O. J. Simpson

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O.J. Simpson

O.J. em 1990
Informações pessoais
Data de nascimento: 09 de julho de 1947 (76 anos)
Local de nascimento: São Francisco, Califórnia
Informação da carreira
Draft da NFL: 1969 / Rodada: 1 / Escolha: 1
História da carreira
 Como jogador:
Pontos altos na carreira e prêmios
  • 6× selecionado para o Pro Bowl (1969, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976)
  • UPI AFC Player of the Year (1972, 1973, 1975)
  • Aceito no Pro Football Hall of Fame em 1985
Estatísticas de carreira na NFL até a temporada de 1979
Corridas     2 404
Jardas     11 236
Touchdowns     61
Pro Football Hall of Fame

Orenthal James Simpson, conhecido por O. J. Simpson (São Francisco, 9 de julho de 1947), é um ator e ex-jogador de futebol americano.

Em 1994, foi acusado do assassinato de sua ex-mulher Nicole Brown e de seu amigo Ronald Goldman. Foi absolvido após um longo julgamento, que recebeu grande destaque da mídia mundial.

Em setembro de 2007, voltou a ter problemas com a lei, após ser preso em Las Vegas, Nevada, e posteriormente acusado de diversos crimes, entre eles assalto à mão armada, sequestro e formação de quadrilha.[1] Em 3 de outubro de 2008, foi considerado culpado de todas as acusações,[2] permanecendo detido no Clark County Detention Center enquanto aguardava a promulgação da sentença, marcada para 5 de dezembro de 2008.[3]

Julgado culpado, foi condenado a 33 anos de prisão, sendo 15 anos por sequestro, 6 anos por porte de arma durante o crime e 12 anos por roubo. A revista National Enquirer publicou, em 15 de fevereiro de 2011, que ele teria sido espancado por um grupo de jovens skinheads, cerca de um mês antes da publicação, no pátio da prisão. O motivo da briga seria por revelações de relações sexuais feitas pelo ex-jogador de futebol americano com mulheres brancas no passado, se vangloriando do fato. Com os socos e pontapés recebidos, ele veio a desmaiar, ficando três semanas internado na enfermaria da penitenciária. De acordo com a revista, não havia se recuperado mentalmente, além de falar pouco e ter medo de deixar sua cela. Segundo o The Huffington Post, a notícia demorou para ser divulgada porque a direção da penitenciária fez de tudo para manter a agressão em segredo - o que não conseguiram.

Em 20 de julho de 2017, Simpson ganhou liberdade condicional perante uma comissão de quatro julgadores, com unanimidade a favor de sua soltura.[4][5] Foi oficialmente solto na madrugada de 1 de outubro.[6]

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

O. J. Simpson jogando pelo Buffalo Bills em 1973.

O. J. Simpson foi escolhido pelo draft e começou a jogar pelo Buffalo Bills na temporada de 1968, apesar da expectativa não teve muito destaque nas primeiras três temporadas.

Em 1973 se tornou o primeiro jogador a correr mais de duas mil jardas em uma temporada (feito alcançado somente por 7 jogadores na história), em 1978 foi jogar no San Francisco 49ers, sua última temporada foi em 1979.

Apesar de nunca ter ganho um Super Bowl, tendo participado somente de um jogo de playoffs em 1974, O. J. Simpson foi o maior corredor da NFL por 4 temporadas, também conseguiu o feito de correr mais de 200 jardas em 6 jogos, marca que até hoje não foi alcançada.

