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Nacionalismo chinês

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Bandeira da República da China (durante o controle da China continental de 1928-1949 e desde 1945 de Taiwan e ilhas menores), representando os nacionalistas chineses - especialmente os apoiadores do Kuomintang (KMT), que se opunham ao comunismo e a República Popular da China. Sendo a favor da República da China como o estado legítimo da China.
Bandeira da República Popular da China, representando os nacionalistas chineses que apoiavam a RPC.

Nacionalismo chinês (chinês tradicional: 中國民族主義, chinês simplificado: 中国民族主义, pinyin: Zhōngguó mínzúzhǔyì) é a forma de nacionalismo na China que afirma que o povo chinês é uma só nação, e promove a unidade cultural e nacional dos chineses.

Base ideológica

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O nacionalismo chinês foi desenvolvido a partir de diversas fontes ideológicas incluindo o pensamento tradicional chinês, progressismo americano, marxismo[1] e o pensamento etnológico russo. A ideologia também se apresenta em muitas manifestações diferentes que às vezes são conflitantes, incluindo o ultra-imperialismo. Essas manifestações também incluem os Três Princípios do Povo, o Partido Comunista da China,[2][3] os pontos de vista antigovernamentais dos estudantes no Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989, o fascismo da Sociedade dos Camisas Azuis e o colaboracionismo japonês sob liderança de Wang Jingwei.

Embora os nacionalistas chineses concordem sobre a conveniência de ter um Estado chinês centralizado, quase todas as outras questões discutidas tem sido objeto de debates intensos e acirrados. Entre as questões que os nacionalistas chineses discordam são as políticas que levariam a China a se tornar uma potência, qual seria a estruturação do Estado e seu objetivo, qual o relacionamento que a China deveria ter com as potências estrangeiras e como deveriam ser as relações entre o grupo étnico majoritário han, os grupos étnicos minoritários e os chineses estrangeiros.

A grande variação de como o nacionalismo chinês é expressado tem sido analisada pelo cientista politico Lucian Pye, argumentando que isso revela a fragilidade da identidade chinesa.[4] Contudo, outros analistas têm argumentado que a capacidade do nacionalismo chinês se expressar em diversas formas é um traço positivo que permite a ideologia transforma-se, sendo resposta a uma eventual crise interna ou eventos externos.

Embora as variações entre as concepções do nacionalismo chinês sejam grandes, grupos nacionalistas chineses mantêm algumas semelhanças, sendo a mais notável o ultra-imperialismo. Ideologias nacionalistas chinesas são todas altamente ligadas a Sun Yat-sen, e reivindicam ser os herdeiros ideológicos dos Três Princípios do Povo. Além disso, as ideologias nacionalistas chinesas tendem a considerar tanto a democracia quanto a ciência como pontos positivos, embora muitas vezes tenham noções radicalmente diferentes sobre o significado de democracia.

Consciência nacional

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Existiu versões de um Estado chinês consciente de si por cerca de 4.000 anos, onde a concepção chinesa do mundo era, basicamente, a divisão do mundo civilizado e do mundo bárbaro, sendo que não se tinha consciência de que os interesses chineses tinham de ser assegurados pelo estado chinês. Autores como Lucian Pye têm argumentado que o moderno Estado-nação é fundamentalmente diferente de um império tradicional, entretanto, outros dizem que a atual dinâmica da República Popular da China - concentração de poder em uma autoridade central - compartilha semelhanças com os impérios de Ming e Qing.[4]

Houve apenas alguns poucos períodos da história da China em que existiu confronto direto com nações estrangeiras (sendo mais notáveis os mongóis, manchus e japoneses), enquanto a maioria dos conflitos foram em guerras civis que levaram a mudanças dinásticas. No entanto, as tentativas de "chinizar" povos estrangeiros ou "bárbaros" (como os vietnamitas e coreanos), que queriam manter uma identidade cultural separada, vinham acontecendo a milênios.

Referências

  1. Oil, Qatar, China & The Global Conflict
  2. Louise Young, Japan’s Total Empire: Manchuria and the Culture of Wartime Imperialism (Berkeley: University of California Press, 1998); Yoshihisa Tak Matsusaka, The Making of Japanese Manchuria, 1904-1932 (Cambridge: Harvard University Asia Center, 2001).
  3. In the mid-1940s, the Viet Minh, under Ho Chi Minh, looked to the West for help in its independence movement and got it.
  4. a b Pye, Lucian W. (1985). Asian power and politics: The cultural dimensions of authority [Potência asiática e política: As dimensões culturais da autoridade] (em inglês). Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. 184 páginas. ISBN 0-674-04979-9 
  • Harumi Befu, Cultural Nationalism in East Asia: Representation and Identity (1993). Berkeley, Calif.: Institute of East Asian Studies, University of California.
  • Terence Billeter, L’empereur jaune: Une tradition politique chinoise (2005).
  • Maria Hsia Chang, Return of the Dragon: China's Wounded Nationalism, Westview Press (2001), paperback, 256 pp, ISBN 0-8133-3856-5
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  • Peter Hays Gries, China's New Nationalism: Pride, Politics, and Diplomacy, University of California Press (January, 2004), hardcover, 224 pages, ISBN 0-520-23297-6
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  • Harvard Asia Pacific Review, 2010. "Nations and Nationalism." Available at Issuu [1] ISSN 1522-1113
  • Chinese Nationalism and Its Future Prospects, Entrevista com Yingjie Guo (junho de 2012)
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