USS Wilkes-Barre (CL-103)

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USS Wilkes-Barre
 Estados Unidos
Operador Marinha dos Estados Unidos
Fabricante New York Shipbuilding Corp.
Homônimo Wilkes-Barre
Batimento de quilha 14 de dezembro de 1942
Lançamento 24 de dezembro de 1943
Comissionamento 1º de julho de 1944
Descomissionamento 9 de outubro de 1947
Número de registro CL-103
Destino Afundado como alvo de tiro
em 13 de maio de 1972
Características gerais
Tipo de navio Cruzador rápido
Classe Cleveland
Deslocamento 14 358 t (carregado)
Maquinário 4 turbinas a vapor
4 caldeiras
Comprimento 185,95 m
Boca 20,22 m
Calado 7,47 mm
Propulsão 4 hélices
- 102 000 cv (75 000 kW)
Velocidade 32,5 nós (60,2 km/h)
Autonomia 11 000 milhas náuticas a 15 nós
(20 000 km a 28 km/h)
Armamento 12 canhões de 152 mm
12 canhões de 127 mm
28 canhões de 40 mm
10 canhões de 20 mm
Blindagem Cinturão: 89 a 127 mm
Convés: 51 mm
Torres de artilharia: 76 a 170 mm
Barbetas: 152 mm
Torre de comando: 127 mm
Aeronaves 4 hidroaviões
Tripulação 1 285

O USS Wilkes-Barre foi um cruzador rápido operado pela Marinha dos Estados Unidos e a vigésima quinta embarcação da Classe Cleveland. Sua construção começou em dezembro de 1942 na New York Shipbuilding Corporation e foi lançado ao mar em dezembro de 1943, sendo comissionado na frota norte-americana em julho do ano seguinte. Era armado com uma bateria principal de doze canhões de 152 milímetros montados em quatro torres de artilharia triplas, tinha um deslocamento de mais de catorze mil toneladas e alcançava uma velocidade máxima de 32 nós.

O Wilkes-Barre entrou em serviço no final da Segunda Guerra Mundial e foi encarregado da escolta de porta-aviões lutando na Guerra do Pacífico. Sua primeira ação nessa função foi uma grande incursão no Mar da China Meridional em que várias possessões japonesas na área foram atacadas. Imediatamente em seguida o navio envolveu-se em operações de suporte às Batalhas de Iwo Jima e Okinawa, incluindo a proteção antiaérea dos porta-aviões e também bombardeios litorâneos. Por fim, participou de ataques aéreos e bombardeios litorâneos no arquipélago japonês.

A guerra terminou em agosto de 1945 e o Wilkes-Barre permaneceu no Japão com o objetivo de fazer parte das forças iniciais de ocupação. Ele voltou para casa no início de 1946 e pelo ano seguinte ocupou-se principalmente de exercícios de treinamento de rotina ao longo da Costa Leste dos Estados Unidos, porém chegou a realizar um cruzeiro diplomático pela Europa. O navio foi descomissionado em outubro de 1947 e deixado inativado na Frota de Reserva do Atlântico até maio de 1972, quando foi deliberadamente afundado no litoral da Flórida em testes de armamentos.

Características[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Classe Cleveland
Desenho da Classe Cleveland

O projeto dos cruzadores rápidos da Classe Cleveland começou a ser desenvolvido no final da década de 1930. O deslocamento de navios do tipo na época ficava limitado a 8,1 mil toneladas pelos termos do Segundo Tratado Naval de Londres de 1930. Entretanto, após o início da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, o Reino Unido anunciou que iria suspender o tratado pela duração do conflito, uma decisão rapidamente seguida pelos Estados Unidos. Este, apesar de ainda neutro, reconheceu que sua entrada na guerra era provável e que a necessidade urgente de mais navios impedia um projeto totalmente novo, assim a Classe Cleveland teve seu projeto muito baseado na predecessora Classe Brooklyn. A principal diferença foi a remoção de uma torre de artilharia tripla de armas de 152 milímetros em favor de uma torre dupla de 127 milímetros.[1]

