Panteão da Dinastia de Bragança

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Panteão dos Braganças
Panteão da Dinastia de Bragança
Vista geral do interior do Panteão.
Tipo
Estilo dominante Maneirismo
Início da construção 1834
Ano de consagração 1204
Geografia
País Portugal Portugal
Região Lisboa
Coordenadas 38° 42' 53" N 9° 07' 37" O

O Panteão da Dinastia de Bragança (também conhecido como Panteão dos Braganças), situado no interior do Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, é o lugar onde se encontram sepultados os restos mortais de muitos dos reis, príncipes e infantes da quarta e última dinastia real portuguesa, a Dinastia de Bragança.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Vista geral do interior do Panteão.

A soberania da Dinastia de Bragança no reino de Portugal (existente de facto até 1910) e no império colonial português, foi iniciada pelo rei D. João IV de Portugal e tendo como seu último rei D. Manuel II, por via do golpe e proclamação da República Portuguesa, decorrida a 5 de Outubro de 1910.

Pormenor dos túmulos do rei D. Carlos I e do príncipe D. Luís Filipe de Bragança.

O Panteão Real da Dinastia de Bragança situa-se hoje no antigo refeitório do mosteiro da Igreja de São Vicente de Fora e é composto, na sua maioria, por túmulos sob a forma de gavetões feitos em mármore e situados junto das paredes laterais da grande sala que ocupam: os túmulos dos reis portugueses estão ornados com coroas na parte superior e os nomes e títulos dos seus ocupantes estão gravados em letras douradas na parte frontal. Destacam-se, todavia, os túmulos do rei D. João IV, porque fundou a Dinastia de Bragança, e os túmulos do rei D. Manuel II, de seu irmão, o príncipe real D. Luís Filipe de Bragança, de sua mãe, a rainha D. Amelia de Orleães, e de seu pai, o rei D. Carlos I, por se tratarem da última família reinante da dinastia.

O Panteão Real da Dinastia de Bragança está aberto a visitas, incluídas no roteiro do Mosteiro de São Vicente de Fora.

Alguns membros mais relevantes da Dinastia de Bragança que não se encontram nele sepultados são:

Outros membros da dinastia, nomeadamente Infantas de Portugal, que casaram com membros da realeza europeia, encontram-se sepultadas nos países em cuja corte passaram a residir e não no Panteão da sua Casa de nascimento. São D. Maria Bárbara de Bragança, Rainha de Espanha (1711-1758); D. Maria Teresa de Bragança (1793-1874); D. Maria Isabel de Bragança, Rainha de Espanha (1797-1818); D. Maria Francisca de Assis de Bragança (1800-1834); D. Ana de Jesus de Bragança (1806-1857); D. Mariana Vitória de Bragança (1768-1788); D. Januária de Bragança (1822-1901); D. Francisca Carolina de Bragança (1824-1898); D. Maria Ana de Bragança (1843-1884); D. Antónia de Bragança (1845-1913) e também D. Paula Mariana de Bragança (1823-1833); D. João Carlos, Príncipe da Beira (1821-1822) e D. Miguel de Bragança, Príncipe da Beira (1820), filhos de D. Pedro IV que faleceram no Brasil. Há ainda a ausência de todos os nove filhos de D. Miguel I, que viveram no exílio.

Também foram sepultados no Panteão os restos mortais dos Imperadores do Brasil D. Pedro II e D. Teresa Cristina. As suas urnas aí repousaram enquanto durou o banimento imposto pelo governo republicano do Brasil, revogado em 1920. No ano seguinte, as urnas contendo os despojos dos soberanos brasileiros foram removidas e conduzidas até o couraçado São Paulo, que os conduziu até o Rio de Janeiro, onde foram sepultados no Mausoléu Imperial, sito à Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

De 1953 a 2003, abrigou a urna de Carlos II da Roménia (1893-1953), que vivia exilado no Estoril, e de 1977 a 2003, a sua terceira esposa Magda Lupescu (1895-1977), até serem trasladados em cerimónia solene para a Catedral de Curtea de Argeș, na cidade do mesmo nome.

O arranjo actual do Panteão Real da Dinastia de Bragança data de 1933, quando também se ergueu junto aos túmulos de D. Carlos I e de seu filho D. Luís Filipe de Bragança uma estátua de uma mulher simbolizando a pátria a chorar pelos seus mártires, sendo que ambos foram assassinados no atentado republicano (o Regicídio) de 1 de Fevereiro de 1908.

No interior do Panteão Real encontram-se também sepultados, enquanto honra excepcional outorgada por especial ordem régia, os Marechais Duque de Saldanha e Duque da Terceira, eminentes militares e primeiros-ministros portugueses do século XIX, e ainda a esposa do Duque da Terceira, D. Maria Ana Luísa Filomena de Mendonça (1808-1866).

Há ainda a presença, no Panteão, de vários Infantes de Portugal, que faleceram muito prematuramente, e que, reduzida a sua importância na história da dinastia, se encontra pouca documentação existente sobre eles, no entanto, lista-se a inumação de: Quatro filhos natimortos de D. José I e D. Mariana Vitória, nomeadamente um rapaz em 1739, e três raparigas, duas em 1742, uma em 1744. / D. João de Bragança (1762), D. João Francisco de Paula de Bragança (1763), D. Maria Clementina de Bragança (1774-1776) e D. Maria Isabel de Bragança (1776-1777), filhos de D. Maria I e D. Pedro III. / D. Maria de Bragança (1840), D. Leopoldo de Bragança (1849), D. Maria da Glória de Bragança (1851) e D. Eugénio de Bragança (1853), todos falecidos no dia em que nasceram, filhos de D. Maria II e D. Fernando II. / D. Miguel de Bragança (1866), filho natimorto de D. Luís I e D. Maria Pia. / D. Maria Ana de Bragança (1888), falecida no dia em que nasceu, filha de D. Carlos I e D. Maria Amélia.

Outros dois túmulos, sitos numa ala anexa ao Panteão, a Capela de Nossa Senhora da Encarnação, albergam os resto mortais de dois filhos ilegítimos de D. João V, conhecidos como Meninos de Palhavã, nomeadamente D. José de Bragança (1720-1801), Inquisidor-Mor, filho de Madre Paula de Odivelas, e D. António de Bragança (1714-1800), filho de Luísa Inês Monteiro, em túmulos mandados erigir por D. João VI.

Túmulos no Panteão da Dinastia de Bragança[editar | editar código-fonte]

O interior do Panteão, em fotografia tirada no período da implantação da República Portuguesa.

Outros túmulos[editar | editar código-fonte]

Túmulo de D. José de Bragança (1720-1801), filho legitimado de D. João V, situado na Igreja de São Vicente de Fora, no exterior do Panteão.

Exumados[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dias, Paulo; Real Panteão dos Bragança: arte e memória. Porto: Antília Editora, Dezembro de 2006. ISBN 972-99612-9-8.
  2. «Restos mortais do rei Carol II deixam hoje Lisboa». Jornal PÚBLICO. 13 de Fevereiro de 2003. Consultado em 4 de Julho de 2019 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Dias, Paulo; Real Panteão dos Bragança: arte e memória. Porto: Antília Editora, Dezembro de 2006. ISBN 972-99612-9-8.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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