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O câncer é uma doença que pode ser observada em vários animais, não se restringindo aos humanos. Em animais de estimação, a incidência de câncer tem crescido ao longo dos anos, fator que está relacionado com a maior longevidade e consequente aumento de casos de doenças relacionadas à velhice.[1] Em um estudo feito nos Estados Unidos, 45% dos cães analisados que chegaram aos 10 anos de idade ou mais morreram de câncer.[2] Embora o câncer seja a causa de cerca de 50% das mortes de cães e gatos a cada ano, o diagnóstico precoce pode muitas vezes significar o sucesso do tratamento.[3] O tratamento depende do tipo de câncer, mas no geral consiste em cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A ciência que estuda o câncer em animais é chamada de oncologia veterinária.

Sintomas gerais[editar | editar código-fonte]

Cães, gatos e humanos costumam ter os mesmos sintomas e os mesmos tipos de câncer, sendo que entre os três os gatos manifestam menos a doença.[4] O câncer pode ocorrer em qualquer local ou sistema do corpo e a maioria dos sintomas podem ser detectados externamente. No entanto, para se chegar a um diagnóstico definitivo são necessários mais testes, como exames de sangue e urina, citologia e biópsia.[5] Devido à natureza excessivamente agressiva do câncer, é aconselhável que os proprietários levem seus animais a um veterinário para exames após a ocorrência de qualquer sintoma a fim de evitar a propagação.[6]

Embora cada tipo de câncer tenha suas próprias características que muitas vezes se confundem com outras doenças, a sua presença é sugestiva pela ocorrência prolongada ou súbita de sintomas. Alguns dos sintomas gerais de câncer em cães e gatos são:[6]

  • Qualquer caroço que muda de forma ou tamanho
  • Qualquer ferida que não cicatriza
  • Mudança no hábito intestinal ou urinário
  • Dificuldade para comer ou engolir
  • Dificuldade em urinar ou defecar
  • Hemorragia inexplicada
  • Perda de apetite
  • Perda de peso crônica
  • Respiração dificultada ou tosse
  • Rigidez
  • Mal-hálito

A fome voraz também pode ser sinal de câncer ou outras doenças, como hipotiroidismo.

Formas[editar | editar código-fonte]

Como os humanos, cães e gatos podem desenvolver vários tipos de cânceres.

Linfoma[editar | editar código-fonte]

O linfoma é a forma mais comum de câncer em gatos (25% de todos os casos), sendo frequentemente associada ao vírus da leucemia felina. O linfoma felino mais comum é o que atinge o sistema digestivo, provocando vômitos e diarreia,[7] mas em cães esses sintomas são menos comuns e costumam indicar estágios avançados ou tipos mais raros da doença.[8] O tipo mais comum em cães é o multicêntrico, que causa o crescimento súbito dos linfonodos superficiais e/ou cavitários.[9] Os sintomas comuns em cães e gatos incluem inchaço dos gânglios linfáticos, perda de apetite, perda de peso e dificuldade para respirar.[7] O prognóstico varia de acordo com o estágio e tipo da doença, variando nos cães de 20 a 30% de sobrevida em dois anos.[10] Em gatos não FeLV positivos, a sobrevida média é de cerca de um ano e meio, o que é um ótimo prognóstico, tendo em vista que a doença costuma acometer gatos idosos.[11]

Câncer de pele[editar | editar código-fonte]

Existem muitos tipos de tumores de pele, tanto benignos quanto malignos. Aproximadamente 20-40% dos tumores primários em cães são malignos. Já nos gatos, cerca de 50-65% dos tumores primários são malignos.[12] Em gatos, o aparecimento de tumores de pele é raro (apesar de relativamente alto em comparação a outras formas de câncer) e costuma acometer mais animais de pele clara. Cães com camadas de pelo finas ou de coloração clara também correm mais risco de desenvolver tumores.[12] O nariz e a almofada das patas são locais mais vulneráveis, pois estão desprotegidos dos raios solares. No entanto, nem todo tumor de pele se relaciona com a exposição ao sol. O tumor costuma se manifestar como um nódulo visível na pele, afetando principalmente a visão, olfato ou paladar.[13] Os tumores benignos podem levar vários anos até serem notados, devido a sua natureza móvel.[14] Quando detectado precocemente, o câncer de pele em cães e gatos muitas vezes pode ser tratado com sucesso.

