Amarelo crepúsculo

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Amarelo crepúsculo
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC Disodium 6-hydroxy-5-[(4-sulfophenyl)azo]-2-naphthalenesulfonate
Outros nomes Amarelo alaranjado S; Amarelo FD&C 6; C.I. 15985; E110
Identificadores
Número CAS 2783-94-0
PubChem 5359810
ChemSpider 11431290
KEGG C19531
SMILES
InChI
1/C16H12N2O7S2.2Na/c19-15-8-1-10-9-13(27(23,24)25)6-7-14(10)16(15)18-17-11-2-4-12(5-3-11)26(20,21)22;;/h1-9,19H,(H,20,21,22)(H,23,24,25);;/q;2*+1/p-2/b18-17+;;
Propriedades
Fórmula química C16H10N2Na2O7S2
Massa molar 452.33 g mol-1
Ponto de fusão

> 300°C[1]

Solubilidade em água solúvel[2]
Solubilidade solúvel em etanol[2]
Riscos associados
Frases R R36/37/38
Frases S S26 S36
LD50 >10000 mg·kg-1 (rato, oral)[1]
Compostos relacionados
Azocompostos relacionados Alaranjado II (sem o sulfonato no nafataleno)
Azorrubina (em vez de um anel benzênico, outro anel naftênico; posição dos grupos funcionais um pouco diferente)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Amarelo crepúsculo, seguidamente adicionado na literatura da sigla FCF (também conhecido como Amarelo alaranjado S, Amarelo FD&C 6 ou C.I. 15985) é um corante azocomposto amarelo sintético com um máximo de absorção entre 480 e 500 nm dependente do pH[3]p. 463, produzido a partir de hidrocarbonetos aromáticos derivados do petróleo. Quando adicionado a alimentos vendidos na Europa, é notado pelo número E E110, podendo também ser notado pelo número INS 110.[4] Embora existam relatos de que pode induzir reações alérgicas, isto não é confirmado por pesquisas científicas.[5]

Usos[editar | editar código-fonte]

Amarelo crepúsculo é usado em alimentos fermentados os quais devem ser tratados por calor. Pode ser encontrado em refrigerantes de sabor laranja, marzipã, rocambole ou rolos suíços, geleia de damasco, doces de frutas do gênero citrus, creme de frutas, doces, misturas prontas para bebidas e sopas, margarina, pós para a produção de sobremesas em creme, preparados para gelatina de sabor limão e outras frutas cítricas, bebidas energéticas tais como o Lucozade, farinhas de rosca, aperitivos salgados tais como os Doritos, macarrão instantâneo embalado, misturas de molho de queijo e marinadas em pó, corante alimentício engarrafado amarelo e verde, sorvetes, comprimidos farmacêuticos e medicamentos de prescrição, medicamentos de venda livre (especialmente medicamentos infantis), decorações de bolos e glacês, preparados de abóbora e outros produtos com cores artificiais em amarelo, laranja ou vermelho.

Amarelo crepúsculo é frequentemente usado em conjunção com E123, amaranto, para produzir uma coloração castanha tanto em chocolates quanto caramelos.[carece de fontes?]

Em altas concentrações, amarelo crepúsculo em solução com água sofre uma transição de fase de um líquido isotrópico para um cristal líquido nemático. Isto ocorre entre uma concentração de 0,8 M e 0,9 M em temperatura ambiente.

Possíveis efeitos na saúde[editar | editar código-fonte]

Amarelo crepúsculo é uma versão sulfonada do corante Sudan I, um possível carcinogênico,[carece de fontes?] o qual está frequentemente presente nele como uma impureza. Amarelo crepúsculo por si pode ser responsável por causar reação alérgica em pessoas com intolerância à aspirina,[6] resultando em vários sintomas, incluindo perturbações gástricas, diarreia, vômitos, urticária, inchaço da pele (angioedema) e enxaquecas.[7]

O corante também tem sido associado à hiperatividade em crianças pequenas em pesquisa que incluiu um coquetel de ingredientes, entre eles:[8]

  • Amarelo crepúsculo (E110) (Amarelo FD&C #6) - Corante encontrado em produto a base de abóboras
  • Carmoisina (E122) - corante vermelho usado em geleias
  • Tartrazina (E102) (Amarelo FD&C #5) - coloração amarela
  • Ponceau 4R (E124) - coloração vermelha
  • Benzoato de sódio (E211) - conservante
  • Amarelo de quinoleína (E104) - corante alimentar
  • Vermelho allura AC (E129) (vermelho FD&C #40) - corante alimentício laranja/vermelho

Regulamentação[editar | editar código-fonte]

Como resultado destes potenciais problemas de saúde, tem havido apelos para a retirada do amarelo crepúsculo do uso de alimentos.

Em 6 de setembro de 2007, a Food Standards Agency britânica revisou conselhos sobre certos aditivos alimentares artificiais, incluindo o E110. O relatório diz, "Este tem sido um importante estudo de investigação numa importante área de pesquisa. Os resultados sugerem que o consumo de determinadas misturas de corantes artificiais e conservante benzoato de sódio está associada com o aumento do comportamento hiperativo em crianças.

