Alegrete (Rio Grande do Sul): diferenças entre revisões

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As origens do município de Alegrete datam do início do [[século XIX]] quando, na [[Guerra de 1801]], os aventureiros [[José Francisco Borges do Canto]] e [[Manuel dos Santos Pedroso]], ambos riograndenses, conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões jesuíticas ao norte do [[Rio Ibicuí]].
As origens do Continente de Alegrete datam do início do [[século XIX]] quando, na [[Guerra de 1801]], os aventureiros [[José Francisco Borges do Canto]] e [[Manuel dos Santos Pedroso]], ambos riograndenses, conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões jesuíticas ao norte do [[Rio Ibicuí]].


Para assegurar essa conquista o governo português lançou, ao sul do mesmo rio, a Guarda Portuguesa do [[Rio Inhanduí]] em torno da qual forma-se a povoação ("Povoado dos Aparecidos"). A religiosidade ergueu uma [[capela]] sob o orago de [[Nossa Senhora Aparecida]], em [[1814]].
Para assegurar essa conquista o governo português lançou, ao sul do mesmo rio, a Guarda Portuguesa do [[Rio Inhanduí]] em torno da qual forma-se a povoação ("Povoado dos Aparecidos"). A religiosidade ergueu uma [[capela]] sob o orago de [[Nossa Senhora Aparecida]], em [[1814]].
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*[[Neto Fagundes]] - radialista, cantor, compositor, comunicador e defensor das tradições gaúchas
*[[Neto Fagundes]] - radialista, cantor, compositor, comunicador e defensor das tradições gaúchas
* [[Franklin Gomes Souto]] - advogado e abolicionista
* [[Franklin Gomes Souto]] - advogado e abolicionista
* [[Soninha]] - wiskeria tome whisku* [[Mário Quintana]] - um dos maiores poetas brasileiros
* [[Osvaldo Aranha]] - político, diplomata, estadista
* [[Mário Quintana]] - um dos maiores poetas brasileiros
* [[João Saldanha]] - jornalista esportivo e treinador do [[Botafogo de Futebol e Regatas]] e da [[Seleção Brasileira de Futebol]]
* [[João Saldanha]] - jornalista esportivo e treinador do [[Botafogo de Futebol e Regatas]] e da [[Seleção Brasileira de Futebol]]
* [[Demétrio Ribeiro]] - engenheiro, político e jornalista
* [[Demétrio Ribeiro]] - engenheiro, político e jornalista

Revisão das 22h19min de 1 de agosto de 2012

Alegrete
  Município do Brasil  
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Símbolos
Bandeira de Alegrete
Bandeira
Brasão de armas de Alegrete
Brasão de armas
Hino
Gentílico alegretense
Localização
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Alegrete está localizado em: Brasil
Alegrete
Localização de Alegrete no Brasil
Mapa
Mapa de Alegrete
Coordenadas 29° 47' 02" S 55° 47' 28" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Municípios limítrofes Itaqui, Manoel Viana, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul, Cacequi, Rosário do Sul, Quaraí e Uruguaiana.
Distância até a capital 506 km
História
Fundação 1831
Administração
Prefeito(a) Calica (PMDB)
Características geográficas
Área total [1] 7 803,967 km²
População total (Censo IBGE/2010[2]) 77 673 hab.
Densidade 10 hab./km²
Clima subtropical
Altitude 102 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [3]) 0,793 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 1 022 330,821 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 12 851,75

Alegrete é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Alegrete se localiza no oeste do estado, a 506 quilômetros de distância da capital Porto Alegre. Possui uma população de aproximadamente 77.673 habitantes. É o maior município do Rio Grande do Sul e o 186º maior município do Brasil em área territorial, com mais de 7.800 quilômetros quadrados.

Dados gerais

A cidade localiza-se a uma latitude de 29º47'01,63" sul e a uma longitude de 55º47'27,54" oeste - coordenadas do centro da praça Getúlio Vargas, estando a uma altitude média de 102 metros.