Câncer de mama[editar | editar código-fonte]

Em cães

O câncer de mama em cães apresenta uma prevalência três vezes maior em relação ao câncer de mama em mulheres.[15] Ainda não se sabe qual é a causa exata para o desenvolvimento de tumores desse tipo nos cães.[16] No entanto, os hormônios do ciclo estral parecem estar relacionados, pois cadelas que não são esterilizadas ou que foram depois do primeiro cio são mais propensas a desenvolvê-los. Há uma incidência global de 3,4% de tumores de mama nos cães. Cadelas esterilizadas antes do primeiro cio têm 0,5% de risco de desenvolver ao longo da vida, as esterilizadas depois de apenas um cio apresentam 8% e as esterilizadas após dois cios possuem 26% de risco.[15] Normalmente, o aparecimento dos tumores é múltiplo e a média de idade dos cães diagnosticados é de 11 anos.[17] A obesidade e ingestão de carne vermelha também são fatores frequentemente associados ao aumento do risco de desenvolvimento desses tumores, assim como uma dieta com alto teor de gordura.[18] Existem várias hipóteses sobre os mecanismos moleculares envolvidos no desenvolvimento de tumores de mama nos cães, mas uma mutação genética específica ainda não foi identificada.[16]

Acredita-se que cerca de 50% dos tumores de mama em cães sejam malignos,[19] embora um estudo recente sugira que a malignidade desse tipo de tumor gire em torno de 22%.[17] Os adenomas e fibroadenomas são os tipos benignos. Entre os malignos, os tipos mais comuns são: sarcomas, carcinossarcomas, carcinomas (incluindo adenocarcinomas) e carcinomas inflamatórios.[19]

Histopatologicamente, os tumores malignos são divididos entre os que apresentam invasão das paredes dos vasos sanguíneos e os que não apresentam. Os que não apresentam essa invasão possuem melhor prognóstico.[20] Cães com adenocarcinomas não invasivos têm um tempo médio de sobrevida de dois anos, enquanto cães com adenocarcinomas invasivos têm um tempo médio de sobrevida de um ano.[20] O tamanho do tumor também influência na sobrevida, pois cães com tumores maiores do que cinco centímetros possuem maior chance de apresentarem metástase para os linfonodos.[21] O tipo de tumor também é importante. Sarcomas e carcinossarcomas apresentam uma sobrevida média de nove a doze meses.[19] Os carcinomas inflamatórios possuem prognóstico ruim e geralmente apresentam metástase no momento do diagnóstico.[19] As metástases mais comuns observadas entre todos os tipos de tumores de mama são as pulmonares e linfonodais.[20]

Geralmente, o veterinário consegue identificar um tumor de mama apenas pela sua apresentação física, no entanto a biópsia é necessária para identificar o tipo de tumor e o grau de invasão do mesmo.[16] A radiografia de tórax é necessária para descartar a existência de metástases.

A quimioterapia é raramente utilizada nesse tipo de tumor em cães.[22] A remoção cirúrgica é um tratamento de escolha e deve ser feita em margens amplas para evitar a recorrência, retirando toda a glândula mamária se necessário. Pelo fato de 40 a 50% dos tumores de mama em cães possuírem receptores de estrogênio,[20] a esterilização é recomendada por muitos veterinários. Um estudo recente mostrou um melhor prognóstico em cadelas que são esterilizadas no momento da cirurgia ou que haviam sido esterilizadas recentemente.[21] No entanto, outros estudos não encontraram nenhuma melhoria na evolução da doença quando a esterilização foi realizada depois que o tumor havia se desenvolvido.[22]

