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Porto de Lisboa

Doca de Alcântara
Terminal de carga

O Porto de Lisboa é o principal terminal de transporte marítimo de Portugal. Está localizado no encontro das águas do rio Tejo e do Oceano Atlântico, configurando-se num porto natural no estuário do Tejo, totalizando uma bacia líquida de 32 mil hectares, o que lhe possibilita receber navios de qualquer porte, como os transoceânicos, mas também oferece condições a modalidades desportivas. A costa portuguesa devido ao seu posicionamento, esta no cruzamento das principais rotas do comércio internacional e na frente atlântica da Europa. Devido a este posicionamento estratégico tem estatuto nas cadeias logísticas de comércio internacional e nos circuitos dos cruzeiros (Localização, 2008).

O Porto de Lisboa é dotado de terminais para cargas movimentando granéis sólidos, granéis líquidos e granéis fraccionados tendo ainda um cais para movimentar cargas ro-ro. Possui também três terminais para cruzeiros, sendo estes pontos de paragem para muitas viagens contribuindo deste modo para o turismo da cidade. Existem ainda as áreas de lazer, as docas, que proporcionam aos habitantes e turistas da cidade de Lisboa passeios agradáveis.

História[editar | editar código-fonte]

Existem dados da presença humana no estuário do Tejo desde a pré-história. Acredita-se na presença dos Fenícios na zona no século XXII a. C., estes criaram um porto comercial na margem norte do rio. A localização estratégica de Lisboa levou à fixação de outros povos, até que em 205 a. C. a cidade é conquistada pelos Romanos, a estes seguiram os Suevos e os Visigodos. Em 714 d. C. os mouros conquistam Lisboa e expandiram o porto com o seu comércio mediterrânico e atlântico.

No século XI com a reorganização da Europa, o tráfego e comércio marítimo cresceram, o que levou D. Afonso Henriques a direccionar a sua conquista para sul com o objectivo de obter apoio ao longo da costa Portuguesa para a conquista da cidade de Lisboa, ponto importante para o domínio do estuário do Tejo, que daria muita importância ao território no contexto europeu. Em 1147 entra no Tejo uma frota de 164 navios com um exército de cruzados que desempenharam um papel crucial na conquista da cidade de Lisboa e mais tarde na defesa desta. No século XIII os métodos de navegação desenvolvem-se muito e em consequência as embarcações também, construindo-se navios de grande dimensão e capacidade. Nascem também as primeiras linhas do Mediterrâneo para Inglaterra e Norte da Europa sendo Lisboa paragem obrigatória a todos os navios que passam pela costa portuguesa.

É no reinado de D. João I, que a partir do porto de Lisboa se dá o início à descoberta de novos povos e novos comércios, aumentando a fronteira do mundo já conhecido e transformando o porto de Lisboa num ponto importante para todo o comércio global. Foi nesta época que se fortaleceu a segurança e a vigilância da entrada no estuário do Tejo sendo erguidas fortalezas na sua margem esquerda desde Cabeça Seca até Almada.

No séc XVI e XVII com o comércio luso-espanhol desembarcavam em Lisboa produtos vindos do Brasil como madeiras, açúcar e ouro. Em 1755 como terramoto de Lisboa toda a cidade foi reconstruída tendo em vista o comércio. Já no séc XIX existe necessidade de modernizar o porto de Lisboa, fazem-se estudos e projectos e em 31 de Outubro de 1887 são inauguradas as grandes obras no porto de Lisboa por D. Luís I (História, 2008).

Terminais de cargas[editar | editar código-fonte]

Contentores de Alcântara[editar | editar código-fonte]

Este terminal está particularmente direccionado para o tráfego de alto-mar, constitui um elo de ligação entre a Europa, a América e o continente Africano. Possui um ramal Ferroviário (Terminal de contentores de Alcântara, 2008).

Multipurpose de Lisboa[editar | editar código-fonte]

Este terminal localizado em Santa Apolónia recebe principalmente navios que fazem Portugal Continental até às ilhas da Madeira e Açores (Terminal Multipurpose de Lisboa, 2008).

Contentores de Santa Apolónia[editar | editar código-fonte]

Este terminal destina-se ao transporte marítimo de curta distância (Terminal de contentores de Santa, 2008).

Multiusos do Beato[editar | editar código-fonte]

Este terminal tem capacidade para receber todo o tipo de carga, mas está especialmente equipado para cargas fraccionadas e alguns granéis sólidos. As principais mercadorias são rolos de papel, alumínio, fruta e açúcar. Destina-se ao transporte marítimo de curta distância (Terminal de multiusos do Beato, 2008).

Granéis alimentares do Beato[editar | editar código-fonte]

Destina-se principalmente ao movimento de granéis sólidos. As principais mercadorias são trigo, cevada, milho, aveia, luzerna (Terminal de granéis alimentares do Beato, 2008). (Terminal de granéis alimentares do Beato, 2008).

