Usuário:Arcstur/OBL/Nheengatu

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Nheengatu

Nheengatu, nyengatu

Pronúncia:/ɲe.ʔẽ.ɡa.ˈtu/
Falado(a) em: Brasil Brasil

Venezuela Venezuela

Colômbia Colômbia
Região: Amazônia
Total de falantes: 14.000[1]
Família: Tronco tupi
 Ramo Ocidental
  Família tupi-guarani
   Subconjunto III[2]
    Tupi antigo
     Língua geral setentrional
      Nheengatu
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: Monsenhor Tabosa (município do Brasil, cooficial)
São Gabriel da Cachoeira (município do Brasil, cooficial)
Regulado por: Academia da Língua Nheengatu (recente)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: sai - tup
ISO 639-3: yrl
Em verde, o Brasil, a Colômbia e a Venezuela, os três países onde há falantes de nheengatu

A língua nheengatu (nheengatu: [ɲe.ʔẽ.ɡa.ˈtu], português: [ɲe.ẽ.ɡa.ˈtu]), também conhecido como língua geral, língua geral amazônica ou tupi moderno, é uma língua indígena pertencente à família tupi-guarani, sendo então derivada do tronco tupi. Esse idioma tem origem na língua geral setentrional, que por sua vez proveio do tupi antigo. O nheengatu também é referido em menor grau por uma grande variedade de nomes, incluindo nenhengatu,[3]nhengatu[4], nyengatu,[5] waengatu[4], ñe'engatu (este último em espanhol)[4], entre outros. O nheengatu está, de acordo com a Unesco, severamente ameaçado.[6] Estima-se que haja aproximadamente 14.000 falantes no mundo, dos quais 6.000 se encontram no Brasil.[7]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Seu nome procede da composição entre as palavras tupis nhe'enga ("língua", "idioma", "linguagem") e katu ("bom", "boa"), significando portanto "língua boa", devido à sua importância como língua franca na região Norte do Brasil durante o período colonial.[8][9][10]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

O nheengatu está presente em toda a região do Rio Negro entre os povos Baniwa, Baré e Warekena, entre outros, principalmente no território do municipio de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, no Brasil, onde, desde 2002 é um dos idiomas oficiais (juntamente de baníwa, tukano e português)[11]. Além disso, é falado também na região do Baixo Amazonas (no estado do Amazonas), entre os povos Sateré-Mawé, Maraguá e Mura, e no Baixo Tapajós (no estado do Pará) onde está sendo revitalizado entre os diversos povos da região e também entre os próprios ribeirinhos[7].

Atualmente, podemos identificar três variantes da língua: a variante da região do Rio Negro, chamada de Yẽgatu; a do baixo Amazonas, conhecida como nheengatú tradicional; e a do baixo rio Tapajós, o nheengatu tapajoara. Além delas, há também o nheengatu da Venezuela (ñeengatu) e o nheengatu da Colômbia (nyengatu)[carece de fontes?].

O nheengatu compartilha semelhanças com um grupo de línguas e dialetos da família tupi-guarani, tais como tupinambá, língua geral paulista (tupi austral), cocama, cocamilla e omaguá. Este grupo é caracterizado principalmente pelos seguintes fenômenos em relação ao proto-tupi-guarani:[12]

  • Conservação de consoantes finais;
  • fusão de tx e ts, manifestados como ts ou s;
  • conservação de pw;
  • conservação de pj;
  • conservação de acentos.

História[editar | editar código-fonte]

A formação da Língua Geral Amazônica está ligada ao início da colonização nas terras do Grão-Pará em 1616, ano em que as primeiras tropas portuguesas estabeleceram-se na região da Costa do Salgado, fundando o Forte do Presépio. Chegando lá, os colonizadores tiveram contato com a variante do tupinambá falada na região. Assim, os aldeamentos jesuítas no estado do Grão-Pará e Maranhão tomaram essa variante como língua franca de seus aldeamentos e do seu catecismo. Assim, a língua acabou servindo como língua de contato entre povos indígenas de diversas etnias, caboclos e brancos.

Primeira página da Arte de Gramática da Língua Brasílica.