Em gatos

Tumores de mama são a terceira neoplasia mais comum em gatos, atrás dos linfomas e cânceres de pele.[23] De acordo com estudos, a incidência desse tipo de tumor é reduzida em 91% em gatos castrados/esterilizados antes dos seis meses de idade e 86% em gatos castrados/esterilizados antes de um ano.[24] Gatos siameses e de raças japonesas parecem ter um risco aumentado,[25] além disso, a obesidade também parece estar relacionada ao aumento do risco de desenvolvimento.[26] O índice de malignidade desse tipo de tumor é de cerca de 80-96%, sendo que quase todos apresentam-se como adenocarcinomas.[27] Embora seja raro, gatos machos também podem desenvolver esse tipo de câncer, tendo uma apresentação clínica semelhantes às gatas.[28] Tal como nos cães, o tamanho do tumor é um fator prognóstico importante, embora em tumores múltiplos com menos de três centímetros o tamanho individual seja menos preditivo. De acordo com um estudo, a sobrevida média em gatos com tumores menores do que três centímetros é de 21 meses, enquanto os gatos com tumores maiores do que isso apresentam uma sobrevida média de 12 meses.[23] Somente 10% dos tumores de mama em gatas apresentam receptores de estrógeno, por isso a esterilização após o diagnóstico na maioria das vezes não apresenta efeitos relevantes no tempo de sobrevida.[20] As metástases tendem a aparecer nos pulmões, linfonodos, e, mais raramente, nos ossos.[29] O diagnóstico e tratamento é semelhante aos cães, sendo que a doxorrubicina tem se mostrado promissora no tratamento dos gatos.[30] A mastectomia bilateral radical (onde as duas cadeias mamárias são removidas) é mais comumente realizada por apresentar melhor prognóstico do que cirurgias mais conservadoras.[31]

Tumor ósseo[editar | editar código-fonte]

O tumor ósseo mais comum é o osteossarcoma (cerca de 85% dos casos), que geralmente afeta cães mais velhos ou de raças de grande porte. Em gatos, esse tipo de tumor é bastante raro. Esse câncer é bastante agressivo e pode se manifestar em qualquer osso do corpo, mas a maioria aparece nos membros (ex.: cotovelo ou joelho), ou seja, a doença é mais frequente no esqueleto apendicular. Animais com osteossarcoma normalmente apresentam-se com claudicação, dor intensa e inchaço no local do tumor.[32] Os sintomas também variam de acordo com os ossos afetados: caso o câncer esteja localizado na mandíbula, o animal poderá apresentar dificuldade para abrir a boca; já se estiver na cavidade nasal, poderá apresentar corrimentos no nariz; no caso da doença acometer a coluna, o animal poderá ter sintomas neurológicos. O tratamento normalmente consiste em quimioterapia e radioterapia, sendo que a cirurgia também é bastante indicada e geralmente consiste na amputação total do membro acometido, o que proporciona alívio da dor causada pelo tumor.[33] As metástases são bastante frequentes e quase sempre estão presentes no momento do diagnóstico, sendo que o pulmão é o órgão mais comumente atingido.[34] Com a amputação, 85% dos cães apresentam uma sobrevida média de seis meses, morrendo em decorrência de doença metastática. Os outros 15% restantes apresentam-se "curados",[35] podendo viver livres da doença por tempo indeterminado.

Estatísticas de câncer em cães[editar | editar código-fonte]

Machos[editar | editar código-fonte]

Tipos de câncer % do total de cânceres
Tecido conjuntivo 17
Testículos 16
Pele (Melanoma) 14
Boca e garganta 10
Linfoma 10
Ossos 4
Estômago e intestinos 3
Cavidade nasal 1-2

[36][37][38]

Fêmeas[editar | editar código-fonte]

Tipos de câncer % do total de cânceres
Mama 51
Tecido conjuntivo 9
Boca e garganta 8
Pele (Melanoma) 6
Linfoma 5
Fígado e trato biliar 2
Ossos 2

[36][37][39]

Essas estatísticas datam da década de 1960 e podem não refletir a situação atual da incidência de câncer em cães.