Julgamento por assassinato[editar | editar código-fonte]

O.J. Simpson
Nome Orenthal James Simpson
Pseudônimo(s) O.J. Simpson
Data de nascimento 9 de julho de 1947
Local de nascimento São Francisco, Califórnia
Nacionalidade(s) norte-americano
Apelido(s) O.J. Simpson
The Juice
Ocupação Ex-jogador de Futebol americano
Ex-Ator
Ex-Produtor
Ex-Empresário
Crime(s) Assalto
Sequestro
Formação de quadrilha
Porte ilegal de arma
Homicídio (Acusado)
Pena 33 anos de prisão:
  • 15 anos por Sequestro
  • 12 anos por Roubo
  • 6 anos por Porte ilegal de armas
Situação Solto em julho de 2017 em condicional
Esposa(s) Marguerite L. Whitley (1967-1979)
Nicole Brown (1985-1992)
Filho(s) Arnelle L. Simpson (1968)
Jason L. Simpson (1970)
Aaren L. Simpson (1977)
Sydney B. Simpson (1985)
Justin R. Simpson (1988)
Situação de captura Preso em 3 de outubro de 2008

O julgamento de Simpson começou em 26 de setembro de 1994 e durou 372 dias. Foi acusado de matar a facadas sua ex-mulher, Nicole Brown, e seu amigo, Ron Goldman, em 12 de junho de 1994, entre 22 e 23 horas, em frente à casa dela.

Nicole, ex-garçonete, passou a viver com Simpson em 1978, depois que ele se separou da primeira mulher, Marguerite. Simpson e Marguerite foram casados por 11 anos e tiveram 3 filhos (um morreu aos 2 anos). Simpson e Nicole oficializaram a união com uma grande festa, em 1985. Tiveram 2 filhos. Nesse mesmo ano, Simpson quebrou, com um bastão de beisebol, os vidros do carro de Nicole, onde ela havia se refugiado após uma discussão. O divórcio aconteceu em 1992 e havia registros policiais de 3 agressões físicas de Simpson contra Nicole. Em 1993, Simpson chegou a invadir a casa da ex-mulher, que se trancou na cozinha.

Em 17 de Junho de 1994, ao ser acusado de duplo homicídio, Simpson desapareceu depois de deixar com amigos uma carta que anunciava seu desejo de suicídio. Foi perseguido pela polícia por 96 quilômetros, trancou-se durante horas em seu carro e em seguida se entregou. A perseguição a Simpson ganhou grande cobertura da mídia, e dividiu as atenções com os eventos desportivos que aconteciam naquele mesmo dia, como a abertura da Copa do Mundo FIFA e o quinto jogo das finais da NBA entre New York Knicks e Houston Rockets.

O júri era formado por 9 negros, 2 brancos e 1 hispânico. Dos 12 jurados, 10 eram mulheres. O veredito "inocente" foi anunciado em 3 de outubro de 1995.

Números do julgamento[editar | editar código-fonte]

  • Foram ouvidas 133 testemunhas.
  • A palavra sangue, a mais citada, foi pronunciada 15 mil vezes no julgamento.
  • Aconteceram 16 mil objeções durante o julgamento.
  • Os autos tinham 50 150 páginas, e 1 milhão de linhas escritas.
  • 20 milhões de pessoas assistiram ao julgamento pela televisão. O anúncio do veredito bateu o recorde de audiência da chegada do homem à Lua, e do funeral do presidente John Kennedy, recordes antes quebrados em abril de 1973 com o show de Elvis Presley no Havaí.
  • A promotora Marcia Clark foi quem mais falou no julgamento: 37 mil palavras. Em segundo lugar, ficou o principal advogado de defesa, Johnnie Cochran, com 33 mil palavras.

Curiosidades do julgamento[editar | editar código-fonte]

  • O advogado de Simpson, Johnnie Cochran, foi acusado pela ex-mulher, num livro, de tê-la espancado com frequência. Era também advogado de Michael Jackson.
  • O juiz Lance Ito é filho de 2 imigrantes japoneses que se conheceram num campo de concentração para japoneses nos EUA, durante a Segunda Guerra Mundial.