O Wilkes-Barre tinha 185,95 metros de comprimento de fora a fora, boca de 20,22 metros e calado de 7,47 metros. Seu deslocamento padrão era de 11 932 toneladas, enquanto o deslocamento carregado chegava a 14 358 toneladas. Seu sistema de propulsão era composto por quatro caldeiras Babcock & Wilcox que queimavam óleo combustível proporcionando o vapor para quatro conjuntos de turbinas a vapor General Electric, cada uma girando uma hélice. A potência indicada era de 102 mil cavalos-vapor (75 mil quilowatts), suficiente para levar o navio a uma velocidade máxima de 32,5 nós (60,2 quilômetros por hora). Sua tripulação era composta por 1 285 oficiais e marinheiros.[2]

Sua bateria principal era formada por doze canhões Marco 16 calibre 47 de 152 milímetros montados em quatro torres de artilharia triplas na linha central do navio, duas na proa e duas na popa, em ambos os casos com uma torre sobreposta à outra. A bateria secundária tinha doze canhões de duplo-propósito calibre 38 de 127 milímetros em seis torres de artilharia duplas. Duas ficavam na linha central à proa e à ré da superestrutura, enquanto as outras quatro ficavam nas laterais da superestrutura, duas de cada lado. A bateria antiaérea tinha 28 canhões Bofors de 40 milímetros em quatro montagens quádruplas e seis duplas mais dez canhões Oerlikon de 20 milímetros em montagens únicas.[2]

O cinturão principal de blindagem do Wilkes-Barre tinha uma espessura que variava de 89 a 127 milímetros, com a seção mais espessa ficando à meia-nau, onde protegia os depósitos de munição e as salas de máquinas. Seu convés blindado tinha 51 milímetros de espessura. As torres de artilharia principais eram protegidas com uma frente de 170 milímetros e laterais e teto de 76 milímetros, ficando em cima de barbetas com 152 milímetros. Sua torre de comando tinha laterais de 127 milímetros.[2]

História[editar | editar código-fonte]

O batimento de quilha do Wilkes-Barre ocorreu em 14 de dezembro de 1942 nos estaleiros da New York Shipbuilding Corporation em Camden, em Nova Jérsei. Foi lançado ao mar em 24 de dezembro de 1943 e comissionado na frota norte-americana em 1º de julho de 1944.[3] O navio em seguida partiu para seu cruzeiro de testes, primeiro na Baía de Chesapeake e depois no Oceano Atlântico, navegando para o sul até o Golfo de Pária em Trindade, nas Índias Ocidentais Britânicas. Retornou por fim para a Filadélfia, na Pensilvânia. O cruzador partiu para o Oceano Pacífico em 23 de outubro, atravessou o Canal do Panamá quatro dias depois, navegou até San Diego, na Califórnia, e então seguiu no dia 10 de novembro para Pearl Harbor, no Havaí. Chegou uma semana depois e participou de exercícios de treinamento na área até o início de dezembro.[4]

Mar da China Meridional[editar | editar código-fonte]

O Wilkes-Barre em 10 de julho de 1944

O Wilkes-Barre deixou Pearl Harbor em 14 de dezembro para se juntar ao resto da frota, que na época estava em Ulithi, nas Ilhas Carolinas. Ao chegar foi designado para a Divisão de Cruzadores 17, parte da Força Tarefa 38, também conhecida como Força Tarefa de Porta-Aviões Rápidos, na época designada para a Terceira Frota.[4] O navio durante esse período ficou subordinado ao Grupo de Tarefas 38.2, centrado nos porta-aviões USS Hornet, USS Lexington e USS Hancock. A unidade também tinha os couraçados USS New Jersey e USS Wisconsin, os cruzadores rápidos USS San Juan, USS Pasadena e USS Astoria, mais vinte contratorpedeiros.[5]