Referências

  1. http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/12/cancer-e-cada-vez-mais-comum-nos-caes-em-uberaba-mg.html
  2. Withrow, Stephen J. "Why worry about cancer in pets?" in Withrow, Stephen J., and MacEwen, E. Gregory, eds. Small Animal Clinical Oncology. 4th ed. Philadelphia, PA: W.B. Saunders, c2007, pp. xv-xvii.
  3. Eckstein, Sandy. «Cancer in Cats: Types, Symptoms, Prevention, and Treatment» (em inglês). WebMD. Consultado em 22 de março de 2012 
  4. Eckstein, Sandy. «Cancer in Cats: Types, Symptoms, Prevention, and Treatment». WebMD. Consultado em 22 de março de 2012 
  5. «Cancer Diagnosis in Cats and Dogs» (em inglês). Pet Cancer Center. 16 de outubro de 2011. Consultado em 22 de março de 2012 
  6. a b Feline Cancer Resources
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  8. http://www.amicinet.com.br/noticias/?acao=lm&tp=2&id=211
  9. http://renatasobral.com.br/oncologiaveterinaria/?p=96
  10. http://www.qualittas.com.br/uploads/documentos/Linfoma%20Canino%20-%20Paula%20Fernanda%20Gubulin%20Carvalho.pdf
  11. http://www.qualittas.com.br/principal/uploads/documentos/Imunofenotipagem%20-%20Thiago%20dos%20Santos%20Teixeira.PDF
  12. a b «Dogs and Skin Cancer» (em inglês). WebMD. Consultado em 28 de setembro de 2011 
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  36. a b Veterinary Medicine @ About - information about pets, diseases, vet schools
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  39. Kelsey, JL, AS Moore, and LT Glickman. (1998). Epidemiologic studies of risk factors for cancer in pet dogs. Epidemiologic Reviews 20(2):204-217.



Itália[editar | editar código-fonte]

Soldados italianos na Campanha Norte-Africana em 1941.
Tanques italianos Fiat M13/40 na mesma operação.

Justificativas para a guerra[editar | editar código-fonte]

Em junho de 1940, o Duce Benito Mussolini comentou a declaração de guerra contra os Aliados da seguinte maneira: "Nós estamos indo para a guerra contra as democracias plutocráticas e reacionárias do Ocidente que invariavelmente impediram o progresso e muitas vezes ameaçaram a existência do povo italiano."[1] A Itália condenou as sanções ocidentais de 1935 decretadas em resposta às ações italianas durante a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Mussolini justificou a guerra contra a Etiópia apoiando-se no episódio conhecido como Incidente de Walwal, situação em que uma guarnição de somalis sob o comando italiano e uma tropa etíope se desentenderam e atacaram-se na Eritreia Italiana.[2]

Em 1938, Mussolini e o Ministro das Relações Exteriores Galeazzo Ciano, emitiram exigências de concessões por parte da França, em especial em relação às colonias em Djibouti, Tunísia e gerenciamento do Canal de Suez no Egito.[3] A Itália exigia um representante no conselho de administração do canal, pois era contrária ao monopólio francês que obrigava os italianos a pagarem taxas pelo tráfego mercantil para a África Oriental Italiana.[4] Assim como a Alemanha, a Itália também se utilizou da justificava de expansão territorial para fornecer o spazio vitale ("espaço vital") à nação italiana.[5]

A Itália justificou a invasão da Grécia em outubro de 1940 alegando que o país balcânico estava sendo usado pela Grã-Bretanha contra os italianos. Mussolini considerava o território grego um dos principais pontos estratégicos da Marinha Real no Mediterrâneo.[6]

Sobre a invasão da Iugoslávia, a Itália apelou para reivindicações irredentistas e ao fato de que Albânia, Croácia e Macedônia tinham tendências separatistas e não queriam fazer parte do território iugoslavo.[7] Os separatistas da Croácia ganharam força ainda em 1928, após o assassinato de líderes políticos croatas no parlamentos iugoslavo, episódio que vitimou Stjepan Radić. Em 1941, a Itália apoiou a ascensão ao poder de Ante Pavelić, líder do Ustaše, um movimento separatista inspirado e treinado pelo fascismo italiano.[7]

História[editar | editar código-fonte]

Depois da unificação da Itália no final do século XIX, um movimento nacionalista cresceu em torno do conceito de Italia irredenta, que nada mais era do que o desejo de incorporar terras até então sob o domínio estrangeiro, mas que tinham população nativa e falante italiana. Havia um anseio para anexar os territórios da Dalmácia, que anteriormente haviam sido governados pelos venezianos e, consequentemente, tinham elites de língua italiana. A intenção dos fascistas era criar um "Novo Império Romano", em que a Itália dominaria todo o Mediterrâneo. Em 1935–36, a Itália invadiu e anexou a Etiópia e o governo fascista proclamou a criação do "Império Italiano" (ou "Grande Itália").[8] Apesar de inúmeros protestos na Liga das Nações, vindos principalmente dos britânicos que tinham negócios e interesses naquela área, nenhuma providência séria foi tomada em um primeiro momento, embora mais tarde a Itália viesse a sofrer isolamento diplomático de vários países. Em 1937, a Itália saiu da Liga das Nações e no mesmo ano aderiu ao Pacto Anticomintern, juntando-se a Alemanha e Japão. Entre março e abril de 1939, as tropas italianas invadiram e anexaram a Albânia. Em 22 de maio, Alemanha e Itália assinaram o Pacto de Aço.

