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Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal
Atividade Transporte ferroviário
Fundação 14 de Janeiro de 1927
Destino Extinta e integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses
Encerramento 1 de Janeiro de 1947
Área(s) servida(s) Portugal
Locais Porto, Póvoa, Famalicão, Guimarães, Fafe
Antecessora(s) Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão
Sucessora(s) Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

A Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, mais conhecida como Companhia do Norte de Portugal, foi uma empresa portuguesa, formada a partir da fusão das Companhias do Caminho de Ferro de Guimarães e do Porto à Póvoa e Famalicão, em 14 de Janeiro de 1927, para gerir as Linhas de Guimarães e do Porto à Póvoa e Famalicão, em Portugal[1]; foi extinta e integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses em 1946.

História

Antecedentes e formação

Desde os princípios do Século XX que se procurava fundir as duas empresas responsáveis pela rede secundária do Minho, as Companhias do Caminho de Ferro de Guimarães e do Porto à Póvoa e Famalicão, que exploravam, respectivamente, as Linhas de Linha de Guimarães e do Porto à Póvoa e Famalicão, porque se acreditava que este processo iria trazer um maior desenvolvimento àquelas ligações ferroviárias.[1] A fusão esteve quase a fazer-se em 1908[1], e uma lei de 20 de Junho de 1912, estabeleceu que a fusão entre estas duas companhias com a empresa que, nessa altura, detinha a concessão para construir as Linhas do Alto Minho, de Braga a Guimarães, e de Viana a Ponte da Barca, só seria aprovada se a via na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão fosse alargada para a bitola métrica, e se fosse construída uma ligação ferroviária, utilizando a mesma bitola, entre a estação de Mindelo, nesta Linha, e Lousado, na Linha de Guimarães; após a fusão, seria efectuado um novo contrato, com a duração de 80 anos.[2] Apesar de se terem iniciado as negociações, especialmente no campo financeiro, este processo foi cancelado devido à Primeira Guerra Mundial; as duas empresas principais continuaram, porém, a encetar esforços neste sentido, tendo conseguido fundir-se na Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, com a publicação dos novos estatutos, em 14 de Janeiro de 1927, que foram aprovados por uma portaria, datada do dia 25 do mesmo mês.[1]

Operações

Antiga Estação de Famalicão, com as vias da Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, de bitola métrica, à esquerda, e as da Linha do Minho, em bitola ibérica, à direita.

O novo contrato, assinado em 8 de Agosto de 1927, estabeleceu que a bitola nas vias da Linha do Porto à Póvoa e Famalicão deviam ser alterada, de 900 para 1000 milímetros, e o respectivo material circulante; este processo foi efectuado de forma rápida e eficaz, sem suspender a circulação.[1] No dia 28 de Janeiro do ano seguinte, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses arrendou, a esta empresa, a exploração da Linha do Tâmega[3][4]

Em 1933, a gerência desta empresa passou por uma crise, que a impediu de honrar os seus compromissos e obrigações, pelo que o decreto-lei n.º 22951, de 5 de Agosto de 1933 ordenou que a administração fosse efectuada, de forma provisória, por uma comissão do Ministério das Obras Públicas e Comunicações.[5]

Extinção

Em 7 de Setembro de 1945, foi publicada a Lei n.º 2008, que se destinava a planear a reunião de todas as concessões ferroviárias numa só, de forma a melhorar a coordenação dos transportes terrestres em Portugal[6]; esta empresa foi integrada na operadora escolhida, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que começou a explorar as linhas no dia 1 de Janeiro de 1947.[7][8]

Ver também

Referências

  1. a b c d e TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). 136 páginas 
  2. PORTUGAL. Lei sem número, de 20 de Junho de 1912. Ministério do Fomento - Secretaria Geral. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 149, Série I, de 27 de Junho de 1912
  3. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 62
  4. «Cronologia: 1915 – 1948 – Concentração Ferroviária». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Julho de 2011 
  5. PORTUGAL. Lei n.º 22:951, de 5 de Agosto de 1933. Ministério das Obras Públicas e Comunicações - Gabinete do Ministro. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 175, I Série, de 5 de Agosto de 1933.
  6. PORTUGAL. Decreto n.º 2:008, de 7 de Setembro de 1945.Presidência da República - Secretaria. Publicado no Diário da República n.º 200, Série I, de 7 de Setembro de 1945. Paços do Governo da República.
  7. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 63
  8. «Espaço Museológico de Lousado». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Julho de 2011 

Bibliografia

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X