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Guerra Austro-Prussiana

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(Redirecionado de Guerra Civil Alemã)
Guerra Austro-Prussiana
Unificação da Alemanha

Batalha de Königgrätz, por Georg Bleibtreu.
Óleo sobre tela, 1869.
Data 14 de junho23 de agosto de 1866
Local Boêmia, Alemanha, Itália e Mar Adriático
Desfecho Vitória Ítalo-Prussiana
Mudanças territoriais Prússia anexou Hanôver, Schleswig-Holstein, Hesse-Cassel, Frankfurt, Nassau, partes do Baviera e partes do Hesse-Darmstadt;
Itália anexou o Vêneto;
Prússia formou a Confederação da Alemanha do Norte;
O Império Austríaco se tornou Áustria-Hungria
Beligerantes
Império Austríaco
Saxônia
Baviera
Baden
Württemberg
Hanôver
Hesse
Hesse-Cassel
Reuss
Saxe-Meiningen
Schaumburgo
Frankfurt
Nassau
Prússia
Itália
Meclemburgo
Ducado de Oldemburgo
Anhalt
Brunsvique
Saxe-Altemburgo
Saxe-Coburgo-Gota
Saxe-Lauenburgo
Lippe
Schwarzburg
Waldeck
Bremen
Hamburgo
Lübeck
Comandantes
Francisco José I
Alberto von Teschen
Ludwig von Benedek
Luís II da Baviera
Carlos Teodoro Maximiliano
Alberto da Saxônia
Guilherme I
Otto von Bismarck
Helmuth von Moltke
Reino de Itália Vítor Emanuel II
Reino de Itália Alfonso Ferrero la Marmora
Reino de Itália Giuseppe Garibaldi
Forças
517 123 austríacos e aliados germânicos[1] 637 262 (437 262 prussianos e 200 000 italianos)[1]
Baixas
132 414 mortos, feridos, capturados ou desaparecidos[1]
  • 106 796 austríacos
  • 17 693 de Hanôver
  • 3 840 da Baviera
  • 2 094 da Saxônia
39 990 mortos, feridos, capturados ou desaparecidos[1]
  • 28 793 prussianos
  • 11 197 italianos

A Guerra Austro-Prussiana[2] foi travada pelo Império Austríaco e pelo Reino da Prússia em 1866 e resultou no domínio prussiano sobre territórios germânicos. Na Alemanha e na Áustria ela é conhecida como Deutscher Krieg ("Guerra Alemã") ou Bruderkrieg ("Guerra de Irmãos"). Na Itália, chama-se Terza guerra di independenza italiana ("Terceira guerra de independência italiana"), pois resultou na anexação do Vêneto ao Reino de Itália, que havia se aliado à Prússia contra o Império Austríaco.

Antecedentes e causas

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Por séculos, os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico governavam nominalmente os estados alemães, mas os nobres poderosos mantinham uma independência de fato com auxílio externo, particularmente da França. O Reino da Prússia se tornou o mais poderoso desses Estados, e, já no século XIX, era considerada uma das grande potências da Europa.

Após o fim das Guerras Napoleônicas, em 1815, a influência francesa sobre os estados alemães era fraca e ideais nacionalistas espalharam-se pela Europa. Muitos observadores perceberam que as condições para a unificação da Alemanha estavam em desenvolvimento, e duas concepções de unificação se desenvolveram. Um delas era a Grande Alemanha, que incluiria o império multinacional da Áustria. A outra, preferida pela Prússia, era a Pequena Alemanha, que excluía a Áustria.

O junker (nobre prussiano) Otto von Bismarck tornou-se primeiro ministro da Prússia em 1862 e começou imediatamente uma política focalizada na unificação da Alemanha como uma Pequena Alemanha sob controle prussiano. Tendo aumentado a consciência nacional alemã, convencendo a Áustria a unir-se a ele na Guerra dos Ducados do Elba (também conhecida como Guerra Dinamarquesa ou Segunda Guerra do Eslésvico), Bismarck provocou um conflito pela administração das províncias conquistadas de Eslésvico e Holsácia, que fora acertada na Convenção de Gastein. A Áustria declarou guerra à Prússia e conclamou os exércitos dos estados alemães menores para juntarem-se a ela.

