Escola de Mileto

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Mileto, na costa do Mar Egeu da Anatólia

Escola de Mileto ou milésia foi uma escola de pensamento fundada no século século VI a.C. As idéias associadas a ela são exemplificadas por três filósofos da cidade jônia de Mileto, na costa do Mar Egeu da Anatólia: Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.[1] Convém distingui-la da Escola Jônica, que inclui estes e outros jônios como Heráclito (de Éfeso), ou Diógenes de Apolônia (que viveu em Creta).[1]

Esses pensadores introduziram novas opiniões contrárias ao ponto de vista que prevalecia sobre a forma como o mundo foi organizado, em que os fenômenos naturais eram explicados unicamente como a vontade de deuses antropomorfizados. Os Milesianos apresentaram uma visão da natureza em termos de entidades metodologicamente observáveis​​, e como tal foi uma das primeiras filosofias verdadeiramente científicas[2] defendendo a teoria do hilozoísmo que afirma que matéria e vida são inseparáveis.[3][4]

Anaximandro, denominou a energia vital como apeiron ("ilimitado"), uma substância indestrutível da qual a matéria deriva. Anaximenes, o terceiro membro da Escola de Mileto, acreditava que a substância básica da existência era o ar, a que ele denominou de "criador", o ar era onipresente e essencial ao crescimento de todos os objetos naturais.[3] Tales considerava a água como a origem de todas as coisas e embora os três filósofos discordassem quanto a substância primordial que constituía a essência do universo, todos concordavam a respeito da existência de um princípio único para essa natureza primordial.[5]

Referências

  1. Richard D. McKirahan. Philosophy Before Socrates (Second Edition): An Introduction with Texts and Commentary: An Introduction with Texts and Commentary. Hackett Publishing; 2011. ISBN 1-60384-612-3. p. 77.
  2. Donald K. McKim. The Westminster Handbook to Reformed Theology. Westminster John Knox Press; 2001. ISBN 978-0-664-22430-1. p. 169.
  3. a b Stephano Sabetti. Principio Da Totalidade, O. Grupo Editorial Summus; 1991. ISBN 978-85-323-0068-3. p. 43.
  4. Robert Bruce Ware. Hegel: The Logic of Self-consciousness and the Legacy of Subjective Freedom. Edinburgh University Press; 1999. ISBN 978-0-7486-1093-8. p. 81.
  5. Fabiano José dos Santos; Silvimar Fábio Ferreira. Geometria Analítica. Bookman; 2009. ISBN 978-85-7780-503-7. p. 10.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CRESON, André. A Filosolofia Antiga. São Paulo: Difel, 1960.
  • SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp. 15–92.
  • Shields, Christopher (2012). Ancient Philosophy - A contemporary introduction (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-0-415-89659-7 
  • Shields, Christopher, ed. (2003). The Blackwell Guide to Ancient Philosophy (em inglês). [S.l.]: Blackwell. ISBN 978-0-631-22215-6 
  • Ierodiakonou, Katerina, ed. (2002). Byzantine Philosophy and its Ancient Sources (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  • Vesperini, Pierre (2019). La philosophie antique - Essai d'histoire (em francês). [S.l.]: Fayard. ISBN 978-2-213-68007-1 
  • Dumond, Jean-Paul (2012). La philosophie antique (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de France 
  • Mattéi, Jean-François (2015). La pensée antique (em francês). [S.l.]: Presses Universitaires de France 
  • Gill, Mary Louise; Pellegrin, Pierre, eds. (2006). A companion to ancient philosophy (em inglês). [S.l.]: Blackwell 
  • Johansen, Karsten Friis (1998). A history of ancient philosophy: from the beginnings to Augustine (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  • Warren, James; Sheffield, Frisbee, eds. (2014). Routledge companion to ancient philosophy (em inglês). [S.l.]: Routledge 
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