A Itália entrou na Segunda Guerra Mundial em 10 de junho de 1940. Em setembro do mesmo ano, Alemanha, Japão e Itália assinaram o Pacto Tripartite.

Apesar de ter participado de conflitos desde 1935, contra a Etiópia e na Guerra Civil Espanhola, a Itália não era devidamente preparada para guerras.[9] O planejamento militar era deficiente, já que o governo italiano não tinha definido uma prioridade e planos de ação concretos. O poder de Mussolini sobre as forças armadas era total; ele mesmo se comprometeu a comandar o Ministério da Guerra, a marinha e força aérea. Como a Marinha Italiana não dispunha de um porta-aviões, os fascistas depositavam sua confiança nas bases áreas terrestres da Península Itálica para fornecer apoio aéreo em eventuais conflitos navais no Mediterrâneo.[10] O exército dispunha de uma artilharia ultrapassada e as unidades blindadas usavam formações desatualizadas, inadequadas para uma guerra moderna.[11] A maioria dos fundos para as forças armadas visavam futuras grandes operações no exterior, por isso acabaram direcionados principalmente para a força aérea e marinha. Isso acabou desamparando o exército, que possuía como principal arma um rifle projetado em 1891.[12] Ainda na Guerra Civil Espanhola, o despreparo militar e o desamparo por parte do governo causou uma vergonhosa derrota italiana durante a Batalha de Guadalajara. Em agosto de 1939, o Rei Victor Emmanuel III mostrou-se incomodado ao assistir um exercício de guerra do exército italiano.[11] Ainda em 1939, Mussolini se irritou com o despreparo militar italiano e tirou o General Alberto Pariani do cargo de Chefe do Estado Maior do exército.[13]

O único recurso natural estratégico que a Itália possuía em abundância era o alumínio. Petróleo, ferro, cobre, níquel, crômio e borracha tinham que ser importados.[11] A política econômica autárquica do governo fascista que procurava recorrer a materiais sintéticos não foi suficiente para atender a demanda.[9] Antes de entrar na guerra, o governo fascista ainda procurou ganhar o controle sobre os recursos naturais dos Bálcãs, em particular o petróleo da Romênia.[14] O acordo para repartir a Polônia feito entre Alemanha e União Soviética, faria com que a Hungria passasse a fazer fronteira com território soviético, abrindo a possibilidade de uma possível investida da URSS contra os húngaros.[13] A Romênia também considerava o perigo de ser invadida pela União Soviética como iminente, o que fez com que húngaros e romenos procurassem amparo com a Itália.[13] Até então oficialmente neutra, a Itália ouviu os apelos da Romênia e Hungria e propôs a criação de um "bloco dos neutros".[13] A proposta serviria para aumentar a influência italiana nos Bálcãs e encontrou resistências da França, Alemanha e União Soviética, que não queriam perder suas influências na mesma região. A Grã-Bretanha, no entanto, ainda não contava que Itália entraria na guerra no lado da Alemanha, por isso não se opôs ao bloco.[13] A ideia da criação do bloco falhou em novembro de 1939, depois que a Turquia fez um acordo para proteger o território dos Aliados no Mediterrâneo, o que já incluía a Romênia e também a Grécia.[13]

Caças Macchi C.200 no Norte da África.

Mussolini se recusou a dar ouvidos às advertências do Ministro da Moeda Felice Guarneri, que alertava que as ações italianas na Etiópia e Espanha estavam levando o país à beira da falência.[12] Os gastos militares excediam em muito o que a Itália podia pagar.[12]