Conforme os aldeamentos passaram a subir os rios amazônicos e a reduzir os diferentes grupos indígenas (ou seja, conduzi-los às reduções jesuíticas), a língua foi perdendo o caráter de idioma étnico dos tupinambás e transformando-se num vernáculo supraétnico. Com isso, o idioma teve sua tipologia gradativamente afastada daquela do idioma dos tupinambás, devido, justamente, às influências resultantes de constantes contatos com outros sistemas linguísticos.[9] Esse processo foi paralelo ao desenvolvimento, no litoral do centro-sul, da Língua Geral Paulista.[13]

A Língua Geral Amazônica foi inicialmente fomentada pela Coroa Portuguesa e tomada como língua oficial na Capitania no período 1689-1727, apos o que começaram as tentativas de portugalização. Uma carta régia de 1727, por exemplo, proíbe o uso da língua nas povoações e aldeias de repartição, determinando que tanto os moradores quanto os missionários organizassem o ensino do português aos índios. Em 1757, após a Revolta dos Cabanos, a Língua Geral Amazônica foi devidamente proibida. [14] A essa altura, o processo de supressão da língua tornou-se especialmente violento: metade da população masculina do Grão-Pará (Amazônia) foi assassinada e quem era flagrado falando em nheengatu era castigado; se fosse indígena não contatado, era batizado por padres e ganhavam seus sobrenomes portugueses em certidões, uma vez que os próprios padres eram seus padrinhos.[carece de fontes?] Foi também neste processo que os nomes de muitos lugares tiveram seus nomes trocados de nheengatu para nomes de lugares e cidades de Portugal, tais como Belém (antiga Tupinambá Mairi), Santarém (antiga Aldeia dos Tapajós), Aveiro (antiga Aldeia dos Mundurucus), Barcelos (antiga Missão de Mariuá), Óbidos (antiga Missão dos Pauxis), Faro (antiga Aldeia dos Jamundás) e Alenquer (antiga Surubiú).

Todo esse esforço, contudo, gerou pouco efeito prático. O número de falantes de outras línguas superava imensamente os colonos portugueses na Amazônia, tanto que os próprios portugueses se adequaram a língua nativa. Para se falar ou conversar na colônia do Grão Pará tinha que usar o nheengatu, caso não o fizesse, ficaria falando sozinho uma vez que ninguém usava o português, a não ser no palácio governamental em Belém e entre os próprios portugueses.[15][14]

Assim, ao longo do século XVIII, a também conhecida como Língua Brasílica se expandiu ao longo de diferentes rios e se desenvolveu em diferentes variedades. [14] Foi a partir do século XIX que passou a ser utilizado o nome Nheengatu, possivelmente criado por Couto de Magalhães em 1876.[15][16]

Baseando-se na análise de documentos do século XIX, Felix reconhece 11 variedades da língua na época: Solimões, Juruá, Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Tapajós, Baixo Tocantins, Monte Alegre, Ereré, Santarém, Mudurukú e Mawé.[17][16] O Nheengatu continuou a evoluir, quando se expandiu na região do Alto Rio Negro. Houve contato com outros idiomas como Marawá, Baníwa, Warekana, Tucano e Dâw. [18]

No final do século XIX, a conquista da língua portuguesa se consolidou, mas o nheengatu não desapareceu.[19] Ficou enraizado no linguajar do amazônida, no sotaque dos ribeirinhos e nos povos indígenas do rio negro, baixo amazonas ainda que em risco de desaparecer. Mas com o projeto Motorola para a tradução da língua na telefonia[20][21], a língua retornou ao engajamento protagonista e em 2020, professores e ativistas da língua nas três variantes se uniram em prol da criação de uma academia, a Academia da Língua Nheengatu (ALN)[22], para regularizá-la, padronizá-la em três vertentes e assim reconquistar parte do espaço perdido e em busca do lugar que lhe foi tirado, o de língua mãe que é a cara a identidade da Amazônia.

Uso[editar | editar código-fonte]

Atualmente, o nheengatu ainda é falado por cerca de 73,31% dos 29,9 mil habitantes de São Gabriel da Cachoeira, no Brasil (Censo IBGE 2000), cerca de 3 000 pessoas na Colômbia e 2 000 pessoas na Venezuela, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana).[23] Para além disso, é a língua materna da população cabocla e mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não índios, ou entre índios de diferentes línguas. Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica de povos indígenas amazônicos que perderam suas línguas nativas, como os barés, deos arapaços, os baniuas, os uarequenas e outros.

