em Goiás que se esboçava em Rio Verde, Inhumas e Anápolis, contra o poderio político dos Caiado. Pedro Ludovico reuniu um grupo de 120 voluntários de Goiás e do Triângulo Mineiro com a intenção de invadir o sudoeste goiano. Perto de Rio Verde, Pedro Ludovico foi preso pelas tropas caiadistas (4 de outubro de 1930), sendo solto logo que chegou a notícia em Goiás da vitória da revolução.

Primeiros anos

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Pedro Ludovico Teixeira nasceu na município de Goiás, então capital do estado de Goiás, em 23 de outubro de 1891, filho do médico João Teixeira Álvares e de Josefina Ludovico de Almeida.[4]

Formação acadêmica e educacional

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Sua educação primária começou em 1897, na Escola de Mestre Nhola. Em 1901, ingressou no Lyceu de Goiás, onde prestou provas para português e francês no ano seguinte. Mudou-se para o Rio de Janeiro, com o intuito de cursar engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, porém com uma semana de estudos, transferiu-se e bacharelou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.[5][6][4]

Carreira política

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Revolução de 1930 e interventoria federal

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Retornou a Goiás em março de 1916, fixando residência em Bela Vista, onde começou a clinicar. Em 1917 mudou-se para Rio Verde (GO) e no ano seguinte se casou com Gercina Borges Teixeira. Participou da Revolução de 1930. Em 24 de outubro do mesmo ano foi determinada a sua remoção para a cidade de Goiás, mas durante o percurso veio a notícia da vitória da revolução. Assim, Pedro Ludovico chegou ao destino não mais como prisioneiro, mas para assumir a liderança de um movimento vitorioso e o governo provisório do estado. Em 21 de novembro, foi nomeado interventor em seu estado.

Governador constitucional

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Em 1933 foi decidida a reconstitucionalização do país, e Ludovico tomou parte ativa na criação do Partido Social Republicano (PSR), que viria a preencher todas as cadeiras da representação goiana na Constituinte de 1934. Em 1935, seguindo as normas da Constituição federal votada no ano anterior, reuniu-se a Assembleia Constituinte do estado de Goiás, que o elegeu governador.

Interventoria federal e Estado Novo

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Pedro Ludovico Teixeira, então governador estadual de Goiás, assina decreto que confirma a mudança da capital estadual de Goiás para Goiânia, sob a numeração 1.816.

Em novembro de 1937, com a implantação do Estado Novo, permaneceu à frente do governo estadual, mais uma vez como interventor.

No início de 1945, momento de crise do Estado Novo e surgimento de novos partidos políticos, participou intensamente da criação do Partido Social Democrático (PSD), do qual foi presidente do diretório em seu estado. Cinco dias após a queda de Getúlio Vargas, foi substituído na interventoria, depois de 15 anos consecutivos à frente do Executivo estadual, pelo Presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Eládio de Amorim.

Pós-Era Vargas

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Em dezembro de 1945, foi eleito senador na legenda do Partido Social Democrático para um mandato de oito anos e, dessa forma, tomou parte nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1946. Membro do diretório nacional desta agremiação política, em 1950 interrompeu seu mandato no Senado para candidatar-se novamente ao governo de Goiás.[7]

Governador eleito diretamente (1951-1954)

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Foi eleito no pleito de 3 de outubro do mesmo ano, pela coligação entre o PSD e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Empossado em janeiro de 1951, governou por apenas três anos e meio, ao fim dos quais renunciou para se desincompatibilizar e novamente candidatar-se ao Senado.

Segundo mandato no Senado

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Nas eleições de outubro de 1954, elegeu-se mais uma vez senador na legenda do PSD, com mandato de oito anos. Reeleito em outubro de 1962, novamente com o apoio do PSD e do PTB. Em novembro de 1964, mobilizou homens armados para a defesa do mandato de seu filho Mauro Borges no governo estadual de Goiás, que este ocupava desde 31 de janeiro de 1961. Entretanto, não teve sucesso, pois uma intervenção federal afastou Mauro Borges do governo do cargo no dia 26 de novembro. Permaneceu no Senado até outubro de 1969.

Cassação e morte

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Em outubro de 1965, o Ato Institucional n.º 2 (AI-2), promulgado pelo presidente Humberto Castelo Branco, extinguiu os partidos políticos até então existentes. Com o advento do bipartidarismo, Pedro Ludovico filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro, representando-o na vice-presidência do Senado até 1º de outubro de 1969,[8][9]quando a junta militar presidida por Augusto Rademaker, que governou o país de 31 de agosto a 30 de outubro do mesmo ano, cassou seu mandato parlamentar com base no Ato Institucional n.º 5 (AI-5).[10] Foi redator do jornal goiano A Voz do Povo e membro honorário da Academia de Letras de São Paulo.

Faleceu em Goiânia no dia 16 de agosto de 1979, quando preparava mais um volume de seu livro Memórias. Havia sofrido um infarto e morreu às 17h30.[4][11]

Estátua equestre de Pedro Ludovico Teixeira em Goiânia, Goiás.

O objetivo político do governo de Pedro Ludovico era impulsionar a ocupação do estado de Goiás, direcionando os excedentes populacionais para os espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica. A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de uma infraestrutura básica ligando o Centro-Oeste ao Sul do país. As medidas adotadas por Pedro Ludovico:

A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 3 de outubro de 1933, como homenagem aos três anos do início da Revolução de 1930. No ano de 1973 lançou, em Goiânia, pela Editora Cultura Goiana, a primeira edição da sua autobiografia, que contava com 313 páginas, sob o título de "Memórias". A capa do livro foi elaborada por Marcos Veiga, retratando Pedro Ludovico.

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre Pedro Ludovico Teixeira:
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Notas e referências

Notas

  1. Mandato cassado em 1.º de outubro de 1969 pelo Ato Institucional n.º 5.

Referências

  1. «Senador Pedro Ludovico - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 15 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2023 
  2. 5574 (15 de junho de 2011). «Relação dos Governantes do Estado de Goiás - República». DARTCreations. Consultado em 15 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2023 
  3. «Dossie Goiás, Relação de Governadores». Goiasnet. Consultado em 24 dezembro de 2013. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2013 
  4. a b c Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 3 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2025 
  5. «Pedro Ludovico Teixeira». Portal da Alego. 12 de setembro de 2018. Consultado em 16 de abril de 2024. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2025 
  6. DM, Redação (17 de dezembro de 2016). «Aspectos da vida escolar de Pedro Ludovico». Diário da Manhã. Consultado em 3 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2025 
  7. Editor, Site (26 de julho de 2020). «Pedro Ludovico Teixeira (1891-1979)». Histórias das Américas. Consultado em 3 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2025 
  8. «Relação das Mesas Diretoras do Senado Federal do Brasil (1891-2024)» (PDF). Senado Federal do Brasil. Consultado em 18 de abril de 2024 
  9. «Atos Institucionais | PDF | Governo | Esfera pública». Câmara dos Deputados do Brasil. 2000. Consultado em 10 de outubro de 2025. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2025 – via Scribd 
  10. «Lista de cassações, aposentadorias e demissões do AI-5» 🔗. doi.org. 21 de março de 1969. p. 288. Consultado em 1 de fevereiro de 2025 
  11. «Ludovico Teixeira será sepultado em Goiânia». Biblioteca Nacional. Correio Braziliense. 17 de agosto de 1979. Consultado em 3 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2025 

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Carlos Pinheiro Chagas
Junta governativa goiana de 1930
1930
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Mário de Alencastro Caiado
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19321933
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José Carvalho dos Santos Azevedo
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