A maioria dos Estados alemães uniu-se à Áustria, contra a Prússia, percebida como a agressora. Dentre esses Estados estavam a Reino da Saxônia, Bavária, Baden, Vurtemberga, Hanôver, Hesse-Cassel, Hesse-Darmstádio e Nassau. Alguns estados setentrionais juntaram-se à Prússia, particularmente Ducado de Oldemburgo, Meclemburgo-Schwerin, Meclemburgo-Strelitz, e Ducado de Brunsvique. O Reino de Itália, recém constituído, também se juntou à Prússia, porque a Áustria ainda ocupava o território do Vêneto, que os irredentistas italianos queriam para completar a unificação da Itália.

Notavelmente, as outras potências estrangeiras abstiveram-se da guerra. O imperador francês Napoleão III, que esperava uma vitória austríaca, preferiu ficar de fora do conflito para fortalecer sua posição de negociação pelo território ao longo do Reno, enquanto que o Império Russo ainda guardava ressentimentos contra a Áustria por conta da Guerra da Crimeia.

Alianças da Guerra Austro-Prussiana (1866)
Alianças
Prússia Império Austríaco Neutros

Reino da Itália
Meclemburgo-Schwerin
Meclemburgo-Strelitz
Ducado de Oldemburgo
Anhalt
Brunswick
Saxe-Altemburgo
Saxe-Coburgo-Gota
Lauenburg
Lippe-Detmold
Schwarzburg-Sondershausen
Waldeck-Pyrmont
Bremen
Hamburgo
Lübeck

Baviera
Hanôver
Saxônia
Württemberg
Baden
Grão-Ducado de Hesse
Ducado de Nassau
Hesse-Cassel
Saxe-Meiningen
Reuss-Greiz
Schaumburg-Lippe
Frankfurt

Limburgo
Liechtenstein
Luxemburgo
Reuss-Schleiz
Saxe-Weimar-Eisenach
Schwarzburg-Rudolstadt

Territórios Disputados

Schleswig
Holstein

Curso da guerra

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Consequências:
Azul escuro - Reino da Prússia
Azul - Aliados da Prússia
Vermelho - Império Austríaco
Rosa - Aliados da Áustria
Verde - Confederação Germânica - Membros neutros
Azul claro - Ganhos territoriais prussianos após o conflito

A principal campanha da guerra ocorreu na Boêmia. A decisiva vitória prussiana sobre a Áustria na Batalha de Königgrätz (3 de julho de 1866) destruiu o exército austríaco e forçou Viena a propor a paz.

Os austríacos tiveram melhor sorte na guerra com a Itália, derrotando-a em terra na Batalha de Custoza (24 de junho) e no mar na Batalha de Lissa (20 de julho). Os "Caçadores dos Alpes", de Garibaldi, invadiram o Tirol Meridional (atual Trentino) na Batalha de Bezzecca, em 21 de julho, e avançaram na direção de Trento, sem todavia tomar a cidade.

Encerradas as hostilidades, a Áustria cedeu a Venécia (correspondente às atuais regiões italianas do Vêneto e do Friul-Veneza Júlia) ao Reino de Itália (com a mediação da França).

O Tratado de Paz de Praga, de 23 de agosto de 1866, determinou a dissolução da Liga Alemã, a anexação de Schleswig-Holstein, Hanôver, Hesse-Cassel, Nassau e Frankfurt ao Reino da Prússia e a exclusão do Império Austríaco dos assuntos alemães.

A guerra tornou a Prússia a potência hegemônica na Alemanha e com ascendência sobre os estados alemães menores, que se veriam compelidos a aliarem-se aos prussianos na Guerra Franco-Prussiana de 1870 e a aceitar a coroação de Guilherme I como Kaiser de uma Alemanha unificada, em 1871. A Guerra dos Ducados do Elba e a Guerra Austro-Prussiana podem ser vistas, portanto, como as primeiras grandes manobras de Bismarck para atingir a sua meta de unificar a Alemanha sob controle do Reino da Prússia.

Fronteira ítalo-austríaca na época da guerra
A Terceira guerra de independência italiana

Notas

  1. a b c d Clodfelter, M. (2017). Warfare and Armed Conflicts: A Statistical Encyclopedia of Casualty and Other Figures, 1492-2015 4ª ed. Jefferson, North Carolina: McFarland. ISBN 978-0786474707 
  2. Também chamada de "Guerra das Sete Semanas" ou "Guerra Civil Alemã".
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