O clima da região é subtropical, temperado quente, com chuvas bem distribuídas e estações bem definidas (Cfa na classificação de Köppen). A média de precipitação pluviométrica é de 1525 mm anuais. A menor média de precipitação acontece em agosto e a maior em outubro. As precipitações intensas, dentro de um período de 24 horas, são de até 115 mm.

A temperatura média anual é de 18,6°C, variando entre 13,1°C em julho e 35,8°C em janeiro. A menor temperatura mínima observada desde 1931 foi de - 4,1°C e a máxima de 40,4°C. A formação de geadas ocorrem eventualmente entre maio e setembro. A umidade relativa média do ar é de aproximadamente 75% em todos os meses do ano.

A paisagem caracteriza-se como estepe gramíneo-lenhosa (campo nativo) e floresta estacional decidual aluvial (mata ciliar). A fisionomia é de extensas planícies de campo limpo com algumas ondulações e raros morros residuais de arenito silicificado.

O município está totalmente sobre o Aquífero Guarani e seu lençol freático apresenta água levemente alcalina, utilizável sem restrições para o uso humano e para a irrigação, apresentando poços com profundidade média de 120 metros e vazão média de 110m³/h.

Sendo uma área de delicado ecossistema, a superexploração agrícola e a pecuária extensiva fazem crescer o já chamado "deserto dos pampas" ou "Deserto do São João": uma área de mais de 200 ha na região do mesmo nome.

História

As origens do Continente de Alegrete datam do início do século XIX quando, na Guerra de 1801, os aventureiros José Francisco Borges do Canto e Manuel dos Santos Pedroso, ambos riograndenses, conquistaram para a coroa portuguesa o território das missões jesuíticas ao norte do Rio Ibicuí.

Para assegurar essa conquista o governo português lançou, ao sul do mesmo rio, a Guarda Portuguesa do Rio Inhanduí em torno da qual forma-se a povoação ("Povoado dos Aparecidos"). A religiosidade ergueu uma capela sob o orago de Nossa Senhora Aparecida, em 1814.

As contínuas lutas de fronteira, agora entre o Reino de Portugal e os dissidentes ao recém constituído governo das Províncias Unidas do Rio da Prata, provocou o ataque dos uruguaios de D. José Artigas e a queima da povoação e da capela (hoje "Capela Queimada") em 16 de junho de 1816.

Isso causou a transferência dos seus povoadores para a margem esquerda do Rio Ibirapuitã, que ali foram chegando até 22 de dezembro de 1816. Eles abrigaram-se junto ao acampamento do Quartel General do Marquês de Alegrete, que ao lado do general Joaquim Xavier Curado, do tenente-coronel José de Abreu (futuro Barão de Cerro Largo) e do general Tomás da Costa Rabelo e Silva, ali estava com suas fete (em homenagem ao Marquês)

Em 26 de dezembro de 1816 foi realizado o primeiro batismo católico romano no local, da menina Zeferina pelo capelão da Legião do Exército, o Padre José de Freitas.

Em 27 de janeiro de 1817, o Comandante do Distrito de Entre Rios, o Tenente Coronel José de Abreu manda iniciar a construção das moradias para os fugitivos do Inhanduí. Quando José de Abreu recebeu as ordens do Marquês para erguimento da povoação, ele já havia determinado o local e iniciado realmente o povoamento, com a construção das primeiras habitações, ali, na retaguarda das tropas, nos fundos do acampamento do Ibirapuitã.