"No entanto, os pais não devem pensar que simplesmente ingerir esses aditivos alimentares evitará transtornos de hiperatividade. Sabemos que muitas outras influências estão em trabalho, mas pelo menos esta é uma que crianças podem evitar."[9]

Em 10 de abril de 2008, a Foods Standard Agency alertou para uma remoção voluntária das cores (mas não o benzoato de sódio) até 2009.[10] Além disso, recomendou que deveria haver ação para eliminá-los em comida e bebida na União Europeia (UE) durante um período especificado.[11]

Amarelo crepúsculo está banido na Noruega e Finlândia.[12]

Em 2008, um acordo proposto pela U.E. especifou que os alimentos e bebidas que contenham qualquer um dos seis corantes artificiais que podem estar ligados ao comportamento hiperativo de crianças terá de conter advertências, incluindo o amarelo crepúsculo. A exigência se aplica às importações, bem como aqueles produzidos na U.E..[13] Centenas de produtos que contem os corantes são esperados a desaparecer do comércio a partir no período 2008-2010 seguindo a determinação da Food Standards Agency (FSA) a proibição voluntária sobre a sua utilização em produtos alimentícios.[13] Ministros do Reino Unido acordaram que os seis corantes serão eliminados até 2009.[14]

A EFSA decidiu em 2009 reduzir a ingestão diária aceitável (IDA) para amarelo crepúsculo FCF de 2,5 mg/kg para 1,0 mg/kg de peso corporal por dia [carece de fontes?]. Impurezas na produção podem deixar aminas aromáticas não sulfonadas em concentrações de 100 mg/kg, que pode estar associado com carcinogenicidade.[carece de fontes?] Também um estudo mostrou que misturas de quatro corantes sintéticos adicionados do conservante benzoato de sódio (E211) causa aumento da hiperatividade em humanos. Reações de sensibilidade podem ocorrer quando amarelo crepúsculo FCF é misturado com outros corantes sintéticos.[8]

Além disso, o painel da EFSA observou o limite JECFA para chumbo é ≤ 2 mg/kg, enquanto que a especificação CE é ≤ 10 mg/kg. O aditivo colorante pode também aumentar a ingestão de alumínio além da ingestão semanal tolerável (IST) de 1 mg/kg/semana. Portanto, o limite para o alumínio pode ser ajustado para acomodar para este.[15]

Em 30 de junho de 2010, o Center for Science in the Public Interest (CSPI, Centro para a Ciência no Interesse Público) alertou para o FDA banir o Amarelo 6. O CSPI diz, "Estas substâncias químicas sintéticas fazem absolutamente nada para melhorar a qualidade nutricional e segurança dos alimentos, mas desencadeiam problemas de comportamento em crianças e, possivelmente, câncer em qualquer pessoa."[16]

Em 9 de setembro de 2011 a União Europeia anunciou que reduziriam a concentração máxima permitida de amarelo crepúsculo (em bebidas) de 50 mg/L para 20 mg/L. A alteração proposta seria adotada até o final do ano.[17]

Referências

  1. a b Catálogo da Sigma-Aldrich, Amarelo crepúsculo, consultado em 3 de abril de 2011 
  2. a b Elisabeth Schwab, in: Römpp Online - Version 3.5, 2009, Georg Thieme Verlag, Stuttgart.
  3. Committee on Food Chemicals Codex (2003). Food chemicals codex 5th ed. Washington, DC: National Academy Press. ISBN 9780309088664 
  4. Wood, Roger M. (2004). Analytical methods for food additives. Boca Raton: CRC Press. ISBN 1-85573-722-1 
  5. Middleton, Elliott; N. Franklin Adkinson; John Yunginger; William Busse; Bruce Bochner; Stephen Holgate (2003). Middleton's allergy principles & practice. St. Louis: Mosby. ISBN 0-323-01425-9 
  6. Ibero M, Eseverri JL, Barroso C, Botey J (1982). «Dyes, preservatives and salicylates in the induction of food intolerance and/or hypersensitivity in children». Allergol Immunopathol (Madr). 10 (4): 263–8. PMID 6295125 
  7. Schultz-Ehrenburg U, Gilde O (1987). «[Results of studies in chronic urticaria with special reference to nutritional factors]». Z. Hautkr. 62 (em alemão). Suppl 1: 88–95. PMID 3442085 
  8. a b McCann D, Barrett A, Cooper A; et al. (novembro de 2007). «Food additives and hyperactive behaviour in 3-year-old and 8/9-year-old children in the community: a randomised, double-blinded, placebo-controlled trial». Lancet. 370 (9598): 1560–7. PMID 17825405. doi:10.1016/S0140-6736(07)61306-3 
  9. BBC Parents warned of additives link, 6 September 2007 - news.bbc.co.uk (em inglês)
  10. BBC Europe-wide food colour ban call, 10 April 2008 - news.bbc.co.uk (em inglês)
  11. FSA - Board discusses colours advice, 10 April 2008 www.food.gov.uk (em inglês)
  12. «Food additives». CBC News. 29 de setembro de 2008 
  13. a b Meikle, James (11 de agosto de 2008). «EU plans warning labels on artificial colours». London: The Guardian. Consultado em 8 de setembro de 2008 
  14. BBC Ministers agree food colour ban 12 November 2008
  15. «EFSA::. Scientific Opinion on the re-evaluation of Sunset Yellow FCF (E 110) as a food additive». Consultado em 11 de junho de 2012. Arquivado do original em 21 de novembro de 2009  091113 efsa.europa.eu
  16. «Group urges ban of 3 common dyes». CNN. 30 de junho de 2010. Consultado em 1 de julho de 2010 
  17. «Irn Bru unaffected by change in colouring rules.». BBC. 9 de setembro de 2011