O nheengatu é uma das quatro línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do estado do Amazonas, no Brasil.[24]

É possível a existência de cerca de 19.000 falantes de Nheengatu em todo o mundo, de acordo com The Ethnologue (2005),[25] embora alguns jornalistas tenham relatado até 30.000.[26][27] A linguagem recuperou recentemente algum reconhecimento e destaque depois de ter sido suprimida por muitos anos. É falado na região do Alto Rio Negro, no estado do Amazonas, na Amazônia brasileira e em partes vizinhas da Colômbia e Venezuela. É a língua nativa da população rural da área e também é usada como uma linguagem comum de comunicação entre indígenas e não-indígenas e entre indígenas de diferentes povos.

Em 1998, o professor da Universidade de São Paulo, Eduardo de Almeida Navarro, fundou a organização Tupi Aqui dedicada a promover o ensino do Tupi e Nheengatu históricos em escolas de ensino médio de São Paulo e em outros lugares do Brasil.[28][29] O professor Navarro escreveu um livro didático para o ensino de Nheengatu que o Tupi Aqui disponibiliza, juntamente com outros materiais didáticos, em um site hospedado pela Universidade de São Paulo.[30]

Em dezembro de 2002, Nheengatu ganhou o status de idioma oficial ao lado do português no município de São Gabriel da Cachoeira, Brasil, onde muitos falantes estão concentrados, de acordo com a lei local 145/2002.[28]

O Nheengatu no nordeste brasileiro[editar | editar código-fonte]

Sabe-se que o nheengatu teve origem no Tupinambá amazônico, variante tupi localizada mais precisamente no Maranhão, que durante a colonização portuguesa, fez parte do estado do Grão Pará e Maranhão.[31] Desde então, se entende o nheengatu também como cultura maranhense. O que poucos citam é a presença do nheengatu no nordeste brasileiro propriamente falando. Principalmente Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Assim surgiu o caso do município de Monsenhor Tabosa que oficializou o idioma nheengatu como língua cooficial no município e planejar adotar a língua nas escolas municipais. Como diz o jornal local: “A câmara municipal de Monsenhor Tabosa aprovou por unanimidade um projeto de lei que reconhece a língua nativa Tupi-Nheengatu como língua cooficial do município. O texto legal já foi sancionado pelo prefeito Salomão de Araújo Souza, que é descendente dos povos indígenas”.

Para Teka Potiguara, lider comunitária e antropóloga, a decisão valoriza o reconhecimento das identidades, da memória e da história dos povos indígenas do Ceará.

“Aqui em Monsenhor Tabosa, nós temos cerca de 4 mil descendentes de povos indígenas das etnias Potiguara, Tabajara, Gavião e Tubiba Tapuia e sei que esta ação tem um reflexo muito importante, tanto para o tempo presente quanto para as próximas gerações”, pontua Teka, que pesquisa e escreve sobre a língua Tupi-nheengatu há mais de 20 anos. “Nós, povos indígenas, estamos sistematizando uma língua que nunca morreu e que, inclusive, é de onde vem a maioria dos nomes dos municípios cearenses. É uma grande conquista do nosso povo oficializar a língua Tupi-nheengatu e conseguir levar seu ensino também para as escolas da rede municipal, para além das escolas indígenas”.[32][33]

Projetos de documentação do idioma[editar | editar código-fonte]

Agências de documentação de idiomas (como SOAS, Museu do Índio, Museu Goeldi e Dobes) atualmente não estão envolvidas em nenhum projeto de documentação de idiomas para Nheengatu. No entanto, as pesquisas sobre Nheengatu realizadas por Moore (1994) foram apoiadas pelo Museu Goeldi e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e financiadas pela Society for the Study of the Indigenous Languages of the Americas (SSILA) e pela Inter-American Foundation. Neste estudo, Moore se concentrou nos efeitos do contato com a língua e em como Nheengatu evoluiu ao longo dos anos com a ajuda de um informante que falava Nheengatu. Moore (2014) pede a “localização e documentação dos dialetos modernos de Nheengatu”, devido ao risco de extinção.[34]

A Academia da Língua Nheengatu (ALN)[editar | editar código-fonte]

Realizado por professores indígenas e ativistas da língua, a Academia da Língua Nheegatu (ALN) cujo objetivo é de reconquistar o espaço perdido pelo Nheengatu durante os anos de proibição no século XVIII e XIX e no sobrepujamento do Português sobre o Nheegatu já no século XX durante o Ciclo da Borracha[19], e alavancar seu aprendizado em meio a indígenas e não indígenas num contexto contemporâneo e moderno já no século XXI. O projeto Motorola deu o pontapé inicial para o grupo de ativistas o que culminou com a criação da Academia, de forma on-line por conta da pandemia de COVID-19, o que impediu de haver reuniões presenciais numa capital próxima, ou seja, Manaus.