Revelações e livro[editar | editar código-fonte]

O. J. Simpson com a filha, Sydney Brooke, em 1986.

No livro "If I Did It", O. J. descreve como, hipoteticamente, teria executado o plano caso tivesse sido ele o responsável pelas mortes:

No dia em que o amigo de Nicole, Ronald Goldman, chegou para devolver os óculos que a mãe de Nicole teria deixado no restaurante onde ambas haviam jantado, Simpson resolveu agir. Foi ao carro, calçou um par de luvas, e com uma faca em mãos entrou na casa de Nicole de modo ímpar. Gritando e discutindo, afirmando que Nicole tinha ido a uma noitada com o amigo. Nicole negou, Ronald também. Simpson entretanto preferiu "crer" no cão de Nicole, que chegou abanando o rabo para Ronald. Neste momento, Simpson teve um ataque de raiva e gritou: " Você já esteve aqui!". Simpson parte para cima de Ronald e com a faca, que havia trazido do carro, Simpson atinge fatalmente Ronald com dezenas de facadas. Feito isso, ataca Nicole, chegando a quase arrancar a sua cabeça. Foi um dos crimes mais noticiados por todo os Estados Unidos.

A frieza com que Simpson narra a história, no seu livro, desperta ódio no povo americano, que fez manifestações contra a venda do livro. Chegando a ponto de um dos sócios mais importantes da editora pedir desculpas em público. A editora teve que destruir cerca de 400 mil exemplares do livro.

Há ainda rumores de que, se comprovado que Simpson ganhou cerca de 900 mil dólares pela venda do livro, as famílias das vítimas podem reclamar uma parte desse valor. Vale lembrar que o pagamento de 33,5 milhões, que Simpson deveria pagar às famílias das vítimas, ainda não foi quitado. A família Goldman impediu o direito de Simpson de publicar e ganhar dividendos dos crimes que muitos acreditam ter cometido. A família Goldman ganhou o direito de publicação do livro, passando a editá-lo e publicá-lo, e alterando o seu título original de 'If I did it' para 'If I did it: confessions of the killer', estando o 'if' apresentado na capa de forma quase imperceptível.

A sentença de Simpson não sofreu nenhuma alteração, pois nos Estados Unidos ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime.

O novo julgamento de O. J. Simpson[editar | editar código-fonte]

Novamente, O. J. Simpson volta ao banco dos réus, para se defender de uma acusação de assalto a um hotel-cassino em Las Vegas, após 13 anos da morte de sua ex-esposa. O assalto aconteceu em 2007, e Simpson chegou a ser preso, mas foi solto ao pagar fiança de 125 mil dólares, valor esse que seria dobrado mais tarde por ordem da juíza Jackie Glass, obrigando o ex-jogador a pagar 250 mil dólares ao estado de Nevada.

As vítimas foram 2 vendedores de artigos esportivos para colecionadores. Estavam em um quarto de um hotel-cassino, e afirmaram que foram rendidos por Simpson e alguns outros homens, todos bem armados. Simpson negou, afirmou que só fora ao quarto para recuperar alguns objetos que eram seus de direito, afirmou também que não estava armado. Do quarto, foram subtraídos 2 troféus e várias lembranças assinadas pelo ex-jogador.

O júri encarregado do caso de Simpson o declarou culpado em 3 de outubro de 2008. A pena foi divulgada em 5 de dezembro, sendo condenado a 33 anos de prisão efetiva, com sequestro e assalto à mão armada, entre as 12 acusações de que foi considerado culpado.

Em 20 de julho de 2017, após várias tentativas e vários julgamentos, foi permitido a Simpson sair da cadeia em condicional, a partir de 1° outubro de 2017, passados nove anos de prisão.[6][7]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. i.a.cnn.net - pdf
  2. «O.J. Simpson guilty of armed robbery, kidnapping - CNN.com». edition.cnn.com. Consultado em 16 de junho de 2021 
  3. «O.J. Simpson kept in isolation following conviction». ESPN.com (em inglês). 5 de outubro de 2008. Consultado em 16 de junho de 2021 
  4. Shapiro, Emily (20 de julho de 2017). «OJ Simpson granted parole for Las Vegas robbery». ABC News 
  5. CNN, Meg Wagner, Amanda Wills and AnneClaire Stapleton. «O.J. Simpson goes free: Live updates». CNN. Consultado em 20 de julho de 2017 
  6. a b "O.J. Simpson freed from prison". Página acessada em 1 de outubro de 2017.
  7. Peter, Josh (20 de julho de 2017). "The Latest: OJ Simpson granted parole in Nevada robbery". AP.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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