A frota partiu em 30 de dezembro para realizar uma surtida no Mar da China Meridional. Os porta-aviões lançaram uma série de ataques aéreos contra alvos japoneses em Formosa e no sul das Ilhas Ryūkyū com o objetivo de neutralizar campos de pouso que poderiam interferir com a iminente invasão de Luzon, nas Filipinas. Em seguida a força tarefa foi atacar posições inimigas na própria Luzon. Mais ataques contra Formosa ocorreram em 9 de janeiro de 1945 e os navios então foram dar cobertura para o flanco da força que estava realizando a invasão do Golfo de Lingayen a fim de bloquear quaisquer possíveis ataques das Marinha Imperial Japonesa.[4]

Relatórios de navios japoneses próximos da Baía de Cam Ranh, na Indochina Francesa, em 12 de janeiro fizeram o comando norte-americano destacar a Divisão de Cruzadores 17, mais o New Jersey e Wisconsin com contratorpedeiros, para formarem o Grupo de Tarefas 34.5.[4][5] Foram enviados à procura das embarcações japonesas, porém os hidroaviões Vought OS2U Kingfisher dos cruzadores não encontraram alvos, assim os navios voltaram no dia seguinte para a Força Tarefa 38. O Wilkes-Barre e o resto da frota enfrentaram clima ruim nos dias 13 e 14 de janeiro, paralisando temporariamente as operações ofensivas. Os porta-aviões retomaram seus ataques contra alvos na China no dia 15, passando para Formosa em 21 de janeiro e finalizando com ataques contra Okinawa no dia seguinte. A Força Tarefa 38 voltou para Ulithi, chegando em 26 de janeiro para reparos e reabastecimento. O comando da unidade passou para a Quinta Frota e assim ela passou a se chamar Força Tarefa 58.[4]

Iwo Jima e Okinawa[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Batalha de Iwo Jima e Batalha de Okinawa
O Wilkes-Barre operando próximo de Okinawa em julho de 1945

O Wilkes-Barre e o resto da Divisão de Cruzadores 17 foram transferidos para o Grupo de Tarefas 58.3, comandada pelo contra-almirante Frederick C. Sherman. Esta unidade na época também tinha os porta-aviões USS Essex e USS Bunker Hill, o porta-aviões rápido USS Cowpens, os couraçados New Jersey e USS South Dakota, o cruzador de batalha USS Alaska, os cruzadores rápidos Astoria e Pasadena, mais catorze contratorpedeiros. A composição da unidade mudou no decorrer dos dois meses seguintes de operações enquanto embarcações eram alternadas para reparos ou manutenção.[6] A frota fez uma surtida entre 16 e 18 de fevereiro para realizar ataques aéreos contra Tóquio. Estes tinham a intenção de distrair a atenção japonesa para longe da invasão de Iwo Jima. A frota em seguida navegou para o sul a fim de dar apoio direto para a invasão, no caminho lançando ataques aéreos contra as vizinhas Chichijima e Hahajima. O ataque anfíbio contra Iwo Jima começou em 19 de fevereiro. O Wilkes-Barre foi destacado da escolta dos porta-aviões por dois dias com o objetivo de proporcionar suporte de artilharia para os fuzileiros navais em terra. Seus disparos foram direcionados por seus Kingfisher e o cruzador foi creditado pela destruição de várias posições defensivas inimigas e depósitos de munição. Seus disparos também interromperam uma tentativa de contra-ataque dos defensores japoneses.[4]

O navio voltou em 23 de fevereiro para o Grupo de Tarefas 58.3, partindo dois dias depois com o resto da frota para mais ataques em Tóquio, seguidos em 1º de março por uma incursão em Okinawa. As embarcações então retornaram para Ulithi a fim de reabastecerem. A frota permaneceu no local entre os dias 5 e 14. O Wilkes-Barre participou de exercícios de treinamento junto com outros navios, designados como Força Tarefa 59, entre 14 e 15 de março, retornando então para o Grupo de Tarefas 58.3. Os porta-aviões partiram três dias depois para mais uma surtida no Japão, tendo como alvo a ilha de Kyūshū. O Wilkes-Barre abateu no dia seguinte um bombardeiro de mergulho Yokosuka D4Y. Os japoneses mesmo assim conseguiram acertar o porta-aviões USS Franklin duas vezes, infligindo danos sérios e forçando o Grupo de Tarefas 58.3 a temporariamente paralisar suas ações ofensivas a fim de dar cobertura para o recuo do danificado Franklin.[4]

