Equilíbrio europeu de poder

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 Nota: Para a fase de equilíbrio no século XIX, veja Concerto da Europa.

O equilíbrio de poder na Europa é a contextualização do equilíbrio de poder, um conceito das Relações Internacionais, de forma histórica e atual para os países do continente europeu.

História[editar | editar código-fonte]

Nos séculos XVI e XVII a política externa inglesa esforçou-se para impedir a criação de uma única Monarquia Universal na Europa, que muitos acreditavam que somente a Espanha ou a França poderiam tentar criar. Para manter o equilíbrio de poder, os ingleses fizeram alianças com outros Estados do continente, como: Portugal, o Império Otomano e a Holanda para combater a ameaça percebida. Estas grandes alianças chegaram a ser usadas nas guerras contra Luís XIV e Luís XV da França. Eles envolveram os britânicos pagando altos subsídios aos aliados europeus para financiarem grandes exércitos.

No século XVIII isso levou à uma série de grandes potências europeias como a Áustria, Prússia, Grã-Bretanha e França à mudarem várias vezes suas alianças para impedir a hegemonia de um país ou aliança. Uma série de guerras surgiram, pelo menos, do desejo de manter o equilíbrio de poder, incluindo a Guerra da Sucessão Espanhola, Guerra de Sucessão Austríaca, a Guerra dos Sete Anos, Guerra da Sucessão Bávara, e as Guerras Napoleônicas.

Durante o século XIX, para alcançar uma paz duradoura o Concerto da Europa tentou manter o equilíbrio de poder. Esta política foi largamente bem sucedida em evitar guerras em grande escala na Europa por quase um século, até a Primeira Guerra Mundial.[1] Especificamente, durante a primeira metade do século XIX a Inglaterra e França dominaram o continente europeu, mas por volta de 1850, haviam ficado extremamente preocupados com o crescente poder da Rússia e Prússia. A Guerra da Crimeia de 1854 a 1855 e a Segunda Guerra de Independência Italiana de 1859 quebraram as relações entre as grandes potências da Europa, no entanto, a criação e ascensão do Império Alemão como uma nação dominante reestruturou o equilíbrio de poder europeu.[2] Nos próximos 20 anos, Otto Von Bismarck irá conseguir manter o equilíbrio de poder, propondo a criação de muitos tratados e alianças complexas entre as nações europeias.

No entanto, após a renúncia de Bismarck na década de 1890, a política externa do Império Alemão se tornou expansionista e as alianças recém-criadas provaram ser frágeis, algo que desencadeou a Primeira Guerra Mundial em 1914. Um dos objetivos do Tratado de Versalhes, o principal logo após a guerra, foi abolir o domínio do conceito "Equilíbrio de Poder" e substituí-lo com a Liga das Nações.

Esta ideia fracassou, e a Europa foi dividida em três principais facções na década de 1920 e 1930: os Estados democráticos liberais, liderados pela Inglaterra e França; as ditaduras comunistas, liderado pela União Soviética e os Ultra-nacionalistas (nazi-fascista), liderados pela Alemanha e Itália. O fracasso das democracias liberais em impedir o avanço nazista levou à Segunda Guerra Mundial, que criou uma aliança temporária entre os britânicos e soviéticos.

Na era pós-Segunda Guerra Mundial, um equilíbrio de poder surgiu entre o Bloco do Leste: filiados com a União Soviética e as nações socialistas do Leste Europeu, e o Bloco Ocidental: filiados com as democracias liberais, particularmente, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Strachan p.4-6
  2. Erich Eyck, Bismarck and the German Empire (1964) pp 58-68

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Clark, Christopher. Iron Kingdom: The Rise and Downfall of Prussia 1600-1947. Penguin Books, 2007.
  • Simms, Brendan. Three Victories and a Defeat. Penguin Books, 2008.
  • Strachan, Hew. The First World War. Simon & Schuster, 2006.