Em 1940, logo depois da Itália entrar na guerra, os italianos esperavam receber uma série de territórios franceses que Hitler havia acordado com o Ministro Ciano. O acordo incluiria anexação de territórios reivindicados no sudeste da França, ocupação militar acima do rio Ródano e colônias na Tunísia e Djibouti.[15] No entanto, em 22 de junho de 1940, Mussolini anunciou que a Itália abandonaria suas reivindicações do "Ródano, Córsega, Tunísia e Djibouti" e em vez disso solicitava uma zona desmilitarizada na fronteira com a França. Em 24 de junho, a Itália concordou em fazer um armísticio com a França de Vichy para selar esse acordo.[15] Mais tarde, em 7 julho de 1940, o governo italiano mudou sua decisão e Ciano tentou fazer um acordo com a Alemanha para ter Nice, Córsega, Tunísia e Djibouti. Hitler rejeitou veemente qualquer outro acordo envolvendo França e Itália naquele momento, pois preferia esperar a derrota da Inglaterra para voltar a discutir questões de repartição de território.[15] No entanto, a Itália continuou a pressionar a Alemanha para incorporar Nice, Córsega e Tunísia ao território italiano. Em outubro de 1940, Mussolini enviou uma carta a Hitler informando-lhe que 850 mil italianos viviam na região estrangeira da fronteira França-Itália, formando uma grande comunidade de minorias. Segundo o Duce, ceder esse território para a Itália seria benéfico para a Alemanha, pois reduziria a população da França de 35 para 34 milhões (considerando os italianos que passariam para a Itália e franceses que seriam assimilados) e impediria qualquer ambição francesa de retomar sua expansão.[15] A Alemanha considerava a possibilidade de invadir e ocupar territórios ainda não ocupados da França de Vichy e capturar frotas marítimas francesas para uso da Alemanha, o plano foi chamado de Operação Attila.[16]

Em meados de 1940, tanto Mussolini quanto Stalin se irritaram com a Alemanha após Hitler fechar um acordo com o Conducător Ion Antonescu para que "tropas de treinamento" fossem enviadas à Romênia, sem avisar com antecedência a União Soviética e Itália e ignorando os acordos que ambos mantinham na época.[6] Irritado, Mussolini decidiu que invadiria a Grécia sem consultar Hitler, porém voltou atrás e comunicou a Alemanha.[6] Hitler se mostrou preocupado ao ouvir os planos italianos, pois considerava os gregos bons combatentes e achava que a Itália não conseguiria segurar uma guerra contra a Grécia, além de não querer ter que se envolver em um conflito nos Bálcãs.[6]

Em 1941, a Itália já acumulava derrotas na Grécia, Norte da África e África Oriental e mostrou-se incapaz de manter-se sozinha em uma guerra, passando a depender fortemente da Alemanha. Com os alemães assumindo o controle da situação, Grécia e Iugoslávia foram derrotadas, porém a Itália foi forçada a aceitar o domínio alemão nos dois países.[17] Além disso, em 1941, as forças alemãs comandadas por Erwin Rommel no Norte da África, expulsaram os Aliados das colônias italianas na Líbia e forças alemãs foram estacionadas na Sicília.[18] Em resposta às falhas militares dos italianos e a dependência que criaram com a Alemanha, o governo alemão começou a enxerga-la como um aliado pouco confiável e começou a desconsiderar seus interesses.[19] A Alemanha chegou até a pressionar a Itália para enviar 350 mil "trabalhadores convidados" para fazer trabalho escravo em território alemão, tamanha a desconsideração e desprezo com os italianos.[19] No entanto, enquanto Hitler se mostrava profundamente desapontado com o desempenho militar italiano, continuava a manter relações favoráveis com a Itália em consideração a sua amizade e admiração por Mussolini.[20]

Em meados de 1941, Mussolini reconheceu que a Itália tinha fracassado em seus objetivos e estava completamente subordinada e submissa aos alemães. Sem escolha, sua esperança era a vitória alemã.[17] Após a invasão da União Soviética, a Alemanha incentivou a propaganda italiana para a criação do "bloco latino", que incluiria a união de Itália, França de Vichy, Espanha e Portugal para juntarem-se com a Alemanha contra a ameaça do comunismo.[21] Entre 1940 e 1941, Francisco Franco endossou a criação do bloco, mas as negociações entre os quatro países não avançaram.[22]