Escolhido os patronos das 25 cadeiras, quatro pessoas, fazem parte da diretoria, entre eles, Edson Baré, seu primeiro presidente. As mesmas cadeiras são organizadas por região: 10 pertencem aos falantes do yẽgatu, 7 pertencem aos falantes do nheengatu tradicional, 7 cadeiras são direcionadas aos falantes do nheengatu tapajoawara e 3 ultimas cadeiras são reservadas a falantes do nheengatu que não pertença as três regiões.[35]

A cidade fórum é a cidade de Manaus, e as sedes da Academia são Manaus e Santarém.[35]

Fonologia[editar | editar código-fonte]

Consoantes[editar | editar código-fonte]

Não há um consenso acerca das consoantes do nheengatu, já que alguns autores consideram contornos e aproximantes como fonemas. Consoantes entre parênteses representam estes sons.[36]

Fonemas consonantais da língua Nheengatu[36]
Bilabial Alveolar Pós-alveolar Palatal Velar Glotal
Plosiva Desvozeada p t () k (ʔ)
Vozeada b d ɡ
Pré-nasal (ᵐb) (ⁿd) (ᵑɡ)
Nasal m n ɲ
Fricativa s ʃ
Vibrante ɾ
Aproximante (w) (j) ()

Vogais[editar | editar código-fonte]

O sistema de vogais do nheengatu se assemelha ao do tupinambá, sendo que as vogais /ܺܺɨ/ e /o/ não são presentes, graças a transformações fonológicas que as fundiram com as vogais /i/ e /u/ respectivamente, tal como suas contrapartes nasais.[36]

Fonemas vocálicos da língua nheengatu[36]
Vogais orais
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Média e
Aberta a
Vogais nasais
Anterior Central Posterior
Fechada ĩ ũ
Média
Aberta ã

Ortografia[editar | editar código-fonte]

Ao longo do tempo têm-se usado diversas convenções para escrever o nheengatu com base no alfabeto latino e segundo as regras do português, usando-se grafias como "nh"; "c"; "ç", "ce", "ci"; "que", "qui"; "h" mudo; "n" em fim de sílaba como marca de nasalização; "u" e "i" usados indistintamente como vogais e semivogais; etc. Assim, foi feito na primeira vez, como padres católicos durante a colonização da Amazônia cujo objetivo era de fortalecer o domínio português sobre as comunidades nativas nos chamados “descimentos” e aldeamentos. Stradelli também escreveu seu belo trabalho usando sua própria interpretação, bem assim como Barbosa Rodrigues e mais recentemente Casanovas e os demais pesquisadores modernos como o professor Eduardo Navarro, em sua obra que lhe deu sustentação para o ensino da língua na Universidade de São Paulo - USP. Porém, hoje em dia, os próprios falantes tem buscado usar sua própria ortografia e sustenta-las através de conversões ortográficas e acordos entre povos diferentes, justamente como ocorreu  com as três variantes da língua nheengatu capitaneadas pelos professores e ativistas da língua. Assim, as variantes yẽgatu, nheengatu tradicional e tapajoawara ganharam suas próprias ortografias.[carece de fontes?]

Yẽgatu[editar | editar código-fonte]

Com a Nova Ortografia Unificada, professores do rio Negro fizeram sua convenção ortográfica para padronizar a língua na região, mais adaptada à fonologia da língua, menos vinculadas às convenções portuguesas. Desde então, seus docentes e discentes, seguindo as regras da convenção, tendem a incluir o uso de til sobre as vogais "e", "i" e "u"; o uso de "k" em lugar de "c" e "qu"; o uso de "s" simples em lugar de "ç", "ce", "ci" ou "ss"; o uso de "y" e "w" para representar semivogais; o uso de "y" próximo à vogal nasal em lugar de "nh"; o uso de consoantes simples próximo a vogal nasal em vez de encontros consonantais "mb", "nd", "ng", "nt"; redução da acentuação tônica; e extinguir a vogal ‘o’ para dar lugar somente ao ‘u’. Bem diferente da escrita até então praticada, numa forma tradicional.[carece de fontes?]