Antônio José Vargas, senhor da sesmaria, foi o doador das terras onde está a cidade. Mas D. Luís Teles da Silva Caminha e Meneses - quinto Marquês de Alegrete - na qualidade de comandante militar, foi o fundador legal de Alegrete, que dele tomou o nome, porque, por sua autoridade, foi estabelecida e legalmente reconhecida, já que era o representante de D. João VI, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Em 1820, é elevada à Capela Curada, com poderes eclesiásticos nos territórios que abrangem os atuais municípios de Uruguaiana, Quaraí, Livramento, Rosário do Sul e o atual Departamento de Artigas, na República Oriental do Uruguay , até o rio Arapey, vinculada a São Borja e por sua vez a Rio Pardo.[5]

Mais tarde, pelo ponto estratégico do novo local, por onde escoavam os produtos primários em direção aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, o lugarejo prosperou rapidamente e elevou-se a categoria de vila através do decreto provincial de 25 de outubro de 1831, demarcando assim seus limites e ganhando autonomia política.

Durante a Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, Alegrete tornou-se a terceira capital da República Rio-Grandense (1842-1845). Nela, em 1843, foi concluída e aprovada a Constituição da República Rio-Grandense.

Entre batalhas e campanhas, por bravura, determinação e desenvolvimento, a vila de Alegrete foi elevada à categoria de cidade em 22 de janeiro de 1857.[5]

No processo de criação dos municípios do Rio Grande do Sul, Alegrete ocupa o oitavo lugar, desmembrado do município de Cachoeira do Sul que, por sua vez, originou-se do município de Rio Pardo, em 1819. Do grande município de Alegrete surgiram os municípios de Uruguaiana, Livramento, Departamento de Artigas (no Uruguai), Quaraí, parte de Rosário do Sul, parte de Bagé e parte de Manuel Viana.

Todos os anos, dia 20 de setembro, comemora-se a Revolução Farroupilha ou o Dia do Gaúcho, e cerca de oito mil "cavalarianos" - de todas as idades, classes sociais e sexo - desfilam pelas principais ruas da cidade, com suas roupas típicas e suas montarias.

A padroeira da cidade festeja-se a 8 de dezembro (Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida).

É conhecida popularmente como a Capital da Pangeia, onde o mundo seria um lote de terras ao redor do Alegrete.

Geografia

Ponte Borges de Medeiros e Rio Ibirapuitã.
Rio Inhandui

Sua população estimada em 2009 era de 78.984 habitantes, sendo 50,29% feminina e 49,71% masculina. Sua etnia foi originada por grupo nômades indígenas e posteriormente os elementos colonizadores foram os espanhóis, portugueses e africanos. As correntes migratórias modernas são representadas por italianos, alemães, espanhóis, franceses, árabes e poloneses.

Possui uma área de 7.804 km², sendo o maior município do Rio Grande do Sul em extensão territorial.

Seus distritos administrativos são:

  1. Distrito Alegrete: 108 km²
  2. Distrito Passo Novo: 1.016 km²
  3. Subdistrito Itapororó: 948 km²
  4. Subdistrito Durasnal: 796 km²
  5. Subdistrito Vasco Alves: 826 km²
  6. Subdistrito Inhanduí: 1.541 km²
  7. Subdistrito Catimbau: 733 km²
  8. Subdistrito Guaçu Boi: 958 km²
  9. Subdistrito São Miguel: 1.010 km²

O rio Ibirapuitã divide o município em duas partes do ponto de vista econômico: a leste, estendem-se as terras mais próprias para agricultura e, a oeste, as terras melhores para a pecuária.

Educação

Para o ensino de 1° e 2° graus a cidade conta com 32 escolas municipais, 47 escolas estaduais, duas federais, e seis privadas. A maior é o Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus Oswaldo Aranha (IEEOA), a segunda é o Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Emilio Zuñeda e a terceira é Escola Estadual de Ensino Médio Demétrio Ribeiro.

Na rede de ensino, em 2003, havia um total de 23.395 alunos, sendo 2.000 no infantil, 13.913 no fundamental, 4.070 no médio, 213 na educação especial e 3.199 na educação de jovens e adultos (EJA).

O corpo docente (também em 2003) era composto de 1.149 professores, sendo de 877 no ensino fundamental e 262 no ensino médio.

A taxa de analfabetos (2003) era de 7,7 %, num total de 4.721 habitantes.