Após a invasão e ocupação da Iugoslávia, a Itália anexou várias ilhas do Adriático e uma parte da Dalmácia, onde estabeleceu a Governadoria da Dalmácia, que incluía o território das províncias de Split, Zadar e Kotor.[23] Embora a Itália tenha inicialmente almejado grandes quantidades de terra que se estendiam dos Montes Velebit até os Alpes Prokletije, Mussolini decidiu que não anexaria mais territórios. Sua decisão se baseou no fato de que a costa norte do Adriático não possuía grandes estradas e ferrovias, além de considerar que uma anexação maior poderia colocar dentro das fronteiras da Itália eslavos hostis à causa.[23] Em abril de 1941, Alemanha e Itália repartiram a Eslovênia, com os italianos ficando com a parte ocidental e os italianos com a oriental.[24]

A oposição interna ao regime fascista e presença italiana na guerra cresceu em 1942, embora já existisse desde o início de 1940.[25] Em 1942, um grande número de jornais clandestinos de opositores de todos os tipos, como católicos e comunistas, circulavam pelo país.[26] Em janeiro de 1943, Duque de Acquarone, o então Ministro da Casa Real, convenceu o Rei Victor Emmanuel III de que Mussolini deveria ser retirado de seu cargo.[27]

Em 25 de julho de 1943, o rei destituiu Mussolini e o colocou na prisão. Além disso, começou uma negociação secreta com os Aliados. Um armistício foi assinado em 8 de setembro de 1943 e a Itália juntou-se aos Aliados como co-beligerante. Em setembro de 1943, Mussolini foi resgatado pelo alemães na chamada Operação Carvalho. Hitler o colocou como encarregado do estado fantoche da República Social Italiana, localizado no norte da Itália. Ele foi assassinado por guerrilheiros comunistas em 28 de abril de 1945.[28]


Referências

  1. John Whittam. Fascist Italy. Manchester, England, UK; New York, New York, USA: Manchester University Press. P. 165.
  2. Michael Brecher, Jonathan Wilkenfeld. Study of Crisis. University of Michigan Press, 1997. P. 109.
  3. Reynolds Mathewson Salerno. Vital Crossroads: Mediterranean Origins of the Second World War, 1935–1940. Cornell University, 2002. p 82–83.
  4. "French Army breaks a one-day strike and stands on guard against a land-hungry Italy", LIFE, 19 Dec 1938. pp. 23.
  5. *Rodogno, Davide (2006). Fascism's European Empire: Italian Occupation During the Second World War. Cambridge, UK: Cambridge University Press. pp. 46–48. ISBN 978-0-521-84515-1 
  6. a b c d John Lukacs. The Last European War: September 1939-December 1941. P. 116.
  7. a b Jozo Tomasevich. War and Revolution in Yugoslavia, 1941–1945: Occupation and Collaboration. P. 30–31.
  8. Lowe & Marzari 2002, p. 289.
  9. a b McKercher & Legault 2001, p. 40–41.
  10. McKercher & Legault 2001, pp. 38–40.
  11. a b c McKercher & Legault 2001, p. 40.
  12. a b c McKercher & Legault 2001, p. 41.
  13. a b c d e f Neville Wylie. European Neutrals and Non-Belligerents during the Second World War. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2002. Pp. 143.
  14. Neville Wylie. European Neutrals and Non-Belligerents during the Second World War. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2002. Pp. 142=143.
  15. a b c d Aristotle A. Kallis. Fascist Ideology: Territory and Expansionism in Italy and Germany, 1922–1945. P. 175.
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  17. a b Mussolini Unleashed, 1939–1941: Politics and Strategy in Fascist Italy's Last War. Pp. 284–285.
  18. Patricia Knight. Mussolini and Fascism. Pp. 103.
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  20. Davide Rodogno. Fascism's European Empire: Italian Occupation during the Second World War. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2006. P. 30.
  21. Patrick Allitt. Catholic Converts: British and American Intellectuals Turn to Rome. Ithaca, New York, USA: Cornell University, 1997. P. 228.
  22. John Lukacs. The Last European War: September 1939-December 1941. Yale University Press, 2001. P. 364.
  23. a b Davide Rodogno. Fascism's European empire: Italian occupation during the Second World War. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2006. Pp. 80–81.
  24. Davide Rodogno. Fascism's European Empire: Italian Occupation during the Second World War. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2006. P. 31.
  25. Peter Neville. Mussolini. Pp. 171.
  26. Peter Neville. Mussolini. P. 171.
  27. Peter Neville. Mussolini. P. 172.
  28. Shirer 1960, p. 1131.