Nheengatu tradicional[editar | editar código-fonte]

Da mesma forma ocorreu com o nheengatu tradicional falado no Baixo Amazonas, onde o povo Maraguá, Mura e parte dos Sateré-Mawé resolveram em convenção oficializar sua própria ortografia vinculada ao tradicionalismo pelo qual estavam acostumados a escrever. Assim, foi escrito o Dicionário e estudo da língua Nheengatu tradicional, onde se valoriza a fala e a escrita antiga, não tão diferente dos trabalhos de Stradelli ou de Barbosa Rodrigues. Na regência de sua convenção, descreve-se como regra o uso de todas as vogais, inclusive do Y e do W. O reconhecimento de doze consoantes tradicionais (b,ç,d,g,k,m,n,p,r,s,t,x), de três novas consoantes vinculadas as palavras estrangeiras convertidas ao nheengatu (l,j,h) e sete vogais (a,e,i,o,u,w,y), além de manter o ‘nh’ escrito, e do uso do ‘y’ tupi (som de u/e ao mesmo tempo) que não existe na língua portuguesa e que estão presente em algumas poucas palavras dessa varia.[carece de fontes?]

Nheengatu tapajoawara[editar | editar código-fonte]

A variante do Tapajós, vinculada aos povos Borari, Arapium, Tapajós dentre outros também teve sua convecção, onde a organização de professores indígenas (ao todo mais de duzentos docentes) tem feito de tudo para alavancar a língua nheengatu na região, inclusive com a produção do livro “Nheengatu tapajoawara” onde abordam uma ortografia própria mais aproximada com a de Casanovas, porém, um meio termo entre o nheengatu do rio Negro e o nheengatu tradicional.[carece de fontes?]

Todas as três variantes e suas perspectivas ortografias são reconhecidas pela Academia da Lingua Nhengatu (ALN).

Gramática[editar | editar código-fonte]

Existem sete classes gramaticais na língua nheengatu: substantivos, verbos, advérbios, posposições, pronomes, demonstrativos e partículas.[36][34]

Pronomes[editar | editar código-fonte]

O sistema de pronomes do nheengatu consiste em pronomes pessoais, anafóricos e demonstrativos. Os pronomes pessoais abrangem apenas a primeira e segunda pessoas, enquanto os pronomes anafóricos derivam de ae (ele). Além disso, há também os índices de pessoa estativa, que podem se unir ao sujeito, a uma posposição ou a um verbo.[36]

Os pronomes pessoais variam em número e pessoa, sem distinção de gênero. São eles:[36]

Singular 1ª pessoa Ixe
2ª pessoa Inde
Plural 1ª pessoa Yande
2ª pessoa Penhe

Substantivos[editar | editar código-fonte]

No sistema de nomes substantivos da língua nheengatu, as duas maiores divisões são determinadas por substantivos relativos ou autônomos e pelo parâmetro contável ou não-contável.[36]

Os substantivos relativos são determinados por uma entidade cuja existência implica a existência de outra entidade. Tais substantivos exigem um complemento associado a eles, relativo à entidade que é obrigatoriamente associada ao mesmo. Os principais exemplos são substantivos de parentesco, partes do corpo, relações sociais, propriedades, localização e relações de parte e todo.[36]

Os substantivos autônomos por outro lado não necessitam de um complemento associado a eles, sendo optativo para o contexto do falante. Qualquer substantivo que não implique a existência de outro é autônomo, tais como mulher, faca, terra, farinha, animal, entre outros.[36]

Os substantivos contáveis são aqueles compatíveis com determinantes de quantificação, tais como numerais e advérbios de intensidade. Estes nomes em sua maioria podem ser contados de forma discreta, ou seja, específica.[36]

Os substantivos não-contáveis não podem ser acompanhados de numerais ou outros determinantes de quantificação. Substâncias como água, farinha, piaçava, entre outras, normalmente são quantificadas usando wasu (aumentativo) ou o verbo buwa (ser abundante)[36]

Verbos[editar | editar código-fonte]

O sistema de verbos do nheengatu é simples, sendo que a principal divisão é dada por verbos transitivos e intransitivos. Os verbos intransitivos por sua vez podem ser divididos em estáticos e dinâmicos, e cada um exige um conjunto diferente de índices de pessoa. Por fim, os verbos não flexíveis definem propriedade físicas, sendo análogos aos adjetivos da língua portuguesa, e sua pessoa é marcada pelo sujeito da sentença.[36]