Multiusos do Poço Bispo[editar | editar código-fonte]

Movimenta todo o tipo de carga, mas principalmente carga fraccionada e alguns granéis sólidos (Terminal de multiusos do Poço, 2008).

Alhandra (Iberol)[editar | editar código-fonte]

Este terminal recebe descargas de óleo e seus derivados, sendo feita através de barcaças que transportam a carga dos navios que ficam ancorados no meio do rio (Terminal de Alhandra (Iberol), 2008).

Alhandra (Cimpor)[editar | editar código-fonte]

Este terminal movimenta granéis sólidos para a produção de cimento (Terminal de Alhandra (Cimpor), 2008).

Granéis alimentares da Trafaria[editar | editar código-fonte]

De águas profundas é um dos maiores terminais da Europa tendo a capacidade de 20000 toneladas que se destinam ao armazenamento de cereais e seus derivados, assim como derivados de óleo e outros produtos agro-alimentares. Este terminal está preparado para receber navios Panamax e Capesize (Terminal de granéis alimentares da Trafaria, 2008).

Granéis alimentares de Palença[editar | editar código-fonte]

Movimenta granéis sólidos e líquidos, sendo estas mercadorias derivadas do óleo (Terminal de granéis alimentares de Palença, 2008).

Seixal[editar | editar código-fonte]

Recebe principalmente granéis sólidos (Terminal do Seixal, 2008).

Barreiro[editar | editar código-fonte]

Recebe sobretudo granéis sólidos como biletes, ferro e aço (Terminal do Barreiro, 2008).

Líquidos da Banática[editar | editar código-fonte]

Movimenta principalmente gasóleo, fuel óleo, asfaltos, LPG e produtos químicos (Terminal de líquidos da Banática, 2008).

Líquidos do Porto Brandão[editar | editar código-fonte]

Este terminal recebe navios-tanque até 180m, com combustíveis líquidos (Terminal de liquidos do Porto Brandao, 2008).

Líquidos do Porto dos Buchos[editar | editar código-fonte]

Destina-se principalmente ao gás butano e propano, gasóleo e óleos minerais (Terminal de líquidos do Porto dos Buchos, 2008).

Marítimo de Porto Brandão[editar | editar código-fonte]

Recebe e armazena combustíveis líquidos, sendo também uma estação de limpeza e de desgasificação dos navios (Terminal Marítimo, 2008).

Granéis líquidos do Barreiro[editar | editar código-fonte]

Movimenta fuel, gasóleo, amoníaco, ácido fosfórico e acrilonitrilo (Terminal de granéis líquidos do Barreiro, 2008).

Cais avançado de Alcântara[editar | editar código-fonte]

Neste cais é movimentada a carga Ro-Ro. Sendo este cais direccionado para cargas e descargas de automóveis devido à sua proximidade com o centro da cidade, exigindo por isso, cuidados de segurança especiais (Ro-Ro, 2008).

Terminais de cruzeiros[editar | editar código-fonte]

Rocha Conde de Óbidos[editar | editar código-fonte]

Tem capacidade de receber 3 navios ao mesmo tempo, está equipado com elementos de segurança Raio-X para os passageiros e a sua bagagem, permitindo fazer operações de embarque, desembarque e trânsito. No interior desde terminal existem lojas e telefones públicos. Este terminal dispõe ainda de parque para autocarros, shutte para o centro da cidade, de uma praça de táxis e um posto de informação turística (Terminal de cruzeiros da Rocha, 2008).

Alcântara[editar | editar código-fonte]

Permite receber 2 navios em simultâneo. Este terminal tem equipamento Raio-X para passageiros e bagagem e permite realizar embarque, desembarque e trânsito. No interior tem lojas e telefones públicos e no exterior parque para autocarros, shutte para o centro da cidade e praça de táxis (Terminal de cruzeiros de Alcântara, 2008).

Santa Apolónia[editar | editar código-fonte]

Este terminal tem equipamento de Raio-X e bagagem de mão, realizando apenas operações de trânsito. No interior tem lojas e telefones públicos, no exterior parque para autocarros, shuttle para o centro da cidade e praça de táxis (Terminal de cruzeiros de Santa, 2008).

Docas de recreio[editar | editar código-fonte]

Alcântara[editar | editar código-fonte]

Com capacidade para 427 embarcações com comprimento superior a 6 m, e 15 com comprimento inferior a 6m. Esta doca tem serviços como: posto de recepção, electricidade nas passagens, recolha de lixo, sistemas de segurança e de comunicação, balneários e serviço de meteorologia (Doca de Alcântara, 2008).

Belém[editar | editar código-fonte]

Pode receber 170 embarcações com comprimento superior a 6 m, e 24 de comprimento inferior. Oferece serviços como: passagens flutuantes, água, posto de recepção, água e electricidade nas passagens, aguada e combustíveis em cais, recolha de lixo, auxílio mecânico, oficina, sistemas de segurança e de comunicação, balneários e serviços de meteorologia (Doca de Belém, 2008).