O Grupo de Tarefas 58.3 retomou os ataques em 23 de março, tendo como alvo Okinawa pelo decorrer do dia seguinte em preparação para a iminente invasão. O Wilkes-Barre lançou um de seus Kingfisher para resgatar dois pilotos que tinham sido abatidos próximos de Minamidaitō. O navio e o resto da Divisão de Cruzadores 17 bombardearam um campo de pouso japonês em Minamidaitō em 27 de março. A frota seguiu para o norte dois dias depois com o objetivo de fazer mais ataques em Kyūshū. O Wilkes-Barre de novo usou um de seus Kingfisher para resgatar dois pilotos do Bunker Hill cujas aeronaves tinham sido abatidas próximas de Yakushima durante os ataques. Os desembarques em Okinawa começaram em 1º de abril e a Força Tarefa 58 continuou dando suporte para a operação, realizando ataques aéreos contra campos de pouso na região, incluindo em Kyūshū, Shikoku e no sul de Honshū. Os japoneses lançaram grandes ataques aéreos em resposta, com grande ênfase em táticas kamikaze. Os artilheiros antiaéreos do Wilkes-Barre reivindicaram terem abatido três caças Mitsubishi A6M Zero e um bombardeiro de mergulho Aichi D3A em 11 de abril, mais crédito parcial por outros dois Zero.[4]

Feridos do Bunker Hill sendo transferidos para o Wilkes-Barre em 11 de maio de 1945

A Força Tarefa 58 embarcou em 16 de abril para mais ataques contra campos de pouso em Kyūshū. O Wilkes-Barre abateu ao anoitecer um bombardeiro japonês que tentou atacar os porta-aviões. Na manhã seguinte abateu mais um Zero. O cruzador continuou a empregar seus Kingfisher para resgatar pilotos abatidos, incluindo dois próximos de Okinawa no dia 26. Mais ataques aéreos contra o Japão ocorreram nos primeiros dez dias de maio, com o Wilkes-Barre e o resto da Divisão de Cruzadores 17 sendo destacados no dia 10 para formarem o Grupo de Tarefas 58.3 junto com um grupo de contratorpedeiros a fim de bombardearem Minamidaitō. Retornaram no dia seguinte, com a frota sendo atacada por kamikazes naquela manhã. Dois acertaram o Bunker Hill e infligiram danos sérios. O Wilkes-Barre recebeu ordens às 10h59min para se aproximar do porta-aviões e ajudar nos esforços de combate à incêndio. O cruzador colocou sua proa em contato com o estibordo do Bunker Hill para que por volta de quarenta homens que estavam presos pelos incêndios pudessem pular em segurança para o Wilkes-Barre. Este enviou equipamentos de combate a incêndio adicionais a bordo do porta-aviões e recebeu feridos. Os incêndios foram apagados até às 15h34min, permitindo que o cruzador se afastasse.[4]

Treze tripulantes do Bunker Hill que tinham sido transferidos para o Wilkes-Barre morreram de seus ferimentos até 12 de maio, com um sepultamento no mar para eles ocorrendo no mesmo dia, enquanto os sobreviventes restantes foram transferidos para o navio hospital USS Bountiful. A Força Tarefa 58 partiu no mesmo dia para mais ataques contra campos de pouso de Kyūshū a fim de prejudicar ainda mais a capacidade japonesa de interferir na invasão de Okinawa. A incursão começou na manhã seguinte e os japoneses lançaram contra-ataques aéreos no dia 14. Fragmentos de projéteis, possivelmente de armas norte-americanas, acertaram o Wilkes-Barre durante o confronto, ferindo nove tripulantes na ponte sinaleira de popa. Os artilheiros antiaéreos do cruzador reivindicaram crédito parcial por terem abatido um Zero. A Terceira Frota reassumiu o comando da Força Tarefa de Porta-Aviões Rápidos em 28 de maio, com a unidade do Wilkes-Barre sendo renumerada para Grupo de Tarefas 38.3. O cruzador foi destacado no dia seguinte para voltar para a Baía de São Pedro nas Filipinas a fim de passar de reparos e manutenção, que duraram de 1º a 20 de junho. Participou de treinos e exercícios táticos próximo de Samar pelos três dias seguintes. Ele permaneceu na baía pelo restante do mês.[4]