Neste sistema não há marcação de tempo, modo ou aspecto. Tais marcações são definidas no início de um rema, independentemente da classe a que estiverem associadas. Também não há marcação de evidencialidade, que é definida por um clítico. No entanto, a maioria dos verbos é acompanhada de um índice de pessoa.[36]

Índices de pessoa do nheengatu
Estativo Dinâmico
Singular 1ª pessoa se- a-
2ª pessoa ne- re-
3ª pessoa yane- ya-
Plural 1ª pessoa pe- pe-
2ª pessoa i- ou s- u-
3ª pessoa ta- tau- ta- tu-
  • Verbos Transitivos
    • a-u (eu comi)
    • re-u (tu comestes)
    • u-u (ele comeu)
  • Verbos Intransitivos
    • Dinâmicos
      • a-kiri (eu dormi)
      • re-kiri (tu dormistes)
      • u-kiri (ele dormiu)
    • Estativos
      • Flexíveis
        • se-ruri (estou feliz/ eu sou feliz)
        • ne-ruri (estáis feliz/ tu és feliz)
        • ta-ruri (estão felizes/ eles são felizes)
      • Não flexíveis
        • ixe puku (eu sou comprido)
        • inde puku (tu és comprido)
        • ae puku (ele é comprido)

Sentenças[editar | editar código-fonte]

As sentenças do nheengatu seguem, na maioria das vezes, a ordem Sujeito Verbo Objeto (SVO). No entanto, existem algumas variações nesse formato devido, principalmente, à tematização do objeto e do sujeito. [36]

No nheengatu, quase todas as entradas lexicais podem assumir a função de predicado. Graças a isso, é possível formar predicados não-verbais com certa facilidade. São reconhecidos três tipos de orações com predicados não-verbais: existenciais, nominais - inclusivas e equativas - e adverbiais.[36]

Exemplos de orações não-verbais

  • ixe kurripaku (Eu sou kurripaku / [literalmente: Eu kurripaku])
  • kua Bento yane-profesor (Nosso professor é este Bento / [literalmente: este Bento nosso professor])

Exemplos de orações verbais

  • a-piripana nhaã uka (Eu comprei aquela casa)
  • inde re-kuntai amu nheenga (Você fala outra língua)

Vocabulário[editar | editar código-fonte]

O pequeno príncipe[editar | editar código-fonte]

A seguir, um trecho inicial do livro O Pequeno Príncipe em Nheengatu, seguido do mesmo trecho em português:[37]

nheengatu português
Muruxawamir

Mairamé arikú puyepé akayú amaã, yrpé ara, yepé sangawa amurupí retana, yepé papera resé kaawasú resewara sera waá Mbeusawa uyusasá ana waá-itá. Aé umukameẽ yepé buyawasú umukuna uikú waá yepé sué kaapura. Xukúi sangawa.

O pequeno príncipe

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho.

Numeração[editar | editar código-fonte]

O sistema de numeração do nheengatu é decimal. Os números de 1 a 10 tem seus próprios nomes, tanto ordinais, quanto cardinais, vistos a seguir:[38]

Números Cardinal Ordinal
1 iepé iepesaua
2 mukũi mukũisaua
3 musapíri musapirisaua
4 irundi irundisaua
5 iepepu iepepusaua
6 puiepé puiepesaua
7 pumukũi pumukũisaua
8 pumusapíri pumusapirisaua
9 puirundi puirundisaua
10 mukũipu (ou pu pu) mukũipusaua (ou pupusaua)

Amostras de texto[editar | editar código-fonte]