Bom Sucesso[editar | editar código-fonte]

Pode receber 141 embarcações com comprimento superior a 6 m, e 22 de comprimento inferior. Beneficia de serviços como: passadeiras flutuantes, água, posto de recepção, água e electricidade nas passagens, aguada e combustíveis em cais, recolha de lixo, sistemas de segurança e de comunicação, balneários e serviço de meteorologia (Doca do Bom Sucesso, 2008).

Santo Amaro[editar | editar código-fonte]

Esta doca tem capacidade de 237 embarcações com comprimento inferior a 6 m, e 94 de comprimento inferior. Disponibiliza serviços de passagens flutuantes, posto de recepção, água e electricidade nas passagens, aguada em cais, recolha de lixo, sistemas de segurança e comunicação, balneários e serviços de meteorologia (Doca de Santo, 2008).

Ambiente[editar | editar código-fonte]

O porto de Lisboa entronca-se num estuário vasto e muito variável do ponto de vista dos valores nacionais. A maior parte dessa área está sob jurisdição portuária, sendo abrangida por estatutos de conservação da natureza:

  • Em termos nacionais, como Área Protegida e chama-se Reserva Nacional do Estuário do Tejo;
  • Em termos comunitários, como sítio da Rede Natura 2000, resultante do interesse da conservação, se for das espécies designa-se Zona de Protecção Especial de Estuário do Tejo, se for pela existência de Habitats designa-se Sítio de Importância Comunitária, pode ainda ser considerado como local de integração da Rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa;
  • Em termos internacionais, como local integrado na Lista de Sítios da Conservação de RAMSAR tendo em conta as zonas húmidas de importância internacional, particularmente como habitat de aves aquáticas.

A área de jurisdição portuária esta limitada pelos territórios dos onze municípios que abraçam o estuário do Tejo: Alcochete, Almada, Barreiro, Lisboa, Loures, Moita, Montijo, Oeiras, Seixal e Vila Franca de Xira.

Como parte da área de operações do porto de Lisboa se situa na zona central da cidade, por vezes observa-se conflitos entre os interesses do porto e das cidades que integram o estuário e a conservação da natureza. Tendo em conte facto a Administração do Porto de Lisboa tem uma atitude de conciliação das suas actividades e projectos com os das populações e da conservação da natureza.

A APL tem ainda uma gestão das questões ambientais diariamente, relativamente com os navios, com a operação portuária, e actividades como reparação naval e náutica de recreio (Ambiente, 2008).

Acessibilidades[editar | editar código-fonte]

O estuário do Tejo tem uma dimensão de 50 km, e entra 2 a 14 km de largura, tendo o principal canal de acesso ao porto fundos de -15,5m ZH, o que permite o transporte de mercadorias entre as duas margens assim como ao longo de uma parte do rio. O porto de Lisboa faz parte da rede-ferroviária de Lisboa, e esta das redes nacional e transeuropeia de transportes.

Na margem norte do rio, o porto tem um sistema de viação interno que esta organizado por um eixo longitudinal com vias que servem vários terminais, algumas destas também têm ligação com a rede externa. Esta longitudinal é também interceptada por um ramal ferroviário do porto.

A margem sul conta com vias rápidas possibilitando o acesso das mercadorias às redes de transportes nacional e internacional. Em acesso a ferroviários o porto conta com a Linha do Norte na margem do norte a Linha do Sul e Sueste na margem Sul. Para o acesso a outros países o porto utiliza a Linha do Norte que se liga à Linha do Minho para chegar o Noroeste Espanhol, a Linha da Beira Alta para chegar ao Norte, ao centro de Espanha e a toda a Europa, a o Ramal de Cáceres que tem ligação directa com Madrid e a Estremadura espanhola.

Da parte interna do porto na margem Norte, saem várias vias rápidas: o Eixo Norte-Sul, a CRIL, a CREL, a segunda circular, o IP7 e o IC32. O porto tem acesso também ao IP1 que liga ao Norte e Sul do país, a A1 que dá acesso ao Norte, a A2 ao Sul, a A5 ligando a Cascais e a A8 à zona Oeste, estes têm ligações internacionais através da A3, IP4, IP5, A6 e IC1. Na margem sul as mercadorias são transportadas também através de vias rápidas que ligam às principais auto-estradas (Acessibilidades, 2008).

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CALDEIRINHA, Vítor - Textos sobre gestão portuária 1999/2006. Lisboa: Cargo, 2007. ISBN 978-972-98324-2-0
  • KIN, Kap Hwan; GÜNTHER, Hans Otto - Container terminals and cargo sistems: design, operations management and logistics. Berlin: Springer, 2007. ISBN 978-3-540-49549-9

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Lisboa Categoria:Lisboa Categoria:Logística