Fim da guerra e ocupação[editar | editar código-fonte]

O Wilkes-Barre próximo de Los Angeles em 31 de janeiro de 1946

O Wilkes-Barre voltou para a Força Tarefa 38, integrando novamente o Grupo de Tarefas 38.3, partindo em 1º de julho para iniciar mais uma campanha de ataques aéreos contra o arquipélago japonês. A semana seguinte consistiu de exercícios de treinamento de combate, com os primeiros ataques contra Honshū e Hokkaidō começando em 10 de julho. O Wilkes-Barre e várias outras embarcações foram destacadas no dia 14 para formarem o Grupo de Tarefas 35.1; esta unidade também incluía o Pasadena, Astoria e USS Springfield, mais seis contratorpedeiros. Foram enviados para fazerem uma varredura à procura de embarcações japonesas no norte de Honshū e pelo Canal de Kii, porém não conseguiram encontrar alvos.[4][7] O Wilkes-Barre foi destacado novamente em 24 de julho junto com o Pasadena, Springfield e Astoria para formarem uma força de bombardeio designada Grupo de Tarefas 35.3. Eles bombardearam uma base de hidroaviões em Kushimoto durante a tarde e depois o Cabo Shionomisaki durante a noite.[8] Mais ataques aéreos foram realizados no final de julho, porém o clima ruim forçou a frota a recuar temporariamente no início de agosto. Os navios retornaram para o litoral japonês em 8 de agosto e retomaram os ataques aéreos nos dias 9 e 10, época em que os bombardeamentos atômicos de Hiroshima e Nagasaki já tinham ocorrido. O Japão se rendeu em 15 de agosto, encerrando a guerra. O Wilkes-Barre foi condecorado com cinco estrelas de batalha por seu serviço na Segunda Guerra Mundial.[4]

A Divisão de Cruzadores 17 foi destacada do Grupo de Tarefas 38.3 em 23 de agosto, juntando-se quatro dias depois a uma frota que entrou na Baía de Sagami, próxima da Baía de Tóquio, onde a cerimônia de rendição ocorreu em 2 de setembro. O Wilkes-Barre entrou na Baía de Tóquio no dia seguinte enquanto começavam as preparações para a ocupação do Japão. A embarcação foi designada a capitânia da Unidade de Tarefas 35.7.2, um dos grupos de ocupação, que foi designada para a ocupação da base naval de Tateyama. Os minissubmarinos e barcos suicidas da Classe Shin'yō foram tomados no local no dia 10. O Wilkes-Barre então foi para Tóquio, ficando na Baía de Sagami entre 12 e 14 de setembro a fim de supervisionar a desmilitarização de bases de minissubmarinos em Aburatsubo e Kurihama. Reabasteceu na Baía de Tóquio ainda no dia 14 e então navegou para Onagawa, onde auxiliou as forças de ocupação de 15 a 17 de setembro. Prosseguiu para Katsuura e depois retornou para Tóquio em 24 de setembro.[4]