Pedro Luiz Sympson, 1876
A! xé ánga, hu emoté i Iára. / Xé abú iu hu rori ána Tupã recé xá ceiépi. / Maá recé hu senú i miaçúa suhi apipe abasáua: / ahé recé upáem miraitá hu senecáre iché aié pepasáua. / Maá recé Tupã hu munha iché áramau páem maá turuçusáua, / i r'ira puranga eté. / Y ahé icatusáua xé hu muçaim ramé, r'ira péaca upáem r'iapéaca ramé, maá haé aitá hu sequéié.
Pe. Afonso Casanovas, 2006
Aikwé paá yepé tetama puranga waá yepé ipawa wasú rimbiwa upé. Kwa paá, wakaraitá retama. Muíri akayú, paá, kurasí ara ramé, kwá uakaraitá aywã ta usú tawatá apekatú rupí. Muíri viaje, tausú rundé, aintá aría waimí uyupuí aitá piripiriaka suikiri waá irũ, ti arã tausaã yumasí tauwatá pukusawa.
Eduardo de Almeida Navarro, 2011
1910 ramé, mairamé aé uriku 23 akaiú, aé uiupiru ana uuatá-uatá Amazônia rupi, upitá mími musapíri akaiú pukusaua. Aé ukunheséri ana siía mira upurungitá uaá nheengatu, asuí aé umunhã nheengarisaua-itá marandua-itá irũmu Barbosa Rodrigues umupinima ana uaá Poranduba Amazonense resé.
Aline da Cruz, 2011
A partir di kui te, penhe nunka mais pesu pekuntai aitekua yane nheenga. Yande kuri, mira ita, yasu yakuntai. Ixe kuri asu akuntai perupi. Ixe kua mira. Ixe asu akuntai perupi. Penhe kuri tiã pesu pekuntai. Pepuderi kuri penheengari yalegrairã yane felisidaderã.
Trecho do livro Yasú Yapurũgitá Yẽgatú, 2014
Se mãya uyutima nãnã kupixawa upé. Nãnã purãga yaú arama yawẽtu asuí purãga mĩgaú arama yuiri. Aikué siya nãnã nũgaraita. Purãga usemu mamé iwí yumunaniwa praya irũmu.
Roger Manuel López Yusuino (nheengatu venezuelano), 2013
Tukana aé yepé virá purangava asoi orikú bando ipinima sava, ogustari oyengari kuemaite asoi osemo ara ramé osikari arama ombaó vasaí iyá. Tukana yepé virá porangava yambaó arama asoi avasemo aé kaáope asoi garapé rimbiva ropí.


Menções[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Nhengatu | Ethnologue». Consultado em 1 de maio de 2022 
  2. CRUZ, Aline da (2011). Fonologia e gramática do nheengatu: a língua geral falada pelos povos baré, warekena e baniwa. Amsterdã: Landelijke Onderzoekschool Taalwetenschap. p. 1, 2 e 3. 652 páginas. ISBN 9789460930638. Cópia arquivada em 9 de maio de 2021 
  3. «Nenhengatu». Michaelis On-Line. Consultado em 21 de abril de 2022 
  4. a b c «Glottolog 4.5 - Nhengatu». glottolog.org. Consultado em 21 de abril de 2022 
  5. NETO, Antonio Fernandes Goes (18 de junho de 2015). «O Novo Testamento em nyengatu (1973): um capítulo na história das traduções bíblicas para línguas indígenas». São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 217 páginas. Consultado em 21 de abril de 2022 
  6. MOSELEY, Christopher (2010). Atlas of the World's Languages in Danger. Paris: Unesco. p. 174 e 175. 222 páginas. ISBN 9789231040962 
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Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • YAMÃ, Yaguarê; YAGUAKÃG, Elias; REIS, Egídia; JOSÉ, Mário (2021), Dicionário de estudos de Nheengatu Tradicional, ISBN 9786599450402, Edição do autor .
  • YAMÃ, Yaguarê, Cartilha Gramatical do Nheengatu Tradicional, Edição do autor .
  • SCHWADE, Michéli Carolíni de Deus Lima (2014), Descrição Fonético-Fonológica do Nheengatu Falado no Médio Rio Amazonas, Manaus: Universidade Federal do Amazonas - UFAM [Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/4610/2/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Mich%C3%A9li%20C%20de%20D%20Schwade.pdf] 
  • BORARI, Kawã Wirapaye, O Nheengatu Tapajowara .
  • Letra 16, Revista, Nheengatu Tapajoara .
  • NAVARRO, Eduardo de Almeida (2011), Curso de língua geral (nheengatu ou tupi moderno) – A língua das origens da civilização amazônica, ISBN 978-85-912620-0-7, São Paulo: Edição do autor . 112 pp.
  • SYMPSON, Pedro Luís, Gramática da língua brasileira: brasílica, tupi ou nheengatu .
  • CASASNOVAS, Padre A (2006), Noções de língua geral ou nheengatu 2ª ed. , Manaus: UFAM; Faculdade Salesiana Dom Bosco ,

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Ferramentas de estudo[editar | editar código-fonte]