Há 3 museus: do Gaúcho e Arquivo Municipal "Miguel Jacques Trindade"; o Arqueológico e Artes "Dr. José Pinto de Medeiros" (MAARA) e o Histórico "Oswaldo Aranha"; e o CEPAL - Centro de Pesquisas e Documentação de Alegrete.

Tem várias bibliotecas, sendo as maiores a do IEEOA (Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus "Oswaldo Aranha"), a do Centro Cultural "Adão Ortiz Houayek" e a da URCAMP.

Há várias extensões ou "campi" de várias universidades gaúchas: UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), URCAMP (Universidade da Região da Campanha) e UNIPAMPA (Universidade Federal do Pampa), além do IFF (Instituto Federal Farroupilha que agregou a EAFA (Escola Agrotécnica Federal de Alegrete) e ainda a UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) como um dos pólos de educação à distância na fronteira oeste.

Economia

Gaúchos cuidando de equinos no interior de Alegrete.

Sua economia é baseada principalmente na agricultura (arroz - 45.000 ha; soja - 16.000 ha; milho - 11.000 ha; sorgo - 3.000 ha e trigo - 1.500 ha) e na pecuária bovina (536.536 cabeças - o maior rebanho do Estado); ovina (423.446 cabeças); equina (± 20.000 cabeças); suína (± 9.000 cabeças) e bubalina (± 2.000 cabeças). A produção de é de cerca de 900 toneladas anuais e de leite é de 15.269 litros.

Há também cerca de 90.000 galináceos (sendo ± 40.000 galinhas) com uma produção anual de ± 450.000 dúzias de ovos.

A apicultura produz anualmente cerca de oitenta mil litros de mel.

  • Energia elétrica:
    • Consumidores: 23.248
    • Consumo: 16 MW
    • Pontos de iluminação pública: 95% da Cidade
  • Água e esgoto:
    • Total de economias: 18.053
    • Total de ligações de água: 15.339

Jornais

Emissoras de Rádio

  • Rádio Sentinela - FM (Comunitária)
  • Rádio Minuano - FM
  • Rádio Nativa - FM
  • Rádio Alegrete - AM
  • Rádio Gazeta - AM


Web Tv

  • Pop Tv

Usina Termoelétrica Osvaldo Aranha

Inaugurada em 17 de setembro de 1968 pelo então Presidente Militar, o General Artur da Costa e Silva, noticiada com grande notoriedade pelo Jornal Tribuna da Imprensa que relatou a época da vital importância da fundação dessa usina que resolveria o problema energético de 14 cidades do interior gaúcho.

Hoje a Usina está sob a responsabilidade da Tractebel Energia e funciona ocasionalmente com modernas instalações junto ao Rio Ibirapuitã.

Prefeitos

  • 1977 - Adão Ortiz Houayek (PMDB)
  • 1981 - José Rubens Pillar (PPB)
  • 1985 - Adão Conceição Dornelles Faraco (PMDB)
  • 1989 - José Rubens Pillar (PPB)
  • 1993 - Nilo Soares Gonçalves (PMDB) com 22.621 votos
  • 1997 - José Carlos de Moura Jardim Filho (PPB) com 17.907 votos
  • 2001 - José Rubens Pillar (PP) eleito com 16.255 votos
  • 2005 - José Rubens Pillar (PP) eleito com 16.574 votos
  • 2008 - Nicanor Prestes Sobrosa (PP) - Presidente da Câmara da Vereadores, empossado devido falecimento do ex-prefeito José Rubens Pillar e renúncia da ex-vice prefeita Leoni Fagundes Caldeira.
  • 2009 - Erasmo Guterres da Silva (PMDB) eleito com 16.176 votos

Filhos ilustres

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. a b ARAÚJO FILHO, Luiz. O Município de Alegrete. Alegrete: O Coqueiro, 1908.p.17.

Ver também

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Alegrete (Rio Grande do Sul)

Predefinição:Microrregião Campanha Ocidental