O Wilkes-Barre ficou ancorado em Tóquio até 4 de outubro, em seguida participou de treinamentos de 24 a 28 de outubro. Nessa altura a Quinta Frota tinha retomado o controle das forças navais no Japão. O cruzador foi destacado em 5 de novembro e enviado quatro dias depois para a Coreia, chegando em Incheon em 13 de novembro. Juntou-se no local aos contratorpedeiros USS Bell e USS Hart, navegando juntos para Qingdao, na China, onde supervisionaram a desmilitarização das forças japoneses no local até o dia 19, seguindo então para Taku e Qinhuangdao para desempenhar os mesmos deveres. O Wilkes-Barre então voltou para Qingdao, onde permaneceu pelo restante do ano.[4]

Pós-guerra[editar | editar código-fonte]

O Wilkes-Barre afundando perto do litoral da Flórida em 12 de maio de 1972

O Wilkes-Barre deixou Qingdao em 13 de janeiro de 1946 para finalmente voltar para os Estados Unidos. Parou no caminho em Pearl Harbor e finalmente chegou em Los Angeles, na Califórnia, no dia 31. Ele permaneceu no local apenas brevemente, partindo em 4 de março para ser transferido para a Costa Leste dos Estados Unidos. Atravessou o Canal do Panamá entre 12 de 14 de março, chegando na Filadélfia no dia 18. O cruzador rumou para o sul em 20 de outubro com o objetivo de participar no dia 27 das celebrações do Dia da Marinha em Nova Orleães, na Luisiana. Depois disso seguiu para a Baía de Guantánamo, em Cuba, onde realizou exercícios de treinamento junto com seus irmãos USS Providence e USS Dayton. Chegou em Norfolk, na Virgínia, em 13 de dezembro.[4]

O navio partiu em 17 de fevereiro de 1947 para a Europa. Parou em Plymouth no Reino Unido no dia 27 e navegou pelo litoral britânico até abril, também tendo feito uma breve viagem para Bergen, na Noruega. Voltou para os Estados Unidos e foi descomissionado em 9 de outubro, sendo designado para a Frota de Reserva do Atlântico na Filadélfia. O Wilkes-Barre permaneceu inativado até ser removido do registro naval em 15 de janeiro de 1971; era o último cruzador rápido ainda no inventário da Marinha dos Estados Unidos. Foi designado para ser descartado em testes de armas subaquáticas. Ele foi partido ao meio durante um desses testes em 12 de maio de 1972 próximo de Florida Keys. Sua popa afundou no mesmo dia, porém sua proa permaneceu flutuando até ser afundada no dia seguinte por uma carga de demolição.[4]

As duas seções dos destroços do Wilkes-Barre desenvolveram-se em recifes artificiais, sendo um local de mergulho popular. As duas partes dos destroços estão viradas para cima a uma profundidade que varia entre 43 e 98 metros.[9] É considerado um local de mergulho adequado apenas para mergulhadores experientes.[10]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Friedman 1984, pp. 245–247
  2. a b c Friedman 1980, p. 119
  3. Friedman 1980, p. 120
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p «Wilkes-Barre (CL-103)». Dictionary of American Naval Fighting Ships. Naval History and Heritage Command. Consultado em 28 de fevereiro de 2023 
  5. a b Rohwer 2005, p. 380
  6. Rohwer 2005, pp. 393, 399–400, 408
  7. Rohwer 2005, p. 422
  8. Rohwer 2005, p. 424
  9. Stearns 1995, p. 63
  10. Singer 2011, p. 102

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Friedman, Norman (1980). «United States of America». In: Gardiner, Robert; Chesneau, Roger. Conway's All the World's Fighting Ships, 1922–1946. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN 978-0-87021-913-9 
  • Friedman, Norman (1984). U.S. Cruisers: An Illustrated Design History. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN 978-0-87021-739-5 
  • Rohwer, Jürgen (2005). Chronology of the War at Sea, 1939–1945: The Naval History of World War Two 3ª ed. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN 978-1-59114-119-8 
  • Singer, Steven D. (2011). Shipwrecks of Florida: A Comprehensive Listing. Sarasota: Pineapple Press. ISBN 978-1-56164-896-2 
  • Stearns, William (abril de 2015). Hoover, Pierce, ed. «Key West's Tech Wrecks». Winter Park: World Publications. Sport Diver 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]